22/02/2017

Destralhar de vez em quando é preciso!

Uma das regras essenciais do minimalismo é estabelecer limites. Mostrei alguns dos meus limites em termos de espaço neste post - mas mesmo assim, a tralha consegue infiltrar-se e acumular-se cá em casa...

De facto, destralhar é um processo contínuo. De vez em quando tenho que dar uma volta aos armários e às gavetas e ver se o que lá está guardado são coisas que precisamos e/ou nos fazem felizes (à la Marie Kondo) ou se são coisas que já não fazem falta - tralha, portanto.

Tenho aproveitado estes fins de semana mais calmos de inverno para fazer uns destralhamentos. É incrível como algumas coisas que no passado usámos imenso, deixam de fazer sentido a partir de certa altura - ou porque ficam velhas e estragadas, ou porque deixam de ser úteis, ou simplesmente porque deixamos de gostar delas...


Estas almofadas cinzentas, por exemplo, eram usadas quando tinhamos a mesa baixinha de jantar (essa da foto). Como não arranjei outro uso para elas, foram fora.



Tinha também duas colchas brancas, as duas velhas e um pouco rasgadas, que já não serviam nem para pôr na cama nem no sofá. Já tenho uma colcha ainda em bom estado para pôr na cama durante o verão (agora tem o edredão) e duas colchas fininhas para o sofá. Não preciso de mais. Quando estão sujas, lavam-se de manhã e à tarde estão secas. Para quê ter colchas a mais só a ocupar espaço? 


Depois ataquei a despensa. Coisas de criança que já não são usadas, espremedores de baldes, até filtros de café! Tudo fora.


Ainda deitei fora o balde que tinha na minha casa de banho, com o qual recolhia a água do chuveiro. Deixei de fazer isso porque o balde estava sempre cheio de bolor... Portanto, foi fora.


Por fim, a roupa. Quando faço estes destralhamentos, tenho que ser muito fria, porque ver-me livre da roupa é o mais difícil. Roupa já muito usada, roupa que não uso há anos, roupa que não me assenta bem - aos poucos, tem ido tudo fora... Desta vez também juntei umas toalhas que não era usadas há muito... Para quê ter tralha a ocupar espaço? Ter espaço livre é tão bom!


Queres destralhar e não sabes por onde começar? Vê a minha série de posts Destralhar a casa em 7 dias para teres algumas indicações de como destralhar cada divisão da casa!

21/02/2017

Estudo de yoga em Portugal


Caros leitores, provavelmente muitos de vós já viram o meu apelo no facebook, mas aqui fica de novo.

Estou a fazer um estudo aqui na Universidade do Algarve que tem como objetivo caracterizar os praticantes de yoga em Portugal, em termos de motivação, personalidade, atitudes face ao ambiente e outras variáveis psicológicas.

O questionário é anónimo e não levará mais de 15 minutos a preencher.


Se puderes participar e/ou divulgar por amigos e familiares praticantes de yoga, seria uma grande ajuda!

Fico mesmo muito agradecida pelo apoio!! Muito obrigada!


20/02/2017

As boas e as más gorduras

Ultimamente tenho feito bolos - de iogurte, de cenoura... de chocolate é que não, porque não quero comê-los (e eu só como de chocolate). A maioria das receitas que encontro inclui óleo vegetal - e eu recuso-me a usar óleo!! Costumo substituir por manteiga, que é uma boa gordura - e ainda me falta fazer o maravilhoso bolo de chocolate com manteiga em vez de óleo, mas de certeza que vai ficar excelente!

Mas afinal, qual é o problema dos óleos vegetais?

Comecemos pelo princípio. As gorduras foram a principal fonte de energia para os seres humanos durante quase 2,5 milhões de anos e foi a dieta rica em gordura que permitiu a complexificação do cérebro do Homo sapiens - há 10 mil anos, com o advento da agricultura, passaram a ser os hidratos de carbono a principal fonte de energia. As gorduras fornecem mais do dobro da energia que os hidratos de carbono e as proteínas (9 kcal/g versus 4 kcal/g).

No nosso corpo, a gordura está presente em duas formas: ácidos gordos, que estão na corrente sanguínea, disponíveis para serem usados como energia, e triglicéridos, que são a forma de armazenamento nas células adiposas; os triglicéridos também podem usados como energia, mas têm que ser decompostos em ácidos gordos para tal.

