19/06/2016

Os mitos que comemos



É o título do livro de Pedro Carvalho, nutricionista. Ao passar pelo livro no supermercado, gostei da capa e das questões: Qual a melhor dieta? Um ovo por dia é demais? Leite: sim ou não? Comprei o livro e devorei-o enquanto Portugal jogava contra a Islândia.

Este livro tem, ao contrário da maioria dos livros sobre alimentação e dietas, uma coisa que eu, como cientista, valorizo muito - referências bibliográficas. O que o Pedro escreve está devidamente suportado por centenas de estudos científicos. 

Depois, pareceu-me ser uma pessoa com muito bom senso. Do estilo, se tolera bem o leite de vaca e o bebe moderadamente, continue. Em relação ao glúten, não precisa ser radical, mas quanto menos melhor. Ou ainda, coma fruta na altura em que lhe sabe melhor.  E a minha preferida: o chocolate é algo demasiado precioso para passar a vida a resistir-lhe, por isso, se gostar faça por comê-lo todos os dias mas em quantidades muito moderadas.

Ou seja, bom senso, moderação, fazer escolhas mais saudáveis. Nada de fundamentalismos nem radicalismos.

O livro está dividido em várias partes. Para começar, o Pedro escreve sucintamente sobre os principais nutrientes (proteínas, gorduras e hidratos de carbono) e depois analisa algumas dietas famosas. Fiquei feliz por ler mais uma vez acerca dos benefícios de uma alimentação paleo e gostei que ele referisse várias vezes que carnes vermelhas não é o mesmo que carnes processadas (porque há quem ponha tudo no mesmo saco). 

Depois, um capítulo dedicado ao leite e ao glúten. Em Portugal estima-se que a intolerância à lactose seja de 40%, bastante menor que os valores a nível mundial; portanto, se gostas de leite e não te faz mal, bebe à vontade mas sem exageros. Gosto desta abordagem. O mesmo em relação ao glúten: se conseguires passar sem pão, melhor ainda, mas se gostas mesmo do pãozinho ao pequeno-almoço, não faz assim tão mal quanto isso.

De seguida, os mitos clássicos. A investigação científica mostra que não há nenhuma relação entre o açúcar e comportamentos hiperativos (embora o açúcar e as outras coisas lá misturadas façam mal a outras coisas, claro), os suplementos vitamínicos não abrem o apetite, pode-se comer fruta e beber água sempre que nos apetecer, antes, durante e depois das refeições, os testes de intolerância alimentar não têm qualquer suporte científico, e, outra das minhas preferidas, não é por comer menos ovos que o colesterol vai baixar (não são as gorduras saturadas dos alimentos de origem animal os grandes culpados, mas sim gorduras trans, açúcares e cereais refinados - enchidos, fritos, salgados, bolachas, e coisas dessas).

Por fim, uma capítulo dedicado ao novos super-alimentos - será que são mesmo super ou banha da cobra? Por exemplo, da próxima vez que estiver no hipermercado, em vez de ir ao corredor das bagas goji, experimente ir ao das nossas amoras, mirtilos e morangos. As sementes de chia são interessantes, mas não virá mal ao mundo se não as ingerir diariamente.  Há uma série de cereais que agora estão na moda e que são vistos como super alimentos mas apenas por serem diferentes, como o bulgur, o couscous e o millet. Na verdade, são apenas versões mais caras do arroz, esparguete e batata... E o Pedro dá-nos uma tabela com a composição nutricional de várias fontes de hidratos de carbono e... super alimento é mesmo a batata-doce!

Concluindo, gostei do livro. Gosto destas abordagens que primam pelo bom senso e pelo suporte científico, ao contrário daquelas que proibem a ingestão de fruta mas permitem salsichas e presunto... Por isso, se queres tirar algumas dúvidas em relação a estes mitos que estão tão enraizados na nossa cabeça, este livro é excelente!


02/06/2016

Minimalismo na LuxWoman

Só agora consegui ver a entrevista que me fizeram o ano passado, sobre minimalismo, claro.

Está fixe! (tirando o pormenor da minha idade... tenho 36, não 38 anos!! sou muito sensível a estas coisas...) :)

Podes ler aqui. (obrigada, Marta, pelo link!)





Há meio ano que não mudo o meu sistema de organização!!

No passado escrevi muito sobre agendas e como organizo as coisas que tenho a fazer... Ao longo dos últimos 4-5 anos experimentei sistemas diferentes, softwares, agendas em papel, fiz umas, comprei outras, voltei ao digital... sempre na tentativa de encontrar o que melhor se adequa a mim, à minha vida neste momento, às minhas necessidades.

Sou conhecida por mudar com frequência os sistemas. A cada 2-3 meses, lá estava eu a experimentar uma coisa nova. Mas apercebi-me que uso a mesma agenda e o mesmo sistema desde o início deste ano; se o uso há tanto tempo, então é porque parece que funciona!

Mas qual é este maravilho sistema? Muito simples:

> Agenda em papel tamanho A6 (1 dia por página)

Quando a comprei, fiquei com muitas dúvidas por causa do tamanho. A6 parecia-me pequeno demais para todos os meus afazeres... Mas tem funcionado! Percebi que não dava ter uma parte para as coisas com hora marcada e outra parte com as coisas a fazer (como aqui ou aqui); preciso de ter tudo junto para perceber quando é que posso fazer as diferentes tarefas, sobretudo agora que tenho aulas e tenho que encaixar as coisas nos buracos.



Esta agenda tem um dia por página e as horas marcadas. Aponto os compromissos com hora marcada, como aulas e reuniões, e nos espaços livres aponto as tarefas que tenho para fazer. Tem funcionado muito bem! Há uns meses pensei trocar esta agenda por uma igual mas maior, tamanho A5, mas não me parece necessário... Tenho treinado a escrita com letra mais pequena...

> Google Calendar

Continuo a ser completamente dependente do GCal. Uso-o mais ou menos como descrevi aqui. No início de cada semana passo o que tenho marcado no GCal para a agenda, e estão os dois sempre sicronizados.

> Workflowy

Este programa continua a ser o meu preferido para organizar projetos e listas de coisas a fazer. Falei sobre ele aqui.


É um sistema bastante simples - mas tem funcionado muito bem!





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