27/02/2015

O que significa não julgar

Ontem li este texto e não podia deixar de partilhar uma pequena passagem convosco.

Queres saber o que é não julgar o próximo? É isto:

Lembro-me da primeira que fui à Índia, em 1969. Foi na altura dos hippies e havia muito poucos ocidentais na Índia nesse período. Mas muitos deles vestiam-se totalmente com as exóticas roupas Tibetanas. Eu era bastante crítico acerca disto e achava que era ofensivo para os Tibetanos; achava que estes ocidentais estavam a copiar e a imitar os Tibetanos. 

Na altura, vivia com um monge Tibetano, e perguntei-lhe "O que é os Tibetanos acham destes ocidentais que andam por aí vestidos com roupas Tibetanas?". E ele respondeu "Achamos que gostam das roupas Tibetanas." Nenhum julgamento. Foi muito, muito útil.

Que seja esta a nossa intenção para hoje - não julgar os outros.


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17/02/2015

Identificar o essencial

Levar uma vida calma, serena, descansada, sem stresses, sem ansiedade, é um sonho de muitos de nós. Mas dar aquele primeiro passo é muito complicado para muita gente. A desculpa está sempre na ponta da língua - não tenho tempo. Às vezes também digo que não tenho tempo, mas na verdade o que quero dizer é que certa coisa não é prioritária para mim - ter tempo, tenho, mas não o quero ocupar com aquilo.

O problema não é falta de tempo. O problema é termos demasiadas coisas para fazer, muitas das quais, na verdade, não nos interessam. Como é que o minimalismo pode ajudar? Identificando o essencial e eliminando o resto!

Esta máxima do minimalismo não se aplica só nas coisas materiais. Aplica-se também nas nossas responsabilidades e compromissos.

> Começa por escrever numa folha todas as áreas da tua vida - todas as responsabilidades, compromissos, papéis que desempenhas.

> Olha friamente para essa lista - há alguma coisa que gostarias de eliminar? Alguma coisa com a qual não queres mais perder tempo? Não te prendas ao facto de os outros estarem à espera de certas coisas de ti. Neste momento, pensa só em ti.

> Rodeia agora as responsabilidades que são mais importantes para ti. Não há um número certo - podem ser mais ou menos que 4 ou 5.

> A partir deste momento, tenta ocupar a maioria do teu tempo nestas atividades e responsabilidades que são importantes; tenta eliminar ou reduzir ao máximo as outras.

Quando fiz este exercício pela primeira vez, eliminei muita coisa da minha vida, desde coisas grandes como responsabilidades num partido político, até coisas pequenas como o uso de várias redes sociais.

O que fiz daí para a frente, e faço regularmente, é estar consciente do que é essencial e do que é acessório. Ainda há dias tive que olhar friamente para as coisas e decidir se uma dada atividade física, à qual fiquei com muita vontade de voltar, era mesmo importante para mim. Apesar de ser uma coisa que já me deu muito prazer e que adoro, não tenho agora espaço nem tempo para ela. 
Também recebi, há poucas semanas, uma proposta de um editora para escrever um livro. Isso, eu adorava mesmo fazer, mas os prazos que me deram não eram compatíveis com o resto da minha vida. Olhando friamente para as coisas, vi que o mais importante são as minhas responsabilidades do momento, e não posso nem quero prejudicá-las com coisas que até são giras e interessantes, mas não são, pelo menos neste momento, essenciais. 

Há tempo para tudo - mas não tudo ao mesmo tempo.



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09/02/2015

Uma mente flexível

Uma das coisas que o Buda nos ensinou é que o apego traz sofrimento. O apego às coisas, o apego ao que queremos, o apego aos resultados que desejamos obter, tudo isso, quando perdemos as coisas ou não conseguimos o que queríamos, é uma fonte de sofrimento. O amor, claro, também é uma forma de apego. Claro que devemos amar, mas também devemos saber praticar o desapego (o "let go" em inglês soa melhor que a versão portuguesa) quando é necessário.

Mas o que eu queria mesmo escrever hoje é sobre o nosso apego aos resultados, à maneira como queremos que as coisas se desenrolem. Por exemplo, quando começamos um novo projecto, de trabalho ou pessoal, temos à partida uma ideia dos resultados que gostaríamos de obter. Quando conhecemos alguém, temos expectativas em relação a essa pessoa. Quando os nosso filhos vão para escola, queremos que eles obtenham um determinado rendimento. E quando as nossas expectativas em relação a nós próprios e aos outros não se concretizam, sofremos. Sofremos porque estamos apegados a um determinado resultado. 

A vida torna-se muito mais cor-de-rosa quando nos deixamos de expectativas, quando não temos ideias pré-concebidas, quando não esperamos nada dos outros. Não faz mal termos planos e objectivos para a nossa vida, claro, mas faz mal olharmos só para a meta e não gozarmos o caminho. Faz mal pensar só no futuro e não viver o presente. Faz mal não ser flexível em relação ao mundo. O mundo, as pessoas, a energia, tudo está em constante mudança - uma mente flexível e aberta permite uma melhor adaptação à variabilidade e, claro, pode prevenir grande parte do sofrimento.

As pessoas tiram conclusões demasiado depressa e fazem julgamentos acerca dos outros baseados em muito pouco. Se fulano passou por mim na rua e não me cumprimentou é porque é um malcriado e tem a mania que é melhor que os outros. Nem se põe a hipótese de fulano estar distraído, completamente absorvido pelos seus pensamentos, totalmente focado no seu mundo interior. Se beltrano cometeu uma inconfidência é porque fez de propósito para lixar sicrano. Sicrano nem põe a hipótese de não ter sido intencional por parte de beltrano - não, beltrano é mesquinho e o seu objetivo é deixar os outros mal. 

Estes mal-entendidos estão sempre a acontecer. As pessoas tiram conclusões precipitadas, não olham para o outro lado, e, infelizmente, quando não têm os dados todos, assumem sempre o pior - dar o benefício da dúvida parece que caiu em desuso. Será que é por estarmos apegados àquela mentalidade judaico-cristã que nos diz que somos todos pecadores? 

Eu não sei o que é, mas acredito que as pessoas são fundamentalmente boas e que o ambiente que as rodeia é que as molda e as leva a agir de outras maneiras. E, por isso, acredito que todos podemos mudar e melhorar, e começar a olhar para os outros e para o mundo de outra forma - de uma forma mais positiva. Sim, há muita coisa má, mas também há muita coisa boa no mundo - e parece que muita pessoas perderam a capacidade de ver a parte boa, de dar o benefício da dúvida, de assumir o melhor em vez do pior. 

Considerando que a física quântica nos diz que a nossa consciência cria a nossa própria realidade, o que proponho hoje é treinar a flexibilidade da mente. Durante uns dias, tenta ver sempre o lado positivo das coisas. Não penses no que não tens, mas sim no que tens, e sente-te grato por isso. Não assumas que os outros só querem é lixar-te; tenta olhar pelos olhos dos outros e tenta compreendê-los. Lembra-te que se alguém te falar mal, eles é que têm algum problema, não tu; então, porquê ficares tão chateado com isso? Não te deixes influenciar pela negatividade que há à tua volta; atreve-te a ser diferente e deixa, sim, que a tua positividade influencie os outros. Lembra-te que os seres humanos têm muita bondade cá dentro; cabe a cada um de nós cultivá-la e deixá-la florescer. E, assim, mudar o mundo.



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