29/04/2012

Minimalista na literatura


Esta semana tenho andado silenciosa, tanto no blog como nas redes sociais, pois estou sem internet em casa. Devo dizer que me tem sabido muito bem! Numa semana li dois livros, dois policiais de P.D. James. Um deles, “Mortalha para uma enfermeira”, é sobre a investigação do assassinato de duas estagiárias de enfermagem. Adorei toda a descrição de uma das estagiárias, Jo Fallon – uma minimalista, não tratada por esse nome, mas que se torna evidente ao ler a descrição do seu quarto e do estilo de vida. Adorei tal descrição num livro publicado em 1971. Aqui fica um excerto do livro, quando o detective da polícia Adam Dalgliesh passa em revista o quarto de Jo Fallon. Se gostam de policiais, este é muito bom.

Tratava-se do quarto de uma mulher que preferia não estar atravancada. Continha as necessárias comodidades básicas e um ou dois elementos decorativos cuidadosamente escolhidos. Era como se ela tivesse catalogado as suas necessidades e as satisfizesse dispendiosamente mas com rigor e sem extravagâncias. O espesso tapete junto da cama não era, pensou ele, do tipo fornecido pela Comissão de Gestão do hospital. Havia apenas um quadro, mas tratava-se de uma aguarela original, uma encantadora paisagem da autoria de Robert Hills, colocada no sítio em que a luz da janela a iluminava melhor. No parapeito da janela via-se o único ornamento, uma figura em cerâmica de Staffordshire (…). Mas não se via nenhum dos triviais pertences que as pessoas que vivem em instituições muitas vezes espalham para lhes proporcionar conforto ou segurança.   
Avançou até à estante ao lado da cama e voltou a examinar os livros. Também estes se diriam escolhidos de modo a contribuir para estados de espírito previsíveis. (…)
Aos pés da cama ficava um guarda-vestidos com cómoda acoplada, uma engenhoca bastarda de madeira clara, concebida, se é que alguém tinha concebido deliberadamente um objeto tão feio, para proporcionar o máximo de arrumação num mínimo de espaço. O tampo da cómoda destinava-se a servir de toucador e tinha poisados a escova e o pente da rapariga. Nada mais.
Abriu a pequena gaveta do lado esquerdo. Continha os acessórios de maquilhagem, com os frascos e bisnagas muito arrumados num pequeno tabuleiro de papier mâché. Havia bastantes mais coisas do que ele esperara encontrar: creme de limpeza, uma caixa de lenços de papel, creme de base, pó-de-arroz compacto, sombra para os olhos e rimmel. Era visível que a rapariga se pintava com esmero. No entanto havia apenas uma coisa de cada. Nada de experiências, de compras por entusiasmo de momento, nem de bisnagas meio utilizadas e postas de parte com o produto de maquilhagem coagulado em torno da carrapeta. O conjunto dizia: “Isto é o que me fica bem. É disto que preciso. Nem de mais, nem de menos.”
Abriu a gaveta do lado direito. Não continha mais nada além de um arquivo do tipo fole, com todos os compartimentos etiquetados com as letras do alfabeto. Passou em revista o conteúdo, dedilhando-o. Uma certidão de nascimento. Um atestado de batismo. Um livro de cheques de uma conta-depósito a prazo. O nome e a morada do advogado. Não havia cartas particulares. Enfiou o arquivo debaixo do braço.
Prosseguiu até ao guarda-vestidos e voltou a examinar a coleção de roupas. Três pares de calças. Blusas de cachemira. Um casaco de inverno de tecido escocês vermelho-vivo. Quatro vestidos de boa lã, de fino corte. Todos eles tinham um ar de qualidade. Tratava-se de uma guarda-roupa caro para uma estagiária de enfermagem.

