31/12/2011

As últimas de 2011: um ano de mudança


Hoje ainda não saí de casa. Já arrumei, limpei, lavei roupa, estendi roupa, passei a ferro, fiz bolos e biscoitos, pus a mesa para o jantar e a mesinha de centro para a ceia. Falta-me ir à rua pôr o lixo e fazer um frango de fricassé. A noite será passada em casa, a comer e a ver o Harry Potter. Agora sentei-me um bocadinho na sala a ouvir Miles Davis e a pensar neste ano que passou.

Profissionalmente falando, a grande mudança foi tornar-me pos-doc. Continuo a fazer o que adoro, mas agora com mais responsabilidades (e um salário um bocadinho maior).
Pessoalmente, o minimalismo tomou conta de mim. Mudei radicalmente a minha maneira de olhar para as coisas, para o dinheiro, para o tempo.

Olho em redor e penso no que já fiz e no que ainda me falta fazer nesta aventura minimalista, nesta demanda de ser mais com menos, de valorizar as experiências em vez das coisas, de ter apenas aquilo que preciso e fazer sobretudo aquilo de que gosto.

Este ano cortei em muitas coisas e priorizei outras. Sinto que ainda passo demasiado tempo a tratar da casa (mesmo tendo empregada), embora muito menos do que antes. A casa está quase, quase lá onde eu quero (a minha casa é um paraíso sem tralha quando comparada com a maior parte das outras que conheço...). Livrei-me de imensa mobília. Livrei-me de mais de metade da minha roupa e de dois terços dos meus sapatos. Livrei-me de louça, de livros, de papeladas, de porcarias que não me faziam nenhuma falta. Livrei-me de compromissos que não me interessavam. Ganhei tempo. Fiz mais coisas para mim, tratei mais de mim, fiz mais desporto, cozinhei mais, passei mais tempo de qualidade com a família. Gosto imenso de mim assim.

O minimalismo tornou-me de facto uma pessoa muito mais feliz.

O ano que aí vem vai ser ainda melhor. Ainda tenho coisas na minha vida e em casa para simplificar e minimizar. No trabalho, este ano vai ser muito, muito puxado. Quero continuar a trabalhar noutros projectos que me fazem muito feliz (como este blog - e obrigada a vocês, leitores, por isso). E quero mesmo ajudar outras pessoas a verem a beleza do Less is More.

Bom Ano Novo!





30/12/2011

Aproveitar água e usá-la para outros fins

Uma das coisas que alterei em direcção a uma vida mais verde e frugal foi começar a aproveitar melhor a água. A água da chuva, a água do banho que fica a correr enquanto não vem quente e a água para lavar os dentes.


Para apanhar a água da chuva uso um canteiro na varanda voltado para fora. Confesso que tenho algum receio que o canteiro fique tão cheio de água e tão pesado que caia lá em baixo na rua...
À medida que for enchendo, vou esvaziando a água para um garrafão de 5 L e uso depois para regar as flores. Como a água da chuva não tem minerais dissolvidos, geralmente adiciono adubo para as plantas.

Aproveito também a água do banho, aquela que fica a correr enquanto não vem a água quente. Arranjei dois baldes, um para cada banheira, onde colocamos o chuveiro a deitar água, que depois usamos na sanita.

É verdade! Eu, como boa cientista que sou, fiz a experiência.
Lavando os dentes normalmente, sem copo e abrindo a torneira de vez em quando (mas não a deixo aberta enquanto escovo os dentes), gasto 2 litros de água!!! Dois litros! Nunca imaginei que fosse tanto... Fiquei mesmo chocada... O J. só gasta 1 litro...

Depois experimentei com um copo com 250 mL de água. Mergulhei a escova no copo, lavei os dentes, lavei a escova e ainda fiquei com água para lavar o lavatório como faço sempre... Ou seja, o uso de copo para lavar os dentes passou a ser obrigatório cá em casa!

Feitas as contas, e considerando que lavo os dentes em casa pelo menos 2 vezes por dia, ao fim do ano são 1460 litros; usando o copo são apenas cerca de 183 L, ou seja, menos 1277 litros...

28/12/2011

Um 2012 simples


Faço sempre resoluções para o Ano Novo, mas geralmente não resulta porque a) quero sempre tanta coisa que b) acabo por não cumprir nem metade e c) isso é desmotivante... Das 13 resoluções que fiz para 2011, cumpri 5 e meia. Uma taxa de sucesso de 42% não é grande coisa...

