15/02/2017

A vida simples de pessoas reais - Maria José

Voltamos aos testemunhos dos minimalistas...

Não me considero propriamente "minimalista" - mas esta filosofia de vida tem muitos pontos de contacto com a minha/nossa (o meu marido pensa como eu...) forma de estar na vida. 
Por "estranho" que possa parecer, chegamos a uma atitude muito próxima do Minimalismo pela tomada progressiva de consciência religiosa... :-)
A sério: somos católicos convictos - e aos poucos fomos interiorizando que tudo o que tivéssemos "a mais", de certeza que estaria a fazer falta a Outros, e/ou a prejudicar o Planeta, ou a dificultar o nosso progresso Espiritual. 
Assim, decidimos fazer várias opções que são estranhadas socialmente, mas que nos fazem muito felizes! 
Reduzimos o nosso guarda-roupa ao mínimo indispensável - cabe tudo, de ambos, num roupeiro e numa cómoda. Tudo mesmo! Roupa de verão, de inverno, de praia, sapatos…

Só temos um carro (e trabalhamos ambos a 30 km de casa sem transportes públicos) - damos boleia um ao outro.

Toda a mobília foi escolhida e comprada em segunda mão - exceto duas ou três peças do IKEA. 

Fazemos "auto-produção" (legumes, aromáticas, fruta... No próximo ano, vamos avançar para coisas mais "pesadas": batatas, cebolas e hortícolas - porque terreno não nos falta)

Temos um menino de 3 anos - toda a sua roupa cabe numa pequena cómoda. Todos os seus brinquedos, material de "artes" e livros cabem numa única estante. O que não "serve" é doado. 

Na nossa sala comum há espaço para comer (família enooorme, ok? É fácil juntar 20 pessoas...) - e para ver TV, brincar, ler, trabalhar ("home office"), fazer música (piano incluído!)... Porque reduzimos tudo ao mínimo: o chão é opção para sentar. E o sofá. E as cadeiras que vêm do resto da casa! 

Os detergentes e os cosméticos são feitos por nós. 

"Destralhamos" tudo o que podemos. 
Reutilizamos tudo o que conseguimos. 
Sentimo-nos cada vez mais LIVRES. 
A nossa casa respira! 
Não temos empregada doméstica.

Quase não temos electrodomésticos - na verdade, temos uma máquina de lavar, um frigorífico e um fogão. (Não usamos aspirador, nem aqueles acessórios de cozinha que nunca mais acabam, nem máquina de café, nem... pronto! Mais  nada!)
Temos um pequeníssimo televisor - não temos canais por cabo, nem pacotes de Net, nem minutos infindáveis de telemóvel...
O "destralhamento" pessoal chegou também ás redes sociais: não temos FB, nem Instagram, nem... nenhuma.
Ainda temos muitas coisas que um minimalista consideraria "a mais" - eu  não consigo desapegar-me de certas coisas que me parecem "fazerem parte da minha vida" - objectos antigos de família e livros, sobretudo. O meu marido não consegue prescindir do monte de ferramentas de bricolage... :-)
Talvez um dia o percurso natural nos leve a um desapego maior! 
Mas estamos verdadeiramente gratos por termos descoberto o seu blog: tem sido fantástico como inspiração e orientação!

9 comentários:

  1. Uau!! É muito bom quando os dois navegam no mesmo barco...

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  2. Estou impressionada com a história deste casal!! É incomum achar um casal com a vida minimalista, às vezes é um conflito quando apenas uma das partes pensa desta forma. Espero ter a mesma sorte, quando tiver minha a família

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  3. Um testemunho verdadeiramente inspirador, Maria José.
    Muito obrigada!
    Quando queremos que a nossa vida seja simples, é nisso que ela se torna.
    Uma prova de que o minimalismo e simplicidade vivem no coração, não estando condicionados pelo número de objetos que efetivamente temos.
    Tudo de bom.
    Mafalda
    www.itsnotsosimple.com

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  4. Incrível! Quero diminuir meus pertences em casa e ver esse relato é inspirador.

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  5. Verdadeiramente inspirador, fiquei de queixo caído... bjs

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  6. e com isto já não comprei o aspirador que estava convencida que me fazia falta...

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Obrigada pelo comentário!

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