26/09/2014

Porque é que Busy Woman cai-me que nem uma luva


Com o minimalismo, a simplificação, o eliminar do desnecessário, é verdade que eu não me sentia assim tão ocupada quanto isso. Houve até quem sugerisse que eu mudasse o nome do blog para Zen Woman ou coisa do género. Mas nesta fase da minha vida, Busy Woman assenta-me que nem uma luva.

Para quem ainda não sabe, candidatei-me à licenciatura em Psicologia e entrei. Sempre quis fazer uma segunda licenciatura e achei que agora era a altura certa. Já comecei as aulas, os trabalhos, o estudo. Tenho que conciliar isto tudo com o meu trabalho de investigadora, com a casa, os meus filhos e as minhas outras actividades. Portanto, agora, mais do que nunca, sou de facto uma mulher bastante ocupada.

Assim, talvez comece a escrever menos posts. Ou talvez comece a escrever mais sobre os estudos. Não sei, nem vou fazer planos. Logo se vê.

O que eu já percebi e gostava de partilhar aqui é que ter a vida organizada e a casa simplificada tem-me ajudado imenso a conciliar as coisas. Tenho saído mais tarde da universidade (felizmente estudo e trabalho no mesmo campus) e portanto tenho tido menos tempo para tratar da casa. 

Como já identifiquei as alturas em que perco mais tempo, ataquei-as - já não sou capaz de estar sentada no sofá a ver televisão, sem fazer qualquer outra coisa ao mesmo tempo. Felizmente que actualmente só vejo um programa na tv: Private Practice. Aproveito para passar a ferro ou verificar os TPCs dos miúdos ou responder a emails. Sim, vai contra os princípios do mindfulness - fazer uma coisa de cada vez e estar presente no momento. Mas em relação à televisão nos dias de semana, tem que ser.

Vou a menos actividades com os miúdos (o J. assegura essa parte) e quando vou, aproveito o tempo para fazer uma coisa que adoro: andar a pé. Assim, relaxo e faço exercício físico. Por exemplo, um dia desta semana fui com um dos miúdos à natação e depois ao judo. Enquanto ele esteve nos treinos, fui andar por Faro. Ainda pensei levar o portátil para despachar qualquer coisa do trabalho, mas também preciso de relaxar!

O planear das refeições semanais ainda está a falhar, mas tenho que voltar a fazê-lo, pois a responsável pelo jantar sou geralmente eu, visto que o J. vai com os miúdos às actividades... Esta semana já aconteceu termos que ir jantar fora duas vezes porque as refeições não estavam bem planeadas e eu não tive tempo para as fazer...

E é assim... Uma vida nova, mais trabalhosa, mas estou a adorar! Acho que vou ter uma crise de identidade algures pelo caminho (é estranho encontrar ex-alunos meus que me dizem Olá professora quando estou a caminho de uma aula onde sou aluna...), mas estou, de facto, a gostar muito do curso. E espero que o minimalismo e várias técnicas de produtividade me ajudem a conciliar as coisas e a ter sucesso. E, claro, hei-de partilhar mais sobre isso aqui convosco...


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24/09/2014

Ajustando a rotina noturna

Tenho que admitir que o nome deste blog nunca correspondeu tanto à verdade como agora. Nunca estive tão ocupada como estou actualmente. A ocupação é voluntária, é por gosto, mas a verdade é que há ajustes a fazer nas rotinas diárias para conseguir dar resposta a tudo o que tenho para fazer. Acordar cedo é, mais do que nunca, uma prioridade.

O mais importante para conseguir acordar cedo é deitar mais cedo. Parece óbvio, mas na prática é difícil de cumprir. Há sempre imensa coisa para fazer de noite - deixar a casa arrumada, preparar roupa e comida para o dia seguinte, tratar das crianças, relaxar...

A minha rotina matinal está bem definida e costuma funcionar. A minha rotina noturna, nem por isso. Acho que tenho passado demasiado tempo a pensar nas manhãs, quando, como eu bem sei, uma boa manhã começa na noite anterior. Assim, chegou a altura de ajustar a minha rotina da noite! 
Se tens o mesmo problema, continua a ler...