Há muitos minimalistas famosos, como o Leo e o Joshua, que vivem sem objectivos. Não ter objectivos permite-lhes viver com menos stress e ser mais produtivos e felizes. Viver sem objectivos significa não estar sujeito a acções diárias, semanais, mensais ou anuais pré-definidas. Viver sem objectivos significa simplesmente fazer. Fazer todos os dias aquilo de que gostamos.

Eu não chego a esse extremo e gosto de ver as coisas escritas para não me esquecer do que pretende alcançar. No entanto, já não faço listas enormes de coisas para fazer, que só me traziam ansiedade, por não ser capaz de fazer tudo em tempo útil. Este ano decidi ser mais realista e menos ambiciosa. Graças ao meu novo estilo de vida minimalista, disse não a muitas coisas e agora consigo focar-me mais no que realmente é importante para mim.



A semana entre o Natal e a passagem de ano é uma altura estranha, como refere a Barrie. Geralmente tiro sempre esta semana de férias e aproveito para ficar em casa. Faço algumas arrumações, destralho mais um bocadinho, leio muito, e penso no ano que aí vem.

A Barrie tem um post óptimo sobre maneiras de preparamos o nosso desenvolvimento pessoal para 2012.
É um processo de reflexão dividido em 12 partes. Ao reflectir sobre alguns desses pontos, estabeleci objectivos que me parecem realistas e atingíveis. Nos próximos posts vou falar um pouco sobre o que tenciono fazer para atingir cada um destes objectivos.


1. Físico
~ alcançar a melhor forma física de sempre
~ melhorar o meu ténis

2. Alimentação
~ comer mais fruta, legumes e sementes
~ fazer refeições super saudáveis para a família

3. Relações
~ mais tempo de qualidade com a família
~ criar/estabelecer tradições familiares

4. Intelecto
~ ler 2 livros por mês
~ fazer puzzles

5. Hábitos
~ levantar-me cedo sempre
~ seguir as rotinas da manhã, da tarde e da noite
~ 1 dia por semana sem ligar o computador

6. Finanças
~ poupar 40-50% do que ganho
~ viver de forma mais frugal e verde

7. Trabalho
~ escrever/publicar 6 artigos
~ fazer todo o trabalho de laboratório e não procrastinar

E é isto! 

Boas entradas para todos vós!



23/12/2011

O melhor da Busy Woman

Em primeiro lugar, OBRIGADA! Obrigada a todos os que me lêem, aos que deixam comentários e aos que mandam emails fantásticos. Sem vós, isto não teria tanta piada.

Estava a olhar para os arquivos do blog e decidi escolher os meus 10 posts favoritos (há muitos outros, mas tive que escolher apenas 10). 
Não são necessariamente os que tiveram mais comentários ou page views, mas sim os que me deram mais prazer a escrever. São eles:

Como gerir o dinheiro

Como organizar a roupa das crianças

Planear uma grande ida ao Ikea

Agenda GTD - como começar

Por que é que eu adoro a blogosfera

40 ideias para viver de forma mais ecológica

O problema da meta-tralha

6 vantagens de ter menos

Levantar cedo

Natal sem prendas

Para a semana vou fazer uma pequena sabática digital.
Volto dia 30 com um post sobre os meus objectivos para 2012 e depois só na semana seguinte.

Desejo um Bom Natal e Bom Ano para todos!

22/12/2011

Prendas minimalistas


Como já disse, este Natal não vou dar prendas (excepto aos meus filhos), nem estou à espera de as receber.
Não tem que haver uma altura ou um dia marcado no calendário para oferecer alguma coisa a alguém. Não tem que haver essa obrigatoriedade de oferecer coisas no Natal ou no dia de anos. Não devemos mostrar o nosso afecto por alguém oferecendo coisas inúteis em dias específicos.

