Olá! Sou a Ana, vivo no Porto, tenho 28 anos e sou vegan. Sempre fui uma pessoa muito organizada. Sempre gostei de listas, de limpezas, de planear as coisas com antecedência e nunca gostei muito de datas pré-definidas para se festejar determinada coisa.
Comecei a colocar imensas coisas em questão e descobri que o mais sensato era de facto livrar-me de tudo aquilo que queria guardar. Se não ia usar e não, para quê gastar dinheiro em caixas e desperdiçar espaço em casa com isso?! Eu só pensava: “Como é que não me lembrei disto antes?”. A verdade é que não me lembrei e foi graças a este blog que descobri este estilo de vida e muitos outros blogs (sobretudo americanos) sobre o assunto. Outra coisa muito boa é que o minimalismo vai de encontro às preocupações ecológicas que sempre tive e foi também por isso que comecei a usar produtos de limpeza caseiros (sempre o quis fazer mas não sabia bem como…).
Antes de dar início ao verdadeiro destralhamento, comecei por ler muito sobre o assunto (como faço sempre com qualquer tema que me interessa; foi assim que me tornei vegetariana). Só depois comecei a pôr todos os conselhos e teorias em prática. Desde que comecei (está a fazer um ano por esta altura) já me livrei de imensas coisas. Dei mesmo muita coisa a instituições, amigos e familiares, coloquei muitas outras coisas no lixo e vendi outras. Livrei-me de roupa/sapatos/carteiras/ acessórios, livros, cds, utensílios de cozinha, objectos de decoração, tapetes, imensos papéis e fotografias, souvenirs e lembranças (que fotografei), contas bancárias, perfis em redes sociais, conteúdo digital, telemóveis antigos e muito mais.
No entanto, fiz as coisas de uma forma gradual, até porque não vivo sozinha. Todos os dias registava novas coisas para arrumar. Sempre que me lembrava de uma zona nova para arrumar ou de algo para dar ia registando no telemóvel, pois não queria deixar escapar nenhuma ideia. Todos os dias, ao final do dia, tinha sempre algo novo para destralhar e isto estendeu-se durante vários meses… Como não vivo sozinha algumas coisas tiveram que ser negociadas e como nem toda a gente é como eu, algumas das coisas estão simplesmente guardadas. Assim continua a ser fácil limpar a casa e como fiquei com muito espaço livre nos armários, posso bem arrumar algumas coisas. Afinal se com o minimalismo se aprende a valorizar as pessoas e as relações em detrimento das coisas, não faz muito sentido nos chatearmos com as pessoas mais importantes por causa das ditas coisas, certo?
Acho que só passado uns três ou quatro meses comecei verdadeiramente a sentir os efeitos deste estilo de vida. Tinha muito mais tempo para mim e para as coisas que mais gosto de fazer e sobretudo (que era um dos grandes objectivos) gastava muito menos tempo a limpar a casa. Quanto ao organizar a casa (refiro-me àquelas grandes organizações que fazemos de x em x tempo, tipo spring cleaning) simplesmente deixei de o fazer! Não se organiza tralha! Em vez de organizar prefiro destralhar! Sei que se sentir a necessidade de organizar algo a fundo então é porque tenho coisas a mais!
Passei também a praticar exercício físico com mais regularidade (que era algo que já não conseguia fazer de forma consistente há muito tempo mesmo), comecei a meditar e a relaxar (coisa que sempre achei impossível pois sempre fui uma pulga eléctrica!), comecei a escrever (algo que já queria fazer há muito tempo) e passei a dedicar-me mais à cozinha (que sempre adorei!).
No fundo descobri mesmo um novo eu! E isto não aconteceu simplesmente porque me livrei de tralha. Aconteceu sobretudo porque a seguir à tralha, vieram os compromissos, as cismas, as histórias do passado, as relações que já não interessam e só nos fazem mal, o ligar ao que os outros pensam… aí sim ainda senti mais os efeitos do minimalismo e por isso não poderia estar mais feliz. Com a correria dos dias vamos acumulando camadas e camadas no nosso ser e o minimalismo permite justamente ir retirando camada a camada e perceber o que é mais importante para nós e aquilo que precisamos de mudar. Para além disso, graças ao minimalismo poupei imenso dinheiro, o que numa altura como esta é mesmo muito bom!
Numa frase posso dizer que me tornei muito mais feliz! O próximo ano será sobretudo para colher os frutos desta mudança e, por isso, será “goal-free” (inspirado por ti e pelo Leo Babauta). Obrigada Rita!