1 || A que horas quero acordar?

Idealmente, às 6h. Assim, consigo fazer a minha prática de yoga e despachar-me nas calmas. Como agora estou assoberbada em trabalho, tenho acordado algumas vezes às 5h, para adiantar trabalho antes do yoga, mas quero ver se não o faço muitas vezes...

2 || Quantas horas tenho que dormir para funcionar bem no dia seguinte?

Entre 7 e 8 horas.

3 || Assim, a que horas devo ir para a cama?

Entre as 10 e as 11 da noite. Idealmente estar na cama às 10, ler um pouco, e apagar as luzes até às 10h30, pois eu costumo demorar algum tempo a adormecer.

4 || O que quero fazer antes de ir para a cama?

Geralmente, a louça fica lavada e a cozinha arrumada logo após o jantar, assim como mochilas dos miúdos e roupas para o dia seguinte (poderia dizer que é a rotina do fim da tarde/serão). Quero que a rotina da noite se foque em mim. Quero fazer o seguinte:
> algum yoga e meditação
> lavar a cara, cremes, essas coisas
> escrever no diário
> ler

5 || Quanto tempo preciso para essas actividades?

Os tempos mínimos:
> algum yoga e meditação - 10 minutos
> lavar a cara, cremes, essas coisas - 1 minuto
> escrever no diário - 5 minutos
> ler - 10 minutos
total = pouco mais de 25 minutos

Os tempos máximos:
> algum yoga e meditação - 10 minutos de alongamentos e 15 minutos de meditação
> lavar a cara, cremes, essas coisas - se também escovar o cabelo e fizer uma massagem facial e, já agora, se também der uma limpeza rápida à casa de banho, 5 minutos
> escrever no diário - acho que 5 minutos está bom, mas vá, 10...
> ler - por mim, a noite toda! vá, no máximo, meia hora
total = 1 hora e 10 minutos

6 || Assim, a que horas devo começar a rotina noturna?

Se considerar que devo ter a luz apagada às 10 e meia, então devo começar a rotina entre as 9 e pouco (quando tenho mais tempo) e as 10 (para os tempos mínimos).

7 || Como inserir esta rotina nas rotinas familiares?

Isto para mim é importante - ter tempo em família. Os meus filhos começam a preparar-se para ir para a cama por volta das 9 e pouco, por isso faríamos as nossas rotinas ao mesmo tempo. Após o jantar e até à hora de ir dormir, passamos tempo em família. 
Ultimamente comecei a trabalhar um pouco de noite, mas prefiro aproveitar melhor o dia, acordar mais cedo, trabalhar algumas horas ao fim de semana, do que após o jantar. Televisão só vejo quando passo a roupa a ferro... De resto, gosto de jogar às cartas com o J. Vegetar no sofá a olhar para a televisão já não tem lugar na minha vida.

8 || Como começar a deitar mais cedo?

Da mesma forma que não resulta pôr o despertador para 2 horas mais cedo que o habitual, ir para a cama bastante mais cedo não resultará... porque não temos sono. Tal como aconselhado para o acordar, devemos ir uns 10 minutos mais cedo para a cama num dia, mais 10 minutos nos dias seguintes e por aí fora até chegar à hora de deitar pretendida. Há até quem ponha um despertador para relembrar a hora de ir dormir.

Basicamente, é isto! Pode ajudar escrever as tarefas que queremos realizar antes de ir para a cama num papel e afixá-lo num sítio visível - é provavelmente o que eu vou fazer...

E tu, como é a tua rotina noturna?


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22/09/2014

24 ideias para ocupar 5 minutos

Como sabes, eu tento seguir a técnica do Pomodoro para conseguir trabalhar de forma mais focada e ser mais produtiva. A técnica consiste em, resumidamente, trabalhar sem distracções durante 25 minutos e fazer uma pausa de 5 minutos (e uma pausa de 15 minutos ao fim de 4 pomodoros).