A insulina é a principal hormona que controla o que acontece com as gorduras que ingerimos, ou seja, se ficam em circulação sob a forma de ácidos gordos, prontos a serem utilizados como energia, ou se ficam presos nas células adiposas sob a forma de triglicéridos. Uma dieta que produz muita insulina, ou seja, uma dieta rica em hidratos de carbono, faz com que tanto as gorduras ingeridas como os hidratos de carbono ingeridos em excesso sejam convertidos em triglicéridos e armazenados. Numa dieta baixa em hidratos de carbono onde, consequentemente, a produção de insulina é reduzida, não vai haver tanto armazenamento de gordura, simplesmente porque não há insulina para tal... O que nos faz engordar, portanto, são os hidratos de carbono, não as gorduras.

Mas sabemos bem que as gorduras não são todas iguais!!

Basicamente podemos dividir as gorduras que ingerimos em dois grandes tipos: as saturadas, que são sólidas à temperatura ambiente, e as insaturadas, que são líquidas à temperatura ambiente.

As gorduras saturadas são uma excelente fonte de energia e não têm efeitos adversos para a saúde; pelo contrário, elas contribuem para funções metabólicas críticas, aumentando a absorção de nutrientes, melhorando o sistema imunitário, protegendo contra o stress oxidativo, etc. São ótimas para cozinhar, porque são muito resistentes à temperatura. Fontes importantes de gorduras saturadas são os produtos animais e o óleo de coco.

A verdade é que, infelizmente, as gorduras saturadas ainda assustam muita gente. É normal! Crescemos a ouvir dizer que não se pode comer mais que um ovo por dia, e que a margarina (uma mistura de óleos vegetais, produzida artificialmente) é muito melhor para o coração que a manteiga (feita da nata do leite)... Aliás, as recomendações de muitas instituições de saúde ainda são essas - gorduras saturadas fazem mal, a margarina e os óleos vegetais devem substituir a manteiga e outras gorduras de origem animal... Felizmente que cada vez aparece mais investigação científica que mostra o contrário - não são as gorduras saturadas que fazem aumentar os níveis de colesterol nem o risco de doenças cardiovasculares... Este post do Mark aborda em pormenor esta questão da gordura saturada.

Posso contar a minha experiência pessoal com as gorduras. Há uns anos, a comer no máximo 1 ovo  por dia (e não comia todos os dias!), becel, óleos vegetais e afins, houve uma altura em que tive o colesterol acima dos 200, o que me assustou, pois achava que o que comia não justificava tal valor... Hoje, a comer bastante gordura saturada, pelo menos 2 ovos por dia, e nada de óleos vegetais, trans, hidrogenados, etc. (só aqueles que vêm escondidos no chocolate...), tenho o colesterol (e os triglicérios e todos os outros indicadores) dentro dos valores normais.

Continuado, temos também gorduras monoinsaturadas, presentes no azeite, no abacate, nos frutos secos, que também são vistas como saudáveis, embora sejam menos estáveis com a temperatura, não devendo, por isso, ser usadas para cozinhar a altas temperaturas. Eu já comecei a substituir o azeite por banha de porco em muitos cozinhados...

As gorduras polinsaturadas, ou PUFAs (poliunsaturated fatty acids) são geralmente líquidas e são muito susceptíveis a danos devido à exposição a altas temperaturas, luz e oxigénio. Dividem-se em duas categorias: omega-6 e omega-3. Os omega-6 são geralmente vistos como maus, promotores de inflamação, e os omega-3 como bons, com efeitos anti-inflamatórios, mas não é bem assim... Os dois são necessários e o que importa mais é o rácio entre eles, ou seja, o rácio omega-6:omega-3.