Ana Martins - Ana, Go Slowly
~
Queres participar? Envia-me um texto a contar a tua jornada em direcção a uma vida mais simples e de que forma este blog te influenciou, para o email rita.busywoman (at) gmail.com. Obrigada!
Descobri o minimalismo numa altura em que andava ainda mais virada para a organização. Como tinha mudado de casa para viver com o namorido há relativamente pouco tempo, ainda havia bastantes coisas que queria organizar, nomeadamente coisas antigas que já não usava, mas queria guardar… Tinha até já feito uma lista no site do Ikea com todas as caixas, caixinhas e acessórios que queria comprar… Nessa altura descobri este blog (através de outro penso eu) e fez-se luz!
Comecei a colocar imensas coisas em questão e descobri que o mais sensato era de facto livrar-me de tudo aquilo que queria guardar. Se não ia usar e não, para quê gastar dinheiro em caixas e desperdiçar espaço em casa com isso?! Eu só pensava: “Como é que não me lembrei disto antes?”. A verdade é que não me lembrei e foi graças a este blog que descobri este estilo de vida e muitos outros blogs (sobretudo americanos) sobre o assunto. Outra coisa muito boa é que o minimalismo vai de encontro às preocupações ecológicas que sempre tive e foi também por isso que comecei a usar produtos de limpeza caseiros (sempre o quis fazer mas não sabia bem como…).
Antes de dar início ao verdadeiro destralhamento, comecei por ler muito sobre o assunto (como faço sempre com qualquer tema que me interessa; foi assim que me tornei vegetariana). Só depois comecei a pôr todos os conselhos e teorias em prática. Desde que comecei (está a fazer um ano por esta altura) já me livrei de imensas coisas. Dei mesmo muita coisa a instituições, amigos e familiares, coloquei muitas outras coisas no lixo e vendi outras. Livrei-me de roupa/sapatos/carteiras/
No entanto, fiz as coisas de uma forma gradual, até porque não vivo sozinha. Todos os dias registava novas coisas para arrumar. Sempre que me lembrava de uma zona nova para arrumar ou de algo para dar ia registando no telemóvel, pois não queria deixar escapar nenhuma ideia. Todos os dias, ao final do dia, tinha sempre algo novo para destralhar e isto estendeu-se durante vários meses… Como não vivo sozinha algumas coisas tiveram que ser negociadas e como nem toda a gente é como eu, algumas das coisas estão simplesmente guardadas. Assim continua a ser fácil limpar a casa e como fiquei com muito espaço livre nos armários, posso bem arrumar algumas coisas. Afinal se com o minimalismo se aprende a valorizar as pessoas e as relações em detrimento das coisas, não faz muito sentido nos chatearmos com as pessoas mais importantes por causa das ditas coisas, certo?
Acho que só passado uns três ou quatro meses comecei verdadeiramente a sentir os efeitos deste estilo de vida. Tinha muito mais tempo para mim e para as coisas que mais gosto de fazer e sobretudo (que era um dos grandes objectivos) gastava muito menos tempo a limpar a casa. Quanto ao organizar a casa (refiro-me àquelas grandes organizações que fazemos de x em x tempo, tipo spring cleaning) simplesmente deixei de o fazer! Não se organiza tralha! Em vez de organizar prefiro destralhar! Sei que se sentir a necessidade de organizar algo a fundo então é porque tenho coisas a mais!
Passei também a praticar exercício físico com mais regularidade (que era algo que já não conseguia fazer de forma consistente há muito tempo mesmo), comecei a meditar e a relaxar (coisa que sempre achei impossível pois sempre fui uma pulga eléctrica!), comecei a escrever (algo que já queria fazer há muito tempo) e passei a dedicar-me mais à cozinha (que sempre adorei!).
No fundo descobri mesmo um novo eu! E isto não aconteceu simplesmente porque me livrei de tralha. Aconteceu sobretudo porque a seguir à tralha, vieram os compromissos, as cismas, as histórias do passado, as relações que já não interessam e só nos fazem mal, o ligar ao que os outros pensam… aí sim ainda senti mais os efeitos do minimalismo e por isso não poderia estar mais feliz. Com a correria dos dias vamos acumulando camadas e camadas no nosso ser e o minimalismo permite justamente ir retirando camada a camada e perceber o que é mais importante para nós e aquilo que precisamos de mudar. Para além disso, graças ao minimalismo poupei imenso dinheiro, o que numa altura como esta é mesmo muito bom!
Numa frase posso dizer que me tornei muito mais feliz! O próximo ano será sobretudo para colher os frutos desta mudança e, por isso, será “goal-free” (inspirado por ti e pelo Leo Babauta). Obrigada Rita!