Quando trabalho em casa, aproveito esses 5 minutos da melhor maneira. Certo dia registei o que fiz nos vários intervalos e num total de 30 minutos de descanso consegui fazer a cama, arrumar a roupa, limpar o pó do quarto, do escritório, do hall e do corredor, e ainda lavei a louça do pequeno-almoço, varri o chão da cozinha e limpei o caixote dos gatos.

Quando estou na universidade é que encontro mais problemas em aproveitar os 5 minutos de descanso. Ora ponho-me a navegar na internet, ora continuo a trabalhar, ignorando a pausa, e às vezes vou à casa de banho. Sinto que podia usar esses 5 minutos de forma mais produtiva (descansar é produtivo!) e fiz uma lista de coisas que posso fazer nesses 5 minutos, para me orientar. Aqui ficam as minhas sugestões:

Em casa

1 || fazer algumas saudações ao sol (dão energia)
2 || fazer abdominais e flexões
3 || fazer o método Tabata
4 || lavar a louça e limpar as bancadas da cozinha
5 || fazer as camas
6 || dar uma limpeza rápida nas casas de banho
7 || sacudir as almofadas e ajeitar o sofá
8 || limpar o caixote dos gatos
9 || regar as plantas
10 || guardar livros na estante
11 || tirar a roupa do estendal
12 || destralhar uma gaveta

No local de trabalho

14 || fechar os olhos
15 || meditar
16 || levantar e andar um pouco para esticar as pernas
17 || organizar qualquer coisa rápida (como a carteira, a mochila, uma gaveta, etc.)
18 || arrumar a secretária (se não estiver muito desarrumada...)
19 || arrumar uma prateleira
20 || limpar o ambiente de trabalho do computador
21 || escolher uma pasta do computador e organizar/destralhar os ficheiros
22 || fazer chá
23 || abrir o kindle e ler um pouco
24 || praticar escrita criativa (muito giro!)



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20/09/2014

Ultimamente...

Destralhando os livros...

O meu novo tapete de yoga, tamanho XXL!

Um bom livro e um bom chá para começar o serão.

Serenidade.

Uma pausa para ler.

Finalmente li Siddhartha - na viagem de comboio para Lisboa.

Regresso à infância - Alice no País das Maravilhas.

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09/09/2014

O professor de yoga

Ultimamente tenho lido histórias de ficção que giram em torno do yoga e também as chamadas yoga memoirs, histórias reais, autobiográficas, de pessoas que encontraram o caminho do yoga e o partilham, uns de forma mais séria, outros de forma mais cómica, com o resto do mundo. Um desses livros chama-se Plus One: Finding God on the Yoga Mat, da Cori Martinez, onde ela conta o seu percurso como professora de yoga, as suas descobertas a nível da espiritualidade e o seu dia a dia como mãe e yogi.

Um dos capítulos do livro é engraçadíssimo. Chama-se "Being a Yoga Teacher", ou ser professor de yoga. É um retrato fiel das ideias pré-concebidas em relação aos professores de yoga - um conjunto de "regras" que as pessoas esperam que os yogis sigam. Fartei-me de rir com a descrição destas regras e, como escreve a Cori, não só os outros que esperam isto dos yogis - muitos yogis também esperam isso de si próprios, apesar de muitas das "regras" serem, como refere a Cori quando se apercebeu das suas expectativas em relação a ela própria enquanto professora de yoga, ridículas, contraditórias e hipócritas. Deixo aqui a tradução das partes mais engraçadas...

Para começar, os professores de yoga (e qualquer um que queria ser uma boa pessoa) devem reciclar. E se estiverem com pressa enquanto limpam o frigorífico e jogarem um frasco com restos de comida para o lixo normal, devem cobri-lo imediatamente com outro lixo, esperar que ninguém veja, e sentirem-se culpados depois.

Também devem estar em boa forma física, embora o seu aspecto não deva ser importante para eles. Não devem perder muito tempo a despachar-se nem a olhar-se ao espelho. Não devem pintar o cabelo, nem gastar muito dinheiro em maquilhagem nem fazer compras em centros comerciais.

Devem ser amigáveis, tolerantes e atenciosos com os outros. Nunca se devem irritar com outros condutores, vendedores, operadores de telemarketing, nem com ninguém (fumadores podem ser a única excepção a esta regra).

