Um guest post da Mafalda do blogue It’s (not)so simple! Obrigada Mafalda!
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Tenho a certeza de que a ideia já
cruzou o teu pensamento dezenas, quiçá centenas, de vezes. E, de todas essas
vezes, reprimiste-a. Razões como “agora não é momento certo”, ou “onde vou
arranjar o dinheiro?”, ou ainda “para quê cansar-me se depois o meu patrão não
me vai valorizar?”. Cada pessoa tem os seus motivos,
sejam eles estes, ou outros, mais ou menos complexos.
Não estou aqui para julgar os
teus motivos. O meu único intuito é fazer-te pensar, dar-te mais razões para
considerares a hipótese de aprenderes novas coisas e de desenvolveres o teu eu.
Afinal de contas, sei que te
sentes imensamente inspirada pela nossa Rita e pelo seu exemplo de força,
determinação e dedicação: ser mãe, investigadora, yogini, blogger e estudante
universitária é uma bela carga de trabalhos, não é?
Então, vamos falar das razões
mais comuns que damos (seja a nós, seja aos outros) para não investirmos no
nosso desenvolvimento pessoal e de como podemos contrariá-las e deixar de
procrastinar o investimento na nossa própria formação.
1. Não tenho tempo! Bom, isto é algo
que dizemos muitas vezes e não só a propósito deste tema. “Tenho filhos
pequenos.” “Tenho uma casa para cuidar.” “Estou cheia de trabalho…” Aquilo
que eu acho, aquilo que eu tenho aprendido, é que, se realmente quisermos
fazer determinada coisa, arranjaremos tempo para ela. O exemplo clássico:
quantas pessoas conheces que tiraram a carta de condução enquanto
estudavam, ou trabalhavam? Arranjaram tempo para ir às aulas, estudar o
manual, fazer testes, fazer o exame de código e ter aulas de condução em
tempo quase record. A grande lição é: quando realmente queremos muito uma
coisa, ou quando algo nos faz muita falta e tem um grande impacto na nossa
vida, encontramos tempo. Mesmo que para isso tenhamos de pedir ajuda,
deixar coisas menos importantes de parte, roubar ao sono (esta não
recomendo, mas cada um faz o que for preciso), parar de ver televisão, pôr
as saídas à noite em standby… Vale tudo para atingirmos os nossos objetivos!
2. Onde é que vou arranjar o dinheiro?
Não pretendo intrometer-me na carteira de ninguém. Porém, investir em
formação pode trazer grandes benefícios pecuniários no médio/longo prazo.
Cada um tem de saber o que é que valoriza mais e ter a capacidade de gerir
os seus rendimentos da melhor forma. No entanto, aquilo que quero aqui
destacar é que podes aprender mais, descobrir novas coisas, sem ter de
gastar rios de dinheiro em manuais, sebentas, aulas ou propinas. Sobretudo
nos dias de hoje. Podes escolher, na biblioteca da tua cidade, por
exemplo, um livro que te ensine uma nova capacidade. Ou procurar uma
versão digital, normalmente menos dispendiosa. Pedir emprestado. Ou comprar
em segunda mão. E, claro, podes encontrar na nossa amiga Internet uma
grande aliada: procura informação fiável sobre o tema do teu interesse, lê
tudo o que puderes e coloca em prática o que fizer mais sentido. Se a tua “cena”
forem línguas estrageiras, experimenta uma alternativa como o Duolingo (https://www.duolingo.com/).
Se procuras algo mais ligado aos negócios, ou às ciências socias, e nem
queres sair da frente do PC, tens de espreitar o Coursera (https://www.coursera.org/).
Depois agradeces-me… Aumenta os teus conhecimentos sem gastar um cêntimo!
3. O meu patrão não ia valorizar-me mais
por isto. Isto, para mim, levanta duas questões: A) Queres fazer isto
por quem, realmente? Não o faças pelos motivos errados, por favor. Fá-lo
por ti! Para te sentires bem contigo, para te levar mais além.
Adicionalmente, poderás querer fazê-lo para inspirar os que te rodeiam, ou
para dar um bom exemplo aos teus filhos. O teu patrão e o teu emprego vêm,
quando muito, em terceiro lugar. B) Achas mesmo que o teu chefe não te vai
valorizar? Ainda que a tua decisão implique estares menos disponível para
o trabalho (porque tens aulas, por exemplo), tenho a certeza de que o teu
patrão vai ver a tua decisão como algo positivo. Pode até não o
demonstrar, mas todos os chefes gostam de empregados pró-ativos,
interessados e que vão à luta. E, em alguns casos, pode até acontecer que
o teu chefe tenha apenas medo de te perder: capacidades aumentadas equivalem
a progressão de carreira potenciada, ao seu lado, ou longe dele. Portanto,
seja para te sentires bem contigo própria, ou para aumentar as tuas
hipóteses no mundo do trabalho, investir na tua formação compensa SEMPRE!
4. Não sei o que estudar! Isto, minha
amiga, é um excelente problema para se ter. Podes decidir enveredar por
temas que te seduziam na infância, ou na adolescência, e que tiveste de
deixar para trás por achares que não tinham futuro, ou por algo que só
agora descobriste. Avalia várias hipóteses, pesquisa um pouco sobre cada
uma e decide. E, lembra-te, nada tem de ser definitivo: hoje podes ler
sobre física quântica, e amanhã ter aulas de crochet. E depois avançar
para a filosofia. Ou para uma qualquer arte marcial. O céu, caríssima, é o
limite!
5. Já não tenho idade para isso! Hum…
Sinceramente, já ouvi desculpas melhores! Se há algo que eu considero
absolutamente extraordinário no ser humano é a sua capacidade para
aprender, para mudar formas de agir e de pensar. Tudo, com a orientação
mental certa, poder ser (re)aprendido. Certos temas com maior facilidade,
outros com menos, é certo, mas, se realmente te interessa, tu chegas lá.
Não te esqueças que um cérebro em movimento é um cérebro que envelhece
mais devagar. Portanto, deves isto a ti própria: estuda, para o teu bem!
Confia em mim: este é o momento
certo para fazeres algo mais por ti e para aumentares os teus conhecimentos.
Tudo conta: os cinco minutos a ler enquanto esperas pelo autocarro, aquele
bocadinho da tua hora de almoço para completar mais uma unidade de Espanhol, acordar
30 minutos mais cedo para estudar contabilidade financeira… Tu lá sabes.
Tu mereces o investimento que
vais fazer em ti própria. Por todos os motivos e também por mais este: por
teres a hipótese de provar a ti própria, uma vez mais, que vales muito, que
tens grandes capacidades, sejam estas intelectuais, de organização, culturais,
técnicas, motoras, analíticas ou de julgamento.
E isto parece-me importante sobretudo
se te debates frequentemente com uma sensação de que estás a estagnar, de que
te faltam conhecimentos importantes para o teu dia-a-dia, ou que precisas de te
levar mais além e ocupar-te com novas aprendizagens.
Portanto, e inspirada pela nossa
Busy Woman, segue em frente e começa já a aprender algo novo.
Já agora, se precisares de
informação sobre esta temática e, mais particularmente sobre o Estatuto do
Trabalhador-Estudante, passa pelo meu cantinho. Será um gosto ter-te por lá.
Atreve-te a ser feliz!
Não posso terminar sem agradecer
à Rita por me ter recebido tão bem aqui no seu blogue. Foi uma honra poder
partilhar com quem a lê estas minhas singelas dicas. Continuação de imenso sucesso,
Rita!