16/06/2015

Yoga, crianças, vegetarianismo... respostas a algumas questões

Às vezes recebo emails e comentários de leitores que querem saber mais sobre o meu percurso no yoga, sobre a prática de yoga dos meus filhos, e sobre a minha alimentação.

Um desses emails tocou-me bastante, pois descreve o blog de uma forma muito simples, mas que revela uma grande compreensão acerca de mim. Escreve a Sofia: 

Gostaria de a congratular como autora do interessante blogue The Busy Woman and the Stripy Cat que acompanho, de há uns meses a esta parte, e considero verdadeiramente inspirador. Trata-se de um espaço onde emana o desejo constante de aperfeiçoamento pessoal, desempenhando o yoga e a meditação um papel determinante, com uma tónica acentuada nos campos interrelacionados da organização e da gestão do tempo. A força de vontade e a determinação que manifesta, numa linha de fazer sempre mais e melhor, movem-me a seguir em idêntico trilho. 

A Sofia continua e pergunta-me com que idade é que os meus filhos começaram a praticar yoga e se eu notei diferenças no seu comportamento.

Eles começaram a praticar pouco depois de eu ter começado, deviam ter 6-7 anos (agora têm 9 e 10). Nunca fizeram aulas regulares, mas fazem um pouco aqui e um pouco ali. De vez em quando fazem em casa, às vezes vão a aulas fora de casa. 

O que eles fizeram de forma regular durante todo este ano letivo foi meditação para crianças, num formato de aulas individuais, uma vez por semana, com a professora que escreveu este livro. Ao mesmo tempo, fazia (e faço) meditação com eles em casa, que consiste basicamente em contar histórias que eles visualizam. É como uma viagem dentro das suas cabeças. Eles gostam muito. 


O que eu faço mais com eles são ensinamentos informais. Tento que eles vivam o yoga no dia a dia. Conto histórias com uma moral por trás, como esta, e já sabem melhor que a maior parte dos adultos quem foi o Buda e conceitos como karma e dharma. Falando em termos de Yoga, tento transmitir-lhes os Yamas e Niyamas, mais que o Asana. As aulas de yoga para crianças são, na sua maioria, brincadeiras, e, por agora, prefiro ensinar-lhes valores morais. Eles já fazem muito desporto, portanto prefiro que a sua prática de Yoga seja mais calma e interna. Já os ensinei a respirar como deve ser, e a parar, fechar os olhos e focarem-se na respiração para acalmar. 

Mais importante ainda, sobretudo, para crianças que têm sempre coisas para fazer e estão sujeitos a distrações vindas de todos os lados - tento ensiná-los o dolce fare niente. Fazer nada. Serem capazes de estar, sem precisar de fazer. Este é o treino mais difícil...

A Sofia pergunta-me também acerca da minha passagem pelo vegetarianismo. Escreve ela:

Sinto, há longo tempo, um apelo para me tornar vegetariana, ou melhor, para abolir a carne da minha dieta alimentar, mantendo, contudo, algumas refeições semanais de peixe e o consumo de produtos lácteos. Tenho uma amiga próxima que, ao fazê-lo, sentiu falhas de memória e teve, segundo o seu testemunho, de passar a ingerir alguma carne de aves. Acha que, para evitar riscos, deveria recorrer a um nutricionista especializado na área? Gostaria de, a propósito deste tema, conhecer melhor a sua perspectiva – encontrei alguma informação no blogue. Tornou-se vegetariana gradualmente? De início, sentiu alguns efeitos colaterais? Toma algum suplemento alimentar?

Eu fui vegetariana durante pouco tempo, uns 3-4 meses apenas. Durante esse período tive vários problemas, o maior deles a sensação de inchaço no estômago, e até engordei um pouco. Voltei a comer carne e fui pesquisando o que é que me faz sentir bem, com energia, o que é que me faz engordar, o que é que me faz sentir inchada... Percebi que, embora adore feijões e lentilhas, só posso comê-los de vez em quando. Percebi que o que não me deixa emagrecer é sobretudo o muito arroz que como (adoro arroz). Percebi que prefiro muito mais almoçar um peixe grelhado com salada do que uma lasanha vegetariana.