Ao conduzir, devem parar sempre que esteja alguém a querer atravessar a rua. Se estiverem com pressa, devem evitar olhar directamente para a pessoa e fingir que só a viram no último momento, quando já for demasiado tarde para parar.

Devem dar sempre dinheiro aos sem-abrigo, sobretudo porque não se preocupam com os seus próprios bens materiais. O dinheiro deve ser de mínima importância para um professor de yoga.

Os professores de yoga devem ter relações amorosas saudáveis e ter a capacidade de comunicar sempre de forma honesta e paciente.

Devem comer apenas comida biológica: nada de farinha refinada, comidas processadas, açúcar, cafeína ou álcool. Devem fazer compras apenas em lojas de comida saudável e levar os seus próprios sacos de compras. Se se esquecerem dos sacos, devem enfiar o que conseguirem na mala e carregar o resto nos braços, esperando não deixar cair nada (aliás, eles não devem mesmo deixar cair nada, porque tudo o que fazem deve ser gracioso).

Podem ser vegetarianos, mas o ideal é serem vegans, a não ser que andem sempre cansados; assim, comer carne biológica de animais livres é a única opção aceitável. Nestas circunstâncias, devem sentir-se muito culpados por tirarem a vida a outro ser vivo por causa do seu egoísmo. E não devem tomar suplementos vitamínicos, pois devem ingerir todas as vitaminas de que precisam através da sua dieta saudável baseada em comida biológica e integral.

Não devem ver televisão. Sobretudo programas violentos ou com grandes níveis de dramas pessoais. Devem sentir-se gratos por cada momento, bom ou mau, e conseguir ver a beleza em cada experiência da vida.

Devem ter uma prática diária de asana, pranayama e meditação. De facto, devem acordar às 5 da manhã todas as manhãs e praticar durante pelo menos 2 horas. Depois, devem lavar as narinas com água salgada usando o neti pot, beber água morna com limão e comer um guisado vegan para o pequeno-almoço. Depois é hora de preparar o almoço, uma salada de vegetais biológicos com folhas verdes escuras, verduras cruas, sementes germinadas em casa e repolho fermentado. Devem planear ir ao mercado de produtores comprar fruta colorida biológica para preparem um batido proteico para o jantar.

Devem ser muito organizados, porque o seu ambiente exterior deve ser um reflexo da sua mente calma e clara. Não devem precisar do amor e aprovação dos outros para serem felizes, e devem estar preparados para dar amor e aceitação a toda a gente à sua volta.

Nunca devem pôr nada à frente da sua prática de yoga, nada. Devem ser tão apaixonados por partilhar o dom do yoga com o mundo que nunca devem cobrar pelas suas aulas porque isso não estaria de acordo com o espírito da prática.

Ao mesmo tempo, devem usar apenas roupa feita de algodão biológico de comércio justo produzida por uma companhia local que doe os lucros para caridade.

E se isto se torna complicado porque não conseguem perceber como é que vão comprar roupa de yoga de 95 dólares, dar aulas de graça, comprar comida biológica e dar o seu dinheiro aos sem-abrigo (e a outras causas importantes), devem andar anos e anos a sentirem-se culpados de cada vez que alguém sugere que cobrar dinheiro, ganhar dinheiro ou querer dinheiro não é yogico.


Ah Ah!

Namasté!


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08/09/2014

Sobre a força de vontade



Willpower é um livro fantástico escrito por um psicólogo, Roy F. Baumesteir, e John Tierney, jornalista. O livro é um best-seller e está publicado em diversas línguas, entre as quais o português, pela Lua de Papel.

Willpower apresenta as conclusões de imensos estudos científicos realizados na área da força de vontade, muitos deles do próprio Baumeister. É portanto, um livro com muito suporte científico que fala sobre a importância do auto-controlo, para que serve, como é afectado, como pode ser trabalhado. Os estudos feitos nesta área são fascinantes e ao ler o livro consegui identificar-me com muitas situações - e agora compreendo melhor muitos dos meus comportamentos e aprendi ferramentas para, por exemplo, ser mais produtiva no trabalho e não perder tanto tempo ao fim da tarde a ver televisão. Aqui ficam então algumas notas da primeira metade livro (ainda não o acabei de ler e quando acabar, faço a segunda parte).