24/04/2012

Mais coisas para destralhar

Apesar de já me ter livrado de muitas coisas desnecessárias que andavam cá por casa, como roupa, livros, papéis do trabalho, louça, revistas, CDs, etc., ainda não dei o destralhamento por terminado. Na verdade, o destralhamento é um processo que não acaba, pois para manter a casa livre de tralha há que fazer por isso todos os dias, controlando o que passa pela porta da entrada... Na verdade, a parte mais fácil para mim é precisamente ser uma boa guardiã da nossa porta e não deixar entrar mais tralha em casa. Até pus um autocolante da publicidade não endereçada na caixa do correio, para ter menos papelada para reciclar (se quiser ver os folhetos dos supermercados, faço-o online). Mas tenho coisas cá em casa que ainda não acabei de destralhar... E chateia, porque fico cheia de vontade de jogar tudo fora, sobretudo coisas que estão na cave, mas não tenho coragem para ser assim tão radical...

Ainda tenho fotografias antigas em papel para digitalizar; tenho guardado algumas fotos dos miúdos para fazer uns álbuns para oferecer às avós e outras tantas para compor um pequeno álbum para nós.

No trabalho tenho muitas pastas de arquivo com artigos científicos. Já não imprimo artigos, se bem que não gosto tanto de lê-los no computador... Quero manter em papel apenas aqueles que não tenho acesso pela internet e os outros quero ir fazendo download dos pdfs e jogar a versão em papel fora. Isto vai dar uma grande trabalheira, mas vou fazendo um bocadinho todos os dias...

Toalhas... Tenho umas quantas que ninguém usa, mas guardo-as porque penso sempre que podem vir a dar jeito... para os gatos... Vou escolher umas 3 toalhas (1 para cada gato) e livrar-me das outras.

Joguei fora praticamente todas as papeladas do curso, mas tenho todos os cadernos dos 2 anos que andei a aprender russo e dos 2 cursos de italiano que tirei. Tudo guardado. Let's face it: se algum dia precisar de voltar a estudar russo, é mais fácil ter aulas outra vez do que estudar pelos apontamentos. Se precisar de relembrar o italiano, ponho-me a ver a RAI! 

Tenho também papeladas de quando tirei o curso de mergulho, tinha eu 17 anos... Há séculos que não mergulho (nem todos os biólogos marinhos precisam de mergulhar) e se quisesse voltar a fazê-lo tinha que fazer uma reciclagem... com novas papeladas... Por isso as antigas acho que podem ir fora!

Tenho também todos os materiais de quando tirei a carta de patrão de alto mar. Vou guardar algumas coisas, como os livros, mas cartas onde fazia exercícios, o almanaque náutico de 1999 (quando tirei o curso) e apontamentos das aulas, podem ir...

Há umas semanas chamei a Despertar para virem buscar coisas para o lixo e dei-lhes quadros, uma cadeira brasileira, um móvel para CDs e outras coisas. Mesmo assim, ainda tenho umas quantas coisas que, pelo seu valor, quero vender. Tenho quatro jantes todas xpto do carro, uma mesa de ferro antiga com o tampo em mármore e a minha máquina de fazer pão (finalmente aceitei o facto de ninguém cá em casa gostar do pão da mfp...).

Será que algum dia vou ter a casa tão vazia como gostaria?

Até os livros nas estantes me perturbam, pois os que já li, tirando meia dúzia, não vou voltar a ler, e os que ainda não li, não leio, porque prefiro ir à biblioteca buscar livros. Os livros da biblioteca são sempre lidos, pois sei que tenho apenas duas semanas para o fazer (acho que se pode renovar por mais algum tempo). Os livros que tenho em casa ficam à espera... às vezes anos. Portanto, preferia não ter livro nenhum em casa (vá, uns quantos ficariam na estante) e ir com mais frequência à biblioteca buscar livros. O mesmo acontece com os meus filhos. Os livros que têm em casa quase não lhes tocam; os livros da biblioteca são logo vistos e lidos.

E ainda acerca do ter ou não ter livros em casa, lembrei-me deste post da Rachel em que ela questiona se é o facto de ter livros que faz um leitor, ou se é o acto de ler que faz um leitor. É óbvio que lá por termos livros em casa, não quer dizer que os livros sejam lidos... Eu por mim preferia não ter livros em casa (vá, tirando uns quantos de que gosto muito) e ir todas as semanas à biblioteca buscar livros para ler. Mas já dei dezenas de livros à bilbioteca e acho que não sou capaz de me livrar de mais... (e ao que parece, a biblioteca cá do sítio já não tem espaço para mais livros...)

