24/08/2013

Uma sabática digital

Pela primeira em muitos anos vou fazer uma sabática da internet. Até ao fim do mês vou estar de férias fora de Faro; vou levar o portátil porque quero ler e escrever, mas não vou levar a pen da internet e até ao fim do mês também não tenho internet no telemóvel. Uma semana sem email, sem facebook, sem blogs...

Volto em Setembro! Boas férias!

23/08/2013

A vida simples de pessoas reais - Cátia

Actualmente encontro-me a viver em Londres. Tenho 30 anos e confesso que me sinto o retrato da geração jovem portuguesa que pela falta de oportunidades no seu país, teve de procurar um novo rumo.

Há dez meses atrás e após seis meses de desemprego em Portugal eu decidi emigrar para Londres. Em Portugal deixei toda a minha família, incluindo namorado, amigos e a maior parte dos meus objectos pessoais.

Quando cheguei a Londres foi uma das fases mais difíceis da minha vida, porque estava sozinha e apesar de compartilhar casa com duas pessoas da minha nacionalidade, eu nunca as tinha visto antes. Porque tinha que obrigatoriamente me integrar numa língua e numa cultura diferente, porque estava sozinha num local quase desconhecido. Fiz várias viagens a Londres anteriormente para preparar a minha vinda. Essas viagens preparam-me para alguns aspectos do que viria a ser a minha vida aqui, mas não me preparam para o essencial, viver sozinha num país que não é o meu.

Na verdade, quando comecei esta nova etapa na minha vida, comecei a dar um grande valor às coisas simples e a valorizar que mais importante do que ter é ser e que o valor da vida está nas pequenas coisas. Eu comecei a aproveitar coisas simples como ler um livro, caminhar pelas ruas, respirar fundo para evitar situações de stress e encontrar tempo para fazer as coisas que realmente gosto. 

Penso que comecei o meu caminho como minimalista, até porque viver em Londres ensina-nos a tornar-nos naturalmente minimalista, quando queremos efectivamente mudar as nossas vidas.  Andamos a pé e de transportes, partilhamos casa e por isso não há espaço ao consumismo e à acumulação de coisas e começamos a valorizar coisas simples como ir ao parque para ler um livro ou andar de bicicleta. 

Devo também uma palavra ao meu namorado que é um minimalista sem ele próprio saber, que sempre me foi incentivando a viver de forma simples.

Após 10 meses em Londres, sinto-me muito feliz com a minha vida. Trabalho na minha área, ensinar crianças com necessidades educativas especiais, aprendi a valorizar os pequenos e doces momentos com aqueles que gosto, passei a escrever mais regularmente (a minha grande paixão) tenho estado a trabalhar na minha primeira história para crianças que vai ser publicada dentro de alguns meses em versão ebook .

Eu conheci o minimalismo na verdadeira acepção da palavra através do seu blog. Foi através dele que consegui entender que estava a caminhar no sentido correcto, viver uma vida simples, com pouco, mas muito feliz. 

Penso que a crise económica que estamos a viver tem vindo a ensinar as pessoas que o segredo das vida está nas coisas simples. Não precisamos de ter uma grande casa e um grande carro se iremos passar o resto da vida a pagar esta divida ao banco, não precisamos de encher a casa de objectos se não conseguimos  usufruir deles porque estamos absolutamente concentrados em comprar mais e mais. Não precisamos de um guarda roupa cheio de roupa se só precisamos de meia duzia e se mais alguém precisa de uma, apenas uma para vestir e não tem nenhuma. 

Eu acredito que o mundo começará a caminhar numa nova direcção, viver feliz com menos.

Obrigada Rita por este blog que tanto nos inspira e ensina todos os dias. Eu continuarei a ser com certeza uma fiel seguidora enquanto ele existir. 

Cátia
blog, facebook


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Queres participar? Envia-me um texto a contar a tua jornada em direcção a uma vida mais simples para o email rita (at) busywomanstripycat.com, com o assunto "guest post". Obrigada!

21/08/2013

Parentalidade... simples!



Tenho que admitir que nunca li livros sobre parentalidade. Leio um só blog sobre o assunto, o Mum's the Boss, e nada mais. Há uns tempos li uma review do livro Simplicity Parenting: using the extraordinary power of less to raise calmer, happier, and more secure kids, de Kim John Payne (qualquer coisa como Parentalidade simples: usando o poder de menos para criar crianças mais calmas, felizes e seguras), e fiquei com a pulga atrás da orelha. 

Quis ler este livro porque tenho um problema com os meus filhos, grande parte do qual é culpa nossa... Eles passam demasiado tempo em frente a écrans - seja a televisão, o computador, o gameboy, a playstation e outras coisas do estilo. Nos últimos tempos fizemos grandes progressos neste campo, pois passámos de 4 para 1 televisão em casa e passamos agora mais tempo a fazer outras actividades, mas de qualquer modo precisava de mais ideias para lidar com este e outros problemas... Lá comprei o livro (a versão kindle), li-o, reli alguns capítulos e este é sem dúvida um livro de referência para qualquer pai. Achei o livro fantástico!

O capítulo 1, Why Simplify?, responde a isso mesmo - a importância de simplificar o ambiente, as rotinas, a vida das crianças. O autor apresenta exemplos de crianças com quem trabalhou, os seus problemas, as alterações que foram feitas e os resultados positivos que foram obtidos.