A grande mensagem do livro é que a força de vontade, que é a virtude que a maioria das pessoas gostava de ter mas acha que não tem, pode ser exercitada, tal como um músculo. A falta de força de vontade ou auto-controlo ou auto-regulação é considerada uma das maiores patologias sociais dos nossos tempos, responsável por comportamentos violentos e destrutivos.

Todos temos uma quantidade limitada de força de vontade, que vai sendo gasta à medida que é usada. Certas coisas provocam um declínio da força de vontade ainda mais depressa, como o stress, a fome... parece mesmo existir uma ligação entre hipoglicémia e criminalidade... 

Tomar decisões, mesmo que sejam decisões agradáveis, gasta a força de vontade. O problema de tomar decisões é ter que fazer escolhas - ao escolher uma opção, estamos a fechar as portas às outras opções, e é por isso que é difícil para muitas pessoas tomarem decisões importantes, como casar, ou escolher um curso superior. 

A capacidade de tomar decisões também é afectada pelos níveis de açúcar no sangue. Estudos mostram que é mais fácil tomar decisões depois de comer; a falta de açúcar diminui, portanto, a força de vontade e provoca uma incapacidade para tomar decisões (é por isso que muitos políticos são apanhados a fazer coisas que não devem...).

O primeiro passo para ter mais autocontrolo é estabelecer um objectivo - um só objectivo. O problema para a maioria das pessoas é terem vários objectivos e muitos deles entrarem em conflito (por exemplo, querer ser mais produtivo no trabalho e passar mais tempo com a família). 

O sucesso de métodos de organização e produtividade como o GTD também está relacionado com o autocontrolo. Quando temos coisas para fazer, como um projecto importante ou estudar para um exame, somos constantemente relembrados disso pelo nosso inconsciente. O que o nosso inconsciente está a fazer é pedir ao consciente para fazer um plano para resolver o problema em questão. Após fazermos o plano, o inconsciente deixa de enviar essas mensagens. Daí a importância de tirar tudo da cabeça, de organizar as coisas, de planear as nossas próximas acções. É por isso que o GTD é tão eficaz.

As pessoas fazem mais e melhor quando têm mais consciência de si próprias. Por exemplo, experiências mostraram que as pessoas postas em frente a um espelho ou a ser filmadas esforçaram-se mais por ter melhores comportamentos e responder correctamente a questionários. Uma pessoa com mais consciência de si própria (basta para tal que esteja em frente a um espelho) tem tendência a comportar-se mais de acordo com os seus valores em vez de seguir a opinião ou vontade dos outros. Parece que a autoconsciência evoluiu para ajudar o autocontrolo.

O segredo das pessoas que parecem ter muito autocontrolo - por exemplo, aquelas que conseguem sempre levantar-se cedo, fazer exercício físico, ter a casa sempre limpa e organizada - não é propriamente ter muito autocontrolo. O que essas pessoas fizeram foi transformar esses comportamentos benéficos em hábitos: numa fase inicial é necessário exercer o autocontrolo para conseguir saltar da cama às 5 da manhã para ir correr, por exemplo, mas ao fim de algum tempo isso torna-se um hábito e aí já não é necessário gastar o autocontrolo nesse comportamento, ficando autocontrolo disponível para melhorar outros comportamentos ou quebrar maus hábitos. É por isso que se costuma dizer que devemos adquirir um hábito de cada vez. Se levantar cedo é difícil e vamos aplicar toda a nossa reserva de autocontrolo nesse comportamento, não sobrará muito para adquirir ou modificar outros comportamentos logo a seguir...

Por outro lado, ao exercitar o autocontrolo numa área da nossa vida, há melhorias em todas as outras áreas. Por exemplo, nas alturas em que me levanto mais cedo, é mais provável que faça a prática de yoga e que coma bem ao longo do dia e geralmente sou mais produtiva no trabalho. Nas alturas em que não consigo levantar-me cedo, tudo o resto corre pior... Ou seja, há alturas em que tenho mais autocontrolo que outras...

