30/10/2013

Implementando o ZTD. Dia 0 - O que é o Zen To Done

Zen To Done é um sistema de produtividade criado pelo Leo Babauta. Resumidamente, o Leo pegou em vários outros sistemas de produtividade, como os desenvolvidos pelo David Allen e Stephen Covey, combinou-os e adaptou-os à sua vida. As ideias não são, portanto, originais, mas são sim um apanhado do melhor do GTD e de outras técnicas. 

Recentemente tenho pensado muito nisto dos sistemas de produtividade, o GTD, o ZTD, sobretudo devido aos recentes posts da Thais sobre GTD vs. ZTD. Já li o livro do Leo Babauta, Zen To Done, várias vezes e agora comecei finalmente a ler o Getting Things Done do David Allen. Mais tarde verei por mim mesma quais as diferenças e semelhanças entre os dois sistemas. Mas, por agora, vou focar-me no ZTD, que é o sistema que tenho usado para me organizar.

Como em tudo o que o Leo escreve, a simplicidade, a identificação do essencial e eliminação do que não interessa estão bem patentes no ZTD. Este sistema não servirá, portanto, para pessoas extremamente ocupadas, com uma infinidade de projectos e tarefas em mãos. Este sistema é, sim, o ideal para os minimalistas, os adeptos da vida simples, as pessoas que conseguem dizer não ao que não lhes interessa porque querem é focar-se naquilo que é mais importante.

O ZTD é um sistema simples que se foca no fazer e não no planeamento e no sistema. O Leo refere que, por mais fantástico que o GTD seja (o Leo usava o GTD), há muitas pessoas que têm problemas com ele (eu incluída), e o ZTD resolve alguns desses problemas. Não é que um seja melhor que o outro. As nossas vidas é que são diferentes e o que é bom para uma pessoa pode não funcionar para outra. 

O Leo refere em específico os 5 maiores problemas que as pessoas costumam ter com o GTD:

1. O GTD exige uma mudança de hábitos, todos ao mesmo tempo. O ZTD foca-se num só hábito de cada vez.

2. O GTD não se foca o suficiente no fazer, mas mais na captura e processamento da informação. O ZTD foca-se mais no fazer.

3. O GTD é demasiado destruturado para muitas pessoas, decidindo no momento que tarefa fazer a seguir. O ZTD cria hábitos de planeamento das tarefas diárias e semanais mais importantes.

4. O GTD tenta fazer demasiado, o que acaba por stressar algumas pessoas quando acabam com listas imensas de coisas para fazer. O ZTD foca-se na simplificação das tarefas e eliminação do que não interessa.

5. O GTD não se foca o suficiente nos objectivos, mas mais nas tarefas do dia-a-dia que nos aparecem à frente. O ZTD identifica o trabalho mais importante, aquele que devemos de facto fazer para atingir os objectivos.

Assim, no Zen To Done, o Leo combina os aspectos fantásticos do GTD com outros sistemas e aplica-o à sua vida. O livro explica como fazê-lo, passo a passo, e é isso que pretendo fazer nos próximos posts. 

Vou (re)aplicar o ZTD à minha vida. Durante os próximos dias, vou fazer um delete no meu sistema e nas minhas ferramentas, e começar do início, para que possa partilhar aqui a minha experiência. Vai ser giro!

O ZTD é um conjunto de 10 hábitos, os quais devem ser adquiridos um de cada vez ou no máximo dois de cada vez. O Leo aconselha a prática de cada novo hábito durante 30 dias e só depois passar para o hábito seguinte. 

Os 10 hábitos, que já descrevi neste post, são:

1. Capturar
2. Processar
3. Planear
4. Fazer
5. Sistema simples e confiável
6. Organizar
7. Rever
8. Simplificar
9. Rotina
10. Encontrar a paixão


Em cada dia vou implementar um dos hábitos e partilhar a minha experiência aqui. Não vou, no entanto, seguir a ordem proposta pelo Leo. Por exemplo, para mim faz mais sentido, depois de capturar toda a informação que anda espalhada pela casa e na casa, arranjar um sistema simples e confiável para organizar essa informação, e só depois processar tudo.

Para quem está interessado em saber mais sobre o ZTD aconselho a leitura do livro, disponível no Zen Habits em versão pdf e na Amazon em versão kindle. Há também uma tradução do livro para português do Brasil disponível gratuitamente aqui.

28/10/2013

O que é o Tantra (e o sexo tântrico, claro)

O Tantra é uma corrente espiritual, um conjunto de práticas que surgiu na Índia há milhares de anos, possivelmente revelado por Shiva; no entanto, a grande expansão do Tantra deu-se mais tarde, no século VIII d.C., e a escritura fundamental do Tantra, Kula Arnava Tantra, surgiu apenas no século XII d.C. 

Ao contrário do Vedanta, o Tantra rejeita a autoridade dos Vedas. Esta corrente surgiu como resposta ao desejo das pessoas simples, não ligadas a uma vida mais espiritual nos templos, de terem um sistema prático que lhes permitisse manter a sua fé e cultivar a sua espiritualidade. O Tantra baseia-se fortemente no princípio feminino, ou seja, dá muita importância à Deusa, a mãe do Universo, à parte feminina, à energia feminina, Shakti. A mulher é o mestre no Tantra, o que contrasta com as outras tradições que giram em torno do masculino. De facto, pode dizer-se que o Absoluto manifesta-se em duas polaridades: masculina, ligada a Shiva, uma energia passiva, parada; e feminina, ligada a Shakti, uma energia activa, em movimento.

O Tantra pretende a integração do eu com o si mesmo, ou seja, a integração da realidade do corpo com a realidade espiritual. O ponto de partida para alcançar este objectivo é o corpo. De facto, para o tantrika, o praticante de Tantra, o corpo é o templo do espírito, ou seja, é necessário cuidar do corpo, mantê-lo forte e saudável para que o Absoluto se manifeste. No Tantra procura-se ancorar a realidade corpórea à busca espiritual; o corpo serve, portanto, de base a esta busca. 

No Tantra Yoga, o principal objectivo é despertar a energia kundalini, Shakti, e fazê-la subir pela nadi sushumna. A união de Shakti com a energia masculina, Shiva, é, para o tantrika, uma união divina. Quando as duas energias, feminina e masculina, se encontram, elas complementam-se, formando uma só realidade. 

Os conceitos de energia kundalini, nadis, chakras, etc., tão presentes no Hatha Yoga, foram desenvolvidos pelo Tantra. O Tantra Yoga parece, assim, ser uma prática mais fácil para atingir o Absoluto do que, por exemplo, o Yoga clássico de Patanjali, que é mais racional e científico, ou o Jnana Yoga, que é mais abstracto. 

No entanto, o tantrika corre o perigo de ficar apegado ao corpo e dependente do prazer que as práticas tântricas lhe proporcionam. De facto, desequilíbrios na energia kundalini podem originar graves problemas físicos no praticante. Por este motivo, a prática do Tantra deve ser sempre acompanhada por um Mestre; o Tantra dá, inclusive, grande importância à relação Mestre-Discípulo, pois as práticas têm perigos que o praticante, sozinho, poderá não conseguir ultrapassar.