Há coisas úteis que podem ser oferecidas em qualquer dia do ano, só porque sim.
Aqui ficam algumas ideias de prendas minimalistas que eu adoraria dar e receber (mas não no Natal!):

~ e-books
~ cheques-prenda
~ donativos para caridade
~ bilhetes (cinema, concertos, teatro)
~ aulas (piano, equitação, ténis, etc.)
~ massagem (um vale ou feita por nós)
~ flores (tulipas brancas para mim)
~ software
~ receitas
~ música (em formato digital)
~ serviços (babysitting, limpeza)
~ investimentos financeiros (por exemplo, certificados do tesouro)
~ férias em família (mas em Portugal!)
~ piquenique
~ remodelação de uma divisão
~ moldura digital
~ bicicletas
~ prendas expansíveis (comboios, etc)
~ prendas comestíveis (bolos, bolachas, biscoitos, compotas, etc.)
~ kits para fazer crafts (por exemplo, os quilt kits da Concha)
~ cartão Kiva para ajudar quem realmente precisa

21/12/2011

Estrelas alemãs

Este ano os miúdos (os pais) tiveram que fazer uma árvore de Natal e uma estrela de Natal com materiais reciclados e recicláveis. O ano passado a coisa não correu lá muito bem, mas este ano esmerei-me!

Fiz esta árvore com jornais velhos:





E esta estrela de Natal:



As estrelas de papel são chamadas estrelas alemãs. Usei este excelente tutorial em video para as fazer. Um bocadinho complicado de início, mas depois torna-se viciante!

20/12/2011

Dizer não e simplificar


Se quisermos resumir o minimalismo numa frase, pode ser assim:

~ identificar o essencial e eliminar o resto ~

Quando comecei a ler o Leo Babauta, há mais de um ano atrás, fiz, como ele sugere: 

~ uma lista das 4-5 coisas mais importantes para mim
~ uma lista de todos os meus compromissos e responsabilidades

Comparei as duas listas e comecei a eliminar o que estava a mais na segunda. Comecei a dizer não a várias coisas:

~ Disse não à política - eu era membro de um partido político e tinha alguma actividade a nível local e regional, mas a paixão pela política já era.

~ Disse não a encomendas - adoro costurar, andei muito entusiasmada com a minha loja etsy o ano passado e com todas as encomendas que me faziam, mas o dinheiro extra não me compensa o tempo que gasto. Gosto de fazer coisas para mim, para a família, para a casa, mas não quero gastar mais tempo com isso só para ganhar algum dinheiro. Se me apetecer fazer peças para vender, faço, mas fazer peças por encomenda, com deadlines, é um factor de stress ao qual digo não.

~ Disse não ao twitter (nunca o percebi lá muito bem) e a vários fóruns que frequentava.

~ Disse não a muitos, muitos blogs e eliminei-os do reader; o que eu mais detesto ler (e ouvir) é pessoas a queixarem-se constantemente dos seus trabalhos, e que bom que é sexta-feira e que desgraça que amanhã já é segunda (é que irrita-me mesmo!) - dada a situação, deviam era ficar muito felizes por terem trabalho! A sério, pessoas dessas para mim não dá, nem na blogosfera nem ao vivo.

Mais recentemente, e sobretudo depois de decidir conscientemente que queria tornar-me minimalista, comecei a dizer não a várias coisas no trabalho. O não mais significativo até agora foi a um convite para participar num cruzeiro oceanográfico de 40 dias pelo Atlântico num super navio alemão. 

O livro The Power of Less do Leo Babauta fez-me abrir ainda mais os olhos em relação ao que é importante.  Ele escreve que devemos escolher fazer menos coisas, mas as coisas com mais impacto para atingirmos o nosso objectivo.

Por exemplo, em relação à minha carreira, o mais importante é publicar artigos. Logo, devo dedicar-me a projectos que permitam obter dados publicáveis em tempo útil. O cruzeiro oceanográfico, apesar de ser uma experiência fantástica, não se enquadrava nessa categoria de projectos. Portanto, disse não.

Também tenho simplificado muito as minhas listas de coisas a fazer. A verdade é que ver listas enormes de coisas para fazer provoca-me ansiedade, pois não consigo fazer tudo tão depressa como gostaria. Há muitas coisas que quero fazer mas já não as escrevo. Eu sei que quero fazê-las, e fá-las-hei quando me apetecer ou quando se proporcionar, mas não quero sentir-me obrigada a fazê-las porque estão escritas numa lista. Vai-se fazendo, aos poucos. Vai-se vivendo, com calma, devagar, um dia de cada vez, sem stresses. 