Alimentos ricos em omega-3 são peixes como o salmão, a sardinha, cavala, arenque, anchova, e carnes e ovos de animais "livres", que não são alimentados a cereias. Produtos ricos em omega-6 são os óleos vegetais que usamos na cozinha, como o óleo de girassol ou de soja, e também os frutos secos, se bem que o rácio O6-O3 é muito variável dentro dos frutos secos. Enquanto o rácio O6:O3 dos nossos antepassados caçadores-recoletores era 1:1 ou 2:1, o rácio numa dieta americana típica é 20:1!! O problema destas gorduras é o consumo excessivo dos produtos que têm mais omega-6, pois estão em todo o lado - na comida processada, embalada, congelada, nos chocolates, bolos, pastelaria... é difícil fugir-lhes! Estima-se que na dieta americana, 70% dos PUFAs consumidos são omegas-6, que têm um valor nutritivo baixo e causam stress oxidativo... e, claro, o consumo de omega-3 não é suficiente, daí que se vejam tantos suplementos de omega-3 à venda...

Por fim, temos as gorduras hidrogenadas, parcialmente hidrogenadas, trans... são palavrões para gorduras que são produzidas artificialmente. Basicamente, a gordura insaturada (ex, um óleo vegetal) é aquecido a alta temperatura e alta pressão e misturado com solventes metálicos tóxicos para saturar as ligações de carbono com hidrogénio e assim tornar a gordura sólida à temperatura ambiente. As parcialmente hidrogenadas ficam sólidas mas derretem ao cozinhar. Estas gorduras alteradas oxidam facilmente, formando radicais livres, e estão presentes, tal como as PUFAs, em quase todo o lado... excepto nos produtos naturais e não processados, claro!

Este post já vai longo, mas aqui ficam as principais diferenças entre os vários tipos de gordura! Vamos lá deixar de ter medo das gorduras saturadas! Como em tudo, não há nada como experimentar... 

17/02/2017

A mudança dos rituais e dos ritmos



Este post da Dana inspirou-me imenso a fazer alterações nos meus dias. 

Uma coisa que não quero, ou pelo menos quero diminuir, é o estudo/trabalho à noite (se bem que nas vésperas de frequências é inevitável...). 

Também quero ir para a cama mais cedo e voltar a acordar consistentemente cedo (6h é a minha hora ideal). 

Quero ter serões calmos, a ler, a ouvir música, a jogar cartas - não quero televisão nem computador. 

Quero ter dias de trabalho intensos e ocupados, mas fechar a porta ao fim da tarde para só a abrir no dia seguinte de manhã. 

Quero ter uma prática de yoga puxada de manhã e calma ao fim da tarde, para marcar a transição entre o trabalho e o descanso.

Adoro, tenho inveja até, da disciplina de pessoas como a Dana - acorda às 04h30 para fazer a sua prática de yoga ou crossfit, seguida de um banho num lago gelado; um trabalho exigente das 8 da manhã às 6 da tarde, e por fim, uma prática de yoga mais calma, jantar e leitura de livros de ficção. 

Ler o post da Dana soube-me tão bem, pareceu-me tão certo, que fiquei a querer um dia parecido para mim. As circunstâncias são muito diferentes, claro, mas há alterações que eu posso, quero e preciso fazer nos meus dias.

> Diria que a mais importante é deitar-me consistentemente cedo - às 10h da noite. Assim, ainda posso ler durante uma meia hora e dormir o suficiente para acordar às 6h.

> Praticar ashtanga de manhã e alternar com práticas mais focadas no desenvolvimento da força. Tenho feito estas práticas de força ao fim da tarde, mas de manhã tenho mais energia e à tarde sabe-me melhor fazer uma pequena prática mais calma e relaxante para fechar o dia de trabalho e marcar a transição para a noite.

> Trabalhar intensamente durante o dia, entre as 8h30-9h e as 17h30-18h30; não quero mesmo pensar em trabalho ou estudos depois do jantar!

Esta semana andei a testar este novo modelo. É difícil não pegar no computador à noite, sabendo que tenho imensa coisa para fazer - mas consegui controlar-me! Tenho sido eu a fazer o jantar e até faço bolos para a família (de iogurte, de cenoura... de chocolate é que não, para eu não comer!) Acabei de reler este livro e comecei este. Tenho deixado a cozinha impecável depois do jantar, a roupa lavada e estendida, e até tenho preparado a roupa para o dia seguinte. De facto, não trabalhar depois do jantar permite-me fazer muitas outras coisas. Vamos ver se isto pega...

15/02/2017

A vida simples de pessoas reais - Maria José

Voltamos aos testemunhos dos minimalistas...