A entoação de mantras é prática comum no Tantra Yoga para fazer subir a kundalini, sendo uma técnica que liberta a mente dos pensamentos e preocupações. Os mantras são sons carregados de poder sagrado que representam uma expressão de uma consciência mais evoluída. De acordo com o Tantra, o mantra pode ter um de três objectivos: a) pacificar as forças do Universo, isto é, manter o Universo em paz; b) adquirir coisas através de magia; e c) promover a identificação do praticante com um determinado aspecto da realidade (uma divindade, o cosmos, qualquer coisa). 

Os yantras, símbolos geométricos (semelhantes aos mandalas do budismo, mas não tão circulares e simétricos), são também usados no Tantra Yoga para entrar em estados meditativos.

Existem cinco rituais no Tantra Yoga, os 5 M’s, também conhecidos por Panchamakara: Madya (vinho), Matsya (peixe), Mamsa (carne), Mudra (cereais) e Maithuna (coito). Os textos antigos onde estes rituais foram descritos eram de difícil compreensão e isso originou diferentes interpretações do seu significado, o que se traduziu no surgimento de duas escolas distintas de Tantra: a escola da mão direita e a escola da mão esquerda. 

A escola da mão direita acredita que estes textos antigos estão codificados, não podendo os escritos ser levados à letra. Assim, os tantrikas da mão direita acreditam, por exemplo, que Madya significa ficar embriagado com o absoluto, Matsya é um símbolo do conhecimento e Mamsa é uma união espiritual do feminino e masculino.

Os adeptos da escola da mão esquerda interpretam de forma mais literal os textos. Assim, por exemplo, Maithuna é a relação sexual entre o homem e a mulher. A faceta mais conhecida do Tantra no mundo ocidental, o sexo tântrico, é um desses rituais realizados pela escola da mão esquerda, que vê a união sexual entre homem e mulher como um acto divino, uma forma de espiritualidade. O sexo tântrico é também conhecido por ser mais prolongado (3-6 horas), pois os tantrikas desenvolveram técnicas para não perder o esperma, visto que a ejaculação é sinónimo de perda de energia. À mulher é permitido atingir o orgasmo, mas não ao homem; assim, as técnicas para conter o sémen permitem que a relação sexual dure horas e seja atingido o êxtase, mas não o orgasmo. 

O problema dos adeptos da escola da mão esquerda é o desenvolvimento de dependências, quer de sexo, quer de substâncias alucinogénicas que são usadas nos rituais. Os tantrikas acreditam também que cada pessoa tem oito gotas de ojas no corpo, sendo o ojas o elixir da imortalidade, o néctar da vida; o sémen faz aumentar a produção de ojas, e daí o motivo para não haver ejaculação. Estes rituais tântricos têm como objectivo tornar o corpo do praticante no corpo de uma divindade escolhida.

O Tantra foi ainda a primeira escola a preocupar-se com o desenvolvimento dos poderes psíquicos, os Siddhis. No Yoga clássico e Vedanta, os Siddhis são algo que se deve ultrapassar, mas os tantrikas querem ter Siddhis, pois estes poderes permitem-lhes alcançar os seus objectivos espirituais de forma mais rápida.


26/10/2013

Aproveitar a mudança da hora

O amigo despertador...

Eu falo muito e há muito tempo sobre acordar cedo, aproveitar as manhãs, sermos mais produtivos, termos tempo para aquilo que é realmente importante, abrandar... Eu gosto de me levantar cedo, é verdade. Gosto de ter aquelas horas para mim, enquanto o mundo ainda dorme. E, de facto, levanto-me cedo muitas vezes.

Mas vou ser sincera - ainda não é um hábito. Levantar-me cedo não é um hábito meu. Sim, eu levanto-me cedo, menos dias do que gostaria, porque faço um grande sacrifício para tal. Outros dias simplesmente volto para a cama e adormeço. Porquê? Porque o hábito de levantar cedo nunca ficou bem estabelecido, apesar de fazer isto on and off há muito tempo...

Todos os blogs, sites, livros sobre como acordar cedo dizem que a alteração da hora de acordar deve ser gradual. Acordar 10-15 minutos mais cedo durante uns dias, depois mais 10-15 minutos durante mais uns dias, e por aí fora até chegar à hora desejada. Eu nunca fiz isto. E penso que é por isso que o hábito nunca se formou; apesar de conseguir levantar-me cedo uns dias, noutros é simplesmente impossível. Um hábito é uma acção que fazemos sem esforço, sem pensar. Levantar cedo, para mim, é um esforço, é um sacrifício que faço muitas vezes porque gosto do resultado, mas não é uma coisa natural nem fácil.

Decidi, então, fazer uma tabula rasa. Decidi focar-me na formação do hábito de levantar cedo, de acordo com as regras. Decidi tomar como ponto de partida a minha hora limite para acordar, as 8h (mesmo ao fim de semana não consigo dormir mais), e levantar-me 15 minutos mais cedo durante 1 semana, depois outros 15 minutos mais cedo durante mais 1 semana, e por aí fora durante quase 2 meses, até chegar às 6h, que é a hora ideal para mim.

Já tinha o plano todo feito e encaminhado para começar amanhã, domingo, quando me lembrei que amanhã é precisamente o dia de mudança da hora. A hora atrasa, o que significa que amanhã às 7h45, que seria a hora de levantar durante a próxima semana, serão apenas 6h45. Ah, bliss!!

Decidi começar com as 8h como hora de partida. Assim, o meu novo plano é este:

1ª semana - 7h (é às 7h porque a hora muda, mas vai saber a 8h...nem vou acertar os relógios)
2ª semana - 6h45
3ª semana - 6h30
4ª semana - 6h15
5ª semana - 6h00

Ah, estou muito contente com este plano. Por mais que eu tente fazer a minha prática de yoga à tarde, sei bem que de manhã é que me faz melhor. E o levantar cedo de forma consistente é fundamental. É preciso criar o hábito, e os hábitos criam-se aos poucos, gradualmente. Por isso, estou muito contente com a mudança da hora!

E vocês, como vão aproveitar a hora que ganhamos amanhã?

25/10/2013

O que é o Hatha Yoga

Yoga é um termo genérico que engloba várias filosofias que tiveram origem na Índia Antiga. Embora no mundo ocidental o Yoga esteja mais associado à prática do Asana, as técnicas corporais, existe uma série de outras práticas que fazem parte do Yoga. A importância relativa que cada filosofia dá a estas várias práticas traduz-se na existência de diversos tipos de Yoga. Como exemplos podemos referir o Bhakti Yoga, yoga da devoção, o Karma Yoga, yoga da acção, Jnana Yoga, yoga do conhecimento, Mantra Yoga, yoga dos mantras, ou o Raja Yoga, o yoga clássico de Patanjali, o yoga real.

O Hatha Yoga é um tipo de Yoga que tem uma componente física mais acentuada. No entanto, o objectivo geral de todos os tipos de Yoga é o mesmo: atingir o Samadhi, o estado de super-consciência ou, de acordo com Patanjali, cessar as flutuações da consciência. De acordo com o Hatha Yoga Pradipika, considerado o texto fundamental do Hatha Yoga, esta prática é, no fundo, uma escada para o Raja Yoga, o yoga real, aquele que engloba todas as outras vertentes do Yoga.