Mas como manter o autocontrolo constante ao longo de anos ou de toda a vida? Motivação. É necessário motivação. Quando temos algo a provar a nós próprios ou aos outros, temos mais motivação e, portanto, mais força de vontade. Sem objectivos, sem nada para provar, a motivação e a força de vontade diminuem...

O maior problema do autocontrolo é mesmo este: como manter a disciplina ao longo da vida, em vez de dias ou semanas. Fazer um pré-compromisso connosco próprios ajuda. Por exemplo, ao pôr no papel que vou fazer isto ou aquilo, faço um compromisso comigo própria e falhar não é opção. Comprometer-me a fazer algo (seja perante mim ou outras pessoas) é uma estratégia para conservar a força de vontade...

Outros estudos interessantes mostraram que há uma ligação entre a ordem exterior (um espaço de trabalho arrumado, o aprumo pessoal) e a disciplina. É por isso que os conselhos para uma maior produtividade incluem sempre ter uma secretária arrumada, papéis organizados, e quem trabalha em casa deve-se vestir e arranjar como se fosse para a rua.

Os maiores benefícios de ter autocontrolo são óbvios a nível escolar e laboral. Bons alunos e bons trabalhadores têm bons hábitos. Estudos mostram que os professores universitários têm mais hipóteses de progressão na carreira se escreverem um pouco todos os dias do que se escreverem de vez em quando ou em períodos curtos e intensos (isto nos Estados Unidos, que cá as coisas funcionam, infelizmente, de forma muito diferente...). O autocontrolo deve ser usado para formar um hábito (neste caso, o de escrever um pouco todos os dias). Depois do hábito formado, consegue-se produzir mais com menos esforço.

(parte II daqui a uns dias...)



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03/09/2014

Vlog || Jala neti, ou como eu me livrei da alergias

Bem, não me livrei completamente da minha rinite alérgica, mas a coisa melhorou bastante. Há anos que ouvia falar no jala neti, uma técnica um pouco estranha em que se enfia um bulezinho no nariz, fazendo entrar água por uma narina, que vai saindo pela outra... A primeira vez que ouvi falar disto penso que foi o Dr. Oz no programa da Oprah. Achei o máximo e mandei vir um neti pot (o bule), mas nunca consegui fazer... Até que o ano passado aprendi a técnica no curso de intrutores de yoga e agora não quero outra coisa.

O jala neti, ou irrigação nasal, é uma técnica do Yoga. Faz parte de um conjunto de várias acções de limpeza, os shatkarmas, que os yogis usavam para purificar o corpo, com benefícios não só físicos como também espirituais.

O jala neti consiste em fazer correr água morna por uma narina, que, por acção da gravidade, sai pela outra narina, usando um pequeno bule. A água deve ser fervida antes de usada. Na aplicação, a água deve estar morna e ligeiramente salgada. A medida é 1 colher de chá de sal (o mais puro possível!) para meio litro de água, para ficar à mesma concentração que os fluidos corporais (0,9%). No video mostro como executar a técnica - é fácil!

O jala neti tem inúmeros benefícios comprovados, sobretudo a nível das alergias e sinusites. A água, ao passar na cavidade nasal, remove bactérias, porcarias e muco, drena as cavidades sinusais, reduz a tendência para respirar pela boca, tem um efeito calmante e refrescante no cérebro, sendo por isso benéfico para quem sofre de dores de cabeça e enxaquecas. Também diminui a frequência e duração de constipações, reduz os sintomas da sinusite, humedece a cavidade nasal, limpa os canais lacrimais e melhora a visão, e aumenta também o olfacto e o paladar.

A primavera passada andei muito melhor das alergias - quando me sentia mais atacada fazia o jala neti e sentia logo imenso alívio. Este inverno não andei sempre entupida e ranhosa como era costume (também devido à água com limão). Um dos meus filhos, que é como eu e andava sempre cheio de ranho, este ano ficou muito melhor depois de começar a fazer o jala neti de manhã.

