22/12/2015

Quando as coisas são planeadas, acontecem!

É verdade! Quando planeamos a realização de uma determinada atividade, a probabilidade de a realizarmos é bastante superior. Não sou eu que o digo. É a investigação científica. Nomeadamente, este artigo.

O que os investigadores fizeram foi dividir os participantes de um estudo em 3 grupos. Aos participantes do grupo de controlo foi dito para fazerem exercício físico uma vez na semana seguinte; 29% fizeram. 

Aos participantes do grupo experimental 1 foi dito o mesmo, mas também explicaram detalhadamente porque é que o exercício físico é importante para a saúde; 39% dos participantes exercitaram-se.

Aos participantes incluídos no grupo experimental 2 foi dito o mesmo, para fazerem exercício físico, mas também para decidirem um dia, hora e local específicos para o fazer; 91% dos participantes cumpriram!!

O gráfico mostra os resultados. O Time 3 é o que interessa, pois foi após os investigadores dizerem aos participantes do grupo experimental 2 para se comprometerem com o dia, hora e local para praticar exercício físico. Impressionante, não é? O poder do planeamento! Food for thought...




21/12/2015

Que ano!! E 2016, o que trará?

Acho que nunca tinha tido um ano assim. Nem mesmo nos últimos tempos do doutoramento. O que mudou (e complicou) na minha vida foi ter ingressado numa segunda licenciatura, desta vez em psicologia. De repente, o meu tempo livre reduziu-se drasticamente. Tive que abdicar de algumas coisas para conseguir responder às exigências todas. Quase deixei de ver televisão, mas li bastante. Quase deixei de escrever no blog, mas escrevi muitas outras coisas. E pela primeira vez há muitos anos tirei férias a sério no verão - um mês inteiro de férias, na praia, sem fazer (quase) nada de trabalho (fiz algumas coisinhas, admito). Nesse mês de férias também consegui, finalmente, perder uns quilinhos a mais! E fiz muito, muito yoga ao longo do ano. 

2015 foi um ano mesmo diferente. Algumas coisas correram mal, claro, mas essas experiências são aprendizagens que tenho que levar para 2016. Agora, mais do que nunca, preciso ser disciplinada. Não posso procrastinar, não posso distrair-me, não posso dormir mais um pouco... O ano correu bem, tanto no trabalho como no curso, mas 2016 tem que correr ainda melhor. E para que tal aconteça, há que fazer mudanças.

> Em primeiro lugar, estudar para frequências apenas no fim de semana antes, como fiz várias vezes este semestre, está fora de questão! No 2º semestre quero dedicar meia hora ao fim de semana para cada uma das disciplinas que tenho, para rever o que foi dado em cada aula, fazer apontamentos e assim ir adiantando serviço para as frequências. São 6 disciplinas, portanto hora e meia no sábado e hora e meia no domingo. Hora e meia em 24 horas é muito pouco - não há desculpas. 

> Vamos voltar a contratar uma empregada para limpar a casa, pelo menos 1 vez por semana. Não dá mais. Com o meu trabalho, o curso, as aulas de yoga, o trabalho do J., os miúdos e as suas atividades, não dá mais para dar conta do recado. Nem tenho cumprido a minha regra de não começar uma nova semana com roupa por passar...

> Agora, mais que nunca, o planeamento semanal é fundamental. E não é só planear a minha vida - é organizar a semana de todos cá em casa, definir quem leva qual miúdo a determinada atividade, planear menus consoante as horas a que chegamos a casa, fazer comida a mais para o J. levar para o trabalho (eu não levo; na universidade como bem e barato), e por aí fora...

> Não deixar de ler livros só porque estou demasiado ocupada... Li bastante ao longo ano, até mesmo em maio, na altura das frequências (devorei os Harry Potters todos), mas este semestre esqueci-me dos livros... Mas de certeza que tenho pelo menos 10 minutos para ler na cama antes de apagar a luz!

> Fazer mais voluntariado. O que tenho feito nesta área é dar aulas de yoga com gatos a favor da Pravi de Faro. Quero fazer mais pelos animais, como participar nas campanhas de adoção e ir ajudar nas limpezas do gatil. De certeza que arranjo umas horinhas uma ou duas vezes por mês para isso.

> Voltar a costurar! Tenho almofadas para fazer e uma mala para acabar. É uma atividade que me dá prazer e sou capaz de me perder durante horas com a máquina... Não é que agora tenha horas disponíveis para isso, mas uns bocadinhos de vez em quando concerteza que arranjo.

> Escrever mais. Quero voltar a escrever no diário (raramente escrevo, mas faz-me tão bem) e, claro, quero voltar a escrever mais aqui no blog.

> A minha rotina matinal deve ser uma prioridade. Levantar cedo, fazer yoga, meditar. Não me esquecer do oil pulling, da água morna com limão, do jala neti, da escovação corporal a seco e de outros cuidados. Não arranjar desculpas para não fazer as coisas.

Penso que são estes os aspetos mais importantes. Sobretudo, quero um ano disciplinado, produtivo e tranquilo!

13/12/2015

Parei, descansei, destralhei


No meio do caos, destes dias corridos, do stress, da falta de tempo, das muitas horas sentada à secretária... na sexta-feira parei. Não trabalhei pois tive uma frequência de manhã, e à tarde fui para casa com a ideia de começar a estudar para a próxima, na segunda-feira. Decidi não o fazer. Decidi parar e descansar. 
Almocei, vi um pouco de tv, fui ver montras à procura de umas coisas de que preciso (e não encontrei) e acabei por comprar mais um livro.

