Todos os anos, algures entre o Natal e a passagem de ano, entro em estado de reflexão. Analiso o que fiz ao longo do ano que acaba e sonho com o que me trará o ano que começa. Em 2011 reflecti acerca das grandes mudanças que ocorreram nesse ano e fiz objetivos para 2012; em 2012 fiz o balanço desse ano em que a simplicidade tomou conta de mim, e em 2013 previ que o ano seguinte iria ser fantástico e sereno.
Ainda não estamos nessa semana entre o Natal e a passagem de ano, mas como vou estar fora nessa altura e esse espírito de fim de ano já se está a entranhar, vou adiantar-me uns dias e fazer a minha reflexão agora.
Os últimos anos têm sido recheados de coisas boas e diferentes. Em 2011 descobri o minimalismo e comecei a simplificar a minha vida - e a experimentar todos os benefícios de uma vida mais simples. No fim de 2012 descobri o yoga e a meditação, práticas que alteraram a minha relação com o mundo. No fim de 2013 percebi que certas coisas tinham que mudar. E em 2014 aprendi muitas coisas novas acerca de mim...
Aprendi, por exemplo, que devo ouvir a minha intuição. Eu sempre fui intuitiva, mas a maior parte das vezes não ligava porque não era racional... Agora ouço-a sempre - tenho insights estranhos e tomo decisões que de racionais não têm nada, mas corre sempre tudo pelo melhor e ainda não me arrependi de nenhuma dessas decisões influenciadas pela intuição.
Percebi também que tenho uma grande necessidade de ser útil, de ajudar os outros. Não é através do voluntariado ou de trabalhos com mais contacto com as pessoas (porque, afinal, eu sou introvertida e gosto mesmo de estar sozinha), mas é sim através do meu trabalho científico. Percebi que o que faço, apesar de importante para a ciência numa perspectiva temporal mais alargada, não me satisfaz essa necessidade de ajudar os outros, de aplicar os frutos do meu trabalho em benefício da sociedade, dos contribuintes que nos sustentam. Foi por isso que me tornei aluna de psicologia. Não para ser psicóloga clínica e tentar ajudar as pessoas individualmente, mas sim para direccionar os meus interesses de investigação para essa área - nomeadamente a psicologia ambiental, que tem muito mais aplicabilidade imediata que o meu trabalho actual.
Percebi que consegui ter um ano sereno, apesar de trabalhoso. Percebi que ainda tenho muito a melhorar, nomeadamente na área do combate à procrastinação e à preguiça, e percebi que o que preciso para 2015 - a minha palavra para 2015 - é DISCIPLINA!
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