Gostei sobretudo do estudo feito em crianças com distúrbio de déficit de atenção (um dos meus filhos tem ADHD, nada de grave, mas tem). Em primeiro lugar, o autor discorda do termo distúrbio de déficit de atenção e hiperactividade; muitas destas crianças conseguem estar muito atentas, não conseguem é priorizar o objecto da sua atenção (e por experiência própria, sei que é mesmo assim). As crianças foram submetidas a um regime de simplificação, que incluiu alterações no seu ambiente físico, na alimentação, no uso de tecnologias (écrans...), e nas suas actividades e horários. Os resultados foram fantásticos; 68% destas crianças passaram de clinicamente disfuncionais para clinicamente funcionais ao fim de 4 meses de simplificação! Comecei a ver luz ao fundo do túnel! O meu filho é medicado há cerca de 1 ano, a medicação tem efeitos muito positivos, mas queria seguir outro tipo de terapias (incluindo o yoga e a meditação) e assim evitar a medicação.

O capítulo 2, Soul Fever, faz uma analogia muito interessante entre a febre física e o que o autor chama de febre da alma. A febre da alma ocorre quando a criança está assoberbada, quando tem que lidar com muitas coisas, muito stress, quando a sua vida é demasiado apressada. O autor descreve os passos para os pais identificarem essa febre da alma e para a acalmarem, simplificando a vida da criança (geralmente um fim de semana simples é o suficiente para fazer a diferença) e dando-lhe tempo sem nada para fazer.

O terceiro capítulo, Environment, lida com o ambiente em que vive a criança. Por exemplo, o autor afirma que demasiados brinquedos dão às crianças demasiadas escolhas - e ter demasiadas escolhas não é bom para uma criança, pois distrai-a do seu crescimento natural. As crianças precisam de tempo para se tornarem elas próprias, através da brincadeira e da interacção social; uma criança assoberbada com coisas - e escolhas e pseudoescolhas - aprende apenas uma coisa: a querer mais! O autor acredita, portanto, que o número de brinquedos de uma criança deve ser reduzido. O excesso de brinquedos pode mesmo privar a criança de desenvolver a sua criatividade, pois a frustação de não ter nada para fazer impulsiona muitas vezes descobertas e criações maravilhosas. Ao diminuir a quantidade de brinquedos e tralha à volta da criança, aumenta a sua capacidade para se envolver mais seriamente na brincadeira, em vez de passar de um brinquedo para o outro sem na verdade brincar com nenhum. Neste capítulo o autor refere ainda os tipos de brinquedos que devem ir fora e dá dicas para destralhar e organizar os brinquedos que ficam. O mantra é, claro, menos é mais.

O capítulo 4, Rhythm, trata das rotinas diárias, ou ritmos, como outros autores também preferem chamar. A vida da maioria das famílias hoje em dia é aleatória e improvisada. Os ritmos são, no entanto, importantes para as crianças. As crianças cedo percebem que há coisas com as quais podem sempre contar, como a hora do banho, a história antes de ir dormir, e esta previsibilidade no dia a dia das crianças dá-lhes segurança. Estabelecer ritmos diários bem definidos é uma das maneiras mais eficazes de simplificar a vida das crianças (e a dos pais também). Ao longo deste capítulo, o autor explica como estabelecer ritmos diários que dêem consistência ao dia da criança e que fortaleçam os laços familiares. 

No quinto capítulo, Schedules, é tratado um fenómeno muito presente hoje em dia nas crianças em todo o mundo ocidental - o overscheduling - horários demasiado preenchidos, muitas actividades extra-curriculares além da escola, que conduzem a muito pouco tempo livre. O autor afirma que as crianças precisam de tempo livre, tempo não estruturado - tempo para não fazer nada. Tal como uma planta sem raízes, actividade sem descanso é insustentável. O autor sugere que as actividades que causam stress à criança (por exemplo, ter a casa cheia de familiares pode assoberbar um filho único) devem ser compensadas com actividades que a acalmam (por exemplo, ir dar um passeio de bicicleta com a criança). O estabelecimento de dias de Sabbath, ou seja, um dia por semana extremamente calmo, com o mínimo de tecnologia e distracções, é também uma boa estratégia para simplificar a vida familiar.

O último capítulo é muito interessante - Filtering the adult world. É sobre separar o mundo dos adultos do mundo das crianças e começa com o pior visitante que a maioria de nós tem em casa - a televisão. Segundo o autor, um passo crítico para simplificar a vida das crianças é simplificar os écrans que temos em casa: tv, computador, consolas de jogos, etc. Simplificar os écrans é parar o fluxo de informação, de pressa e de sobre-estimulação a que as crianças estão sujeitas ao longo do dia. Embora a televisão também tenha benefícios, as suas desvantagens pesam mais, sobretudo para crianças com menos de 7 anos. Por exemplo, assistir a desenhos animados violentos diminui a sensibilidade das crianças para a violência, tornando-a menos chocante e mais aceitável. Ao ler este capítulo fiquei muito feliz por finalmente ter conseguido tirar a tv do quarto dos miúdos: um estudo indica que as crianças que têm televisão no quarto vêem em média mais 90 minutos por dia de tv do que as que não têm. De facto, noto que os meus filhos passam agora muito menos tempo agarrados à televisão do que antes. Este capítulo aborda ainda o problema dos pais-galinha e o autor afirma que o excesso de preocupação destes pais vem da sua exposição excessiva aos meios de comunicação social (que só nos bombardeiam com desgraças). Por exemplo, tal como num avião em caso de despressurização devemos colocar primeiro a nossa própria máscara de oxigénio e só depois ajudar as crianças, os pais também devem primeiro relaxar para depois transporem essa calma para os seus filhos - e a redução da exposição à tv e outros meios é essencial neste processo.

