28/06/2015

Um ano (mesmo) diferente



Este ano (letivo) foi mesmo muito diferente. Em setembro ingressei numa segunda licenciatura. E previ que a minha vida, incluindo este blog, iria sofrer alterações. De facto, escrevi muito pouco ao longo destes últimos meses. Neste primeiro semestre de 2015 escrevi 26 posts, contrastando com os 86 em igual período do ano passado.

Mas afinal, como correu o ano? Em relação ao curso de Psicologia, estou a adorar. Fiz todas as unidades curriculares com excelentes notas (fui a melhor aluna do meu ano). Conheci outro trabalhador-estudante, também nos trintas e com filhos, com quem fiz parceria nos trabalhos de grupo e nos estudos - ganhei um novo amigo e contribuímos mutuamente para o nosso sucesso como alunos (ele foi o 2º melhor aluno do nosso ano). A coisa correu bem. Aprendi imenso e gostei mesmo dos conteúdos. O curso está a dar-me prazer, e enquanto assim for, estamos bem.

Em relação ao trabalho, que eu tanto receava prejudicar, também correu bem. Vi que o que interessa não é se fui menos produtiva por causa do curso, mas sim se teria sido mais produtiva se não fosse o curso (obrigada AB!) - acho que não teria sido mais produtiva se não me tivesse metido nesta nova aventura, por isso também se está bem nesse campo.

A verdade é que ter tanta coisa para fazer tornou-me muito mais disciplinada - e procrastinei muito, mas muito menos!

Portanto, o balanço é claramente positivo. Um ano diferente, sim, mas muito bom. As férias que vou tirar agora em julho até me vão saber melhor!

E sim, quero mesmo voltar a escrever com mais frequência aqui no blog... senti-lhe a falta. Obrigada a todos vós que continuam desse lado!


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18/06/2015

Londres... já não é o que era...

Já fui a Londres 3 vezes. A primeira foi em 1989, tinha eu quase 10 anos. Fui com a minha avó, uma senhora que, embora portuguesa, era muito british (e era professora de inglês), ficámos em casa de um amigo dela, durante quase 2 semanas. A segunda vez foi há 2 anos, e foi de passagem a caminho de Swansea, no País de Gales. Estive só uma tarde em Londres e fiz um daqueles passeios turísticos de autocarro. A terceira vez foi neste Natal; foi a família toda, meus pais incluídos, ficámos 6 dias e experienciámos o Natal londrino com muito frio.

Trafalgar Square, 1989

Devo dizer que, infelizmente, Londres desiludiu-me imenso. Lembro-me bem da primeira vez que lá fui, ainda criança, pois foi a primeira viagem a sério que fiz. Lembro-me que não se via tanta gente na rua como agora, e as pessoas com quem nos cruzávamos eram, na sua maioria, inglesas, londrinas, e turistas. Conseguíamos andar na rua, ir aos museus com calma, ver a Pedra da Rosetta sem tem que furar por um mar de gente. Lembro-me que a primeira vez que fui a um McDonalds foi nessa estadia em Londres - em Portugal ainda não havia McDonalds... 

Trafalgar Square, 2014

Nessa altura, Londres tinha alma. Agora, achei que Londres é uma amálgama de gente de todos os lados; senti que Londres perdeu a alma londrina. Senti que esta Londres já não é a Londres dos filmes, a Londres que eu conheci em criança, a Londres que nós idealizamos como o apanágio do british. Fiquei triste, pronto. 


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16/06/2015

Yoga, crianças, vegetarianismo... respostas a algumas questões

Às vezes recebo emails e comentários de leitores que querem saber mais sobre o meu percurso no yoga, sobre a prática de yoga dos meus filhos, e sobre a minha alimentação.

Um desses emails tocou-me bastante, pois descreve o blog de uma forma muito simples, mas que revela uma grande compreensão acerca de mim. Escreve a Sofia: 

Gostaria de a congratular como autora do interessante blogue The Busy Woman and the Stripy Cat que acompanho, de há uns meses a esta parte, e considero verdadeiramente inspirador. Trata-se de um espaço onde emana o desejo constante de aperfeiçoamento pessoal, desempenhando o yoga e a meditação um papel determinante, com uma tónica acentuada nos campos interrelacionados da organização e da gestão do tempo. A força de vontade e a determinação que manifesta, numa linha de fazer sempre mais e melhor, movem-me a seguir em idêntico trilho. 

A Sofia continua e pergunta-me com que idade é que os meus filhos começaram a praticar yoga e se eu notei diferenças no seu comportamento.

Eles começaram a praticar pouco depois de eu ter começado, deviam ter 6-7 anos (agora têm 9 e 10). Nunca fizeram aulas regulares, mas fazem um pouco aqui e um pouco ali. De vez em quando fazem em casa, às vezes vão a aulas fora de casa. 

O que eles fizeram de forma regular durante todo este ano letivo foi meditação para crianças, num formato de aulas individuais, uma vez por semana, com a professora que escreveu este livro. Ao mesmo tempo, fazia (e faço) meditação com eles em casa, que consiste basicamente em contar histórias que eles visualizam. É como uma viagem dentro das suas cabeças. Eles gostam muito. 


