02/10/2013

Fazer o que é importante e eliminar o resto

Na sociedade ocidental em que vivemos, estar ocupado é sinal de sucesso. Quanto mais tarefas tivermos para fazer, quanto mais compromissos tivermos agendados, quanto mais coisas tivermos na nossa vida, mais espectaculares e invejados seremos. Mas serão todas estas actividades realmente importantes para nós? Esta vida agitada faz-nos mais felizes? Ou só o fazemos para mostrar aos outros o quão espectaculares somos? Ou porque não conseguimos dizer não às solicitações?

O primeiro passo para viver uma vida minimalista, uma vida em que fazemos apenas aquilo de que gostamos, é identificar o essencial. Identificar aquilo que é realmente importante para nós - aquilo que nos traz felicidade.

Para tal, precisamos identificar todos os papéis que desempenhamos, todas as responsabilidades que esses papéis nos trazem, e de que forma esses papéis e responsabilidades estão em linha com aquilo que nos dá felicidade.

Pega numa chávena de chá, põe uma música suave a tocar e senta-te confortavelmente com um papel e caneta. Se tens por hábito escrever num diário, usa-o para este exercício. Se não, aconselho-te a começar - escrever um diário é uma das melhores maneiras de processar as emoções, esvaziar a cabeça e arranjar soluções para os desafios que enfrentamos diariamente.

Para começar, identifica todos os papéis que desempenhas na sua vida. Eu, por exemplo, sou mulher, mãe, companheira, dona de casa, cientista, blogger, yogini. Escreve todos os papéis que desempenhas, mesmo os mais pequenos, no diário ou na folha. Cada um destes papéis traz consigo uma série de responsabilidades - descreve-as de forma sucinta. Não te esqueças que as actividades dos teus filhos são também da tua responsabilidade enquanto pai ou mãe.

Agora, rodeia com a caneta os papéis que são mais importantes para ti. Quais são os papéis que te trazem mais felicidade? As responsabilidades que tens fazem-te feliz ou são coisas que só fazes por obrigação? Se o teu emprego é uma dessas responsabilidades obrigatórias de que não gostas, tens duas soluções: ou mudas de emprego ou começas a olhar para esse emprego com outros olhos e uma atitude mais positiva. Acredito firmemente que tudo tem um lado bom - e o teu trabalho, pelo menos dá-te um ordenado. Pára de te queixares, muda a tua forma de pensar em relação às coisas que não gostas mas tens mesmo que fazer, como é o caso dos empregos para muitos de nós, e vais ver que o mundo irá tornar-se mais cor de rosa.

Não deves rodear mais de 4 ou 5 papéis nessa lista. Se queres ser mais feliz levando uma vida minimalista, não podes querer fazer tudo - tens que te focar no mais importante e eliminar o resto. Na primeira vez que fiz este exercício obtive uma lista enorme de actividades - até estava envolvida na política, apesar de já não sentir nenhuma paixão pelo assunto. Comecei então a eliminar o que não me interessava - comecei a dizer não.

6 comentários:

  1. É fácil envolvermo-nos em muitos assuntos diferentes ao mesmo tempo, ora para a política, ora igreja, trabalho, familia mais afastada... Eu tenho sentido que ter uma arte em nós mesmos ajuda na vida minimalista... por exemplo, tu escolheste a escrita (e cada vez mais o yoga!), eu escolhi a música, tem quem escolha a pintura, os trabalhos manuais, a cozinha, a costura... desde que não estejamos em "muitas artes" ao mesmo tempo, há um imenso sentimento de realização por conseguimos nos aprimorar e completar bem dentro daquela que escolhemos!

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  2. Paulina Reys02/10/13, 14:42

    Olá Rita, acompanho o seu blog faz algum tempo e agradeço o tempo que disponibiliza para o fazer.
    Em relação ao tema de hoje, na semana passada faria todo o sentido para mim, porque não faz sentido sobrecarregarmos os nossos "poucos" dias por cá e não termos um bocadinho para o que gostamos/ gostaríamos de fazer.
    De uma semana para a outra a empresa onde eu trabalhava fechou sem pré-aviso. Hoje, coisas como levantar cedo, rotinas, gestão de tempo não fazem sentido para mim...
    Vivo numa pequena vila do centro do país, já passei pela casa dos 40 (embora não pareça mas não conta a aparência nem a idade psicológica, só conta a idade B.I.) e não tenho grande jeito para manualidades...
    Agora, ando à procura do que é importante para mim hoje porque com certeza não é o que o era na semana passada...
    Espero que continue a presentear-nos com os seus textos.
    Beijinhos

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  3. Oi Rita, sou brasileira e gosto muito do seu blog. É muito inspirador e o visito todos os dias. Obrigada pelas dicas, essa do diário, por exemplo, é muito boa. Eu tenho um no qual escrevo as vezes, mas é virtual. Talvez seja melhor mudar para os papéis novamente. Me sentir desconectada algumas vezes :)
    Beijos!

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  4. É, sem dúvida, um dos maiores desafios para mim! Eu interesso-me por imensa coisa, quero sempre ler, aprender mais... mas aos poucos espero conseguir também perceber aquilo que é mais importante para mim e que me deixa mais feliz!

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  5. O exercício de identificar os papéis parece-me interessante!
    Vou tentar!

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  6. E eis que quando tento encontrar uma resposta para a minha angustia... encontro este blog... parece que toca mesmo em tantas nódoas negras.
    Desde que percorri o caminho de santiago em julho ultimo tenho sentido uma grande ansiedade... sem saber muito bem q caminho seguir... e acho que muitas coisas que por aqui leio estão aqui por alguma razão. Obrigada*

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Obrigada pelo comentário!

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