19/08/2013

O que é que as pessoas de sucesso fazem no trabalho


What the most successful people do at work, de Laura Vanderkam, é o terceiro ebook da série What the most successful people do..., que inclui ...before breakfast e ...on the weekend; a Laura é também autora do fantástico livro sobre gestão do tempo 168 hours: you have more time than you think.

Neste pequeno ebook, a autora apresenta histórias de pessoas de sucesso que usam o seu tempo - as suas 168 horas semanais - da melhor forma possível. Estas pessoas de sucesso sabem que:

- todos temos 168 horas por semana e o que conseguimos fazer e alcançar no trabalho e na vida depende de como usamos estas horas
- a maioria das pessoas desperdiçam estas horas a fazer coisas que não interessam, como se o tempo fosse infinito
- as horas podem ser usadas de forma consciente para criar valor, para fazer um trabalho importante que faça a diferença na nossa vida e na vida das outras pessoas

Laura afirma que o segredo das pessoas altamente produtivas é um conjunto de técnicas diárias que estas pessoas aplicam que fazem com que as horas de trabalho contem mais.

1. Controlar o tempo é a primeira destas técnicas - apontar o tempo que se passa em cada actividade, estudar estes registos diários e ver quais são os sugadores de tempo, as distracções, aquilo que nos afasta do trabalho importante. Email, internet, redes sociais, conversa com colegas, pausas para café demasiado longas, enquadram-se nesta categoria. Sabendo quais são as actividades que nos afastam do trabalho importante, podemos assim reduzi-las e ganhar mais tempo para o que interessa. O registo de tempo é também importante para sabermos o tempo que demora cada actividade como, por exemplo, escrever um relatório, ler um artigo, fazer análise de dados... Se eu souber que preciso de pelo menos 5 horas para escrever um qualquer relatório, não vou planear esse trabalho para uma sexta-feira à tarde...

2. Planear a semana. Agora que sabemos onde perdemos tempo e quanto tempo demoramos a fazer tarefas específicas, é altura de arranjar tempo, geralmente no fim da semana de trabalho ou no início da semana seguinte, para planear o trabalho para essa semana. É um processo semelhante à revisão semanal do GTD - verificar o que foi feito e planear o que precisa de ser feito na semana seguinte.

3. Limitar as tarefas diárias e encontrar o ritmo certo para fazê-las. As pessoas têm tendência para encher de forma irrealista as suas listas de coisas para fazer, acabando por não cumprir as tarefas planeadas, o que origina frustração. As pessoas de sucesso usam as suas listas de coisas para fazer como um contrato e não como um lembrete de coisas que deveriam fazer. Assim, planeiam poucas coisas para cada dia de trabalho, para assegurar que as fazem - acabando o dia com uma maravilhosa sensação de dever cumprido. 

4. Saber o que é trabalho. Há muitos sugadores de tempo que parecem trabalho, mas não são, pois não contribuem em nada para avançarmos no trabalho que nos conduz aos nossos objectivos. Emails, telefonemas, conversas com colegas... fazemos muitas actividades que parecem que são trabalho, mas na verdade estão apenas a distrair-nos e a afastar-nos do trabalho mais importante...

5. Praticar, praticar, praticar. Os desportistas, músicos, artistas, passam uma parte significativa do seu dia a praticar, com o objectivo de melhorar a sua performance. Em qualquer trabalho, se passássemos mais tempo a praticar e a tentar melhorar as tarefas que temos que fazer, a nossa performance atingiria de certeza outros níveis. A prática é, simplesmente, trabalhar numa tarefa repetidamente de forma a nos tornarmos proficientes nesse trabalho. Queres escrever melhor? Então escreve todos os dias. Queres aprender a tocar um instrumento? Toca um pouco todos os dias. Queres melhorar a tua condição física? Pratica exercício físico todos os dias (não tens que ir ao ginásio todos os dias; subir as escadas em vez usar o elevador também conta). 

6. Juntar capital de carreira, que é a soma da experiência, conhecimentos, relacionamentos e características pessoais de um profissional. Quanto maior o capital de carreira de uma pessoa, mais fácil será arranjar um novo emprego, obter melhores ordenados, fazer sabáticas, e por aí fora. Basicamente, quanto melhor uma pessoa for no seu trabalho, maior é a probabilidade de sucesso. Não é só uma questão de praticar, praticar, praticar. É querer ir mais além, querer aprender mais, querer novas experiências - no fundo, é uma pessoa tornar-se tão boa no que faz, que não pode ser ignorada. O livro de Cal Newport, So good they can't ignore you, fala em detalhe do career capital e em breve também falarei aqui desse livro.

7. Ter prazer. A produtividade é função da alegria. Sem prazer, sem alegria no trabalho, não somos tão produtivos como poderíamos ser. E esta alegria vem dos progressos que fazemos em relação aos nossos objectivos, não das conversas com colegas durante a pausa para café (o ambiente de trabalho claro que é importante, mas quantas pessoas têm colegas fabulosos e mesmo assim não gostam do que fazem?). As pessoas de sucesso olham constantemente para o seu dia para perceber o que lhes dá prazer e o que não dá, e tentam arranjar maneiras de passar mais tempo a fazer o que gostam e menos tempo em tarefas que não lhes interessam. Assim, o trabalho nem se parece com trabalho - é prazer.