Uma noite destas, por exemplo, tinha pensado fazer uma almofada para o sofá da sala. Ia fazê-la, mas os meus filhos estavam os dois no quarto a ver bonecos na televisão, sozinhos. Se estivessem a fazer alguma coisa mais educativa, como um puzzle ou assim, tinha ido fazer a almofada, mas dada a situação, achei melhor fazermos qualquer coisa juntos. E fomos todos para a sala ver um filme (Monsters vs. Aliens). Muito melhor! A almofada pode esperar.

19/12/2011

Entrevista no Mum's the boss

A Magda é uma querida e entrevistou-me para o seu blog Mum's the boss. Adorei as questões e diverti-me imenso a responder! Passem por ! A entrevista está aqui.


16/12/2011

Simplificar a minha vida online

aqui tinha falado da simplificação da minha presença online, mas ainda muito tinha ficado por fazer.

Esta semana andei a tratar do Facebook e do Flickr

Flickr
Tenho uma conta Pro que acaba daqui a uns dias e não a vou renovar. Tinha muitos albuns e centenas de fotos. Apaguei a maior parte. Deixei as que gosto mais. Não tenho fotos dos miúdos, visto que os albuns do Flickr são públicos. A partir de agora usarei o Flickr para mostrar apenas as minhas melhores fotos. Já não o vou usar para fazer backups (se bem que os albuns podem ficar privados). Quanto menos coisas minhas estiverem online, melhor. Também removi vários users da minha lista de contactos, sobretudo aqueles que não colocam fotos há muito tempo ou aqueles cujas fotos não me interessam. E para acabar, saí de vários grupos e acabei com um grupo que eu própria tinha criado...

Facebook
Só aceito pessoas que de facto conheço pessoalmente ou pessoas que conheço da blogosfera mas com as quais tenho uma relação mais além do ler/comentar blogs. Não aceito pessoas que não conheço (ou pessoas que não me interessam). 
Em relação às fotografias, tinha dezenas de albuns. Apaguei a maioria e deixei só fotos giras/interessantes/importantes. Tirei a maioria das fotos dos meus filhos, se bem que o meu perfil só pode ser visto por amigos, mas nunca se sabe...
Odeio os jogos do facebook. Gosto dos wall posts e de status updates, pois assim sei o que se passa na vida das pessoas que me interessam (por exemplo, ontem soube que uma colega está grávida!). Também gosto de partilhar links que vou encontrando que podem ser interessantes para mais alguém.

O fenómeno "quit facebook" tem-se espalhado de forma viral pela internet, e em todo o lado encontramos posts do tipo "why I quit facebook" ou "reasons why you should quit facebook".

Eu não perco assim tanto tempo quanto isso no facebook, portanto não estou a pensar apagar a minha conta.

Adorei ler este post da Laura sobre uma boa utilização do facebook e este da Katy sobre a sua saída do facebook.

Bons argumentos para encerrar a conta podem ser vistos neste video (vale a pena!):



14/12/2011

Projecto usa tudo ~ Wear it all project

A Courtney Carver do blog Be More with Less criou o Project 333, que basicamente consiste em escolher 33 peças de roupa e acessórios (excluindo roupa interior, roupa de dormir, roupa para fazer desporto e roupa específica para o trabalho) e usar apenas essas 33 peças durante 3 meses. O projecto alcançou imensa fama na blogosfera, sobretudo entre minimalistas, quer moderados, quer radicais. Li muitos testemunhos de pessoas que seguiram o Project 333 e dizem que, além de fácil, sentiram-se muito mais livres, pois acabou a obrigação/expectativa de seguir modas e ter muita roupa.

Pensei seriamente em experimentar o Project 333. Até escolhi as 33 peças. Mas depois pensei que em vez de me restringir a 33 peças de roupa e acessórios, o que eu devia fazer era tentar usar tudo o que tenho (que já não é assim tanto quanto isso, depois disto tudo). Toda a roupa, todos os sapatos, toda a bijutaria, todas as malas e cintos, toda a roupa interior, tudo. Assim, determinava de forma empírica a roupa que realmente uso e me faz falta, e a roupa que não uso e que, portanto, pode ir fora.

Lembrei-me então de criar o meu próprio projecto -  "Wear it all project", ou "Projecto usa tudo" (ou projeto, como quiserem...). 