O Hatha Yoga tem ainda como objectivo desenvolver o potencial do corpo para suportar o transcendente, pois só com um corpo forte, saudável, vigoroso, é possível chegar ao Samadhi. Sendo o corpo o templo do espírito, o yogi pratica para criar um corpo divino, pois se o corpo não estiver bem, o espírito não se manifesta. O Hatha Yoga pode ainda ser visto como uma alquimia espiritual – a transformação da energia para um estado mais perfeito. O praticante de Hatha Yoga pretende, em última análise, garantir a sua imortalidade.

A influência do Tantra, uma filosofia que surgiu na Índia cerca do século V d.C., está bem patente no Hatha Yoga. Até aí, o Yoga era praticado apenas por certas castas sociais; pelo contrário, o Hatha Yoga, tal como o Tantra, é uma prática aberta a qualquer pessoa. A influência do Tantra no Hatha Yoga observa-se também na elevada importância que tem o conhecimento energético (nadis, chakras, etc.) nesta prática. 

O Hatha Yoga pretende, assim, a ascensão da energia kundalini, a energia Shakti, feminina, que está adormecida no 1º chakra. A sua ascensão pela nadi central sushumna e a sua união com Shiva no 7º chakra é o que permite a superação do ego e o estado de super-consciência. A união do feminino e masculino é, para o Tantra, um acto divino, e Shakti e Shiva representam o casal divino. Estes conceitos energéticos, tão importantes no Hatha Yoga, derivam da filosofia tântrica e estão ausentes nos Yoga Sutras de Patanjali.

Além de aperfeiçoar o corpo, o praticante de Hatha Yoga pretende também desenvolver poderes psíquicos. O Hatha Yoga teve, na verdade, origem em gurus que percorreram este caminho e atingiram a perfeição, os Siddhas. Matsyendra Natha, o senhor dos peixes, foi um destes gurus, associado à escola Natha. O seu discípulo, Goraksha Natha, que viveu no século VIII d.C., é considerado o pai do Hatha Yoga. No entanto, o primeiro senhor, Adi Natha, aquele que fundou este sistema de Yoga e ensinou milhares de posturas, foi Shiva.

Apesar do Yoga ser uma tradição com milhares de anos no subcontinente indiano, só no início do século XX da nossa era é que o Yoga começou a ser introduzido no Ocidente. Vários mestres indianos desempenharam papéis fundamentais não só no estudo do Yoga, como também na sua divulgação fora da Índia. Entre eles podemos destacar Vivekananda, Yogananda (autor do best-seller Autobiografia de um Yogi), Sivananda, Satyananda, Ramakrishna Paramahansa e Krishnamacharya. Este último foi o professor, em Mysore, no sul da Índia, de dois grandes mestres do Hatha Yoga moderno: B.K.S. Iyengar, fundador do Iyengar Yoga, e de K. Pathabbi Jois, fundador do Ashtanga Vinyasa Yoga, dois estilos de yoga muito populares no mundo ocidental.

24/10/2013

O poder do hábito

A maioria dos especialistas, livros, sites e blogs concordam numa coisa: se queremos mudar os nossos hábitos ou criar novos hábitos, devemos focar-nos num só hábito de cada vez

Nunca gostei desta premissa. Eu queria levantar-me cedo, fazer mais desporto, ir a pé para o trabalho, comer mais verduras, focar-me mais no trabalho, ser mais produtiva, ter mais tempo de qualidade em família - tudo ao mesmo tempo. Não queria focar-me apenas num hábito só... como é que podia focar-me numa só coisa durante 21 ou mais dias até o hábito de formar, e só então focar-me noutro?? 

Então li o livro The Power of Habit de Charles Duhigg - uma leitura apaixonante, cheia de estudos científicos sobre a criação de hábitos e o poder que os hábitos têm na vida das pessoas, das empresas e da sociedade. 

Em relação à tal história de mudar/criar um hábito de cada vez, vários estudos mostraram que quando as pessoas se focam em alterar um hábito, não é só esse hábito que alteram - começam também a mudar outras coisas nas suas vidas. Uma mulher focou-se em deixar de fumar e a partir daí, começou a correr, a comer melhor, emagreceu, a sua auto-estima aumentou. Estudantes universitários que participaram num programa para criar melhores hábitos de estudo começaram também a fumar menos, a beber menos, a ver menos televisão, a fazer mais exercício físico e a comer melhor, apesar destes hábitos não fazerem parte do programa. 

Os investigadores descobriram que quando a força de vontade é exercitada para uma determinada coisa - por exemplo, para estudar durante um certo período de tempo por dia ou para acordar mais cedo, torna-se mais fácil controlar os impulsos que nos levam a fazer coisas que não devemos ou que também queremos mudar.

Em mim, isto é óbvio. Nos dias em que tenho força de vontade suficiente para me levantar cedo (às 6h ou antes), trabalho muito melhor, faço mais coisas, sou mais produtiva, e não chego ao fim do dia cansada. Nos dias em que a força de vontade não é suficiente para sair da cama à hora desejada, o dia corre sempre pior... Para mim, levantar cedo é, sem dúvida, o meu hábito mais importante, aquele que define o resto do dia!

E tu, qual é o teu hábito mais importante?

22/10/2013

Como acordar cedo para praticar yoga

Ganesha, o removedor de obstáculos, olha por mim durante a minha prática.

Tradicionalmente, o Yoga é praticado de manhã, antes do nascer do Sol, pois nesta altura do dia a mente está mais calma, há menos distracções e a energia é a mais auspiciosa para a prática do yoga. Como ocidentais que somos, enfrentamos, no entanto, vários obstáculos à prática matinal de yoga. Temos sono, o corpo está super rígido, está frio... Há sempre uma infinidade de desculpas para não sair da cama para praticar. Eu sou especialista em arranjar desculpas dessas (hoje, por exemplo, levantei-me, fui cheia de boas intenções para a sala para praticar, mas achei a sala demasiado fria e voltei para a cama).

Depois de experimentar vários estilos de yoga percebi que o meu caminho é o Ashtanga Vinyasa Yoga (um estilo bastante vigoroso e dinâmico de yoga desenvolvido por Sri K. Pattabhi Jois em Mysore, na Índia). O Ashtanga Vinyasa é um estilo tradicional muito popular no Ocidente (mas não tanto em Portugal) que obedece a uma série de regras, algumas estranhas, outras mais lógicas. Este estilo pratica-se, tradicionalmente, de manhã, antes do nascer do Sol, 6 dias por semana (descansa-se ao sábado e nos dias de Luz Cheia e Luz Nova). 

Os praticantes de Ashtanga Vinyasa, os Ashtangis, são, portanto, pessoas muito dedicadas à sua prática. É isso que eu quero para mim. No entanto, a parte de levantar cedo (para mim nem é muito cedo, basta às 6h da manhã para conseguir fazer uma prática completa) tem sido difícil, e quase todos os dias consigo arranjar desculpas para voltar para a cama...


Felizmente, há várias estratégias que ajudam a implementar uma prática matinal de yoga...

1. Colocar o despertador longe do meu alcance, para que tenha mesmo que me levantar para o desligar
Geralmente ponho dois despertadores: um no quarto e, para 10 minutos depois, o telemóvel na sala. Assim, acordo com o primeiro e levanto-me com o segundo. Se tiver os despertadores ao alcance da mão, desligo-os e adormeço...