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Já agora, hoje estou no blog da Nathalie, Savvy Happy Living, autora do livro Life Happens, com um guest post sobre minimalismo. Passem por lá!

16/08/2013

A vida simples de pessoas reais - Marta

Eu sou a Marta Silva Bobillier, tenho 34 anos, vivo em França e sou, entre outros, assessora de marketing. Gosto trabalhos manuais, da vida de familia, organizar e limpar a casa, cozinhar, ler, escrever, ouvir música e de tai chi. Sou dependente de chocolate e da leitura, fascinada pela cultura chinesa e todo o seu lado zen. Tal como diz o significado do meu nome: "SOBERANA DA CASA"; Muito ligada à família, emotiva, costuma exagerar nos seus cuidados e corre o risco de sufocar as pessoas que ama. Tem muita energia e por isso deve sempre manter-se ocupada com alguma coisa. Nos relacionamentos amorosos ou mesmo de amizade, quando se magoa, recolhe-se para dentro de si mesma e só sai quando recebe um pedido de perdão.

Sempre fui uma pessoa organizada e prática até que um maravilhoso evento veio mudar a minha vida - ser mãe de gémeos. Segui todos os padrões impostos pela sociedade, desde da infância com a escola, catequese; a adolescência e as suas crises; entrei na faculdade e desisti. Arranjei trabalho, trabalhar das 9h às 18h e receber uma baixo ordenado. Casei e ...


Há 7 anos vim viver para a Suiça (com uma mala de 20 kg - 1° etapa do minimalismo) na esperança de recuperar o meu casamento, coisa que virou fiasco. 
Entre as outras etapas da vida esta teria, também ela, que seguir os padrões impostos pela sociedade. Uma vez o divórcio, encontrei-me sozinha, num país quase desconhecido, uma nova língua para aprender, uma cama, 2 pares de lençóis  1 endredon, 1 colcha, 2 almofadas, 2 conjuntos de banho, 1 serviço para 6 pessoas, conjunto de talheres para 6 pessoas, 6 copos e 2 canecas. Um tacho, uma panela e frigideira, algumas caixas de conservação, uma mesa e 2 cadeiras. Uma tv oferecida por uma pessoa amiga e o meu inseparável portátil (meio de comunicação com a família a 2000 km). O meu guarda fatos era feito com caixas de cartão empilhadas. Um trabalho das 6h30 às 16h30 com um ordenado considerável.  Tudo o que eu precisava para começar outra etapa da vida, estava agora concentrado em 35 m2 - 2° etapa do minimalismo.


Findos 6 anos de vegetação, começo uma "nova" vida. Encontrei alguém que me respeita, ajuda e sobretudo dá valor ao que faço. Fiquei grávida, para nossa grande surpresa, de gémeos (não, os gémeos não são só fruto de tratamentos, também acontece de forma natural - para os menos conhecedores da matéria).  Mais um desafio, ser mãe mas não uma mãe comum ser mãe de gémeos. Viver esta experiência longe do meu meio social, geográfico e familiar, fez com que eu procurasse testemunhos e experiências de pessoas na mesma situação. Umas pesquisas na net e encontro pouca ou nenhuma informação. Encontrei um grupo bem simpático que deu-me a conhecer algumas pessoas mas eu precisava de mais. 


O TWINS, como carinhosamente lhes chamo, nasceram e ao fim de três meses de licença de maternidade deveria retomar o trabalho. Uma decisão deveria ser tomada pois a ideia de deixá-los às 5h30 da manhã e só recuperá-los às 18h cortava-me o coração. Mais, ter de pagar a alguém mais de metade do ordenado e não vê-los crescer fazia-me sentir uma péssima mãe. Decidimos que eu deixaria de trabalhar por algum tempo ficando assim disponível para eles, acompanhar cada etapa do crescimento, disponível para o casal e para mim mesma. Queremos viver esta vida e não sobreviver nesta vida. Feitas as contas e eliminados alguns confortos materiais, demos inicio a uma nova etapa das nossas vidas - 3° etapa do minimalismo.


Ao mesmo tempo, criei oMãe de Gémeosum espaço de aprendizagem para as mamãs (e futuras mamãs) de Gémeos e Mais, onde todos os assuntos são abordados para uma maternidade consciente e partilhada! O grupo é um espaço informal, trocam-se ideias, partilham-se pensamentos, soltam-se desabafos, fotos, encontros e muito, muito companheirismo. Juntamente com outra mãe de gémeos começamos um projecto onde pretendemos reunir toda a informação sobre a matéria - o Portal Gémeos e Mais. Visto as condições económicas do pais e as dificuldades que estas famílias encontram, foi necessário a criação de uma identidade formal, a AGM - Associação Gémeos e Mais da qual sou, com muito orgulho, vice-presidente e sócia fundadora.

O minimalismo sempre fez parte da minha vida, mesmo que inconscientemente e a organização, mesmo que à minha maneira, sempre encontrei o que pretendia. Por este motivo criei um blog com dicas e truques para as mães de gémeos. Não para contar-lhes a minha/nossa vida, mas sim para mostrar que é possível conciliar vários projectos enquanto mãe de gémeos sem esquecer o casal ou até si mesma. (Nota: ser mãe de gémeos não é a mesma coisa que ter duas crianças de idades diferentes. Não é mais difícil, é diferente. Não somos superiores, somos especiais.)