Não me considero propriamente "minimalista" - mas esta filosofia de vida tem muitos pontos de contacto com a minha/nossa (o meu marido pensa como eu...) forma de estar na vida. 
Por "estranho" que possa parecer, chegamos a uma atitude muito próxima do Minimalismo pela tomada progressiva de consciência religiosa... :-)
A sério: somos católicos convictos - e aos poucos fomos interiorizando que tudo o que tivéssemos "a mais", de certeza que estaria a fazer falta a Outros, e/ou a prejudicar o Planeta, ou a dificultar o nosso progresso Espiritual. 
Assim, decidimos fazer várias opções que são estranhadas socialmente, mas que nos fazem muito felizes! 
Reduzimos o nosso guarda-roupa ao mínimo indispensável - cabe tudo, de ambos, num roupeiro e numa cómoda. Tudo mesmo! Roupa de verão, de inverno, de praia, sapatos…

Só temos um carro (e trabalhamos ambos a 30 km de casa sem transportes públicos) - damos boleia um ao outro.

Toda a mobília foi escolhida e comprada em segunda mão - exceto duas ou três peças do IKEA. 

Fazemos "auto-produção" (legumes, aromáticas, fruta... No próximo ano, vamos avançar para coisas mais "pesadas": batatas, cebolas e hortícolas - porque terreno não nos falta)

Temos um menino de 3 anos - toda a sua roupa cabe numa pequena cómoda. Todos os seus brinquedos, material de "artes" e livros cabem numa única estante. O que não "serve" é doado. 

Na nossa sala comum há espaço para comer (família enooorme, ok? É fácil juntar 20 pessoas...) - e para ver TV, brincar, ler, trabalhar ("home office"), fazer música (piano incluído!)... Porque reduzimos tudo ao mínimo: o chão é opção para sentar. E o sofá. E as cadeiras que vêm do resto da casa! 

Os detergentes e os cosméticos são feitos por nós. 

"Destralhamos" tudo o que podemos. 
Reutilizamos tudo o que conseguimos. 
Sentimo-nos cada vez mais LIVRES. 
A nossa casa respira! 
Não temos empregada doméstica.

Quase não temos electrodomésticos - na verdade, temos uma máquina de lavar, um frigorífico e um fogão. (Não usamos aspirador, nem aqueles acessórios de cozinha que nunca mais acabam, nem máquina de café, nem... pronto! Mais  nada!)
Temos um pequeníssimo televisor - não temos canais por cabo, nem pacotes de Net, nem minutos infindáveis de telemóvel...
O "destralhamento" pessoal chegou também ás redes sociais: não temos FB, nem Instagram, nem... nenhuma.
Ainda temos muitas coisas que um minimalista consideraria "a mais" - eu  não consigo desapegar-me de certas coisas que me parecem "fazerem parte da minha vida" - objectos antigos de família e livros, sobretudo. O meu marido não consegue prescindir do monte de ferramentas de bricolage... :-)
Talvez um dia o percurso natural nos leve a um desapego maior! 
Mas estamos verdadeiramente gratos por termos descoberto o seu blog: tem sido fantástico como inspiração e orientação!

13/02/2017

A gordura não engorda! Mas os hidratos de carbono sim...

A maioria de nós cresceu a ouvir que só devemos comer um ovo por dia, porque a gema tem muita gordura e, portanto, aumenta o colesterol, ou que a manteiga faz mal, e o melhor é ingerirmos pouca gordura. Estas ideias surgiram nos anos 50 com um estudo científico que, ou teve os seus problemas ou foi mal interpretado, mas o facto é que começámos a associar o consumo de gordura às doenças cardiovasculares. A gordura passou assim a ser o diabo e as dietas baixas em gordura e altas em hidratos de carbono tornaram-se a referência saudável.

Hoje sabemos que não é bem assim. Sabemos que o consumo de gordura saudável não faz aumentar os níveis de colesterol no sangue nem provoca doenças cardiovasculares. E sabemos também que os hidratos de carbono é que são os grandes culpados do excesso de peso. As gorduras, portanto, não nos engordam. Para que fique claro, quando falo em gorduras, refiro-me sempre às boas gorduras - as saturadas e monoinsaturadas, e as boas fontes de omega-3, ou seja, a gordura dos produtos animais, do azeite, dos frutos secos, do óleo de coco, do peixe azul, etc. - não é a gordura dos óleos vegetais!!