As regras são:

1. Fotografar toda a roupa e acessórios e imprimir as fotos. 

2. Incluir toda a roupa (interior, desporto, dormir, andar por casa, etc.) e todos os acessórios (sapatos, malas, bijutaria, cintos, etc.).

3. Usar (ou tentar usar) cada peça pelo menos 1 vez ao longo de 1 ano (excepção feita para roupa para ocasiões/climas específicos, como roupa para a neve, vestido de casamento, etc.).

4. Todos os dias, riscar nas fotos as peças que estão a ser usadas pela primeira vez.

5. Ao fim de 1 ano, as peças que não tiverem sido riscadas, ou seja, o que não foi usado nem uma vez, vai fora (para dar, vender, ou para o lixo se estiver em más condições).

6. Esta regra é opcional, mas é a mais divertida. Todos os dias, fotografar a fatiota (assim é mais fácil para controlar o que já foi usado). A fotografia é só da roupa usada durante o dia (não é preciso fotografar a roupa de dormir e muito menos a roupa interior! Mas estas também têm que estar fotografadas e devem ser riscadas da foto quando usadas).

7. Claro que se podem comprar novas peças ao longo do ano, que devem ser fotografas - e usadas!

Já fotografei a maior parte das minhas roupas, fiz mosaicos com as fotos e imprimi.


Agora é ter as folhas acessíveis e não me esquecer de riscar as peças que já usei.

Começo este projecto a 1 de Janeiro de 2012. Vou mesmo tentar tirar fotos dos outfits diários e pôr no flickr num álbum específico (não quero pôr aqui no blog para não o entupir com fotos narcisistas minhas todos os dias).

Alguém se quer juntar a mim neste projecto??



13/12/2011

Minimizando a roupa (ainda mais)

Ontem dei mais uma volta à minha roupa e aos sapatos. Apesar de já me ter livrado de cerca de 50% da roupa que tinha, ainda fiquei com muitas peças que não uso.

Enchi uma caixa grande com roupa. Não a vou dar para já. Quero primeiro ver se lhe sinto a falta. Fiz o mesmo com mais de 10 pares de sapatos. Feitas as contas, tenho agora 20 (vinte!!) pares de sapatos (há 1 ano atrás tinha 55, e entretanto já comprei mais uns 5 pares, portanto tenho agora um terço do que tinha).

Os meus 20 pares de sapatos. Há uns meses atrás era assim.

Quando vejo o armário e as gavetas cada vez mais vazios sinto-me bem, sinto-me liberta. Mas o pior é quando estou de volta da roupa a decidir o que vai e o que fica. Penso no dinheiro que gastei e isso perturba-me bastante. Fico chateada comigo mesma por ter feito tantas compras impulsivas. E penso novamente no dinheiro que dei em troca daquelas coisas de que já não preciso (de que nunca precisei, para dizer a verdade). 

Este sentimento é normal quando se destralha e a melhor forma que tenho de lidar com ele é ignorá-lo. Também ajuda tirar as coisas da frente, ou seja, tirá-las de casa o mais depressa possível. Depois, sim, sinto-me bem.

Esta caixa vai por enquanto para a cave. No seu interior está roupa de inverno e de verão. Se no fim do próximo verão não lhe tiver mexido, já sabem o que lhe acontece. O mesmo para os sapatos.

Adeus...

A partir de agora, a roupa que comprar tem que obedecer aos seguintes critérios:

~ preciso mesmo dessa peça de roupa
~ a cor é uma das minhas cores
~ o tecido é de boa qualidade
~ posso conjugar a peça de várias maneiras diferentes
~ a relação qualidade/preço é boa
~ a peça assenta-me super bem e não precisa de arranjos (bainhas pode ser) 
~ e mais uma vez, preciso mesma dessa peça

Mais posts sobre roupa:

12/12/2011

Vantagens de viver numa casa mais pequena



Vivemos numa sociedade consumista e materialista. Temos que ter sempre mais e melhor que o vizinho do lado.
Pedimos empréstimos para comprar apartamentos ou vivendas grandes demais para as nossas necessidades.
Mas isso não nos traz felicidade. Lembro-me de uma amiga dizer-me que os pais queriam vender a vivenda que tinham construído porque passavam os fins-de-semana a tratar dela...
Com a crise, talvez as pessoas se tornem mais conscientes das suas reais necessidades e percebam que não precisam de tanto para serem felizes. Isto é um princípio básico do minimalismo, mas não é imediato para a maioria das pessoas, tão entranhada que está a ideia do quanto mais melhor.