Percebi também que gosto dos alimentos pouco ou nada processados. Quanto mais próximo do seu estado natural, melhor. Agora, sigo mais ou menos a alimentação do paleolítico, com muita fruta, hortaliça, sementes e frutos secos, carne, peixe e ovos, e nenhuns (ou muito poucos) açúcares, hidratos de carbono complexos (pão, arroz, massas, cereais) e grãos que me fazem inchar. Gosto de comer bem e não ficar com aquela sensação de inchada depois das refeições.

um almoço no trabalho - restos de carne bolonhesa com pepino e tomate

Como em tudo na vida, penso que isto da alimentação é uma questão de bom senso. Devemos comer aquilo que nos faz sentir bem, que nos dá energia, que nos torna mais saudáveis. Claro que para sabermos que alimentação é essa, há que experimentar... Houve uma altura em que apontava na agenda tudo o que comia, e assim podia associar determinada disposição a determinados alimentos.

Já ouvi dizer, de professores de yoga vegetarianos, que a prática de yoga acaba por tornar uma pessoa vegetariana. Permito-me discordar. Para mim, a prática de yoga permite conhecermos melhor o nosso corpo e assim conseguimos ouvi-lo melhor. Com o yoga, sabemos mais facilmente o que é melhor para nós.

Essa ideia que um bom yogi tem que ser vegetariano está errada. Nem o Buda era vegetariano, nem obrigava os seus monges a sê-lo. O Dalai Lama não é vegetariano. De acordo com o Budismo, não há formas de vida superiores a outras; ao comer uma planta, estamos a matá-la. Este assunto é polémico, e este video aborda o conceito da não-violência e da compaixão de forma muito clara.

Portanto, eu como aquilo que me faz sentir bem! E acho que é isso que todos deveríamos fazer, independentemente das expectativas, do comportamentos dos outros, e dos rótulos que nos atribuímos ou nos atribuem...


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18 comentários:

  1. Olá Rita!!

    Embora nem sempre costume comentar sou seguidora assídua do teu blog, e assim como a Sofia também o acho super inspirador! Aqui aprendo sempre alguma coisa e isso é tão bom!
    Adorei este post e fez-me tão bem lê-lo que nem imaginas.
    Há uns anos atrás deixei de comer carne e estive um ano sem a comer, mas por problemas de saúde tive de voltar a comer, embora apenas carnes de aves e pouca quantidade.
    A alimentação saudável faz parte dos meus dias, principalmente desde que descobri algumas intolerâncias alimentares. No meu caso senti mesmo necessidade de procurar ajuda, pois como tive de abolir alguns alimentos, queria poder continuar a ter uma alimentação diversificada. Pois se há uma coisa que me aborrece é ter de comer sempre a mesma coisa.
    Isto tudo para dizer que sou praticante de Yoga e também como carne, pois o importante é eu sentir-me bem comigo mesma. E eu sinto. Não quer dizer que um dia mude de ideias e volte a deixar de comer.
    Ler este teu post veio fortalecer mais ainda aquilo que penso e defendo!
    Os teus filhotes são uns sortudos, pois têm uma mae maravilhosa que lhes ensina o melhor que temos, que são nos nossos valores!
    Obrigada pelo tanto que partilhas aqui.
    Beijinho enorme.
    Catarina.

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  2. O melhor post! <3

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  3. Olá, Rita.

    Gostei muito deste artigo, está em sintonia comigo.

    Quanto à questão da alimentação, as questões da Sofia não andam muito longe das que tive (e por vezes ainda me assolam).