22/04/2012

Adeus internet e telefone; até logo televisão

Fiz uma coisa que andava a estudar há muito tempo. 
Mudei o pacote de TV + net + telefone fixo para um só de TV. Ou seja, acabou-se o telefone fixo em casa, a internet wireless e a box que permite gravar programas e alugar filmes. Fiquei com 70 canais por radiofrequência.

Mal desliguei o telefone depois de ter pedido a alteração do serviço fiquei com um nó no estômago. 

Não ter telefone fixo não me perturba. Temos telemóveis que têm sempre dinheiro e costumam ter bateria.

Acabar com a internet foi para o meu bem. Sim, passo demasiadas horas online. Vou comprar uma pen de banda larga móvel; escolhi a mais barata, com a velocidade mais lenta. Quero começar a ler os meus feeds e a responder a emails e comentários do blog à hora de almoço. Para escrever posts em casa não preciso da net. Aliás, a internet é sempre uma distração e eu não sou auto-disciplinada o suficiente para não abrir o browser quando estou a escrever. A maior parte das coisas que faço na internet, quero fazê-las no trabalho, onde tenho um bom computador e uma internet super veloz. Ao serão, em vez de ficar agarrada ao computador a navegar sem destino, quero ler mais livros. (só um disclaimer para não haver confusões: eu não tenho um trabalho "típico"; basicamente, faço o que quero, e da mesma maneira que posso passar uma hora ou mais no trabalho a ler blogs ou a escrever posts, também posso passar muitas horas em casa, fora de horas e ao fim de semana a trabalhar - a ciência não se faz com horários).

Ficar sem box é que me deixa um bocadinho perturbada, porque costumo gravar Grey's Anatomy e Desperate Housewifes. Assim vou ter que ver as séries quando estiverem a ser transmitidas. O J. não gostou nada da ideia de ficar sem box. Nada mesmo. Mas assim serão menos horas que os homens da casa passam a ver séries gravadas (os meus filhos gravam tantas séries que nem queiram saber...). É bom. De qualquer modo, temos feito progressos em relação à televisão. Há um ano atrás tínhamos quatro televisões cá em casa: uma na sala, uma na cozinha, uma no quarto dos miúdos e uma no nosso quarto. Agora temos duas: a da sala e a dos miúdos. Acho que nunca vai acontecer, mas por mim não tinha televisão nenhuma em casa (como a Mum's the boss - corajosa!).

E vocês, quantas TVs têm? E internet, quantas horas por dia passam a navegar?


20/04/2012

Simplificar as contas bancárias

Acho que já escrevi aqui algures que tenho várias contas à ordem. Uma minha, outra conjunta e outra com dinheiro para coisas específicas. Faço os orçamentos mensais e no início do mês passo dinheiro de umas para as outras para ficar tudo certinho. Uma perda de tempo, como podem imaginar.

Decidi transferir o dinheiro para uma só conta (a do banco principal, onde tenho o cartão de crédito, conta poupança e as contas dos miúdos) e vou encerrar as outras duas (que eram de outro banco). No entanto, preciso ter o dinheiro organizado por categorias, apesar de agora estar todo na mesma conta. Para isso, uso este ficheiro

O total corresponde ao total da conta, mas depois tenho várias categorias, como por exemplo, à ordem (o meu dinheiro para gastar), veterinário (todos os meses junto um pouco para o veterinário), ATL (todos os meses ponho dinheiro de parte para pagar o ATL nas férias), miúdos (para despesas imprevistas com os miúdos; eles têm contas deles, para onde a família transfere dinheiro nas alturas festivas e onde nós vamos colocando algum dinheiro todos os meses), material escolar (vou juntando todos os meses para comprar os livros e material no início do ano lectivo - assim custa muito menos!), etc. 
Quando quero comprar algo específico e mais caro, não vou à poupança. Faço uma nova categoria e vou pondo dinheiro de parte nessa categoria.