As vantagens de viver numa casa pequena são inúmeras:

1) É mais barato.

2) Perdemos menos tempo com limpezas.

3) É mais fácil de manter.

4) Todos os custos associados ao crédito e impostos são mais baixos (seguros, IMI, etc.)

5) Ao ocuparmos menos espaço, diminuímos a nossa pegada ecológica.

6) Somos forçados a não acumular tralha.

7) A convivência entre os membros da família aumenta.

8) Ganhamos mais tempo, visto que perdemos menos tempo a tratar da casa.

9) Menos stress. Quanto menos coisas temos, menos temos que nos preocupar com elas.

10) Tudo isto resulta em mais felicidade.

09/12/2011

Fazer árvores de Natal com materiais recicláveis

O ano passado, na escola dos meus filhos, os miúdos fizeram, com a ajuda dos pais, árvores de Natal com materiais recicláveis. Este ano vai repetir-se a exposição e lá terei que fazer mais uma árvore de Natal (eu não tenho muito jeito para estas coisas).

Devo dizer que o ano passado fiquei um pouco envergonhada porque a árvore que fiz era a mais pequena e insignificante de todas... A culpa é toda minha. Na véspera de entregar a árvore na escola fui ao jantar do doutoramento de uma amiga, e só aí me lembrei que tinha a árvore para fazer... Fi-la nessa noite, depois do jantar, com uma enorme dor de cabeça. Mas aprendi que tenho que levar mais a sério estes trabalhos de casa da escola...

Aqui ficam as árvores do ano passado.








08/12/2011

Natal sem prendas


Nesta sociedade consumista e materialista em que vivemos, comprar e oferecer (e receber) prendas no Natal e aniversários é quase uma obrigação. Todas as pessoas à nossa volta estão à espera que o façamos. Não interessa a prenda, não interessa se é uma coisa útil ou não, interessa sim oferecer. 

Oferecer prendas significa, para a maioria das pessoas, que gostamos ou nos preocupamos com a pessoa a quem oferecemos a prenda. Como muito bem referem The Minimalists, então só nos preocupamos/gostamos dos outros dois dias por ano (Natal e aniversário)? Então e nos outros trezentos e sessenta e tal dias? Como é que mostramos a nossa preocupação e afecto durante a maior parte do ano? 

Mostramos com acções, com experiências, com conversas, com momentos - não com coisas. E daqui a uns anos é mais provável lembrarmo-nos de uma conversa interessante que tivemos com alguém do que lembrarmo-nos de quem é que ofereceu a tralha que se vai acumulando pela casa (porque deitar fora as coisas que nos oferecem não passa pela cabeça de ninguém, não vá a pessoa que ofereceu ficar ofendida...).

Pois bem, este ano, mudei toda a minha maneira de pensar acerca das prendas de Natal.

Tirando duas prendas para os miúdos, não vou oferecer prendas a ninguém. Ainda tinha pensado em fazer uns biscoitos e dar umas amostras do meu detergente para a roupa, mas a minimalista em mim diz-me que não. Quanto muito, faço um bolo para levar para a ceia de Natal.

E claro que também não estou à espera de receber nada - nem quero! Olhando bem para mim, para a minha casa e para a minha vida, já tenho tudo o que preciso. Não preciso de mais nada. Não preciso que me ofereçam coisas para mostrarem que gostam de mim. Isso mostra-se todos os dias com acções, e não duas vezes por ano com coisas.

Mais leituras sobre este assunto:

Getting rid of gifts
The case against buying Christmas presents
35 gifts your children will never forget

07/12/2011

Arte para a sala

A minha sala ficará completa com estes três posters que me dizem muito:

Gilda - um film noir que adoro, protagonizado por Rita Hayworth, uma das mais belas actrizes que Hollywood já viu, e Glenn Ford, um galã à moda antiga; os dois têm uma química fantástica e a Rita Hayworth faz um dos mais famosos stripteases da história do cinema (no qual tira apenas a luva)


Elevator to the gallows (Ascenseur pour l'Echafaud) - um filme noir francês que nunca vi, mas a banda sonora, de Miles Davis, é o meu álbum de jazz preferido



The Holstee Manifesto - concordo com tudo o que lá está escrito


05/12/2011

Detergente natural: nozes de saponária



As nozes de saponária são o fruto da árvore de saponária, Sapindus mukorossi, que cresce na Índia e Nepal. As nozes contêm saponina, um metabolito secundário que tem propriedades detergentes e surfactantes. Assim, as nozes podem ser usadas como detergente natural em casa, nomeadamente na lavagem da roupa. E além de ser um produto natural, não é tóxico, é biodegradável e hipoalergénico.