2. Aquecer a sala onde vou praticar
Isto é especialmente importante agora que o tempo começa a arrefecer. Tenho um radiador na sala com temporizador que se liga meia hora antes da minha prática. Assim, quando chego à sala, já a sala está aquecida e agradável.

3. Deixar o tapete de yoga preparado
É mais fácil ir para cima do tapete se ele já estiver desenrolado no chão.

4. Ter a roupa pronta para vestir
Também deixo a roupa pronta na sala. Assim, quando chego à sala quentinha, é só tirar o pijama e vestir a roupa para a prática. Se não deixar a roupa preparada, o mais certo é dar-me preguiça e voltar para a cama.

5. Saber exactamente o que é que vou praticar
Agora que pratico Ashtanga Vinyasa não se coloca tanto este problema; só tenho que decidir entre a primeira série e a minha modificação da segunda e terceira séries (o ashtanga segue sequências de asanas pré-definidas). Mas quando praticava power/vinyasa flow, tinha que decidir na noite anterior se ia seguir algum video em específico e qual - senão, voltava para a cama...


Estas estratégias são as principais. No entanto, a prática de yoga começa na noite anterior e, portanto, além de deixar tudo preparado para o dia seguinte, também ajuda:

6. Comer pouco ao jantar
O yoga pratica-se de estômago vazio e quanto mais vazio ele estiver, mais fácil é. Um jantar pesado ainda se vai fazer sentir na manhã seguinte e poderá prejudicar a prática. O mantra? Pequeno-almoço de rei, almoço de príncipe e jantar de pobre.

7. Beber muita água
É importante para um yogi (e para qualquer pessoa) manter-se hidratado ao longo do dia; acordar hidratado é ainda mais importante para um ashtangi, pois não se costuma beber água durante a prática. Além de beber bastante água ao longo do dia, há quem beba água de coco antes de dormir e ao acordar, devido ao seu alto poder hidratante.

8. Deitar cedo
Esta é uma condição sine qua non para quem quer levantar cedo. Dormir pouco e levantar sempre cedo para praticar yoga trará mais desvantagens que benefícios, pois o corpo tem que ter tempo para recuperar (o ashtanga vinyasa é um tipo de yoga mesmo muito vigoroso).


Por fim, outras pequenas estratégias também podem ajudar a implementar uma prática de yoga matinal:

9. Não ligar o computador
Se eu acordo e ligo o computador, está tudo perdido... Sou logo bombardeada com informação e, mesmo que vá praticar yoga depois, a minha mente já não está tão calma e livre de pensamentos como estava ao acordar. 

10. Ter inspiração por perto
Livros de yoga, imagens de yogis, até o Ganesha que tenho na parede. Com motivação e inspiração, torna-se mais fácil!


Mais alguém pratica yoga de manhã? Como fazem para acordar e para ter motivação para a prática?

21/10/2013

Reflexão sobre os sistemas de produtividade

Tenho que dizer que a culpada disto tudo é a Thais. A sério! O entusiasmo da Thais pelo Evernote e a integração do GTD com o  Evernote contagiou-me. Eu já usei o GTD com o Evernote. Aliás, eu já usei uma série de ferramentas para organizar as minhas tarefas, como a agenda em papel, o Toodledo (também culpa da Thais), o Google Tasks, e experimentei várias outras. 

No outro dia passei várias horas a pensar seriamente sobre este assunto da gestão do tempo e organização das tarefas e projectos. Pensei no GTD, no ZTD e noutros métodos, como o do Stephen Covey. Pensei na infinidade de ferramentas, digitais e analógicas, que podem ser usadas. E mais uma vez percebi que a escolha do método e da ferramenta depende muito do tipo de tarefas e projectos que temos em mão - e, em última análise, do nosso estilo de vida.

Em relação ao GTD, praticamente não há referências/testemunhos de académicos que usem o sistema. Aliás, este post até explica porque é que é difícil para um académico implementar o GTD. Quando tentei implementar o sistema, senti que era demasiado... demasiado complicado, demasiadas listas, demasiadas decisões para cada tarefa (onde, quando, prioridade...). 

Mas recentemente tentei novamente implementar o GTD no Evernote. Comecei a ler o livro do David Allen, reli todos os posts da Thais sobre o GTD, adorei os seus fluxogramas (aliás, a Thais é a minha ciber guru da produtividade), vi videos que ela indica e tentei mesmo seguir esses passos. Mas, mais uma vez, achei demasiado para mim... Desde que comecei a dizer não e a focar-me no essencial, não tenho assim tantas coisas para fazer ao mesmo tempo para precisar de organizar-me dessa maneira.

Sendo pós-doc, tenho muita liberdade e controlo sobre o meu trabalho, ou seja, não costuma cair trabalho de pára-quedas na minha secretária. O trabalho não é fácil, é muito exigente, mas eu geralmente escolho o que quero e não quero fazer. Eu sou dona e senhora dos meus dias, do meu tempo e das minhas tarefas (é talvez a maior vantagem do meu trabalho). A obrigação mais importante é produzir ciência!

Assim, quando há 2 anos li o The Power of Less do Leo Babauta, o que ele escreve sobre trabalharmos em apenas 3 projectos ao mesmo tempo ou, idealmente, num só, fez todo o sentido para mim. Os meus projectos exigem geralmente muita energia e concentração e são compostos de tarefas igualmente exigentes (não costumo ter tarefas que durem menos de 2 minutos...).

Depois de uma primeira experiência com o GTD, li o Zen to Done do Leo. Já falei do sistema aqui e, basicamente, o ZTD é uma adaptação do GTD à realidade do Leo, à sua vida simples e minimalista. O ZTD, para mim, fez todo o sentido, visto que eu quero viver essa vida simples e o meu trabalho permite-me não ter mil e uma coisas para fazer ao mesmo tempo.

A Thais fez recentemente uma comparação do GTD e ZTD e, apesar de não concordar com tudo o que ela escreve, concordo que o ZTD não é um método novo, mas sim uma combinação e adaptação do GTD e de outros sistemas (os conceitos de Big Rocks e MITs que são fundamentais no ZTD vêm do Stephen Covey e não do David Allen) à vida do Leo.

Mas o que o Leo fez com o ZTD é precisamente o que cada um de nós deve fazer - adaptar os sistemas à nossa vida. Tendo trabalhos muito diferentes, as necessidades de organização de tarefas da Thais não são as mesmas que as minhas, que por sua vez são diferentes das de uma secretária, que são diferentes das de uma empregada de limpeza, que são diferentes das de um médico. Há cerca de 10 anos trabalhei durante alguns meses no aeroporto (a fazer check-in, embarques e desembarques) e não precisava sequer de planear as tarefas, nem fazer uma revisão semanal, nem estabelecer as tarefas mais importantes para o dia. Nem sequer usava agenda no trabalho; tinha apenas uma pequena agenda para marcar compromissos, como consultas e coisas do género.

Assim, acredito que não há um sistema de produtividade que funcione a 100% para todas as pessoas e todos os sistemas têm as suas vantagens e desvantagens. O segredo é perceber o que é que funciona e não funciona para nós, e adaptarmos os sistemas à nossa própria realidade.