Fui para casa, estendi-me na cama, tapei-me com uma mantinha e comecei a ler. Por volta das 18h vesti o pijama, pois percebi que não ia mais sair de casa e muito menos ia a Faro fazer uma aula de Jump, como tinha planeado.

Depois pus-me a destralhar. Tinha uma caixa grande de arrumação do Ikea cheia de roupa daquela que não sei bem o que lhe fazer, e tomei decisões. Reaproveitei muita da roupa, porque são coisas giras que até posso usar (se não usar mesmo, então vai fora), outras coisas vou dar à minha mãe para experimentar e outras, poucas, foram para o saco para dar. Depois ataquei o armário da entrada onde guardo os casacos. Tenho poucos mas tenho andado quase sempre com o mesmo porque os outros precisavam de ser lavados. Foi o que fiz. Ainda dei uma arrumação aos sapatos e umas sapatilhas velhas foram para o lixo.


Ontem, enquanto estudava, pus os miúdos a arrumar o seu quarto e juntei-me a eles num destralhamento geral e rápido da casa. Juntámos este lixo todo... É incrível a tralha que se vai acumulando, mesmo numa casa mais destralhada e minimalista como a minha...









10/12/2015

Tudo passa

Que dia, que semana, que semestre!

No outro dia, eu e o meu colega de estudos, também ele trabalhador-estudante, tivemos o mesmo pensamento, ao passarmos o fim de semana a estudar para uma frequência - mas o que é que andamos aqui a fazer??

Se os nossos colegas que só estudam e não tem filhos nem outras responsabilidadas pensam isto de vez em quando, imaginem nós...

O que é importante relembrar - e verificar - é se isto que andamos a fazer nos está a dar prazer. A verdade é que dá. Nós gostamos disto. De ir às aulas, de fazer trabalhos, até de estudar para (algumas) frequências. Estudar psicologia dá-nos prazer. É giro. A motivação é sobretudo intrínseca.

Claro que tudo o resto sofre... Para que o trabalho e outras coisas não sejam prejudicadas, há que levantar mais cedo, deitar mais tarde, aproveitarmos bem os tempos livres e os fins de semana. Quando vou para as atividades com os miúdos, levo o computador para adiantar trabalho. Depois do jantar, vou para o escritório estudar. Aos fins de semana, tenho sempre coisas, do trabalho ou do curso, para fazer. Parece que não temos descanso. Vou para o terceiro fim de semana seguido em que vou ter que estudar bastante. Já nem sei o que é um fim de semana sem nada para fazer (o próximo será um desses, finalmente). Recuso almoços e jantares de Natal porque tenho que estudar (para dizer a verdade, não sou muito dada a jantaradas, mas é bom ter uma desculpa menos esfarrapada). 

Nas últimas duas semanas, tenho praticado pouquíssimo yoga e praticamente não medito. Continuo a dar as aulas, 4 aulas de yoga por semana, que me fazem muito bem, mas a minha prática tem sofrido. Há que aceitar que há alturas em que é assim. Claro que se eu fosse mais disciplinada, conseguiria levantar-me mais vezes cedo para praticar. Eu sei que me faria imensamente bem, mas a minha força de vontade nestas alturas anda pelas ruas da amargura... Não faz mal, tudo passa.

Mais uma vez, o mais importante é relembarmo-nos que isto pode ser complicado, cansativo, stressante... mas nós gostamos do que fazemos. E é temporário. Temos fases muito complicadas, como esta, mas acabam por passar. E o 1º semestre é sempre pior que o 2º, porque é mais curto. Tudo passa.

30/11/2015

Um fim de semana de Ashtanga

Este fim de semana estive em Lisboa num intensivo de 3 dias de Ashtanga Yoga com os meus professores Tarik e Lea. FOI TÃO BOM!!!!!!!!!!

É tão bom praticar com mais pessoas à volta, todas concentradas na sua prática, ouvindo o som da respiração ujjayi, sentindo o calor, o ar abafado, o suor a escorrer pelo corpo... É bom ter as mãos dos professores no nosso corpo, a ajustar, a puxar, a empurrar. Consegui finalmente pôr os dois pés atrás da cabeça, nesta postura, com ajuda do Tarik, e tocar com as mãos no chão nesta, com o empurrão da Lea. Claro que estes milestones não interessam no yoga - como disse o Tarik, o yoga é um workin, não um workout.

E também foi bom estar estes dias sozinha em Lisboa, para recarregar baterias. Não fiz absolutamente mais nada a não ser yoga e estudar para uma frequência que tive esta tarde. Foi um fim de semana de recolhimento, de silêncio, de paz. O meu tipo de fim de semana!

Na ida para lá tive um contacto com uma boa notícia. Vou dar mais duas aulas de yoga por semana, num ginásio aqui em Faro! Cada vez gosto mais disto! 

De resto, espera-me mais uma semana daquelas! Agora é frequências todas as semanas, trabalhos para entregar, as minhas alunas a fazer experiências no lab, dados para tratar, coisas para escrever... o normal. Mas cada vez estou melhor na gestão do tempo - já aprendi a aproveitar momentos mortos para fazer coisas leves. Por exemplo, estou neste momento com um dos miúdos numa atividade e quando acabar de escrever este post, vou passar dados para o computador. Não exige muito esforço cognitivo e fica mais uma coisa despachada. Estou, de facto, numa fase muito produtiva! Trabalhosa, cansativa, mas estou a adorar!

