Quero
ser minimalista
Acompanho
o teu blog há cerca de 2 meses. E tenho que confessar que fui lá ter porque o
vi num outro blog e o nome chamou-me a atenção. Sem fazer ideia dos conteúdos
lá cliquei e fiquei a conhecer-te. E
desde essa altura visito o teu blog frequentemente.
A
questão da organização e gestão do tempo é uma temática que me interessa
bastante. Sou daquelas pessoas que dá por si a dizer frequentemente “não tenho
tempo para nada” ou até “passei o dia a arrumar e parece que não fiz nada” e no
entanto, sou dependente do relógio. Detesto atrasar-me ou que me façam esperar.
Detesto sentir que não vou ter tempo para fazer as tarefas que tenho que fazer.
Eu, pessoalmente, estou completamente decidida a ser mais organizada, a ser
mais livre e mais feliz. Mas tenho que conseguir mudar a mentalidade de dois
“rapazes” que ainda não perceberam que também têm que fazer esta mudança. Não
só para que a minha resulte mas também para que eles próprios sejam mais
felizes.
Eu
fui criada numa família em que se comprava “as coisas boas” para guardar e
depois comprava-se as “coisas para o dia-a-dia”, fossem elas louças, roupa de
cama, ou vestuário. A minha avó ainda hoje tem uma arca de madeira
completamente cheia de lençóis que nunca usou e quando precisa de meter a uso
um jogo de cama vai comprar um “mais fraquinho” para não estragar os bons!!! Eu
cresci com estes hábitos, mas já consegui libertar-me deles. As coisas que
tenho estão em uso, não tenho stock mas mesmo assim sinto que tenho coisas a
mais. Não vou deitá-las fora pois também é um desperdício deitar fora coisas em
bom estado, mas não irei comprar nada enquanto tiver outro exemplar da mesma
coisa (aliás quase tudo o que tenho em casa, à excepção de móveis, foi
“herdado” da mãe e da avó - refiro-me a louça, talhares, tachos e panelas,
roupa de cama, cobertores, roupa de banho...
mesmo os móveis – a mobília do quarto do meu filho foi a minha até eu
casar). A mim custa-me (custava-me) por
exemplo ter de me desfazer dos papéis da faculdade. Tenho tudo arquivado porque
podem ser úteis e de facto já foram. Já fiz uso deles depois da faculdade, mas
quer-me parecer que não vou precisar deles novamente. E já decidi: vou deitar tudo
fora. E este foi o 1º ensinamento que tu me deste. é certo que ainda não está
cumprido - mas tem data marcada – e este é o 2º ensinamento a retirar: planear
as tarefas. Gosto de agendas e da sensação de organização e controlo do tempo
que elas dão, mas confesso que normalmente apontava as tarefas e compromissos
com a devida antecedência mas mas depois recorria à minha “agenda mental”....
também já estou a conseguir modificar isso. Segui o teu exemplo dos
planificadores semanais e diários – são óptimos. Aí incluo a planificação do
jantar diário, as compras a fazer em cada dia, as várias tarefas que tenho que
fazer, os gastos, etc.
Vou
ter brevemente uma semana de férias e já está toda preenchida com arrumações,
“trabalho do trabalho” que vou fazer em casa (organização de ficheiros e
documentos), mas também estou a planear muito tempo para “não fazer nada”
–descanso, leia-se!.
Já
li os teus dois ebooks, e de momento estou a ler “a story of debt”. Não estou
na situação de dívida, mas como de momento sou só eu a trabalhar é muitíssimo
difícil gerir o orçamento e não deixar nada por pagar. De vez em quando tenho
de recorrer ao “descoberto” da conta ordenado mas isso deixa-se sempre na mesma
situação. Também já decidi - e isso já está em prática - que temos que anotar todas as despesas (este
mês sei que vamos ser bem sucedidos pois tenho o subsídio de natal para ajudar)
e também já decidi que vamos ter que fazer tudo por tudo para não ir buscar
nenhum dinheiro ao “descoberto”.
Ainda
sou uma aprendiz mas estou plenamente convencida que este é o caminho a seguir.
Eu, por mim, já estou a dar os primeiros passos. O passo seguinte é converter
marido e filho, ou melhor só preciso converter o marido, porque o filho faz
tudo o que o pai faz! Não será fácil, pois o marido ainda pensa que ter os
gastos controlados, ou melhor, ter controlo dos gastos é estar a ser vigiado nas
suas acções, não ter liberdade para fazer o que quer – e isso é fruto de uma
infância e adolescência muito restritiva em que foi obrigado a trabalhar para
ajudar no sustento da família sem ter direito a nenhuma parte do dinheiro que
ganhava...
Tenho
que te agradecer pelos teus conhecimentos e pela partilha dos mesmos.