O jala neti já faz parte da minha rotina e é um dos meus rituais matinais mais importantes. Quando me sinto mais atacada, faço também à noite, a meio da tarde, ou quando sinto necessidade.

No video falo um bocadinho sobre a técnica e mostro como se faz. Pode ser... hum... algo nojento, mas penso que vendo é melhor para aprender do que lendo...


Eu comprei o meu neti pot (o bule) na amazon há já alguns anos, mas agora já se vende em lojas de material de yoga (por exemplo, aqui).


Experimenta e depois conta-me como correu!


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02/09/2014

Livros de yoga - quem quer?

Um dos meus rituais de início de Ano Novo académico/escolar é destralhar - a roupa, os papéis, a louça, os livros... Tenho vários livros de yoga que comprei quando comecei a praticar, mas como agora estou plenamente dedicada ao ashtanga vinyasa yoga, alguns destes livros já não me fazem falta, mas podem ser úteis para alguém...

Separei dois livros para vender a quem estiver interessado. Em baixo estão fotos e videos do folhear das páginas de cada um...

Este, por 3 yogis (inclui envio para Portugal continental): Vendido, obrigada!



E este, por 1 yogi (inclui envio para Portugal continental): Vendido, obrigada!



Se estiveres interessada, envia-me, por favor, um email para rita.busywoman (AT) gmail.com

Namaste!


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01/09/2014

O equilíbrio entre poupar e gastar dinheiro

A minha atitude perante o dinheiro tem mudado imenso nos últimos anos. Nos meus 20 anos gastava tudo o que tinha antes do fim do mês. Com a vinda dos filhos, comecei a organizar-me melhor, a apontar os gastos, a fazer uns orçamentos muito básicos e até estabeleci as minhas regras de ouro para controlar o dinheiro. Mais tarde, com o minimalismo, poupar tornou-se fundamental. Posso mesmo dizer que se tornou uma obsessão. 

No entanto, muitas vezes dava por mim com vontade de ir aqui ou ali, ou de comprar coisas de que não precisava, mas recuava sempre porque, afinal, não podia andar a mexer nas minha poupanças para coisas que não são necessárias. 

Recentemente comecei a pôr estas minhas ideias em questão. Continuo a achar que não vale a pena gastar dinheiro em certas coisas, como roupa, gadgets, mobília ou outras coisas que de facto não me fazem falta e que não vão contribuir em nada para a minha felicidade ou para a minha educação ou para a minha evolução como ser humano. Mas há certas coisas nas quais eu receava gastar dinheiro, que não são necessárias, mas são sim importantes para a minha felicidade (e da minha família).

Foi por isso que em junho decidi ir pela quarta vez a Paris (depois de anos a adiar essa viagem para não gastar dinheiro). E vamos passar o Natal a Londres, todos, em família! Os miúdos nunca andaram de avião e estão muito interessados em ir ao museus londrinos (sobretudo ao British e ao de história natural). Com a idade deles eu já conhecia Londres e todos esses museus, e não me parece bem não fazer uma viagem dessas só para não gastar dinheiro. Afinal, quando morrer, não levo nada comigo...

Claro que, se gasto numas coisas, não gasto noutras. A minha nova cozinha, por exemplo. Andei a ver as cozinhas do Ikea e queria mesmo renovar a minha cozinha toda. Mas pensei, questionei-me sobre a necessidade de ter uma cozinha nova e, na verdade, não preciso. Os móveis que tenho estão bons e o facto de não gostar deles do ponto de vista estético não é, para mim, motivo suficientemente válido para comprar uma cozinha nova...

A minha atitude perante o dinheiro é agora diferente. Poupar, sim, claro que sim! Poupar todos os meses é, para mim, fundamental para sentir paz e liberdade. Mas também é importante ter experiências, viver a vida. Percebi que há certas coisas com as quais devo gastar algum dinheiro e outras coisas com as quais não devo gastar nenhum. É, como tudo, uma questão de prioridades...

E tu, como é que equilibras o poupar para dias mais cinzentos com o gastar em coisas que são importantes? 


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