As gorduras  têm sido o principal combustível para o Homem desde há 2,5 milhões de anos (o consumo excessivo de hidratos de carbono só surgiu com a agricultura, há 10 mil anos). Foi graças às gorduras que o cérebro humano se desenvolveu e se tornou mais complexo, ultrapassando os cérebros dos outros primatas que tinham dietas mais vegetarianas. As gorduras dão imensa saciedade, sendo praticamente impossível comê-las em demasia, como acontece com os hidratos de carbono.

O nosso metabolismo tem dois modos de funcionamento: ou está adaptado a queimar glucose para obter energia, ou está adaptado a queimar gordura (o que o Mark Sisson chama de fat-burning beast). 

A maioria de nós, graças ao nosso consumo tradicionalmente excessivo de hidratos de carbono, prefere usar glucose como energia. Para quem queima preferencialmente glucose, o que se segue é tudo verdade:

> o pequeno-almoço é a refeição mais importante, porque acordamos cheios de fome depois de 8-10 horas sem comer
> temos que comer regularmente, de 2 em 2 ou 3 em 3 horas, para manter os níveis de energia  e os níveis de açúcar no sangue estáveis
> para tal, precisamos de hidratos de carbono, como cereais integrais, que nos dêem essa energia

O que este consumo constante de hidratos de carbono provoca é uma produção excessiva de insulina. A insulina é necessária para retirar o açúcar do sangue, visto que quantidades elevadas de açúcar no sangue são tóxicas. Portanto, quanto mais hidratos de carbono (que são rapidamente convertidos em glucose quando ingeridos), mais insulina é necessária para processá-los.

E o que é que a insulina faz à glucose que não é imediatamente usada como energia? Armazena-a como gordura nas células adiposas (assim como as gorduras ingeridas, que, por excesso de hidratos de carbono, não poderão ser usadas como energia). O excesso de hidratos de carbono e, consequentemente, de insulina, desequilibra as hormonas envolvidas na fome/saciedade, diminuindo a leptina (hormona da saciedade) e aumentando a grelina (hormona da foma), o que provoca... fome.

Pelo contrário, quando estamos adaptados a usar gordura como fonte de energia, a produção de insulina é reduzida; sem insulina, não é possível armazenar gordura. A gordura ingerida fica em circulação no sangue sob a forma de ácidos gordos, prontos a serem usados como energia. Se a produção de insulina for alta devido ao consumo de hidratos de carbono, então a gordura será também armazenada sob a forma de triglicéridos, em vez de ser queimada...

Uma pessoa adaptada a queimar gordura em vez de glucose tem uma série de vantagens, como por exemplo:

> tem menos necessidade de ingerir glucose porque o corpo vai buscar energia à gordura acumulada no tecido adiposo, produz glucose através da gluconeogenese (conversão de aminoácidos em glucose) e pode também produzir corpos cetónicos que são usados como energia

> não é só glucose... é mesmo menos necessidade de ingerir calorias, visto que o corpo é muito mais eficiente a usar as calorias que são ingeridas; já aqui referi que quando faço o exercício de quantificar o que como, é incrível como a minha ingestão de calorias é baixa pelos padrões convencionais - entre 1000 e 1300 kcal diárias - mas, sendo uma fat-burning beast, é o suficiente para ter imensa energia ao longo do dia!

> não tem picos de açúcar no sangue nem quebras de energia quando o açúcar baixa e, portanto, mantém níveis de energia estáveis ao longo do dia

> não precisa de estar sempre a comer; eu como 3 vezes por dia e muitas vezes até salto o pequeno-almoço - e não tenho fome! Os snacks a meio da manhã e a meio da tarde já não fazem parte da minha vida...

> não precisa de comer depois de fazer grandes esforços físicos; para mim isto é óbvio nos dias em que tenho natação... tomo o pequeno-almoço às 8h, nado à hora de almoço e só almoço depois da 14h; há uns dias só consegui almoçar às 15h30 e foi na boa, não estava prestes a desmaiar de fraqueza nem nada que se pareça

> tem mais facilidade em emagrecer e em manter um peso saudável, visto que é mais fácil aceder às reservas de gordura e usá-las como energia, uma vez que não tem a insulina sempre a mandar o que se come para o armazenamento

Para concluir, o que hoje se sabe é que este modo de "dependência" da gordura e não dos hidratos de carbono representa o metabolismo normal e ideal do Homo sapiens. Pode custar um bocadinho a fazer a transição mas depois vale mesmo a pena viver assim!!