Em relação ao meu peso e ao meu desejo de perder um pouco mais, estou estagnada entre os 54 e os 55 kg. Tenho comido o que quero durante o dia e controlo mais ao jantar, ou seja, tento não comer hidratos de carbono complexos ao jantar, mas às vezes os J. faz comidinhas deliciosas que é impossível resistir... Tenho que fazer mais um esforço sério, talvez em janeiro, que vai ser um mês mais calmo, sem correrias. Mas com tanta prática de ashtanga (que queima muitas calorias), pode ser que perca naturalmente estes 2-3 quilinhos a mais... veremos. 

E é isto por hoje! Estou mesmo num estado de iluminação depois deste fim de semana de práticas, e é por isso que vos aconselho a experimentarem o Ashtanga Yoga, se tiverem em oportunidade. E para terminar, aqui fica um texto que uma ashtangui portuguesa escreveu sobre o que o Ashtanga Yoga tem para oferecer!

O que pensas sobre o ambiente?



ATUALIZAÇÃO


Muito obrigada às dezenas de pessoas que já preencheram o questionário!!
Esqueci-me de referir que o questionário é só para ser preenchido por Portugueses. Este instrumento já foi aplicado e validado no Brasil e agora estamos a fazer o mesmo para Portugal. Desculpem não ter avisado logo... sou nova nestas coisas da psicologia... estou mais habituada a microscópios e coisas do género... ;)

~~~~~

Caros leitores, venho pedir-vos um grande favor!

Estou a fazer uma investigação na área do ambiente e para tal preciso que muitas pessoas respondam a um questionário sobre questões ambientais...

O questionário é anónimo, claro, e demora cerca de 15 minutos a preencher.

Ao contrário da investigação que estou habitada a fazer nas ciências do mar, para a qual precisamos de dinheiro, muito dinheiro, para podermos comprar equipamentos e materiais de laboratório, em psicologia precisamos, não de dinheiro (bom, algum, também), mas sobretudo... de pessoas!

Pessoas que não se importem de dar 15 minutinhos do seu tempo para participar nestes estudos e fazer a Ciência andar para a frente!

Por isso, aqui fica o meu apelo a todos vós que me lêem!

Para aceder ao questionário, aqui está o link


Muito obrigada pela vossa participação! E se puderem divulgar o link do questionário pelos vossos contactos... fico muito grata!!

21/11/2015

Precisamos mesmo de dormir 8 horas por dia?

Este ideia de que uma boa noite de sono são pelo menos 8 horas está tão enraizada nas nossas cabeças, que se calhar vai custar acreditar no que vou escrever de seguida.

Tenho andado a estudar biopsicologia para uma frequência que vou ter para a semana e estou a usar um dos livros recomendados pela docente para apoio ao estudo, chamado Biopsychology de John P. J. Pinel. Ando a estudar os capítulos iniciais, mas dei uma vista de olhos pelo livro todo e um dos capítulos é inteiramente dedicado ao sono, sonho e ritmos circadianos. Um assunto que me interessa bastante, devido às minhas tendências, nem sempre conseguidas, de madrugadora.

Num post antigo já tinha referido um estudo que mostrava que as maiores taxas de sobrevivência nas mulheres, ou seja, as mulheres que vivem mais tempo, são aquelas que dormem entre 5 e 6h30 por noite. O livro do Pinel aborda e confirma, com base em diversos estudos, isto mesmo: as menores taxas de mortalidade estão associadas a indivíduos que dormem entre 5 e 7 horas por dia. Vê o gráfico abaixo, tirado do livro e baseado num estudo realizado com mais de 100 mil indivíduos:


Portanto, dormir 8 horas por noite não é o ideal!

Outro estudo que foi feito seguiu um grupo de 16 indivíduos que durante 60 dias dormiram 5h30 por noite. Sujeitos a uma enorme bateria de testes médicos, psicológicos e de desempenho, o único défice foi uma ligeira diminuição num teste de vigilância auditiva.

Um outro estudo acompanhou 8 sujeitos que reduziram gradualmente as horas de sono ao longo de várias semanas; no fim da redução, os sujeitos, habituados a dormir o "normal", dormiam entre 4h30 e 5h30 (dependendo da pessoa). Durante 1 ano, os sujeitos continuaram a dormir estas horas. O que aconteceu a todos eles foi um aumento na eficiência do sono, ou seja, adormeciam mais rapidamente, tinham mais sono pesado (aquele que é mais reparador) e menos sono REM (aquele em que sonhamos), e acordavam menos vezes durante a noite. 

A parte pior é que ao reduzirem as horas de sono para 6 horas ou menos por noite, estas pessoas começaram a sentir mais sonolência durante o dia. No entanto, o seu desempenho em variados testes não foi afetado. E 1 ano após a experiência, todos os sujeitos continuavam a dormir menos horas por noite do que o que dormiam no início - entre 7 e 18 horas a menos por semana (ou seja, ganharam entre 7 e 18 horas para fazer outras coisas!).

O autor do livro, Pinel, conduziu ele próprio uma experiência de redução de sono. Enquanto esteve a escrever este capítulo sobre o sono, reduziu as suas normais 8 horas de sono por noite para 5 horas. O gráfico mostra o tempo dormido em cada noite, e as horas de deitar e acordar, relativamente ao planeado (barra preta):


Ao fim de 4 semanas, Pinel tinha o capítulo escrito e refere o bom e o mau desta sua experiência. O melhor foi ter ganho mais 21 horas por semana! O pior foi a sonolência que sentia sobretudo ao fim do dia; ao longo do dia, estando ocupado, não sentia sonolência, mas durante a última hora antes de ir para a cama custava a manter-se acordado. No entanto, mal chegava à cama, adormecia logo e dormir tornou-se uma atividade extremamente satisfatória (o tal aumento da eficiência do sono).