O que eu faço mais com eles são ensinamentos informais. Tento que eles vivam o yoga no dia a dia. Conto histórias com uma moral por trás, como esta, e já sabem melhor que a maior parte dos adultos quem foi o Buda e conceitos como karma e dharma. Falando em termos de Yoga, tento transmitir-lhes os Yamas e Niyamas, mais que o Asana. As aulas de yoga para crianças são, na sua maioria, brincadeiras, e, por agora, prefiro ensinar-lhes valores morais. Eles já fazem muito desporto, portanto prefiro que a sua prática de Yoga seja mais calma e interna. Já os ensinei a respirar como deve ser, e a parar, fechar os olhos e focarem-se na respiração para acalmar. 

Mais importante ainda, sobretudo, para crianças que têm sempre coisas para fazer e estão sujeitos a distrações vindas de todos os lados - tento ensiná-los o dolce fare niente. Fazer nada. Serem capazes de estar, sem precisar de fazer. Este é o treino mais difícil...

A Sofia pergunta-me também acerca da minha passagem pelo vegetarianismo. Escreve ela:

Sinto, há longo tempo, um apelo para me tornar vegetariana, ou melhor, para abolir a carne da minha dieta alimentar, mantendo, contudo, algumas refeições semanais de peixe e o consumo de produtos lácteos. Tenho uma amiga próxima que, ao fazê-lo, sentiu falhas de memória e teve, segundo o seu testemunho, de passar a ingerir alguma carne de aves. Acha que, para evitar riscos, deveria recorrer a um nutricionista especializado na área? Gostaria de, a propósito deste tema, conhecer melhor a sua perspectiva – encontrei alguma informação no blogue. Tornou-se vegetariana gradualmente? De início, sentiu alguns efeitos colaterais? Toma algum suplemento alimentar?

Eu fui vegetariana durante pouco tempo, uns 3-4 meses apenas. Durante esse período tive vários problemas, o maior deles a sensação de inchaço no estômago, e até engordei um pouco. Voltei a comer carne e fui pesquisando o que é que me faz sentir bem, com energia, o que é que me faz engordar, o que é que me faz sentir inchada... Percebi que, embora adore feijões e lentilhas, só posso comê-los de vez em quando. Percebi que o que não me deixa emagrecer é sobretudo o muito arroz que como (adoro arroz). Percebi que prefiro muito mais almoçar um peixe grelhado com salada do que uma lasanha vegetariana.

Percebi também que gosto dos alimentos pouco ou nada processados. Quanto mais próximo do seu estado natural, melhor. Agora, sigo mais ou menos a alimentação do paleolítico, com muita fruta, hortaliça, sementes e frutos secos, carne, peixe e ovos, e nenhuns (ou muito poucos) açúcares, hidratos de carbono complexos (pão, arroz, massas, cereais) e grãos que me fazem inchar. Gosto de comer bem e não ficar com aquela sensação de inchada depois das refeições.

um almoço no trabalho - restos de carne bolonhesa com pepino e tomate

Como em tudo na vida, penso que isto da alimentação é uma questão de bom senso. Devemos comer aquilo que nos faz sentir bem, que nos dá energia, que nos torna mais saudáveis. Claro que para sabermos que alimentação é essa, há que experimentar... Houve uma altura em que apontava na agenda tudo o que comia, e assim podia associar determinada disposição a determinados alimentos.

Já ouvi dizer, de professores de yoga vegetarianos, que a prática de yoga acaba por tornar uma pessoa vegetariana. Permito-me discordar. Para mim, a prática de yoga permite conhecermos melhor o nosso corpo e assim conseguimos ouvi-lo melhor. Com o yoga, sabemos mais facilmente o que é melhor para nós.

Essa ideia que um bom yogi tem que ser vegetariano está errada. Nem o Buda era vegetariano, nem obrigava os seus monges a sê-lo. O Dalai Lama não é vegetariano. De acordo com o Budismo, não há formas de vida superiores a outras; ao comer uma planta, estamos a matá-la. Este assunto é polémico, e este video aborda o conceito da não-violência e da compaixão de forma muito clara.

Portanto, eu como aquilo que me faz sentir bem! E acho que é isso que todos deveríamos fazer, independentemente das expectativas, do comportamentos dos outros, e dos rótulos que nos atribuímos ou nos atribuem...


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09/06/2015

Mais uma vez, a PHDA...



Uma das coisas boas de ser aluna do curso de Psicologia é que posso estudar assuntos que me interessam bastante mas que não têm lugar na minha carreira nas ciências do mar. A apresentação que aqui partilho é sobre a perturbação de hiperatividade e défice de atenção -  está associada a um trabalho escrito em inglês, mais longo e cheio de referências bibliográficas - demasiado pesado para pôr aqui no blog. Mas a apresentação dá uma visão global e resumida da PHDA.