Três anos passaram eu lanço-me noutro desafio. Os Twins entram para o infantário e eu necessito de uma vida social mínima. Comecei então à procura de um trabalho, em part-time, que pudesse conciliar com os horários do infantário e eis que, ao fim de 4 meses, consegui!

Um dia, em conversa com uma amiga, ela sugeriu-me experimentar um produto, simples, económico e principalmente sem produtos tóxicos para as crianças. Produtos de limpeza da casa naturais. Ela, me conhecendo bem, sabia que eu ia gostar com certeza. E não se enganou! Tenho acompanhado o blog desde então e estou a ADORAR.

Se eu quero, eu posso, eu consigo! Cada um é o único responsável pelas suas escolhas. Cada escolha é o que nos leva aos nossos objectivos -Cris Alckmin

Obrigada Rita. Uma excelente continuação e bem haja.
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Marta Silva Bobillier 

0033 647 755 635
Fundadora do grupo ღ Mãe de Gémeos ღ no Facebook
Administradora do Portal Gémeos e Mais

14/08/2013

Preparar o novo ano escolar

Setembro, é para mim, o Ano Novo. Gosto de aproveitar os últimos dias de Agosto e os primeiros de Setembro para fazer limpezas, destralhar, arrumar, organizar, planear e, claro, preparar o ano escolar das crianças.


A roupa das crianças

Em primeiro lugar, trato da roupa. Abro o armário e vejo, peça a peça, o que é que serve e o que é que fica pequeno. Tenho um saco grande à mão para ir colocando as roupas que já não servem, para dar. Vejo tudo: t-shirts, camisolas, calças, casacos, calções de banho, sapatos, até meias e cuecas.

Depois de ficar no armário apenas a roupa que serve, faço uma lista da roupa que eles necessitam para os próximos meses. Para os meus filhos, as peças essenciais são:

- um casaco quente e impermeável (o inverno passado nem o usaram, mas nunca se sabe...)
- casacos mais leves (2-3)
- camisolas quentes (3-4)
- t-shirts de manga curta (pelo menos umas 10)
- t-shirts de manga comprida (5-6)
- calças de ganga (uns 3 pares; eles não usam outro tipo de calças, como de bombazine ou outras)
- calções (3-4 pares para a primavera/verão)
- 1 par de sapatilhas de desporto
- 1 par de sapatos/botas de inverno
- 1 par de sapatilhas para o dia-a-dia
- 1 par de sandálias
- 1 par de chinelos de praia/piscina
- meias (pelo menos 10 pares)
- cuecas (umas 10 chegam)
- também fico com algumas t-shirts de manga comprida que já não servem para usar como camisolas interiores nos dias mais frios
- uns calções de banho para a piscina
- calções de banho para a praia (eles têm 4 ou 5 calções cada um, porque passam praticamente os 3 meses de férias de verão na praia e não usam calções nem calças neste período, mas se não fosse assim, um par de calções de banho chegava...)
- roupa específica para as actividades que frequentam (equipamento de futebol, kimono do judo, material para a natação...)

Obviamente, esta lista é a que se adequa aos meus filhos e à zona onde vivemos. Cada criança tem as suas necessidades de vestuário, consoante o clima do sítio onde vive e o seu estilo de vida... (mais sobre como organizar a roupa dos miúdos)


Mochilas e material escolar

Além da mochila da escola, cada um tem também uma mochila mais pequena multifunções: serve para levar a roupa quando vão passar o fim de semana fora, serve para levar o equipamento desportivo quando vão para as actividades, serve para levar brinquedos e livros quando vamos para a praia... As mochilas que eles têm foram compradas por mim na Alemanha há mais de 4 anos e ainda estão boas; não têm bonecos e são simples, por isso estão sempre actuais - é neste tipo de coisas que prefiro pagar mais e adquirir peças de qualidade que durem bastante.

O mesmo com as mochilas da escola. O miúdo mais velho vai para o 3º ano e a mochila é a mesma desde o 1º ano. Já está um pouco desgastada mas penso que ainda vai dar para este ano todo. No meu tempo de escola, todos os anos mudava de mochila, não por causa do desgaste, mas porque... era assim... um mochila nova todos os anos...

A minha parte preferida destas preparações para o ano novo é organizar o material escolar. Ao longo do ano, eles acumulam lápis, canetas, cadernos, imenso material que acabam por não usar na escola. Antes de comprar material novo, vejo o que temos em casa. Gosto de ter lápis de cor, canetas, lápis de carvão, borrachas, afias e folhas para eles usarem em casa. Depois, compro os essenciais que sei que vão precisar para a escola: muitos lápis de carvão, muitas borrachas (lápis e borrachas gastam-se a uma velocidade incrível), algumas caixas de lápis de cor e de cera, canetas, aguarelas, afias... Antes das aulas começarem, recebo a lista de material que as professoras querem e vou novamente à loja comprar o que falta (coisas mais estranhas como papel de manteiga, de lustro, cartolinas em cores específicas e coisas do género...). Os livros e cadernos do ano passado ficam devidamente arrumados na estante e forro os livros e cadernos novos.