Fiquei mesmo com vontade de fazer esta experiência em mim própria!!

19/11/2015

Sobre a disciplina... ou a falta dela



Ultimamente tenho sentido o mesmo que senti por esta altura o ano passado. Quando as coisas começam a apertar - quando começo a ter frequências atrás de frequências, trabalhos, apresentações (a juntar a tudo o resto que eu já faço), ganho disciplina para umas coisas mas perco para outras. A prática de yoga sofre sempre nestas fases. Tenho sido muito mais consistente na hora de levantar, é verdade, mas nestas alturas descambo sempre.

No fim de agosto abracei um novo desafio de yoga, que consegui cumprir até ao início deste mês - a ideia era fazer todas as aulas de ashtanga da Jodi  Blumstein no YogaGlo até ao fim do ano. São pouco mais de 120 aulas e até ao início deste mês fiz 50 e tal. O que me começou a chatear no desafio foi ter que fazer aulas de níveis de dificuldade menor e aulas muito curtas. Às vezes só praticava 20 ou 30 minutos e sabia-me sempre a pouco. Eu quero ter uma prática de ashtanga forte e consistente, e com este desafio não estava a consegui-lo.

Outras vezes arranjo desculpas... não pratico de manhã com a desculpa que vou praticar à tarde, até é melhor que o corpo está mais quente e flexível... Mas à tarde tenho sempre mais que fazer e nunca consigo fazer uma prática como deve ser.

Outras vezes planeio levantar-me bem cedo para estudar um pouco e praticar, mas acabo por ficar na cama, e nem uma coisa nem outra...

Às vezes gostava de ser um pouco mais obsessiva em relação a isto. Gostava que a obsessão fosse tal que, no matter what, levantava-me e praticava, sem inventar desculpas.

A verdade é que eu tenho uma personalidade assim: acho sempre que posso e devo fazer mais e melhor. Nunca estou satisfeita com as conquistas. No dia em que defendi o doutoramento fiquei super contente e relaxada, mas no dia seguinte já estava a pensar, então e agora? O que faço agora? Que novos desafios vêm aí? Tenho uma grande necessidade de fazer coisas diferentes, abraçar novos deasafios, aprender coisas novas, pôr as minhas capacidades à prova. Sou alérgica à estagnação, mental e física.

Tenho dias maravilhosos! Acordo cedo, faço uma boa prática, cumpro tudo o que está na minha lista de coisas a fazer, tenho a casa limpa e arrumada, como comida saudável, passo tempo de qualidade com a família. E tenho outros dias... que são quase o oposto. Se uns dias são assim tão bons, porque é que os outros também não hão-de ser?

Porque falta-me disciplina. Falta-me a força de vontade. Falta-me consistência.

O que gostei bastante neste desafio de yoga é que durante estes 2 meses e tal, consegui cumpri-lo. Pratiquei bastante, e além das aulas de ashtanga, fiz outras, online e presenciais, e dei também bastantes aulas de yoga. Mas sinto que agora está na altura de um novo desafio. 

Então, em vez de praticar todas as aulas da Jodi no YogaGlo, fiz uma selecção daquelas que realmente me interessam. Escolhi só aulas de nível 2, 2/3 e 3, com duração de 60 a 90 minutos, e dentro dessas seleccionei as que quero mesmo fazer. E fiquei com 24 aulas. E tenciono fazê-las todas até ao final do ano. Começando amanhã, tenho 42 dias para fazer 24 aulas. 24 aulas em 42 dias. Parece-me bem. Claro que a minha prática não é só estas aulas. Por exemplo, na próxima semana vou praticar ashtanga a Lisboa e também pratico outras coisas em casa. Mas quero finalmente estabelecer uma prática de ashtanga forte e consistente e espero consegui-lo assim. Vou partilhando o meu progresso aqui, ok?

08/11/2015

O reencontro

Depois do último post, fiz uma introspeção séria e percebi porque é que me sinto assim, perdida, desorganizada... Porque nestas alturas de maior stress, de maior trabalho, a primeira coisa que deixamos de fazer é exatamente a mais importante, aquela que devia ser sempre uma prioridade - tratar de nós próprios.

Nestes últimos dias ou semanas pratiquei pouco yoga (dei aulas, fiz uma aula, mas a prática pessoal em casa foi muito reduzida), quase que não meditei, não bebi a água morna com limão de manhã... não fiz uma série de outros rituais que são essenciais para o meu bem-estar e isso refletiu-se em tudo o resto.

Há outra coisa que eu bem sei que me faz sentir assim - é quando tenho a casa desarrumada. Casa desarrumada, mente desorganizada. Não gosto. Na sexta feira à tarde, depois de ter escrito aquele desabafo, fiquei em casa e pus ordem em tudo. Lavei roupa, estendi roupa, arrumei roupa, lavei louça, organizei papéis... Dá-me logo outro ânimo ter as coisas como deve ser!

A questão é: como manter esses níveis de organização e arrumação no dia a dia? A resposta toda a gente sabe: fazer um pouco todos os dias. Qualquer um de nós tem pelo menos 15 minutos por dia para arrumar e limpar a casa! Mas, claro, esquecemo-nos disso e só nos lembramos à hora de ir dormir... A solução? Um lembrete no telemóvel. É o que vou fazer daqui para a frente. Toca às 21h45 todos os dias para me lembrar de dar um jeito à casa antes de ir dormir.