    Num artigo que fiz no meu blogue (inspirado por um outro blogue que estou a seguir por tua influência também, o da Meredith Nordhem), cito Masanobu Fukuoka (no capítulo “Resumo sobre a alimentação” do livro “A revolução de uma palha”):

    “As pessoas começam por abandonar a alimentação vazia e fácil ["alimentação laxista”], fonte de inúmeras doenças. Depois, desencantadas com a alimentação científica, que apenas procura manter a vida biológica, muitas passam a uma alimentação de princípio ["baseada em princípios espirituais e numa filosofia idealista"]. Finalmente, ultrapassando-a, chega-se à alimentação não-discriminatória da pessoa natural”.

    E é isto.
    Uma boa continuação, para ti, para os teus e para o teu blogue :)

    Mariana

    (PS - O meu artigo é este: http://beloguedapatanisca.blogspot.pt/2014/06/a-minha-alimentacao.html)

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  4. Olá Rita!
    Continuando com o assunto de alimentação, dando ênfase ao consumo de carne (claro está :))
    Não nos podemos esquecer que, actualmente, o consumo de carne (e derivados) tem um impacto tremendo no meio ambiente (já apontado como uma das maiores (senão mesmo a maior) causa de poluição/consumo de recursos no mundo actual). Há tb a questão ética, ou seja, a forma como os animais são tratados durante a sua curta vida e o sofrimento que lhes infligem é aterrador. E não nos podemos esquecer que estes animais são medicados com hormonas e antibióticos não tornando a carne num alimento muito saudável (suponho que a carne biológica resolva este aspecto).

    Acredito que, nós seres humanos, somos onívoros e portanto precisamos de alimentos de origem animal para "funcionar" correctamente.. mas dado tudo isto, existem imensos factores a considerar na escolha da nossa alimentação.. lá está, como disseste, deve-se basear naquilo que nos faz sentir bem... fisicamente e psicologicamente!

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    1. Esse argumento utilizado é a meu ver um "não-argumento" (exceptuando a parte do tratamento dos animais...e nem todos são mal tratados)
      Em relação ao impacto no meio ambiente o mesmo acontece com as plantações (as enormes plantações que ocupam hectares e hectares, de onde são arrancadas árvores e outros cultivos, por exemplo, para produzir algodão que nós vestimos... têm um impacto bem superior e nem sequer é para bens alimentares). Só as consequências disso como poluição da água presente, consumo de água elevado, desperdicio de água (nem precisa de sair da Europa, pode ir a Bordeux e vê uns bons hectares de lenha cortada onde estão 24h/7 constantemente a "regar" aquilo para não se incendiar e a dita lenha é para construir móveis... por isso), entre tantas outras coisas.
      E são colocamos imensos insecticidas e pesticidas, alguns até em produções ditas biológicas... mas como alguns advém de produtos naturais já "não faz mal", o problema é que por vezes também faz e ninguém controla isso.

      Posto isto, acho que o seu argumento é um não-argumento, não por não ser relevante mas porque a produção de produtos verdes para consumo leva a tanta (ou mais) poluição e desperdício. Já para não falar na poluição associada ao transporte de bens como bananas, mangas, etc para Portugal (e digo para PT porque é o nosso caso mas isto acontece em todos os países e para todos os países) - já pensou em quantos animais já morreram/quanta poluição provoca o facto de nós comermos fruta e vegetais importados?

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    2. É precisamente por não haver nenhuma solução perfeita, que penso que temos que ir pelo nosso bom senso e evitarmos fundamentalismos! Obrigada aos dois anónimos pelos comentários, que enriquecem bastante o blog!

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    3. Em primeiro lugar peço desculpa pelo atraso deste comentário, mas deparei-me agora com este blog e ao ler as respostas não podia deixar de responder ao Anónimo das 10:52, mesmo que o próprio não vá ler.

      Aquilo que chama um não-argumento é, na verdade, um argumento extremamente válido. É verdade que os hectares e hectares de plantações são a maior causa de destruição de área verde, mas o facto é que a maioria das plantações destinadas a consumo nem sequer o são para consumo humano, mas sim para a alimentação dos animais que consumimos, o que vai dar ao mesmo argumento de que a indústria da carne é, sim, a mais poluente nos dias que correm (tendo em conta a desflorestação necessária à produção de alimento para oa animais, o consumo de água e a emissão de gases que contribuem para o efeito de estufa). Não porque comemos carne, como sempre fizemos, mas porque comemos DEMASIADA carne.