10/02/2017

Menos e mais

O que é que quero menos este ano?

> televisão - ando novamente a ver demasiada televisão, pelo menos pelos meus padrões; andamos a rever todas as temporadas do House, vejo a nova temporada do Grey's Anatomy, do Scandal e do The Big Bang Theory, e vejo sempre o Mayday Desastres aéreos, quer sejam episódios novos ou não; é demasiado (são 2 episódios do House por dia!). Vou tentar limitar-me aos episódios novos e não ver episódios que já vi...

> redes sociais - já conheci tantas coisas novas e aprendi imenso através das redes sociais... mas qual é a necessidade de estar sempre a abrir o face ou o instagram? É um hábito inútil que me faz procrastinar, que me distrai, mas que já está tão enraizado e é tão automático que nem sei como o combater...

> noites a estudar - graças ao curso de psicologia, estudar ou fazer trabalhos aos dias de semana depois do jantar já se tornou normal - mas é coisa que não gosto nada. Felizmente que este semestre (o último da licenciatura) vai ser mais calmo, com menos trabalhos e menos uma disciplina. Quero aproveitar os fins de semana para rever a matéria e fazer o que for necessário, e evitar ao máximo trabalhar depois do jantar. Nas vésperas de frequências é que lá terá que ser...


E o que é que quero mais?

> natação - foi das melhores decisões que tomei - voltar a nadar. A sensação de liberdade que tenho dentro de água é incomparável, e as endorfinas que se libertam fazem-me querer voltar todos os dias. Por enquanto, tenho ido às aulas duas vezes por semana, mas quero começar a ir mais vezes fora das aulas. Tem-me feito muito bem, mesmo. Ao contrário de outras atividades onde já andei (ginásio, crossfit, até mesmo aulas de yoga), à natação não me baldo! E das vezes em que tive mesmo que faltar (uma vez por constipação, outra por ter um exame de psicologia, e duas vezes, esta semana, porque tive uma gastroenterite e ainda estou fraca), fico mesmo triste...

> yoga - mas quero uma prática mais intuitiva e menos militarizada. Já não planeio as aulas que quero fazer; prefiro ouvir o corpo - aliás, uma prática de yoga dá-nos essa sabedoria. Esta manhã, por exemplo, ainda me sinto fraca por causa da gastroenterite - não vou, portanto, fazer uma prática de ashtanga, que é esgotante, mas sim uma prática mais calma, talvez um yoga restaurativo, uns alongamentos suaves, para me ajudar a recuperar.

silêncio - estar em silêncio, ouvir o silêncio, É uma das coisas que gosto tanto no yoga como na natação. O silêncio. No yoga tenho feito mais práticas sozinha, sem seguir videos online, para não me distrair com a voz do professor e para conseguir ouvir melhor o meu corpo. A nadar, não ouço nem vejo nada do que se passa à minha volta. São práticas quase meditativas que me permitem voltar para dentro de mim.

> dormir melhor - ir para a cama mais cedo e acordar mais cedo, de preferência sem despertador. Hoje foi um desses dias em que acordei naturalmente às cinco e meia da manhã; mas dias destes são muito raros. A televisão ou o computador têm-me sugado as noites e acabo por me deitar mais tarde que o suposto... depois, não acordo à hora que é suposto, o que me deixa sem tempo para meditar e praticar yoga. Esta tem sido a regra nos últimos meses e os seus efeitos negativos notam-se.

> música clássica - durante muitos anos, ouvia sempre a Antena 2 no carro; não sei o que aconteceu, mas praticamente deixei de ouvi-la nos últimos tempos... há que retomar.

> verdura - apesar de comer muito, mas muito mais verdura do que comia há uns anos, sinto que ainda não é suficiente; a meta é ter metade do prato com verduras, e não apenas um quarto como é costume.

> ler ficção - antes de ir para a cama; durmo sempre melhor, excepto quando faço noitadas para acabar o livro...


E tu, o que é queres mais e menos este ano?

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