Relativamente ao yoga e à meditação, não tenho desculpa. Eu tenho de facto acordado sempre cedo, mas como tenho andado com frequências, acordo com a ideia de praticar, mas depois começo a sentir-me culpada e ponho-me a estudar... Não pode ser! Há tempo para tudo, e se fizer a minha prática, ainda estudo e trabalho melhor. Se quero mesmo estudar de manhã... acordo mais cedo para ter tempo para tudo, mas substituir a prática do yoga pelo estudo da psicologia... isso não pode ser!!

Esta semana vou, portanto, focar-me nestas duas alterações:

> acordar e praticar yoga; o estudo é depois do jantar, não às 6 da manhã!

> dar uma geral à casa todos os dias, durante 15 minutos, às 21h45

Vejamos como corre. Além disto, já tenho a semana toda planeada. Tenho duas aulas de yoga para dar, já preparadas, uma aula de yoga para fazer e mais uma aula de piloxing knockout (enquanto tenho um dos miúdos no judo; é uma boa forma de aproveitar o tempo). Tenho os compromissos na agenda, as tarefas mais importantes para a semana, sei as refeições que vou fazer e os snacks que tenho que levar para o trabalho. Está tudo pronto para mais uma fantástica semana!!


05/11/2015

Reencontro comigo mesma

Trabalho. Escrita de artigos. Leitura. Aulas de psicologia. Yoga. Aulas de yoga (como professora e como aluna). Aulas de jump e piloxing knockout. Trabalhos de casa. Estudo. Casa. Família. Filhos. Gatos. Fins de semana a estudar. Dias de semana a correr.

As últimas semanas têm sido super intensas. Preciso de me organizar (ainda) melhor e arranjar tempo para respirar. Não gosto desta sensação de estar constantemente ocupada. E tenho-a por culpa minha: falta de organização e procrastinação. Preciso de me reencontrar.

10/10/2015

A história do meu peso e mais um esforço

A evolução do meu peso desde o início da "dieta"

Em julho, de férias, na praia, decidida a perder os kilos a mais, consegui fazê-lo. Perdi cerca de 3 kilos, o que, em mim, nota-se e faz diferença. Agora ando à volta dos 55 kg, mas queria perder mais 2 ou 3 - aqueles chatos que ninguém vê a não ser eu, mas eu sei bem que eles estão cá. Desde o fim das férias consegui manter o peso, com as normais oscilações. Agora tanto posso ter 54,5 como 55,5 kg. 

Mas quero perder o que falta! Em julho partilhei aqui tudo o que comi durante mais de 30 dias e o meu peso diário. Resultou muito bem, espero ter motivado outras pessoas, e decidi fazê-lo de novo!
Nova "dieta", nova partilha de resultados.

A minha dieta não é uma "dieta" propriamente dita. O que eu gosto de comer e me faz sentir bem é mais ou menos o que é chamado de Primal (parecido com o Paleo, mas muito menos restritivo). Sei que há coisas que me fazem engordar (como os jantares de chouriça assada, pão, queijo e camarões) e coisas que ajudam a emagrecer (fazer exercício físico à tarde e não comer hidratos de carbono complexos ao jantar).

Nestes últimos meses tenho comido de tudo um pouco e, tal como já referi, o peso oscila, mas isso é perfeitamente natural. Não tenho ganho peso nem perdido peso. Mantenho-me à volta dos 55 kg. O objetivo agora é perder mais 3 kg. 

Sei que vai ser mais difícil. Não estou de férias, tenho que comer fora mais vezes, tenho que arranjar refeições rápidas e fáceis ao fim do dia. Mas vou tentar. E começo já hoje. Não é preciso começar a uma segunda-feira ou no primeiro dia do mês. Para mim, o momento presente é o ideal!



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08/10/2015

Mais um sobre a organização do trabalho científico

Este post é pensado em pessoas como eu, dedicadas ao trabalho científico, mas não quer dizer que não seja transversal a outras situações. Já recebi vários pedidos para partilhar como é que organizo o meu trabalho, portanto, aqui vai.

O trabalho científico é um tipo de trabalho criativo que envolve geralmente a conjugação de muitas atividades diferentes: trabalho de campo e laboratório, análise de dados, escrita de artigos, muita Muita informação passa-nos pelas mãos e não há horas suficientes num dia para fazer conseguir fazer tudo. O cientista acaba por levar trabalho para casa, vem ao laboratório ao fim de semana, e mesmo quando está a tentar relaxar continua a pensar acerca dos seus últimos dados. A parte boa é que o cientista geralmente gosta daquilo que faz, portanto o trabalho nem parece trabalho... e fazê-lo é, na verdade, uma fonte de prazer.

Mas como lidar, de forma organizada e eficiente, com tudo aquilo que este trabalho envolve? Claro que não há receitas infalíveis e cada um terá que descobrir o que é que se adapta melhor a si. Eu estou sempre a tentar melhorar os meus sistemas, a tentar arranjar maneiras de fazer melhor as coisas...

Em primeiro lugar, tenho que planear tudo o que faço. Atualmente uso o Workflowy para fazer esse planeamento, como mostrei aqui. Uso também o Google Calendar e uma agenda em papel. Na agenda em papel planeio os meus dias. Desde que comecei a tirar o curso de psicologia, tenho que me organizar muito bem e planear exatamente, para cada dia, o que vou fazer e quando vou fazer.

Há uns meses comecei a usar uma agenda Hobonichi, linda, ótima qualidade, que funcionou muito bem. Mas quando as aulas começaram, voltei a sentir necessidade do caderninho, onde tenho mais liberdade para usar o espaço como for mais adequeado.

Basicamente, uso uma página por dia; num dos lados faço uma pequena coluna com as horas, das 8h às 20h, onde anoto as aulas, reuniões e outros compromissos com hora marcada. No resto do espaço aponto as tarefas para fazer, mais ou menos de acordo com a hora em que devo fazê-las. 