      Sim, as outras indústrias também destroem o ambiente, como bem referiu, actualmente não há nada que não o faça. Sempre que compramos o que quer que seja estamos a poluir e a contribuir para o comércio poluente, mas isso não invalida de forma nenhuma o argumento de que a indústria da carne é extremamente nociva para o planeta, e se há alguém que se baseia nisso para comer menos carne ou deixar de comer por completo, que mal é que isso traz ao mundo? Nenhum. Lá porque há muitas coisas erradas no mundo não temos direito de tentar mudar e melhorar uma delas?

      Rita

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  5. Adorei a mensagem que deixaste. A abordagem que fazes da meditação com os teus filhos é deliciosa, encantadora! :) Aquilo que falas da alimentação é libertador. Abraço

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  6. Adorei o post! Está inspirado. Adorei saber sobre como lida com seus filhos quando o assunto é meditação e yoga. Abraços e parabéns pelo trabalho.

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  7. Muito interessante toda a parte da meditação / yoga para crianças!

    Recomendo muito a quem queira tornar-se vegetariano ou tenha dúvidas sobre o vegetarianismo em crianças que adira ao grupo crescer vegetariano no facebook. Muito amigável e activo - https://www.facebook.com/groups/crescervegetariano/

    Respondendo ao 2º anónimo, não sei porque é um não argumento o argumento do primeiro anónimo... O facto de haver outros factores ambientais problemáticos não invalida o problema ambiental da produção industrial da carne, cada vez mais difícil de esconder e desculpar. Embora para mim a razão principal para ser vegetariana, que sou há 13 anos sem nunca ter sentido os problemas que a Rita sentiu (talvez por ter baseado a breve experiência vegetariana em muitos produtos processados e ter abusado do queijo, parece-me lembrar-me de ter referido isso nos posts da altura) seja o sofrimento dos animais na indústria, onde são sujeitos a um sofrimento atroz, não é possível negá-lo quem pesquise um pouco, basta um pouco, sobre o assunto. Mas voltando ao não argumento... Posso usar o meu pequeno poder como consumidora para combater as diversas formas de crimes ambientais. Não usando por exemplo o algodão que se saiba ser de fontes duvidosas (eu ultimamente tenho tentado muito comprar sempre roupa em 2ª mão, nas lojas Humana encontram-se coisas fantásticas, e ainda ajudamos), reciclando, sendo minimalistas no consumo, e também sendo vegetarianos ou pelo menos reduzindo bastante o consumo de carne e peixe, e muitas outras coisas, etc etc... A consciência como consumidora se for alastrando é a arma mais poderosa.

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    Respostas
    1. Não, não baseei a minha breve experiência em produtos processados nem abusei do queijo... não sei de onde tirou essa ideia...

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    2. Não me viu em lado nenhum a dizer que não deveríamos combater isso, para mim não é simplesmente um bom argumento pró-vegeteranismo pois existe imensa poluição associada à produção em massa de produtos alimentares vegetais (já para não falar dos supostos composto vegetais como a soja que está a servir a muito vegetariano quase como base de alimentação na substituição de carne: carne de soja, hamburger de soja, etc etc. Estes produtos têm vindo a ser fonte de inúmera poluição directa e indirectamente).
      Existe uma imensidão de poluição de ar+terra+água que ocorre pelos diversos processos de massificação e de proliferação dos mais variados tipos de produtos hortícolas. Não só na sua produção, como recolha e posterior transporte. Já pesquisou sobre isso? Sabe qual a média de poluição marítima que se deve a isso?

      Já no que concerne o algodão de "fontes de duvidosas" não quero escarnecer mas não se esqueça que nem tudo o que diz a etiqueta é real e basta pesquisar um pouco para ver inúmeros exemplos de supostas produções muito sustentáveis, supostos bons exemplos e quando se vai a ver por trás está um esquema de todo o tamanho e não só os produtos não são de fontes fidedignas como originam na escravatura humana (até existe um documentário no youtube sobre isso). Se são todos? Provavelmente não... mas sem dúvida que são a grande maioria.