Em relação à minha aventura a tentar implementar o GTD no Evernote e a busca pela ferramenta perfeita... fica para um próximo post!

20/10/2013

O Yoga e o seu objectivo

O Yoga pode ser definido como um método essencialmente prático que conduz ao Samadhi, um estado de super-consciência, que permite ao yogi uma descoberta de si mesmo, do seu “eu” essencial. 

No entanto, a palavra Yoga pode ter significados distintos. De acordo com a filosofia yoguica dos períodos pré-clássico e pós-clássico, Yoga traduz-se por “união”; porém, durante o período clássico associado a Patanjali e à sua colecção de aforismos Yoga Sutras, Yoga entende-se como “separação”. Patanjali define ainda Yoga como a cessação das flutuações da consciência.

A descoberta do “eu” essencial traduz um estado de Samadhi, o qual representa uma experiência psico-mental na qual o sentido da individualidade é perdido. É, basicamente, um estado de felicidade. O Yoga proporciona ao yogi as ferramentas para criar uma felicidade que vem de dentro e que não é influenciada por factores externos.

No entanto, a busca do absoluto pelo yogi é dificultada pela existência do ego. Quanto maior o ego, maior é a separação entre o indivíduo e o todo. O ego acentua a individualidade e dá ao praticante uma visão estreita da realidade. O yogi trabalha no sentido de superar o ego e, assim, tomar consciência de si mesmo. No fundo, o Yoga permite ao praticante uma viagem de volta à sua consciência.

De acordo com o Vedanta, todo o Universo é Maya, a ilusão cósmica, isto é, a vida em si é uma ilusão. O yogi tenta superar esta ilusão. Para tal, precisa de trabalhar o desapego, Vairagya. O apego às coisas e pessoas é o que provoca o sofrimento e a dor, uma vez que nos identificamos com a realidade que os nossos sentidos sentem. Não são os outros, mas sim cada pessoa é que é responsável pelo seu sofrimento. 

Tendo conhecimento deste facto, o ego pode então ser superado pelo yogi, através das práticas do Asana (posturas psico-físicas), Pranayama (respiração), Dhyana (meditação), etc., e assim atingir o Samadhi. Esta é uma viagem interior, ou seja, uma experiência de entasis, em oposição a experiências de extasis que são conseguidas através de outras práticas como, por exemplo, o xamanismo.

Voltando ao significado da palavra Yoga, a “união” refere-se à união do indivíduo com o todo, o microcosmos com o macrocosmos. O conceito de Yoga como “separação” do período clássico refere-se à separação da natureza e do espírito. A natureza (Prakriti) e o espírito (Purusha) estão presentes em cada pessoa. No fundo, o espírito diverte-se na natureza, no que é denominado de Lila, o jogo cósmico. O Yoga permite ao praticante a separação destes dois componentes, ou seja, permite ao yogi estar na presença do “si” próprio, da sua própria consciência. Esta separação de Purusha e Prakriti conduz ao Kaivalya ou Moksha, um estado de felicidade permanente.

Kaivalya é, no fundo, um estado permanente de Samadhi. É semelhante ao conceito de Nirvana do Budismo. Em termos práticos, Kaivalya é a descoberta e manutenção de um estado de felicidade que já existe dentro de cada pessoa. É uma libertação do ego, do materialismo e de tudo aquilo a que o ser humano se apega.

Para saber mais:



Escrito por um académico e, portanto, baseado em factos e imparcial (digo isto porque, como em tudo, também há fundamentalismos no yoga), é um dos melhores livros sobre a história do yoga (e a literatura, a filosofia e a prática, tal como o título indica).

18/10/2013

Um dia na vida de uma bióloga marinha

Achei giro apontar tudo o que faço durante um dia de trabalho. Os dias não são todos assim... às vezes não saio da secretária, outras vezes vou para o mar... Hoje foi assim:

09h00
Cheguei ao meu gabinete, liguei o computador, arrumei as minhas coisas, pus água a aquecer para o chá, abri a janela.

09h04
Email. Nove emails novos; tratei de todos. Chegou a minha colega de gabinete e falámos um pouco.

09h19
Pus-me a fazer vários telefonemas por causa de um envio de umas amostras em gelo seco para a Dinamarca; fiz 3 telefonemas e mandei uns emails...

09h50
Mais email. Fiquei com vontade de escrever um post para o blog por causa de um email que recebi; fiz um pequeno rascunho do post no blogger.

09h55
Fui para o laboratório (no andar de cima). Antes passei no bar para comprar uma garrafa de água. No lab liguei o computador, pus o Spotify a tocar, liguei o microscópio e preparei as amostras para ver.

10h01
Sentei-me ao microscópio de inversão a ver amostras de fitoplâncton.

10h10
Apareceu uma técnica com uma pergunta sobre uns equipamentos.

10h11
No microscópio.

10h25
Acabei amostra. Liguei o outro microscópio e preparei as amostras.

10h33
Verifiquei o email enquanto comia uma clementina.

10h43
No microscópio de epifluorescência.

11h03
Fui buscar mais amostras ao congelador. Enquanto descongelavam, fui ao bar comprar um rissol de carne (estava com fome...). Vi o email para ver novidades do gelo seco. 

11h24
No microscópio.

11h52
Arrumei as coisas no lab e fui para o gabinete.

12h02
Introduzi os novos dados no computador.

12h13
Fui almoçar a casa e aproveitei para ir ao supermercado (mas geralmente vou ao fim da tarde).

14h02
De volta ao lab. Liguei o microscópio e enquanto ele aquecia, vi o email e facebook. Fui ao carro buscar garrafas de água para levar para o gabinete.

14h27
No microscópio.

14h54
Passei novos dados para o computador.

15h07
Fui pesar uns filtros e preparar o material de filtração de água.

15h30
Ao computador, a fazer a revisão semanal e planear a semana seguinte.

16h08
Pausa para comer uma pêra lá fora, enquanto esperava pelo meu colega que tinha ido para uma saída de campo. Estava um óptimo tempo de outono esta tarde!

16h20
Voltei para o lab e o meu colega chegou com as amostras de água do Guadiana. Pus-me a filtrar litros e litros de água...

17h11
Depois de tudo filtrado, arrumado e limpo, fui para o computador introduzir mais dados e ver email.

17h20
Comecei a escrever este post.

17h31
Acabei. Vou arrumar as coisas e para ir embora!!


Foi um dia levezinho - é sexta-feira!

A vida simples de pessoas reais - Josi

Conheci seu blog através do blog Vida Organizada. A princípio buscava informações sobre como organizar melhor minha vida, mas seu blog me levou ao caminho do minimalismo e fiquei muito envolvida com o assunto, pois havia uma inquietação muito grande dentro de mim em relação ao consumo. 


Sempre fui consumista, daquelas que gostava de comprar tudo em pares e uma coisa de cada cor, não me contentava em comprar apenas uma peça, e com isso minha vida financeira foi se acostumando a ficar no vermelho. Tinha sempre muita roupa, mas aquela sensação horrível de que precisava comprar mais tomava conta de mim. Eu não usava um terço do que comprava, pois o gasto era tanto que eu não tinha dinheiro para sair e usufruir das roupas recém compradas. Era um vazio que eu preenchia estourando o cartão de crédito e meu saldo acabava no vermelho todo final de mês. 