Ana Martins - Ana, Go Slowly
~
Queres participar? Envia-me um texto a contar a tua jornada em direcção a uma vida mais simples e de que forma este blog te influenciou, para o email rita.busywoman (at) gmail.com. Obrigada!
Gostei desta frase 'Não se organiza tralha! Em vez de organizar prefiro destralhar!'
ResponderEliminarExcelente rúbrica, Rita! Parabéns!
Obrigada Rita por publicares a minha história! :)
ResponderEliminarLinda experiência de vida! Eu nunca recebi comentários assim sobre a minha casa mas também confesso que é raro trazer visitas, até no ciclo de amizades tenho apenas o essencial lol
ResponderEliminarFico mesmo feliz por ver que cada vez mais temos pessoas dando atenção especial ao que realmente é importante, pois infelizmente pelas estatisticas e conversas com quem nos cruzamos hoje em dia, a crise parece não afetar assim tanto o consumismo que está tão intenso.
Rita acho lindo abrires espaço neste teu cantinho para partilhar as experiencias de outros minimalistas, sobretudo portugueses :)
Bom dia (aqui no Brasil o dia está começando),
ResponderEliminarA Ana observou bem algo que venho observando também: organização e minimalismo podem se completar, mas vc pode ser uma pessoa organizada sem necessariamente ser minimalista.
Tenho visto vários blogs sobre organização e me assusto com a quantidade de coisas que as pessoas guardam, organizam, arrumam. A quantidade de produtos disponíveis no mercado para guardar "coisas" (tralhas)
E ainda estou lonnnnnnnge neste caminho do minimalismo, mas o fato de conseguir separar o que é realmente importante do que não é, já ajuda e muito.
Quando eu crescer (expressão comum daqui do BR) quero ser como vocês!
Beijos meninas!"
Olá, adorei ler este texto, é fantástico a mudança que o minimalismo trás. Confesso que ainda não consegui destralhar tudo o que queria, mas realmente este blogue tem sido uma grande ajuda. Parabéns Ana, pelo texto e pela mudança, felicidades, bjos doces
ResponderEliminarPara Ana: confesso que fiquei emocionada ao ler o seu depoimento (se bem que sou uma "chorona" por natureza... rs) Mas achei muito linda a sua experiência, principalmente o que está exposto no último parágrafo.
ResponderEliminarTambém estou há um ano nesta estrada do minimalismo, que descobri no blog da Rita e depois fui pesquisando mais, porém não consegui tantos progressos assim, acho que devo ter algum trauma pois é difícil me livrar, principalmente dos livros (queria dá-los a alguém que os valorize tanto quanto eu ...)
Felicidades às duas, Ana e Rita.
bjs, Carolina
Adorei este testemunho!
ResponderEliminarEu ainda estou na fase de ler sobre minimalismo, sobre "destralhar". Mas algumas coisas já consegui pôr em prática graças a blogs fantásticos ;)
Depois de ler o teu blog e ver estes testemunhos de vida, li o Guia Pratico para Simplifiar a Vida que escreveste e adorei! Acho que mais do que eu quem precisa de o ler é o meu marido pois na roupa também é muito impulsivo a comprar... eu sou mais de comprar por necessidade ou porque gosto e é prático, não compro nada para "encher"...
ResponderEliminarA minha maior dificuldade está em perder aqueles segundo a arrumar o que desarrumo e nisso ele completa-me.
Isto para comentar que adorei o livro e fico à espera de ler mais, bem como o blog que vejo assiduamente.
Já agora, não para influenciar mas também tenho alergia (principalmente aos acaros) e tenho um cão em casa e a Rainbow (maquina de limpeza) é do melhor para limpar tudo até carpetes, dado que foi uma das coisas que referiste no livro. Só é vendida por agentes e tens uma demonstração em casa mas vale a pena!
Bem fica a sugestão e um obrigada pela força que me dás a organizar a minha tralha! ;)
Patrícia
Quer muito destralhar...já comecei mas tenho muito a fazer, principalmente ganhar coragem para me livrar de muitas coisas. Este ano de certo vou evoluir mais um pouco. Obrigado pelos vossos depoimentos, e Rita continua a partilhar pois sabe muito bem ler os teus post,
ResponderEliminarBjs e bom ano.
Adorei o post! Coloquei-o até como uma referência no meu blog. :) Está de parabéns pela (nova) iniciativa. Todo seu blog é uma maravilha, e já efetuou mudanças (ainda não radicais, estou só começando a passear pela ideia do Minimalismo, mas com muito gosto!) em minha forma de pensar as coisas.
ResponderEliminarGrata!
Flavia