Por exemplo, a primeira tarefa na imagem acima (ir à Ria buscar água), era para ser feita logo de manhã, daí estar próxima das 9 h. A tarefa comprar fruta e pão está entre as 18h e as 19h, depois de sair do trabalho. A última tarefa, já no fim da folha, refere-se a um trabalho para uma das disciplinas do curso, que planeei fazer em casa, depois do jantar, daí estar já depois das 20h.


Uma das maiores fontes de informação (e papel) com que o cientista lida todos os dias são os artigos científicos. Temos que estar sempre a par do que vai sendo publicado na nossa área, portanto a leitura de artigos é das tarefas mais importantes que temos. 

Há já muitos anos que não imprimo os artigos. Tiro os pdfs que me interessam, guardo-os numa pasta do Dropbox e organizo-os no Mendeley. O Mendeley (e outros softwares para gestão de referências) é fantástico, pois permite organizar os atigos em pastas, atribuir-lhes etiquetas, sublinhá-los, escrever comentários, enfim, tem uma série de funcionalidades que facilitam imenso o trabalho. No iníco fazia-me confusão ler no monitor, mas acho que é uma questão de hábito. E se pensarmos que é melhor para o ambiente, não custa tanto.



Basicamente, tudo o que posso ter em pdf, prefiro ter em pdf do que em papel. Quem diz artigos, diz livros e outras coisas. Enquanto os meus colegas têm as secretárias e as estantes cheias de coisas, eu tenho (quase) sempre a secretária desempedida e a estante arrumada e cheia de espaço.

quase sempre arrumada... mas nem sempre...
Também uso o Evernote para organizar certas coisas, como sites da net que me interessam, artigos que quero tirar o pdf, sites de congressos para ir, coisas assim... Uso o Evernote tanto para coisas de trabalho como pessoais, pois as suas funcionalidades (pastas, etiquetas) permitem separar as coisas e ter tudo organizado.

Uma alteração significativa que fiz recentemente e que me tem facilitado bastante a vida foi juntar todos os meus projetos em curso num só dossier.



Não gosto de trabalhar em muitas coisas ao mesmo tempo, e por isso só tenho 5 separadores para projetos de trabalho no dossier (e só 4 estão ocupados). Em cada separador guardo todos os papéis, rascunhos, informações importantes relacionadas com esse projeto. Por exemplo, o quarto projecto (JPR) é um artigo que submeti e que estou agora a fazer as correções requeridas pelos revisores. Aqui tenho os comentários dos revisores e folhas onde vou escrevinhando coisas para fazer, para procurar, para acrescentar... Naturalmente que tenho uma pasta no computador que corresponde a cada projeto, onde guardo os ficheiros digitais correspondentes (manuscrito, figuras, tabelas, carta ao editor, resposta aos revisores, etc.).

Neste mesmo dossier tenho também o material das aulas do curso de psicologia (os separadores cinzentos, de 1 a 6, um para cada disciplina). Aborrecia-me ter dois dossiers e andar sempre com os dois para trás e para a frente. Assim, arranjei um dossier grande onde cabe tudo aquilo que necessita da minha atenção. No fim do dia, é só agarrar no dossier e se quiser trabalhar em casa tenho ali tudo o que preciso.

Tenho outros projetos, outras ideias que gostava de pôr em prática um dia, projetos que vão iniciar-se daqui a uns meses - o someday/maybe do GTD, num outro dossier. Ao seu lado, dois outros que são importantes: um com todos os meus artigos (aqueles de que sou autora ou co-autora) impressos, e outro com documentos importantes relacionados com trabalho (estatuto de trabalhador-estudante, e documentos que a FCT nos faz digitalizar, como declarações de aceitação, guardo aqui os originais).



Resumindo, é planear, organizar, gerir bem o tempo... e divertir-me pelo caminho!

Se tiveres questões ou quiseres saber em específico alguma coisa em relação aos meus métodos de organizar e planear o trabalho (não é o que os meus métodos sejam perfeitos, é óbvio, mas têm funcionado para mim), deixa um comentário! Obrigada!



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01/10/2015

E assim aconteceu: aula solidária de yoga com gatos



No passado sábado a Pravi de Faro, com a colaboração da loja A Canastra e duas professoras de yoga, a Sara Santos e moi-même, organizou a primeira aula solidária de yoga com gatos.

A sala foi pequena para tanta gente que quis participar. Os gatos eram quatro irmãos lindos, que infelizmente (ainda) não foram adotados (o J. gostou muito de um deles, mas já temos 3 em casa...). As pessoas contribuiram com areia e dinheiro (muitas deram muito mais que os 2 euros mínimos), a TVI esteve lá, e aqui fica a reportagem.

Uma experiência fantástica que é, sem dúvida, para repetir!
E muito obrigada a todos os que tornaram este dia possível!


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22/09/2015

Novo ano, novas rotinas


O verdadeiro ano novo é em setembro, quando as férias acabam e as crianças voltam à escola. Este ano há novidades. O mais velho está no 5º ano e entra meia hora mais cedo que o habitual. É apenas meia hora, mas muitos ajustes são necessários!

O mais novo quer ir para a escola também a essa hora, e não meia hora mais tarde, para ter mais tempo para brincar. O J. leva-os à escola, mas o que já deu para ver nestes dois dias é que o pequeno-almoço em família (eu e os miúdos, que o J. nunca toma pequena-almoço) perdeu-se...