Seu blog me levou para um caminho sem volta. A descoberta o minimalismo foi um marco na minha vida e há 4 meses tenho vivido em profunda reflexão sobre o tema e colocado em prática de forma bem intuitiva e consciente. Aos poucos os espaços em casa estão se abrindo, os caminhos profissionais se expandindo e as emoções que antes davam espaço para a tralha emocional se abrem para as novas sensações. Com isso estou conquistando leveza e alegria de viver. Confesso que a prática do destralhamento me causa um pouco de angústia, estou aprendendo a lidar com tudo isso e meu maior objetivo ultimamente tem sido destralhar, destralhar e destralhar...até no banho eu fico pensando nisso, me causa um pouco que inquietude, mas eu sinto que estou no caminho certo. 


Meu apartamento é pequeno e moro com meus 4 gatos que amo de paixão, são companheiros agradáveis e que tornaram minha vida melhor. Com seu blog aprendi a necessidade de criar uma poupança para meus animais. A saúde deles exige cuidados e para isso estou poupando todo mês. Outra coisa interessante que aprendi no seu blog é a força que a cor branca carrega na energia da casa, impressionante como torna a decoração limpa e harmoniosa, tudo ficou melhor lá em casa com a cor branca. 


Rita, sou eternamente grata a você pela mudança que fez em minha vida. Não tenho palavras para descrever o que estou vivendo e graças ao seu blog, tenho a certeza que minha vida vai melhorar cada vez mais. Deus às vezes fala pelas pessoas e você foi escolhida para tocar meu coração, me trouxe a consciência e força que eu precisava para modificar minha vida. Eu acredito muito no poder da palavra e este é um dom maravilhoso que você tem, de modificar as pessoas. Torço para que você seja muito feliz e que sua vida seja repleta de saúde e harmonia.

Josi

~

Queres participar? Envia-me um texto a contar a tua jornada em direcção a uma vida mais simples para o email rita.busywoman (at) gmail (dot) com, com o assunto "guest post". Obrigada!

16/10/2013

Multitasking - às vezes, pode ser

O multitasking é, basicamente, fazer mais que uma coisa ao mesmo tempo. Por exemplo, falar ao telefone enquanto escreves um email. Ler um livro enquanto vês televisão. Mudar a fralda ao bebé enquanto vigias a sopa ao lume. 

O multitasking já foi sinónimo de produtividade, mas cada vez há mais evidências de que é preferível fazer uma coisa de cada vez, pois assim a nossa atenção está totalmente focada numa só tarefa, aumentando a probabilidade da coisa ficar bem feita.

Eu tento sempre que possível concentrar-me numa só coisa de cada vez, sobretudo no trabalho, embora nem sempre seja fácil ou possível... No entanto, em casa, há certas actividades que gosto de fazer ao mesmo tempo. Em certos casos, o multitasking não faz mal...

Por exemplo, passar a ferro. Eu não consigo passar a ferro sem fazer outra coisa ao mesmo tempo. Geralmente acompanho esta actividade com a televisão. Aliás, tenho sempre um dia definido para passar a ferro, que é quando vejo as minhas séries favoritas. Neste momento, é à 5ª feira, com um episódio da nova temporada de Grey's Anatomy e logo de seguida mais um novo episódio do Scandal. É mais de hora a meia a ver televisão, mas a fazer uma tarefa importante: passar a ferro!

E tu, multitaskas muito? Em que tarefas?

14/10/2013

Como uso a minha agenda


Tal como disse neste post, uma agenda de papel que se adeque às minhas necessidades tem que ter certas características. Cheguei a fazer a minha própria agenda, adaptada às minhas necessidades, mas isso dá algum trabalho e perde-se algum tempo, e eu não estou mais disposta nem a ter trabalho nem a perder tempo com uma coisa que supostamente serve para me simplificar a vida. Então, comprei esta agenda para 2014 da Oxford, à venda na Staples. É perfeita!

É tamanho A5, capa dura, e tem um dia por página. No início não tem espaço para aqueles dados todos sobre a nossa vida (que eu nunca preenchia), como grupo sanguíneo, apólices, moradas, telefones, etc., mas tem espaço para as informações básicas. 

O que gosto mesmo é ter cada página dividida em 3 zonas distintas. A figura mostra como uso essas zonas. A informação que está na foto é inventada, só fiz mesmo para este post (aliás, a data é 3 de Janeiro de 2015 e nesse dia já terei uma nova agenda para 2015...).

Então, do lado esquerdo da página, que tem o espaço maior para escrever, é onde aponto as tarefas para o dia. Começo pelas tarefas mais importantes (MITs) no topo, depois as pequenas tarefas de trabalho, e aponto também coisas que tenho que fazer em casa, como as limpezas do dia e o jantar (mesmo que não seja eu a fazê-lo, que é o usual...).

No lado direito da página há um espaço que uso para apontar compromissos com hora marcada. Nesse mesmo lado em baixo há também um pequeno espaço onde aponto as despesas do dia (que são depois introduzidas no excel no meu ficheiro das contas).

Já usei esferográficas de várias cores para escrever nas agendas, mas agora escrevo a lápis. Não sei bem porquê... Talvez porque esteja habituada a escrever sempre a lápis no cadernos de laboratório (porque se cair água em cima o lápis não borra, ao contrário da caneta)...

11/10/2013

A vida simples de pessoas reais - Ana Margarida

Há cerca de 1 ano e meio descobri o teu blog, quando procurava alguma receita para fazer ao jantar...
Comecei a ler. Achei interessante a maneira como escreves, os temas que abordas.
Achei graça teres estudado na mesma universidade que eu e estares a viver na cidade onde eu nasci e vivi até aos 27 anos (altura em que sai por ter encontrado um trabalho fora).
Ainda vou a Faro muitas vezes... Tenho aí toda a minha família e sinto saudades!
Quando estou em Faro, às vezes penso em ti! E se de repente me cruzasse contigo na rua! Mas eu sou um bocado despistada, e se calhar nem te reconheceria...

Mas voltando ao tema do blog... Nunca tinha pensado em ser minimalista. Não sabia o que era isso e nem estava no horizonte de uma pessoa acumuladora e desorganizada como eu. Nessa altura eu nem tinha consciência que era acumuladora, pensava que era apenas uma pessoa desorganizada.
O certo é que vir ler aqui diariamente tornou-se um vício para mim. Acho que tinha esperança de algum dia conseguir aplicar algumas dessas dicas de organização que dás aqui no blog.
Sempre tive o desejo de ser mais organizada e produtiva, contudo o esforço que fazia não tinha o efeito desejado.

A partir do teu blog conheci outros blogs que seguem a mesma linha. Passei também a seguir alguns desses.
Percebi que necessitava de tomar uma decisão relativamente às tralhas que guardo como medo de vir a precisar.
Tornei-me cada vez mais interessada no processo de libertação da tralha que os minimalistas atravessam. As partilhas mais emocionais das blogers (as que leio, em português, são todas mulheres) foram essenciais neste processo.
Nesta altura também estava a lutar com o equilíbrio da minha situação financeira. Desejava muito conseguir equilibrar as minhas contas.
Acho que quem é organizado e tem uma situação financeira confortável não sabe a dificuldade que uma pessoa de características opostas tem para conseguir organizar-se e assumir o controlo da sua vida.