Sandra
~
Queres participar? Envia-me um texto a contar a tua jornada em direcção a uma vida mais simples para o email rita (at) busywomanstripycat.com, com o assunto "guest post". Obrigada!
Revejo-me perfeitamente neste testemunho! Tanto a minha família como a do meu marido são assim, mas como ainda andamos a saltitar de casa em casa e nunca conseguimos uma com muito espaço, temos conseguido rejeitar essas peças.
ResponderEliminarFaz-me muita confusão essa história de ter peças para usar em ocasiões especiais. Isso era antigamente! O pessoal agora é mais descontraído e informal. Não precisamos de serviços banhados a ouro para nada, se não for para uso diário.
bj
Força Sandra! :)
ResponderEliminarTambém me revejo neste testemunho, na casa dos meus pais por exemplo, há uma sala de jantar que nunca é usada, porque tem de estar sempre arrumadinha e direitinha, nunca percebi muito bem para quê, mas pronto...Já para não falar nas 3 malas daquelas bem grandinhas de madeira com coisas que nunca foram utilizadas, porque são "boas"????? E pratos, pratinhos e pratões que andam por lá espalhados pelos móveis, que nunca os vi serem usados??? Resmas deles!
ResponderEliminarA minha mãe muitas vezes fica chocada quando vê que eu uso tudo, por exemplo, tenho de ter 3 ou 4 pijamas guardados novos, porque se calho de ir para o hospital (diabo seja cego, surdo e mudo) vou precisar! Então mas será que vou andar a comprar pijamas para levar para o hospital????Isto é estar a agourar!
Passei por um processo de divórcio há relativamente pouco tempo e digamos que me sobrou muita coisa...De um apartamento de 130m2 passei para uma casa de 50m2...Felizmente surgiram os Flea Market (mercados de coisas em 2ª mão) que me têm feito muito feliz! Para além de vender as coisas que não preciso e que me trazem recordações em nada agradáveis, ainda ganho algum dinheiro extra que vem ajudar nesta altura de crise.
Prefiro ter pouco, mas usar tudo, afinal se comprei é porque gosto e porque quero usufruir das coisas.
Beijinhos.
Tal e qual o que aprendi ao crescer... e custa a largar!
ResponderEliminarSe a minha mãe lê isto mata-me. Mas foi mesmo assim que fui educado.
ResponderEliminarAbri um sorriso quando li essa parte das "coisas boas para guardar" e "coisas simples para o dia-a-dia". Também era assim em casa de meus pais. E nós, filhas, sempre tínhamos que ter umas mudas de roupa nova e um par de sapatos que não usávamos, que eram "pra sair". Isto queria dizer que eram para eventos mais importantes. Resultado: os eventos importantes não apareciam, nós crescíamos e as roupas ficavam pequenas.
ResponderEliminarDesde muito cedo me dei conta de que o que vivemos mesmo é o dia-a-dia. Então, almoço e janto em boas louças, com copos bonitos e a mesa arrumadinha. E durmo com lindas e confortáveis camisolas...
Olá Rita,
ResponderEliminarÉ mesmo isto que a Sandra diz...«as coisas boas para guardar»...
Lentamente estou a libertar-me de roupa de cama que não gosto e de loiças que já não são novas, mas que quando se partirem uso as que gosto, da roupa que não uso há mais de um ano...
Tudo está a ser doado a pessoas que sei, estão a passar dificuldades e, que que agradecem.
Assim se ainda fico na dúvida quando estou a tirar do armário, penso que vou ajudar uma família e fica mais fácil libertar-me das coisas.
Obrigada Rita, é graças a ti que com passinhos de bébé estou a começar, mas sinto que vou no bom caminho e sinto-me bem com isso.
Bjs,
Teresa C.
tambem me revi e mto com este texto. tb fui educada da mesma forma e tb reconheco bem a arca da minha avo com coisas q ela guardou a vida toda e q tem vindo parar para nos (ahh e tem dado tanto jeito).
ResponderEliminardepois com a parte do nunca ha tempo para nada e detesto atrasar-me, tao verdade em mim!
Pois a minha mãe sempre me quis comprar tralhas para um dia quando tivesse a minha própria casa e eu nunca aceitei, dizia sempre que quando chegasse o dia aí sim iamos às compras e assim foi! Só compro o que gosto, quando realmente preciso e sempre para usar e não para ficar a ser comido pelas traças ou a ganhar cheiro a naftalina;) Nunca compro nada para guardar mas sempre para usar, para mim não existe "o ser para as visitas". Gosto de viver com conforto e rodeada de coisas com as quais me identifico, com que me sinto bem. Dou o mesmo tratamento à minha pessoa e às visitas. Não deixo de usufruir do melhor que tenho só porque não está ninguém de fora. Então e nós?! É caso para dizer "se eu não gostar de mim quem gostará?"
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