Um kg de nozes de saponária custa cerca de 15€. Na lavagem da roupa na máquina usam-se 20 g de nozes, e as mesmas nozes podem ser usadas 4 vezes. Assim, 1 kg de nozes dá para 200 lavagens! Sai muito mais barato! As nozes de saponária também podem ser usadas como detergente de louça, limpa-vidros, champoo, fertilizante, etc. Para usar na máquina da roupa ou louça deve colocar-se 20 g de nozes num saquinho de algodão, e pôr o saco junto com a roupa ou a louça.


No Natal passado ofereci saquinhos com nozes de saponária a toda a gente e um cartão a explicar como se usam. Foi uma prenda gira!
Acho que as nozes podem ser facilmente encontradas em qualquer loja de produtos naturais, mas aqui em Faro não consegui encontrá-las em lado nenhum: mandei vir as minhas online, da loja Efeito Verde.

O ano passado comecei a usar nozes de saponária na máquina de lavar roupa, em vez do detergente comercial. Usei durante uns tempos, gostei, mas comecou a chatear-me o facto de ter que apontar quantas vezes já tinha usado o mesmo saquinho de nozes... Por pura preguiça, voltei ao detergente de supermercado durante uns tempos. Agora só uso o detergente líquido feito por mim, não só para lavar a roupa na máquina ou à mão, mas também para remover pequenas nódoas de outros têxteis como tapetes, sofás ou assentos das cadeiras. Mas para quem gosta de produtos ainda mais naturais, as nozes de saponária são a solução!


02/12/2011

Dica rápida para melhores fotografias


(este post foi originalmente publicado no blog das Sabrinas em Março 2011)

Eu gosto de fotografia, mas nunca liguei muito aos detalhes técnicos. Há mais de 7 anos que tenho câmaras digitais point & shoot, e sempre as usei no modo automático e com o flash automático. Até ao dia em que a Erika foi trabalhar no meu laboratório. Ela é bióloga e uma fantástica fotógrafa da Natureza. E em 10 minutos ensinou-me a usar o modo manual da minha câmara digital.
É basicamente uma questão de controlar a abertura e velocidade.
Mas vejam bem a diferença! A primeira foto está em automático e o flash disparou; a segunda está em manual e com o flash desligado (fotos tiradas com câmara digital Samsung S860).



 Auto, com flash

Manual, sem flash

Também manual, sem flash, mas com uma câmara melhor 

01/12/2011

Planos para a sala


Há demasiado tempo que sonho com um sofá Ektorp branco e um tapete Alvine Rand para a minha sala, e será provavelmente em Janeiro que farei mais uma viagem ao Ikea de Sevilha para finalmente comprar o sofá e o tapete.

O meu sofá azul

Tenho um sofá de canto azul já muito arranhado pelos gatos - e azul demais para o meu gosto. Apesar de ter feito as pazes com o sofá azul há uns tempos e ter desistido de lhe colocar capas brancas que tinha que andar sempre a ajeitar, quero mesmo o Ektorp! Esperei muitos meses para ter a certeza que queria mesmo o sofá e o tapete, para não fazer compras precipitadas (como fazia não há muito tempo...).

Adoro a combinação de branco e cinzento com alguns toques de outras cores suaves. Esta foto da KatjaR inspira-me imenso! Adoro o amarelo mostarda, mas na minha sala impera, com o branco e o cinzento, o azul acinzentado.


Ontem andei a pesquisar tecidos na Etsy para fazer almofadas novas. Fiz um moodboard muito básico com o sofá, o tapete, dois quadros que estão em cima do sofá e seis tecidos para fazer três almofadas (com a frente e as costas diferentes).

Já encomendei os tecidos nesta loja. Quando chegarem, é lançar mãos ao trabalho! 
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