13/02/2012

O que é o minimalismo



Minimalismo s.m. tendência para simplificação e redução dos elementos constitutivos de (algo); princípio de reduzir ao mínimo o emprego de elementos ou recursos. In: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, 2003.

O minimalismo, resumido numa pequena frase, é: identificar o essencial e eliminar o resto.

Uma vida minimalista é despojada do desnecessário, de modo a ter espaço para o que nos dá alegria. O minimalismo é uma ferramenta para nos livrarmos do excesso e focarmo-nos naquilo que é importante, de modo a encontrarmos felicidade, realização, liberdade, paz e leveza.

O minimalismo gira à volta do ter o suficiente – ter apenas aquilo que realmente precisamos, nem coisas a mais, nem coisas a menos. E isto aplica-se a tudo à nossa volta, não só às “coisas”, aos objectos que possuímos, mas também aos compromissos, relacionamentos, trabalho e ao nosso estilo de vida.

Na verdade, a definição de minimalismo é um pouco subjectiva, pois o minimalismo tem diferentes significados para diferentes pessoas. Não existe uma escala que permita medir o grau de minimalismo de alguém, pois o que é essencial e o que é supérfluo é diferente para cada pessoa.

E talvez por ser um conceito difícil de medir de forma quantitativa, há muita confusão e ideias erradas em relação ao minimalismo.


Minimalismo não é viver uma vida ascética. Minimalismo não é pobreza voluntária. Minimalismo não é um estilo de vida radical nem tem nada a ver com contar o número de coisas que possuímos (embora haja quem o faça). Minimalismo não é não ter nada.

É verdade que os minimalistas têm menos coisas que as outras pessoas, mas porque se aperceberam que não precisam de tanta tralha ou tantas responsabilidades para serem felizes. Um minimalista consegue compreender o valor das coisas, consegue não ser emotivo em relação às coisas que possui e consegue livrar-se de qualquer coisa que não tenha significado nem utilidade para uma vida mais feliz.

Em última análise, o minimalismo conduz a uma maior qualidade de vida.

13 comentários:

  1. Olá Rita! É só para desejar bom dia e dizer que já tinha lido outro texto teu sobre o minimalismo mas com este fiquei a perceber ainda melhor. Mas olha este texto tem muito da tua visão da coisa, não é?

    Bjs
    Anuskas

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    1. Olá Anuskas, bom dia!
      Ainda bem que gostaste, mas olha que o texto não é a minha visão do minimalismo, é a visão de todos os minimalistas (ou pelo menos daqueles que têm blogs...). Se leres Leo Babuta, The Minimalists, Miss Minimalist e outros bloggers famosos, eles dizem mais ou menos o mesmo. O que varia entre as pessoas é aquilo que é importante para cada uma. Para umas são umas coisas, para outras são outras. É por isso que é difícil medir o grau de minimalismo de cada um...

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  2. Pois eu acho que sou uma minimalista: detesto, mas detesto de morte o acúmulo de tralha. Fico doente quando vejo uma casa (que podia estar mais liberta) cheia de coisas porque quem acumula pensa (olha, guarda que pode ser que interesse ou que seja importante mais tarde).
    A minha mãe era desse género, viviamos numa casa minúscula, e com esta mania dela eu ficava possessa! A casa tornava-se ainda mais minúscula!
    Coisas são coisas. A partir do momento em que já não servem para nada, borda fora!
    Infelizmente, mais depressa as pessoas guardam as coisas que preservam as suas relações. Talvez porque as coisas não solicitam, não se entristecem connosco, não reclamam, etc.
    Anda tudo com as prioridades trocadas...

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    1. Ana, adorei esta tua frase "mais depressa as pessoas guardam as coisas que preservam as suas relações". Tão verdade!

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  3. "o que é essencial e o que é supérfluo é diferente para cada pessoa" Concordo em absoluto. Por isso, é fácil que uma certa atitude de alguém me pareça radical ou extremista enquanto outras me deixam a sensação de ficar aquém do desejável. E é por este motivo que acredito que no minimalismo não há regras, esquemas, fórmulas ou metodologias. Da minha experiência, as necessidades começam a reduzir-se e a vida a simplificar-se NATURALMENTE no momento em que deixamos de tentar "ter tudo, fazer tudo, ser bons em tudo e ganhar o prémio nobel nos intervalos" e começamos a dedicar tempo a viver. A partir daí, e devagar, começamos a distinguir o que é essencial do que é acessório sem qualquer esforço extraordinário. Tanto no que respeita à tralha que acumulamos como às atividades que nos consomem tempo.