      Em relação aos animais, se pesquisar um pouco verá que existem situações e situações e não nem todos são maltratados (felizmente). É, no entanto, para mim o argumento mais válido de toda a ideologia vegetariana. Aliás já fui vegetariana e esse foi o motivo para tal ter acontecido mas por motivos de saúde não posso ser...
      Por isso, não defendo o abuso dos animais. Mas também sou contra que metam cães fechados em apartamentos e aí já todos me acusam porque afinal as pessoas têm direito a tê-los...-.-

      Para mim não-argumentos são todos aqueles que se "esquecem" de enumerar as contrapartidas os problemas das soluções pseudo-milagrosas que apregoam. E foi somente isso que quis dizer. Não é não ser válido mas sim o facto de ter os mesmos problemas que diz que a solução oposta apresenta.

      Por exemplo, se deixar de comprar produtos hortícolas importados e passar a comer somente animais que cria e legumes que produza combate bem mais a poluição. Por isso é que para mim isso são "não-argumentos" porque nenhum de nós está disposto a deixar de comer todos os produtos importados e a dedicar-se "à terra" (e não eu não defendo essa solução, nem acho que seja A solução).

      Simplesmente, se fossem essas as verdadeiras motivações escolhiam-se sempre as opções mais sustentáveis (nada de gadgets tecnológicos, nada de fibras sinteticas, nada de fibras importadas, nada de produtos importados, nada de combustiveis, carros sem serem pelo menos electricos, em suma, basicamente, nada de nada).

      Não tenho nada contra opções individuais, não tenho nada contra os vegetarianos ou vegans desde que exista sempre a preocupação de ser saudável, principalmente com as crianças, ou seja, garantir que têm todos os nutrientes essenciais.

      No entanto, não me parece natural que se venha falar da poluição disto ou daquilo quando o produto que defendemos é igual ou pior...

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    3. Sabes que no comentário acima eu não estava a argumentar nem apregoar... Estava sim a contribuir com mais informação num dos temas falados no post: o consumo de carne. É óbvio que o consumo de o que quer que seja tem impacto no meio ambiente. Mas parece que a produção animal é de facto, e de longe, o que causa mais impacto ambiental. Deixo um artigo que vale o que vale assim como qq outro artigo.http://www.theguardian.com/environment/2014/jul/21/giving-up-beef-reduce-carbon-footprint-more-than-cars
      Com isto não quero dizer que deixar de consumir carne é a cura milagrosa para todos os males do mundo. Não sou ninguém para o fazer l. Acredito que todas as nossas ações influenciam tudo o que nos rodeia e por isso devemos agir conscientemente sempre que possível. E este blog já aborda um tema mt importante e que contribui para minimar o impacto que temos neste planeta. O minimalismo. Sabes quantas peças de roupa compro anualmente? Contam-se certamente pelos dedos de uma não. Sabes qtas pecas de mobilariario tenho em minha casa? Conta-se pelos dedos de uma mão tb e alguns são peças deitadas fora por outros que reciclei. Carro, não tenho. Transportes públicos só apanho qd é mesmo necessário, prefiro andar a pé. Sempre que que quero comprar algo pergunto-me se realmente preciso, e dessa forma minimizou imenso a qt de coisas que compro. Apenas estou a enumerar isto, pq parece que cres que as pessoas que defendem algo só vêem numa direcção.. Nessa direcção. Não é pelo menos o meu caso e não defendo que não se deva comer carne. Defendo que devemos ter conscienciencia dos nossos actos sempre que possível. Defendo que devemos minimizar o que consumimos sempre que possivel.. Defendo que devemos comprar a produtores locais sempre que possivel. E defendo que devemos viver sempre de acordo com o que acreditamos, não como os outros querem que sejamos.