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08/06/2015

10 dicas para uma prática de yoga consistente



Manter uma prática de yoga consistente é, provavelmente, um dos maiores desafios do yogi. Num retiro ou num curso, essa consistência é-nos "imposta"; não temos que pensar se vamos ou não vamos sair da cama às 5 da manhã para praticar. Saímos, aparecemos no tapete e praticamos. A motivação até pode não ser muita, mas a energia das outras pessoas contagia-nos. Praticar nestas condições é muito mais fácil que praticar em casa. 

Em casa, estamos sozinhos. Custa levantar de manhã cedo quando todos ainda dormem, ou ir para o tapete ao fim da tarde quando os outros relaxam. No entanto, uma prática de yoga em casa é das experiências mais compensadoras e frutíferas que podemos ter. Uma prática de yoga regular beneficia todos os aspetos da nossa vida. Mas como conseguir essa regularidade? Como fazer para aparecer no tapete todos os dias?

Devo dizer esta sempre foi uma das minhas lutas, desde que comecei a praticar yoga há uns anos atrás. E tenho melhorado imenso! As minhas práticas em casa são cada vez mais consistentes e satisfatórias. Se também lutas por estabelecer uma prática de yoga em casa, aqui ficam algumas dicas:


1 || Consistência é mais importante que duração

É muito melhor praticar 15 minutos todos os dias do que 2 horas ao fim de semana. Isto vale para o yoga, para a meditação e para qualquer prática, física ou não. Por isso, abandona a ideia que uma boa prática de yoga tem que durar pelo menos 1 hora. Não tem. Uma boa prática de yoga é aquela em que estás presente, focada na respiração, virada para dentro.


2 || Cria um espaço sagrado para a tua prática

Se tiveres possibilidade, arranja um espaço fixo para o tapete, para os acessórios, livros, velas, e outros materiais que te inspirem. Constrói um espaço sagrado para a tua prática em casa. Não tem que ser uma divisão inteira; basta um cantinho onde caiba o tapete e, se possível, um pequeno altar com incenso, velas, e objetos de que gostes. Uma das grandes desculpas que as pessoas arranjam para não praticar yoga em casa é a falta de espaço. Isso não é desculpa! Vê aqui o que quero dizer...


3 || E deixa o espaço sempre limpo e preparado no dia anterior

Se o teu espaço de yoga não estiver limpo e arrumado - tapete ainda suado, blocos espalhados, manta largada no chão - o mais provável é não praticares. Depois de cada prática, limpa o que necessitar de limpeza e arruma o espaço. Se o teu espaço sagrado estiver sempre pronto, é muito mais fácil ires para o tapete. Se praticas de manhã e o espaço está frio a essa hora, podes aquecer o espaço antes de iniciar a prática. No inverno, deixo um aquecedor com o temporizador para ligar meia hora antes da prática e assim aquecer a sala. Yoga de manhã com o corpo rígido já custa... e numa sala fria é impensável...


4 || Pratica sempre à mesma hora

Consistência é a chave de tudo. Se te levantares sempre à mesmo hora e praticares sempre à mesma hora, o corpo habitua-se e deixa de custar tanto. Isto é sobretudo verdade para quem pratica de manhã, com o corpo frio e rígido. Custa no início mas com consistência cada vez custará menos. 


5 || Não comas muito à noite

Sobretudo se praticas de manhã cedo. Os níveis de energia são muito menores depois de uma refeição pesada à noite e isso claro que afecta a prática.


6 || Elimina as distrações externas

A vantagem de praticar yoga de manhã cedo é que a essa hora não costuma haver muitas distrações. Não há telefones a tocar, nem televisão acesa, nem crianças a gritar. Resiste à tentação de ir ao facebook ou ao email logo quando acordas. Sai da cama, trata da higiene, e vai para o tapete. 


7 || Mais vale uma prática curta e intensa

Que uma longa e superficial. Se os teus níveis de energia são baixos e só te apetece deitar no tapete em Savasana, faz um esforço. Faz algumas saudações ao sol, algumas posturas - de certeza que não te vais arrepender. Quando a anergia se for, foi-se, mas consegues sempre fazer alguma coisa.


8 || Faz práticas variadas

Mesmo quem pratica ashtanga (que segue sequências definidas) não precisa praticar a mesma coisa todos os dias. Umas práticas podem ser mais focadas nos backbends, outras em posturas de equilíbrio. Se adicionarmos variedade à nossa prática, a probabilidade de nos aborrecermos é menor.


9 || Aprende com um professor

Mesmo quem tem uma prática pessoal bem estabelecida, beneficia em ter aulas com um professor. Eu não tenho aulas regulares, mas de vez em quando faço uma aula aqui e outra ali, e vou a workshops e coisas do género. É sempre bom para nos inspirarmos e ficarmos ainda mais motivados para praticar.


10 || Não te martirizes com a inconsistência

Se falhares um dia, dois dias, um mês inteiro - não te preocupes! Volta ao tapete sempre que possas. Com a prática, a inconsistência vai sendo cada vez menor, pois aqueles minutos no tapete tornam-se um dos momentos mais agradáveis do dia!



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