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    1. É verdade! A mudança ocorre naturalmente quando nos apercebemos que já temos o suficiente.

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  4. Hi Rita. Just discovered your blog and I will write in English since I'm very slow at writing Portuguese. I want to ask you where you donate your clothes and shoes in Lisbon. I know you live in Algarve now but since you are from Lisbon, perhaps you know of some places in the city. I've donated to Humana too many times. I think each Lisbon location has received 3 large garbage bags of clothes from my whole family! Since my minimalist journey is an ongoing thing, I need to find other outlets to receive my stuff.

    Love your blog and will continue to follow

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    1. Hi Wendy,
      Actually, I've also donated to Humana in Lisbon, but I think many churches and the Portuguese Red Cross also accept clothes and other products. I also put some items by the trash cans on the street and someone will pick them up within an hour our two (there are always people looking at the goodies there...)

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  5. oi rita! gosto muito do blog estou aplicando o minimalismo, conceito que conheci aqui, aos poucos na minha vida. Já me desfiz de umas 5 sacolas de roupas, acessórios e sapatos que não usava e estou comprando menos - é assim que resolvi começar. tem me sobrado dinheiro para passear e passar o mês tranquila, e também está mais fácil arrumar o guarda roupa! Quero agradecer por compartilhar sua esperiencia com este estilo de vida e dizer que vou sempre estar aqui lendo seus posts e buscando mais sobre o assunto. Acho q viver assim é viver de modo inteligente, conciente e bom para todos. grande beijo!!

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  6. não é demasiado tentar quebrar uma ligação que poderíamos, eventualmente, criar relativamente aos objectos? por exemplo, algum familiar que te é muito querido oferece-te uma daquelas secretárias bonitas, cheias de gavetinhas, que por sua vez já vêm cheias de pequenos tesouros dentro. também te virias livre dela, só por não ser entrar nessa corrente do minimalismo?
    e quando entras em casa, num espaço demasiado branco e demasiado vazio? não sentes que falta aconchego e conforto? por ser tudo (os objectos, a mobília) desprovido de emoções. expliquei-me bem?

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    1. Felizmente nunca ninguém me ofereceu tal coisa, pois iria odiar! Prefiro que um familiar desses que me é muito querido me ofereça o seu tempo (estarmos juntos) do que um objecto qualquer que não tem utilidade nenhuma para mim (não é oferecendo coisas que se demonstra o amor pelos outros).
      E se já olhou bem para as fotos da minha casa, não é um espaço demasiado branco e demasiado vazio. A minha sala é, para mim, o lugar mais confortável do mundo. As coisas que tenho são as necessárias e são as que me fazem feliz.
      Mas em relação ao exemplo da secretária, eu não crio ligações emocionais com os objectos. Reservo isso para as pessoas e para os animais.

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  7. Perfeito! Até que enfim que vejo alguém que pensa como eu, como nós os três aqui em casa...
    Também sou minimalista há muito tempo e adoro este tipo de vida que me torna muito mais livre e disponível para gastar o meu tempo com os que amo e naquilo que gosto. Além da minha vida profissional, gosto de fazer uns trabalhos manuais, patchwork, e está a ser um pouco difícil conjugar este interesse com o não encher de tralha a minha casa, que é pequenina e bem arejada (pouquíssimos objectos, parece um hotel... :). Mas... vou esvaziando com as ofertas e quem sabe, um dia, comercializar...
    Imagine que tenho de ter sempre pelo menos, uma gaveta disponível, nos armários... detesto sentir que não tenho espaço para mais nada..., não acumulo tralha, penso muito bem antes de comprar qualquer objecto útil, não tenho bibelôs e não gosto que me ofereçam, quando isso acontece, ofereço a alguém que mostre interesse em ter. Acredito que as emoções e as recordações estão mesmo dentro de nós e a vida vive-se no convívio que temos com as pessoas e não com os objetos...
    Vou seguir o seu blog, com o qual me identifico perfeitamente! Obrigada e muitos parabéns!
    Beijinhos, Carla Bordalesa

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Obrigada pelo comentário!

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