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    4. Outra vez o argumento da destruição e desflorestação por causa das plantações. Volto a dizer, já que referiu as plantações de soja, grandes responsáveis pela desflorestação na América do Sul, Amazónia incluída: cerca de 70% (pode ir pesquisar, se quiser) da soja produzida é destinada ao consumo animal, por ser o alimento mais barato com maior quantidade de proteína.

      Rita

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  8. Rita só queria dizer que adorei este post :) Estou numa altura da minha vida que reduzi o consumo de carne ao máximo, mas a evitar fundamentalismos. Deixei de comer neste momento porque me sinto bem! Como sou uma pessoa do tipo Vata, não posso exagerar no feijão nem nas lentilhas fazem-me sentir inchada, por isso procuro alternativas.
    Concordo plenamente contigo quando escreves que devemos comer aquilo que nos faz sentir bem, independentemente das expectativas, do comportamentos dos outros, e dos rótulos que nos atribuímos ou nos atribuem...
    Eu li o livro "A Gata do Dalai Lama" e no livro tem uma parte que nos dá uma lição sobre isto (quando falam da filha de Tenzi que se recusa a comer carne quando deveria para sua saúde) e Dalai Lama diz: "ser ou não ser vegetariano não precisa ser oito ou oitenta. É possível encontrar um meio-termo".

    Para concluir o meu comentário, gostei de saber como é a prática de meditação e yoga dos teus filhos! Acho que és um exemplo de mãe a seguir :)

    Beijos Rita e que continues a nos inspirar!

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  9. Bom dia!

    Venho seguindo o seu blog à já algum tempo.
    Hoje senti que tinha de lhe escrever. Hoje partiilho a sua opinião relativa à alimentação saudável. Para mim também foi dificil perceber quais os alimentos que me faziam bem. Agora percebo que nem todos os alimentos ditos "saudáveis" são compativeis como meu organismo. Aprendi a escutar o meu corpo. Como legumes e frutas e proteína tanto animal como vegetal. Temos que agradecer e respeitar a cadeia alimentar e nada de fundamentalismos.
    Obrigada pela partilha.
    Elisabete Nogueira

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  10. Olá a todos!

    Rita, confesso que andava à espera deste post (especialmente no que toca à questão vegetariana). Eu não partilho, de todo, a tua posição sobre a alimentação nem a sua relação com o Yoga enquanto lifestyle, mas respeito :) Percebi que tens seguido algo semelhante à dieta Paleo - eu acho sinceramente que é mais uma moda - não acredito que seja um regime alimentar nada natural, sobretudo porque se baseia na necessidade imperiosa de ingerirmos proteína animal, ainda para mais de fraca qualidade...A falta de proteína (e de energia) é um mito, a única "falha" da alimentação Vegan é a Vitamina B12, mas apenas e só porque já não cultivamos o que comemos (a little dirt never hurt!). De todo o modo, há inúmeros estudos que demonstram que até os carnívoros têm deficiência de B12 porque os cadáveres dos animais que ingerem não têm a alimentação natural que deviam ter.

    Posto isto, respeito, como é óbvio todas as opiniões que tenho visto escritas e pretendo apenas deixar também a minha experiência pessoal. Eu sinto-me incrivelmente melhor sendo vegetariana (melhor digestão, mais energia, mais clareza de pensamento, menos letargia após refeições, menos tempo de recuperação entre treinos de corrida intensos). A Dosha Pitta é claramente dominante em mim, pelo que tenho adequado as minhas escolhas vegetais de acordo com os sinais que o meu corpo me dá, o que não é difícil tendo em conta as milhares de opções vegetarianas existentes atualmente. Sou adepta de uma alimentação whole-plants,low fat e praticamente não como alimentos processados. Para quem tem sentido falta de memória e outros problemas relacionados, sugiro que procurem um nutricionista especializado e que variem bastante a alimentação. Este artigo publicado no site Forks Over Knifes é muito interessante sobre essa temática: http://www.forksoverknives.com/brain-food-new-study-shows-healthy-diet-can-protect-against-memory-loss/.
    Por último, e mesmo para terminar..é verdade que acredito veementemente que uma alimentação vegetariana é o que é natural para nós humanos, mas quanto mais não fosse, seria sempre vegetariana por razões éticas. Não posso e não consigo pactuar com a exploração e morte de 7 mil milhões de animais por ano só para alimentar a gula da população humana do hemisfério norte.
    Resto de uma óptima semana para todos e para quem é do Norte, Bom S. João :)
    Tânia