Um certo dia, há cerca de uns 3 meses atrás tomei a decisão: "Também eu quero ser minimalista!"

Decisão tomada, trilhar o caminho do minimalismo, da vida frugal e simples. 
Contudo, sentia-me paralisada relativamente às ações que sabia que necessitava implementar. Tinha medo de libertar-me de coisas que, de facto, não utilizo mas que poderão voltar a ser necessárias. A minha situação financeira, apesar de ser adequada à satisfação das necessidades básicas, não me permite fazer compras de itens extra. Isto justificava (e ainda justifica) o facto de eu ter muitas coisas sem uso.
Quanto mais lia os testemunhos dos blogs, mais me consciencializava de que um dia eu ia mesmo ter que decidir se ficava na mesma ou se fazia algo para mudar.

Finalmente, um dia senti que estava preparada para passar da teoria à prática.
Nos últimos 10 dias decidi assumir de facto este caminho e fiz uma grande limpeza em casa. Consegui libertar cerca de 20% da tralha. Sei que ainda é pouco, um pequeno passo no caminho, mas para mim significou um passo de gigante.

Agora sei que estou no caminho, nesse caminho que quero trilhar, por uma vida mais leve, mais livre.

Ana Margarida

09/10/2013

Ferramentas de organização para 2014

O bom de experimentar todas as ferramentas de organização e mais algumas, como eu faço, é que cada vez percebo melhor o que é que funciona e não funciona para mim. Já não uso o Toodledo ou GTasks como to-do lists, nem o GCal para planear o dia.

Neste momento (e espero continuar contente com estas ferramentas, pois também dá trabalho estar sempre a mudar e a experimentar coisas novas), o que funciona para mim em termos de organização e planificação do dia e das tarefas, é o seguinte:

Google Calendar

É indispensável. Cada membro da família tem o seu calendário, partilhados entre mim e o J. para sabermos sempre as consultas, actividades dos miúdos, reuniões de pais, idas para fora, etc. No GCal aponto basicamente compromissos com hora marcada e tarefas com deadlines. Aponto tarefas mais longínquas no tempo, como a renovação do cartão de cidadão em 2015, vacinas dos 10 anos dos miúdos daqui a 2-3 anos, e coisas assim... Também gosto muito da função de repetir compromissos, pois dá muito jeito para coisas que ocorrem anualmente, como o pagamento de seguros e selos dos carros, marcação de consultas médicas anuais, e por aí fora.

Evernote

As minhas listas de coisas a fazer estão no Evernote (mas outras ferramentas como o GTasks, o Toodledo, etc., funcionam também; para mim o importante é o sistema de listas, mas estas listas podem ser feitas em várias ferramentas, até no word...)


Tenho uma pilha chamada ZTD, de Zen To Done, o sistema de produtividade do Leo Babauta. Dentro da pilha, 5 blocos de notas:

- done - notas com coisas já feitas vêm apra aqui
- master lists - listas de coisas a fazer, sem data marcada; estão divididas por contextos e a cada contexto (trabalho, casa, fora, etc.) corresponde uma nota
- ongoing - quando tenho algum projecto mais complicado, faço uma nota com os vários passos a executar
- tasks - tenho uma nota para cada mês do ano (no formato 2013-10 para ficarem por ordem cronológica) e é aqui que aponto as tarefas específicas a realizar em cada mês; quando planeio a semana e os dias, é para aqui que olho primeiro
- waiting - coisas de que estou à espera que não dependem de mim; tenho uma nota para coisas de trabalho e outra para pessoais

Agenda de papel

Já usei, deixei de usar, voltei a usar... De facto, eu gosto de ter uma agenda em papel. Nas alturas em que não uso agenda, acabo por rabiscar as tarefas em papel de rascunho, por isso mais vale admitir que gosto mesmo de escrever em papel e não me oriento apenas com ferramentas digitais.

O problema é escolher uma agenda que dê para fazer tudo o que quero. A semana passada encontrei-a! Queria uma agenda tamanho A5, com 1 dia por página. Mas não podia ser como a Moleskine que tenho este ano, sem divisões e com as horas marcadas ao longo da página. Preciso que cada página esteja dividida em pelo menos 3 partes:
- uma parte maior, sem horas, para apontar as minhas tarefas
- uma parte mais pequena, com ou sem horas, para apontar compromissos com hora marcada
- uma parte mais pequena ainda para apontar o dinheiro que gasto ou outras pequenas coisas

Esta agenda tem essas 3 zonas e num próximo post mostrarei como usá-la. Já agora, é da marca Oxford e encontrei-a na Staples.

07/10/2013

Sentar no chão

No primeiro dia do curso de instrutores de yoga, que fiz em Julho, assustei-me quando vi o espaço onde iria passar 10 horas por dia nos próximos 21 dias. Era um espaço amplo, sem nada. Sem cadeiras, sem mesas, sem bancos. Cada uma de nós tinha o seu tapete de yoga para a prática das posturas físicas, mas então e durante o resto do curso, a muita parte teórica, onde nos iríamos sentar? No chão, claro, em cima dos nossos tapetes.

Os primeiros 3 ou 4 dias de curso sentada no chão custaram-me imenso. Doía-me o rabo, sobretudo o cóccix, e as costas. Já não tinha posição para estar. Mas ao fim de uns dias tudo mudou. Parece que o meu corpo se lembrou que sentar no chão é muito mais natural que sentar numa cadeira. Ao longo daqueles 21 dias, sentar no chão tornou-se muito mais natural que sentar em cadeiras. Eu sempre gostei de me sentar de pernas cruzadas nos sofás e mesmo em cadeiras, e é por isso que nunca perdi a flexibilidade necessária para essa postura, ao contrário da maioria das pessoas da minha idade (e mais novas), mas também me sentava confortavelmente em cadeiras com os pés no chão. 

Após aqueles 21 dias, sentar em cadeiras com os pés no chão deixou de ser confortável. Quando voltei ao trabalho, não conseguia arranjar posição na minha cadeira. Pés no chão nem pensar, mas também não conseguia cruzar bem as pernas. Arranjei outra cadeira que me permite sentar, puxar as pernas para cima e cruzá-las. Em casa, comer à mesa da cozinha também começou a  ser desconfortável. Sentar no chão em vez do sofá começou a ser mais frequente.

Já não bastava ser minimalista, e agora só quero sentar-me no chão?? Fui então pesquisar se isto de sentar no chão é normal...

Claro que é! Sentar no chão faz parte de muitas culturas orientais. No mundo ocidental é que nos habituámos às cadeiras e isso faz-nos perder a capacidade de fazer muitas posturas que são fáceis para as crianças mas dolorosas ou mesmo impossíveis para os adultos. Sentar em cadeiras distende os glúteos, tornando-os fracos e inactivos. Os flexores da anca ficam numa posição contraída demasiado tempo, o que inibe a sua extensão completa. Sentar em cadeiras demasiado tempo tem de facto diversos efeitos adversos na musculatura do corpo. Sentar no chão, por outro lado, é mais natural para o corpo. As crianças sentam-se preferencialmente no chão, não é? Nós é que as empurramos para as cadeiras, porque assim dita a sociedade ocidental.