Eu planeava as minhas práticas de yoga de maneira a acabar até às 8h. Depois despachava-me, fazia o pequeno-almoço, comíamos e eles iam para a escola. Agora, quando estou a arranjar-me, eles já estão a tomar o pequeno-almoço... e eu acabo por comer sozinha...

Ou seja, tenho que pôr todas as minhas rotinas meia hora mais cedo! A hora de acordar tem sido muito inconsistente. Ora é às 6h, ora é às 7 e tal. Não pode ser. Espera-me um ano de muito trabalho, com artigos, projetos, alunos para orientar e os estudos de psicologia... Não posso perder tempo nem deixar de fazer as coisas por falta de organização. O foco para os próximos dias será voltar a ter uma hora fixa para levantar - 6h da manhã. Levantando-me a essa hora, consigo praticar yoga durante quase hora e meia e estar despachada às 7h30, para me arranjar, acordar os miúdos, e tomarmos o pequeno-almoço juntos. Assim, até chego ao trabalho meia hora mais cedo!

Este 2º ano de psicologia está a ser giro e não me parece que vá ser muito trabalhoso. Faço questão de ir às aulas teóricas (excepto às de estatística, pois é uma coisa com a qual eu trabalho no dia a dia e as aulas são a um nível muito básico), e só vou às teórico-práticas se for mesmo importante. Por exemplo, andamos a ver uns filmes em algumas disciplinas durante essas aulas, e o que faço é ver os filmes em casa ao serão. Assim, o tempo da aula a que não vou é aproveitado para trabalhar, e ao serão não vejo porcarias na tv, mas sim os filmes que tenho que ver. Os professores facilitam as coisas aos trabalhadores-estudantes, o que ajuda muito.

O meu desafio de yoga está a correr bem. Tenho praticado quase todos os dias, se bem que têm sido práticas curtas, o que não me agrada muito... Seja como for, essas aulas curtas também têm que ser feitas, por isso não se perde nada. Mais vale 15 minutos de yoga todos os dias do que duas horas ao fim de semana.

As coisas fazem-se Não se faz tudo ao mesmo tempo, claro, mas vai-se fazendo, desde que haja motivação e organização!


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16/09/2015

Aula solidária de Yoga em Faro com gatos


A Pravi de Faro juntou-se a duas professores de yoga, a Sara Santos e eu, e vamos fazer uma (a primeira de muitas, esperemos) aula de yoga cujas receitas revertem a favor da Pravi, para apoiar o magnífico trabalho que esta associação faz em prol dos animais.

Vamos ter gatos para adoção na aula, o que é inédito em Portugal - será algo deste estilo:


Se estiveres na zona de Faro, aparece! A entrada é 2€ (no mínimo) ou 1 saco de areia para gatos. Como os lugares são limitados, confirma para faro.pravi@gmail.com até 25 de setembro.

Se todos ajudarmos um bocadinho, podemos fazer a diferença! Obrigada!


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11/09/2015

Como conciliar o trabalho e o doutoramento?


Recebi um comentário a este post acerca de como conciliar a realização de uma tese de doutoramento com um trabalho full-time (no caso, de 9 horas diárias). Bem, devo dizer que na minha área, com muito trabalho de campo e de laboratório envolvido, fazer um doutoramento em part-time é praticamente impossível. Mas compreendo que há outras áreas em que poderá ser mais exequível. 

Como em tudo, há que saber, em primeiro lugar, o que é mais importante, e eliminar o resto. Acredito que conseguimos fazer tudo, mas não tudo ao mesmo tempo... Trabalhar full-time, fazer um doutoramento e querer acabá-lo a tempo, e ainda saídas à noite, jantaradas com amigos, idas ao cinema, muito tempo em família, tempo para relaxar e viajar... esqueçam! Por definição, o doutoramento é das fases mais trabalhosas da vida académica. 

Por isso, o que proponho em primeiro lugar é eliminar atividades e responsabilidades que não interessam. Depois, a semana tem 168 horas. Se trabalharmos 9 horas, 5 dias por semana, e dormirmos 8, ainda sobram 67 horas. Se tirarmos 3 horas por dia para refeições, higiene e cuidar da casa, ficamos ainda com 46 horas livres. Mas também temos que descansar... se tirarmos 2 horas por dia para o relax, ainda ficamos com 32 horas semanais  - é quase uma jornada semanal de trabalho. Em cada dia de trabalho ficam 2 horas livres para o doutoramento e 11 horas nos dias de folga. Claro que ninguém quer passar 11 horas num sábado de sol agarrado ao doutoramento, mas é assim que os doutoramentos funcionam. Não é pêra doce, mesmo.

Claro que há coisas que têm que ser eliminadas. Sugadores de tempo como televisão, internet, beber cafezinhos aqui e ali, isso tem que, temporariamente, acabar. Ninguém disse que fazer um doutoramento é fácil, por isso tem que haver um esforço real e intencional para tal. A vida durante o doutoramento não pode ser a mesma que era antes.

Claro que um esforço destes durante muito tempo pode-nos afetar fisicamente e psicologicamente. Há que saber equilibrar as coisas. Se passei o sábado inteirinho de volta da tese, será que tenho que fazer o mesmo no domingo ou será melhor descansar e recarregar baterias? Mas se durante a semana só trabalhei e não peguei na tese, então o fim de semana será dedicado inteiramente a ela. 

Estabelecer dealines também ajuda. O problema deste tipo de trabalho académico é que não costumamos ter deadlines reais, ou as que existem são a longo prazo. É por isso que muitas teses se arrastam durante anos e anos... Podemos estabelecer deadlines para acabar cada capítulo, ou escrever um número mínimo de palavras por dia. 