Destralhar o quarto e a zona de estudo

É nesta altura que fazemos uma grande arrumação ao quarto e ao escritório dos miúdos. Eles partilham o quarto e fechámos a varanda do quarto deles para transformar em escritório e assim terem a área de brincar e dormir separada da zona de estudo. Cada um tem uma pequena secretária com gavetas, uma cadeira e uma estante. Os miúdos, como sabem, acumulam imensa tralha e de vez em quando tenho que dar uma volta às coisas deles... até já encontrei rolos de papel higiénico e garrafas de água vazias misturados com os brinquedos... Brinquedos estragados vão fora, brinquedos bons que eles já não usam ou brinquedos que têm a mais vão para o saco para dar. (mais dicas sobre como destralhar o quarto das crianças)


Relembrar ou criar rotinas diárias

Aproveito também esta altura do ano para relembrar as rotinas aos miúdos - deixar tudo preparado na noite anterior, levantar mais cedo, vestir e fazer a higiene pessoal, fazer a cama, ajudar na cozinha, alimentar os animais... 

Por fim, nós, pais, também temos que nos preparar para mais um ano escolar. O que fazemos, basicamente, é estabelecer quem vai levá-los e buscá-los à escola e quem vai com eles às diversas actividades. O esquema é geralmente o mesmo todos os anos, por isso essa rotina já está bem estabelecida. Eu e o J. dividimos estas tarefas; por exemplo, um vai levar os miúdos à escola e o outro vai buscá-los. Um vai a umas actividades, o outro vai a outras. Gosto sobretudo de pensar nas maneiras de aproveitar o tempo enquanto estou com os miúdos nas actividades. O ano passado, dependendo do local da actividade, ora lia, ora levava o portátil para trabalhar, ora ia correr, ora ia ao ginásio, ora ia passear, ora ficava na conversa com os outros pais...

Para nós, ajuda imenso ter um calendário familiar, rotinas diárias bem estabelecidas (e as rotinas não têm que ser coisas chatas!), sobretudo uma rotina matinal e uma rotina noturna. Ah, se não gostas da palavra rotina, pois parece uma coisa rígida e inflexível, tenta chamar-lhe ritmo - a ritmo associamos ordem, flexibilidade, movimento e fluidez!


E é assim... em menos de nada o verão acaba, as aulas começam e com elas o ritmo diário - e tento fazer o necessário para que a vida do dia a dia flua calmamente, sem stress e sem correrias... focando-me no essencial e eliminando o que não interessa!

13/08/2013

Educar crianças felizes no Algarve!!



A Magda do blog Mum's the Boss, é uma especialista em educação e parentalidade positiva. É também formadora nesta área - e finalmente ela decidiu organizar o seu já famoso workshop "A arte e a ciência de educar crianças felizes" no Algarve!!!

Vai ser no dia 28 de Setembro no Hotel Eva, em Faro. Eu vou lá estar! E tu?
Para mais informações, vai aqui.

Nas palavras da Magda,

O que é que os pais mais desejam para os seus filhos?
Que tenham muita saúde!
E a seguir?
Que sejam felizes! E a felicidade é um comportamento que se molda e trabalha. As pessoas mais felizes são pessoas mais saudáveis, mais desencucadas, mais cooperantes e que fazem bem aos outros. 
Atreve-se a dar uma lufada de ar fresco à educação dos seus filhos?

12/08/2013

As minhas ferramentas de organização

Ao longo destes 2 anos de blog já escrevei vários posts com este título - ou títulos semelhantes... A verdade é que eu adoro experimentar novas ferramentas e vou alterando a minha maneira de organizar o trabalho e a vida com frequência, pois um método que pode ser ideal numa dada altura pode não funcionar noutra...

Então, sem mais demoras, aqui ficam todas as ferramentas que uso há já algum tempo para que tudo corra sobre rodas...

Gmail - o email do Google

O Gmail continua a ser, para mim, o melhor. Gosto do design simples, das funcionalidades e recebo todas as minhas contas de email numa só conta, o que poupa tempo e trabalho. Já aqui escrevi sobre como usar o Gmail de forma simples e prática, mais dicas sobre o Gmail e como lidar com o email de forma minimalista.

GCal - o calendário/agenda do google

Já tive agenda em papel, deixei de ter, voltei a ter, mas agora acho que a larguei definitivamente... Uso o calendário do google não só para apontar compromissos com dias e horas específicos, mas também para planear as tarefas para cada dia. Neste post explico melhor como uso o GCal.

GTasks - a lista de tarefas do google

Já usei tantas to-do lists diferentes que já lhes perdi a conta. Durante algum tempo usei (e gostei) o Toodledo, mas apercebi-me que não precisava de uma ferramenta tão complexa e completa. É que ao simplificar a vida, os compromissos, os afazeres, deixa de ser necessário organizar todas essas coisas... Uma ferramenta simples como o GTasks (integrado no Gmail) serve-me perfeitamente. Podem ler este e este post sobre o GTasks e como usar o GTasks e o GCal. Ah, e tenho acesso a todos estes produtos Google no meu telemóvel!

Evernote

O Evernote continua a ser uma ferramenta fantástica que uso praticamente todos os dias. O Evernote é como se fosse um arquivador online. Guardo lá (quase) tudo. Guardo artigos da net, digitalizações de artigos em papel, informações importantes que digitalizo ou escrevo (info da escola, actividades, horários dos miúdos, etc.), receitas, informações pessoas, passwords (devidamente encriptadas)... Uso também para juntar informação útil para projectos ou artigos em que estou a trabalhar no momento, e até já usei o Evernote na implementação do método GTD! Quando navego na net uso o Evernote Web Clipper para, através de um clique, capturar a página que quero guardar para o Evernote. A versão grátis funciona perfeitamente e é mais que suficiente para as minhas necessidades. Uso também o app no telemóvel.