Depois de pesquisar mais sobre o sentar no chão, fiquei contente por muitas vezes mandar os meus filhos para fora do sofá e para o chão. E agora fui mais longe. Há já uns tempos que não tinha mesa de jantar na sala, que foi para a cozinha, enquanto a da cozinha foi servir de minha secretária. Tinha o tampo da minha secretária antiga (que era um tampo de mesa de jantar) guardado e decidimos fazer uma mesa à nossa maneira. Cortámos os pés e fizemos uma nova mesa de jantar - uma que nos permite sentar no chão, em almofadas, e não em cadeiras. 

Aqui está ela! Faltam as almofadas, que já encomendei, mas há já várias semanas que comemos nesta mesa usando as almofadas do sofá e é uma maravilha!


E antes que chovam comentários indignados a perguntar como é que faço quando recebo pessoas em casa, remeto-vos para este post onde respondo a isso. E antes que perguntem como é que o J. lida com estas minhas ideias, desde que haja comida, para ele está tudo bem.

Num próximo post mostrarei algumas posturas confortáveis para sentar no chão (ver se alguém se entusiasma também!).

04/10/2013

Imagina o dia ideal

Em vez de fazeres uma lista exaustiva de todos os teus papéis e responsabilidades, podes simplesmente imaginar como seria o teu dia ideal. A que horas é que te levantarias? Como passarias as manhãs? Que tipo de trabalho farias? O que comerias ao longo do dia? Verias horas e horas seguidas de televisão ou aninhavas-te todas as noites no sofá com um bom livro? Passarias muitas horas ao computador ou mais tempo a brincar com os teus filhos? E passarias grande parte do fim de semana a tratar da casa? Ou em actividades ao ar livre?

No meu dia ideal, eu vejo-me a levantar de madrugada, a praticar yoga e meditação durante pelo menos hora e meia, a escrever um pouco, a despachar-me sem correrias, a deixar o carro em casa e ir a pé ou de bicicleta para o trabalho, a comer comida saudável ao longo do dia, a trabalhar focada e ser produtiva todos os dias, a ter tempo para estar com os meus filhos, tratar da casa e relaxar no fim do dia, lendo e ouvindo música. Ao fim de semana vejo-me ao ar livre, ora na praia, ora a passear de bicicleta; e uma tarde chuvosa de domingo a ver televisão e a comer bolos debaixo de uma manta parece-me o final perfeito de uma semana de inverno.

Estas visões não são utópicas. Podemos torná-las realidade. É um processo contínuo, moroso, mas nós temos o poder de alterar a nossa vida. Eu comecei a fazê-lo de forma consciente quando decidi tornar-me minimalista, e mais de 2 anos depois ainda há coisas a melhorar - mas que piada teria uma vida perfeita?

03/10/2013

Dizer não

Ser minimalista é, sucintamente, identificar o essencial e eliminar o resto. Para nos dedicarmos ao que é realmente importante, para ganharmos mais tempo para fazer aquilo de que gostamos, para eliminarmos o stress das nossas vidas, é necessário fazermos uma coisa complicada para a maior parte de nós: dizer não.

Se no exercício de ontem rodeaste uma série de papéis que são importantes para ti, reflecte bem. Precisas mesmo de estar envolvida em tantas actividades para ser feliz? Ou só o fazes porque os outros esperam isso de ti e não queres desiludir ninguém? Todos esses papéis que desempenhas - são mesmo importantes para ti? Tem coragem de dizer não àquilo que não te interessa - sê egoísta e pensa primeiro em ti. Para estares bem com o mundo exterior, tens que, em primeiro lugar, estar bem contigo mesma - e não o vais conseguir se continuares a fazer coisas que não queres. Por isso, ganha coragem e começe a dizer não. As pessoas não entendem, não te apoiam, e ainda criticam? Elimina também essas pessoas tóxicas da tua vida. Se eliminar por completo o excesso e as actividades (e as pessoas) que não te interessam é um passo demasiado grande, pelo menos minimiza - minimiza o tempo e o esforço que lhes dedica.

É suposto chegar ao fim do exercício com uma lista de 4 ou 5 coisas que são de facto importantes. Para mim, é a minha família, o meu trabalho, a minha escrita e eu própria. Não quer isto dizer que não me envolva em mais nada - não, isto significa que estas são as minhas prioridades e é nelas que me foco. Se aparecer qualquer coisa gira que me apeteça fazer, faço-a, mas pondo sempre em primeiro lugar as tais coisas mais importantes.

Dizer não é difícil, sobretudo quando o dizemos a pessoas que nos são próximas. A melhor maneira é tentar explicar-lhes o nosso ponto de vista e mostrar-lhes que o nosso tempo será mais bem aproveitado a fazer outra coisa. No trabalho, por exemplo, comecei a focar-me naquilo que só eu posso fazer, como escrever artigos e, para tal, comecei a dizer não às tarefas que podiam ser delegadas nas minhas colegas de laboratório.

Dizer não vai sempre melindrar alguém. É preciso prever as consequências dos nossos nãos, mas na maioria dos casos, chefes, colegas, amigos e família verificam com agradável surpresa que o nosso não a actividades que não interessam faz com que sejamos muito mais produtivos noutras coisas.

E dizer não aplica-se a tudo na nossa vida, não apenas no trabalho.

Um dos melhores exemplos de um minimalista que soube dizer não a uma actividade auto-imposta vem da escritora Sara Rauch. Sara abraçou o minimalismo e eliminou muitas coisas da sua vida. Uma coisa que Sara queria fazer com o tempo que ganhou ao eliminar o que não interessava era cuidar da sua horta e fazer crescer os seus próprios legumes. No entanto, ela apercebeu-se que passava demasiado tempo a cuidar da horta; a horta era uma distração que a afastava daquilo que a fazia realmente feliz - escrever. Então, Sara disse não à horta e ganhou imenso tempo a para a escrita, a sua verdadeira paixão. Isto é ser minimalista. Ter coragem de dizer não, de eliminar das nossas vidas aquilo que não interessa, que não é significativo, aquilo que não contribuiu para a nossa felicidade.


02/10/2013

Quantos filhos tens?

Eu sou cientista e trabalho com fitoplâncton. O fitoplâncton está na água dos rios, dos lagos, dos oceanos. Para obter o meu objecto de estudo, basta-me recolher água.

Mas para quem trabalha, por exemplo, na área das ciências sociais, é preciso pessoas. Pessoas que estejam dispostas a gastar uns minutos do seu tempo a responder a questionários ou a fazer entrevistas. É assim que a ciência avança, e por isso vou aqui divulgar um pedido que recebi do David Cruz do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. 

Segundo o email que o David me enviou, dados do Instituto Nacional de Estatística demonstram que o ano passado foi o que teve menos nascimentos desde que há registos, sendo a média de filhos por mulher de apenas 1,28. Em 2013 haverá, provavelmente, novo recorde negativo. O estudo em que o David está envolvido está a explorar, através de entrevistas presenciais, se as pessoas/casais que têm nenhum ou um filho estão a ponderar ter (mais) filhos.

Assim, o David precisa de uma amostra significativa de pessoas (nomeadamente, entre os 35 e 45 anos, residentes em Lisboa e arredores) que estejam dispostos a participar neste estudo.

Vamos lá contribuir para a ciência portuguesa?

Para participares, vai aqui. Obrigada!  


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