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  11. Olá Rita! Sigo o seu blog com muito agrado há muito tempo, mas penso que ainda nunca o comentei.
    Gostava imenso de practicar yoga, mas não tenho orçamento para ter aulas, e dos vídeos que vejo na internet, só 1/20 das posições é que consigo fazê-las (tenho um problema de coluna que me impossibilita fazer coisas tão simples como deitar de barriga para baixo).
    Muitas pessoas pensam, erradamente, que por uma pessoa ser vegetariana ou vegan, significa obrigatoriamente que é super saudável. Não é verdade. Pode-se ser vegan e consumir muitas coisas que não nos fazem sentir bem: óleos, manteigas, açúcares, leites vegetais de pacote, aliás, basicamente tudo o que é de pacote, mesmo que seja vegan. Misturas como abacate + gordura não devem ser feitas, por exemplo. O exemplo que a Rita deu é prova disso: a lasanha, mesmo que vegetariana leva azeite cozinhado + molho branco de soja, ao contrário do peixe assado (que não leva gordura nenhuma) + salada, que leva apenas um pouco de azeite crú (se levar), como gordura. A gordura refinada faz-nos sentir inchados, cheios e com pouca energia.
    Quando deixei de comer produtos animais e a comer uma pequena percentagem de cozinhados não senti que deixei de ter "os pequenos prazeres da vida", como ainda ontem me diziam, muito pelo contrário, senti que havia um mundo Enorme de prazeres novos ao meu alcance! Eu como gelados ao pequeno-almoço, o meu almoço é 100% doce e sem açúcar (fruta) e o jantar ganha uma nova dimensão com a quantidade de molhos que vamos descobrindo, graças às sementes e aos molhos com base em alguns vegetais. As sobremesas (apesar de eu não as fazer - nunca sinto falta delas) são super doces e guilt-free. Posso comer sobremesa a qualquer hora do dia, mesmo ao pequeno-almoço, e posso oferecê-la também ao resto da família ao pequeno-almoço.
    Não me "afirmo" vegan, até porque se me vir apenas com as opções de 1) comer carne/peixe ou 2) não comer nada, como a carne/peixe sem medos. A minha escolha não foi para beneficio dos animais, mas para beneficio da minha saúde.
    Rita, se quiser perceber melhor porque o vegetarianismo não resultou consigo, aconselho-a a falar com a Zlati (da página "ZD - Vitaliza" do facebook e a aderir ao seu grupo "Vitaliza"). Tenho a certeza que vai ficar a perceber melhor por que "funciona" para uns e não para outros.
    Para terminar (peço desculpa pelo testamento), há cada vez mais pessoas a tratarem diversos problemas, desde os mais comuns (varizes, por exemplo) a mais complexos (como a diabetes), apenas com mudança alimentar. Mas é preciso saber o que comer e cada pessoa está num estado diferente da que está ao lado. Sabendo o estado do nosso corpo é muito mais fácil perceber o que devemos e o que não devemos comer. Por exemplo, eu estava a comer muuuuito tomate, mas para quem tem pouco ácido clorídrico (como é o meu caso) o tomate é desaconselhado; e não comia quase cebola nenhuma (não gosto muito), mas devo comer mais por causa do enxofre. Aconselho a leitura da íris a todas as pessoas, queiram ou não mudar a sua alimentação, pois mesmo continuando a consumir carne e peixe, às vezes há estes pequenos pormenores que não sabemos e que podem fazer diferença.

    Beijo e bom fim-de-semana. *

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