Quando fiz o meu doutoramento, era doutoranda a tempo inteiro, e teria sido muito complicado de outra forma, mas agora estou a tirar uma segunda licenciatura e também me debato com este tipo de problema - ter tempo para tudo. Eu tenho a vida muito facilitada porque, como investigadora, não pico o ponto, mas de qualqur modo tenho trabalho para fazer e produtividade para mostrar. E, como aluna, comecei logo de início a ter muito boas notas e agora sinto essa pressão para só ter de 18 para cima.

Eu comecei simplesmente a aproveitar melhor todos os momentos. Almoço rápido, não faço pausas para ir ao café (mas faço para esticar as pernas e descansar os olhos, usando o Pomodoro), aponto tudo o que tenho para fazer para não me esquecer de nada, aproveito as horas depois do jantar para estudar ou trabalhar e aproveito os fins de semana. Não gosto de estudar nos dois dias de fim de semana (gosto de ter 24 horas inteirinhas para descansar), mas em altura de frequências já aconteceu. E, sobretudo, mesmo nas alturas mais complicadas, não deixo de tratar de mim e de fazer coisas que são importantes para o meu equilíbrio, como o yoga.

O doutoramento é só uma fase da vida, importante, sim, mas é uma fase. Trabalhosa, às vezes desesperante e frustrante, mas acaba por passar. Nada é permanente...


E tu, fizeste um doutoramento enquanto trabalhavas a tempo inteiro? Como foi?


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10/09/2015

Como organizo o trabalho científico

Vários leitores já me perguntaram como é que organizo o trabalho académico. Para começar, a vida académica é bastante diferente das outras. Geralmente, os investigadores não têm horários de trabalho, não picamos o ponto, e não temos um chefe atrás de nós a exigir coisas (geralmente!). O investigador tem que gerir o seu tempo e o seu trabalho e saber priorizar as tarefas. Esta falta de estrutura claro que complica as coisas, e se uma pessoa não for bem organizada pode acabar por perder muito tempo a fazer coisas que não interessam...

Neste post vou então partilhar a minha maneira de organizar o trabalho académico. Já falei sobre isso em posts anteriores, mas como sabes eu estou sempre à procura da melhor maneira de fazer as coisas. Por outro lado, agora que voltei a ser aluna, tenho que planear e gerir o trabalho com mais cuidado para ter tempo para fazer tudo.

É geralmente no fim de agosto, início de setembro que planeio o ano letivo que começa, usando o Workflowy. Divido os meus objetivos de trabalho para esse ano em vários tipos:

> artigos para escrever (inclui também candidaturas a projetos)
> trabalho de campo/laboratório
> outras coisas 

Para cada um destes tipos de atividade, listo os artigos ou o trabalho específico que tenho para fazer, como se vê na imagem:


Geralmente dou-me 2 meses para cada artigo, o que inclui toda a análise de dados e a escrita propriamente dita. O trabalho prático, de campo e laboratório, já deverá estar todo feito quando começo a escrever o artigo.

Uma leitora falou-me na escrita de vários artigos ao mesmo tempo. Isso é coisa que nunca faço! Nunca escrevo mais que um artigo ao mesmo tempo. Posso combinar a escrita de um artigo com trabalho de laboratório, mas escrever dois artigos ao mesmo tempo drena demasiada energia, e acaba por não ficar nada de jeito. Tenho que concentrar os meus recursos mentais numa coisa só. Por exemplo, se estou a trabalhar num artigo e entretanto chegam as revisões de outro artigo, dedico-me completamente a este e o outro fica em espera. 

Atualmente estou numa fase de muita escrita e dou-me 2 meses para escrever um artigo. Já consegui escrever um artigo inteiro (este) em apenas 2 semanas, mas agora tenho aulas, tenho que estudar, tenho outras coisas para fazer, e 2 meses é um período de tempo mais realista. 

Pelo meio da escrita de artigos, tenho também trabalho de laboratório para planear e executar. Faço o mesmo tipo de planeamento no Workflowy (mais sobre o Workflowy aqui, aqui e aqui):


Depois, vão surgindo outras coisas pelo meio, que não estavam planeadas, como escrever resumos para congressos, dar aulas, rever artigos, que vou enfiando no planeamento semanal.

Com base neste plano anual, planeio depois o trabalho para fazer em cada mês. Aqui já considero trabalhos que tenho que fazer para o curso de psicologia e o estudo para frequências. 

Por fim, no início de cada semana decido o trabalho que quero completar nessa semana, e em cada dia planeio detalhadamente as tarefas que tenho para fazer.

Não é nada complicado, e ter um plano detalhado e realista ajuda imenso. De resto, ferramentas como o Workflowy, o Google Calendar e a agenda em papel ajudam imenso!


E os leitores que também fazem investigação científica, como planeiam o trabalho?


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08/09/2015

Ultimamente...

Ao serão, gosto de me sentar no sofá e ver a casa arrumada.

No trabalho, os livros de biologia marinha convivem amigavelmente com os de psicologia ambiental. 

 Deitada na cama, tenho esta vista.

 E esta também, se virar a cabeça para o lado.

 A minha Soraia também gosta de aulas de yoga online.

 Quem leva um artigo científico para ler na piscina? Eu...


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