Dropbox

O que seria de mim sem o Dropbox... Nunca mais tive que me preocupar com backups, nem andar com pens atrás a passar ficheiros de um computador para o outro... Digamos que mais de 90% dos meus ficheiros estão no Dropbox, tudo devidamente organizado. Só não tenho no Dropbox fotografias mais antigas, pois ocupam muito espaço (tenho-as num disco externo). Quando se faz o dowload do Dropbox para o computador, fica uma pasta no computador, ou seja, os nossos ficheiros não estão apenas na nuvem... Sempre que alteramos algum ficheiro nessa pasta, é logo sincronizado com a nuvem e depois com os outros computadores em que temos o Dropbox (estando ligados à net, claro). As pastas podem ser partilhadas com outros utilizadores, o que dá imenso jeito para trabalhar em conjunto. Existem outras aplicações deste género, mas o Dropbox foi o meu primeiro amor... Se ainda não tens Dropbox, podes aderir aqui (se usares o link, eu ganho mais espaço no meu Dropbox - depois de aderires podes fazer o mesmo para ganhares mais espaço).

Blogger

É a plataforma que uso não só para este blog, mas também para o meu site profissional. Embora o Blogger seja para criar blogs, também dá para fazer um website estático. Foi o que fiz, seguindo estes passos.

Instagram

Andei indecisa entre o Instagram e o Flickr, mas ultimamente tenho usado apenas o Instagram para partilhar fotos. A sua simplicidade e facilidade de uso atraem-me imesno (o Flickr é mais complexo). Se quiserem seguir-me no Instagram, estou aqui.

Bloglovin

O fim do google reader foi uma das maiores desgraças blogosféricas este ano... Comecei a usar o Bloglovin, que é simples, sem muito pormenores que só atrapalham, e estou contente... De qualquer modo, já não sigo tantos blogs como antigamente...

Pinterest

Adoro! Enquanto no Evernote guardo tudo o que sejam palavras, no Pinterest guardo as imagens que me inspiram. Tal como o Evernote, o Pinterest também tem um plugin que permite capturar as imagens que queremos de uma determinada webpage.

Instapaper

É a minha mais recente ferramenta. Basicamente, o Instapaper guarda páginas da net para que as possa ler depois. Acontece com frequência deparar-me com artigos que quero ler mas não tenho tempo na altura. Com um clique, o Instapaper guarda-os e assim posso lê-los quando puder ou quiser. Muito útil!



10/08/2013

Ultimamente...

Foi assim o meu mês de Julho... 200 horas de formação de instrutor de yoga...

No primeiro dia, de comboio, com o tapete, o almoço, caderno, material de escrita...

O estudo começou logo no primeiro dia... e tive muito que estudar... 

Meditando no OM... 

A estação de Ferragudo/Parchal... onde pacientemente esperei pelo comboio todos os dias... 

 À espera do comboio...

Ah... último dia de curso, depois do exame, todas aprovadas!

09/08/2013

A vida simples de pessoas reais - Clarissa

Simplicidade é tudo

Li esta matéria indicada por um amigo do trabalho que acho que é o único que pensa muito parecido comigo no meio dessa fauna que é o meu escritório. E fiquei abismada ao perceber que eu sou naturalmente e intuitivamente uma minimalista. Nunca fui consumista, nunca gastei meu dinheiro com bobagens. E sempre condenei quem fica entupindo o armário de roupas da moda ou quem fica comprando mil presentes para as pessoas o tempo todo. Eu tenho uma amiga aqui no trabalho que reserva uma quantia mensal para gastar com presentes (?????????). O que eu tenho de roupa no armário vai durar pelo menos uns 20 anos, sapatos idem. Não vou entrar nessa loucura de ter que usar roupas da moda e tal. Eu sempre doei aquilo que não quero mais e sempre renovei algumas peças também através de doação. 

Além dessa questão do consumo de roupas e sapatos, os minimalistas também defendem uma casa com menos tralhas. Esta é uma questão que sempre me incomodou. Uma vez ao ano eu faço uma limpeza geral na casa e procuro me livrar do desnecessário. Não consigo chegar ao ponto de ficar sem móveis e sem meus livros. Não quero radicalizar. Mas essa limpeza do "lixo" é sim essencial para qualquer pessoa. 

Eu estou no momento de descobrir o que é importante de verdade para mim, de tentar me livrar das "obrigações" desnecessárias - aquilo que a gente se impõe porque acha que tem que fazer para ser feliz. Eu fico mais tempo em casa, cozinhando, bordando e lendo. E quando saio é para dar longas caminhadas para observar o mundo a minha volta. Tento voltar a pé para casa depois do trabalho pelo menos uma vez por semana. E voltei a fazer terapia e yoga - atividades que eu tinha eliminado da vida. Mas o mais importante que eu estou fazendo por mim mesma é dar pouca ou nenhuma importância para os estresses do trabalho. Eu, no fundo, acho tudo uma grande bobagem e tenho cada vez mais certeza de que não acredito em nada do que faço. Trabalho só para poder ser feliz nas horas vagas. E isso será por tempo determinado. Estou poupando meu dinheiro para ter uma vida mais interessante em um futuro próximo. Pode ser um trabalho que pague muito menos e que tenha muito menos status - desde que eu goste e acredite nele. 

De certa forma eu fiquei aliviada ao descobrir que eu não sou a única no mundo que olha para essa loucura toda e tem certeza absoluta de que as pessoas levam vidas equivocadas. Eu ainda levo uma vida equivocada. Mas já tenho consciência disso e agora me planejo para ter uma vida mais simples e portanto mais plena e feliz.

Clarissa

~

Queres participar? Envia-me um texto a contar a tua jornada em direcção a uma vida mais simples para o email rita (at) busywomanstripycat.com, com o assunto "guest post". Obrigada!

05/08/2013

De volta à Terra

Natarajasana, Ferragudo

Como sabem, o mês passado estive a fazer um curso de 200 horas de instrutores de yoga. O curso foi dirigido pelo professor Paulo Hayes da Associação Europeia de Terapias Orientais. Foi fantástico e excedeu mesmo as minhas expectativas. Anatomia humana e subtil, muita filosofia do yoga, muita prática, muito riso e muita amizade (e até falámos de física quântica!). Foram 21 dias muito bem passados, apesar dos trabalhos de casa, trabalho de grupo, exame final, aulas que tivemos que dar (umas às outras), e o muito que tivemos que estudar.

Para mim, o curso foi sobretudo uma viagem espiritual. Aprendi mais sobre mim e comecei a sentir melhor o meu corpo (o físico, o astral e o causal...). Palavras como kundalini, namaste, doshas, gunas, sutras, om, e outras fazem agora parte do meu vocabulário diário (pena que a maior parte das pessoas que me rodeiam não fazem ideia do que estou a falar...). 

Algumas das minhas colegas fizeram o curso com o objectivo de se tornarem professores de yoga. Outras, como eu, queriam sobretudo aprender mais e quem sabe um dia dar aulas. Eu ainda não sei qual será o meu caminho como professora. Continuo com a minha prática diária de yoga e vejo agora certo aspectos do yoga com maior clareza. Agora sei qual é o meu caminho em termos da minha prática e não há dúvida que os estilos mais vigorosos de yoga são os que fazem mais sentido para mim (o meu dosha é pitta e os pitta têm de facto tendência para formas de yoga mais vigorosas, apesar dos estilos mais calmos fazerem-nos bem...). Com o curso também fiquei mais consciente do meu dharma (a minha missão), apesar de ainda não ter as coisas bem claras na minha cabeça - preciso de meditar mais para tal!

A avaliação global é muito, muito positiva. Posso dizer que agora sou uma estudante e praticante de yoga - já iniciei o caminho e sim, consigo sentir a kundalini a subir durante a prática (para quem sabe o que é a kundalini...). Pratico yoga tanto em cima como fora do tapete (quer isto dizer que o yoga não é só a parte física) e a minha prática confirmou-se como prioritária na minha vida. O yoga não me dá apenas um corpo físico saudável. Dá-me saúde mental, paz de espírito, paciência, concentração... Dá-me uma outra visão do mundo, e esta visão é agora muito mais bonita do que era. Não há dúvida que encontrei o meu caminho.

02/08/2013

A vida simples de pessoas reais - Carla

Vivia sozinha num apartamento T2, atulhado de tralhas, coisas novas, coisas velhas (trazidas de um casamento anterior) mas que eram minhas e apesar de velhas lá estavam, contudo comprei coisas novas para o apartamento, resumindo um T2 onde vivia 1 pessoa e não tinha espaço para nada. A vida mudou e a mim juntou-se o namorado e de 15 em 15 dias os dois filhotes deles, pânico total, se não havia espaço para as minhas coisas, onde iria eu enfiar as coisas de mais três pessoas...
Foi ao pesquisar na internet ideias para arrumações que vim parar ao teu blogue (note-se que nesta altura já se planeava comprar uma casa maior); comecei a ler post atrás de post, confesso que andei bem umas duas semanas nisto, a planear o destralhar do t2, e um dia fez-se luz, é hoje…
Comecei pelo quarto, dos 12 conjuntos de lençóis que tinha, fiquei com dois para a cama de casal e ainda fiz de outros, lençóis para as camas dos miúdos, o resto dei a uma instituição. Roupeiros existem dois, um em cada quarto cheios de tralhas minhas; destralhei  o do nosso quarto tem agora a roupa de duas pessoas, e entre roupas minhas e do namorado enchi 5 sacos pretos gigantes que dei a uma instituição (roupa ainda com etiquetas).
Casas de banho eram duas, depois do destralhar ficaram vazias, agora tenho apenas aquilo que uso e não mil produtos para o cabelo e corpo.
Na sala, meu deus tanta tralha, mas tralha mesmo, dei e deitei fora coisas velhas sem uso algum.
Na cozinha, outro desastre, tanta, mas tanta coisa, umas para dar, outras literalmente para o lixo.
Confesso que continuo a destralhar, está a tornar-se um vício, tanto que a casa está enorme, depressa se foram os planos para mudar de casa e de quinze em quinze dias quando os miúdos vêm, dizem sempre que a casa parece maior, até a mais pequena já me diz, tens que me ajudar a destralhar os brinquedos...
Obrigada pelas dicas e por tanto nos ajudares, sinto-me uma pessoa, muito mais feliz e com muito mais tempo para o que é realmente importante.
Carla

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