Na prática, como já disse, o dinheiro está todo numa só conta, o que evita andar com transferências entre contas, como fazia dantes. Por exemplo, acontecia muitas vezes ir ao supermercado e pagar com o meu cartão em vez do cartão da conta conjunta, onde estava o dinheiro para o supermercado. Depois, lá tinha que fazer uma transferência de uma conta para a outra para repor o dinheiro... Era cansativo... Com uma só conta é muito mais prático, fácil e rápido! Numa só palavra, muito mais simples!

19/04/2012

Usar produtos de limpeza não tóxicos



Todas as quintas-feiras falo um pouco de cada um dos projectos do e-book da Tsh Oxenreider, One Bite at a Time, e de como os implemento na minha vida.

Hoje é o projecto n.º 24 - Usar produtos de limpeza naturais.


Além do detergente líquido para a roupa (vejam como fazê-lo e outras recomendações), que uso não só na máquina da roupa, mas também para lavar roupa à mão e para esfregar os estofos das cadeiras, uso 3 produtos de limpeza à base de vinagre. Já tinha falado deles aqui, mas alterei um bocadinho as quantidades de cada produto.

Multiusos concentrado para a cozinha e casa de banho
Numa garrafa de plástico de spray, misturo 500 mL de água, 500 mL de vinagre, 1 colher de sopa de detergente líquido da louça (tenho usado Fairy) e umas gotas de óleo essencial (geralmente uso laranja doce que é dos mais baratos; li algures que tem gatos não deve usar óleo de árvore do chá, que é tóxico para os gatos).
Uso esta mistura para limpar o fogão, as bancadas e paredes da cozinha, para borrifar louça cheia de gordura antes de a lavar e para limpar toda a casa de banho.

Multiusos diluído para móveis e vidros
Misturo 500 mL de água e cerca de 100 mL de vinagre, mais umas gotas de detergente líquido e outras de óleo essencial. Uso esta mistura para limpar os móveis pintados com esmalte, os móveis de melamina branca (para os móveis de madeira uso Pronto - tenho que estudar as alternativas naturais) e os vidros.

Vinagre para lavar o chão
Eu lavo o chão de toda a casa, tanto os tacos de madeira como os mosaicos da cozinha e casas de banho, com meio balde de água morna, meia chávena de vinagre, um bocadinho de detergente da louça e umas gotas de óleo essencial (no início media bem as quantidades de cada coisa, mas agora faço a mistura a olho). O vinagre, sendo um ácido fraco, remove incrustações sem danificar a madeira. Só não pode ser usado em superfícies mais porosas como mármore. Geralmente tenho um recipiente com esta mistura já feita (o vinagre, o detergente líquido e o óleo essencial) para a minha empregada usar; é só pôr meia chávena da mistura em meio balde de água.
Como em tudo na minha vida, eu gosto de uma limpeza simples, usando o mínimo de produtos e de equipamento. Acho que todos nós temos consciência que a miríade de produtos de limpeza que encontramos nas prateleiras dos supermercados, um para limpar o forno, outro para o frigorífico, outro para o chão de mosaicos, mais um para o chão de madeira, e por aí fora, não é nada mais que manobras para consumirmos mais. Estes produtos, além de mais caros que os caseiros, têm na sua composição produtos tóxicos e/ou nocivos para o ambiente. 

Mas mesmo em blogs dedicados à vida simples e verde, vejo uma imensidão de produtos naturais e caseiros que as pessoas fazem e usam para limpar cada recanto das suas casas. Eu faço e uso estes três para as limpezas do dia-a-dia.

Quando tenho que limpar algo fora do normal, consulto o livro "Better basics for the home - simple solutions for less toxic living", que tem centenas de receitas de produtos naturais para limpar a casa, a roupa, a cara, o corpo, etc. 

Outro produto que uso de vez em quando é o bicarbonato de sódio. É bom para esfregar o lava-louça, para limpar o forno e para tirar cheiros dos têxteis.

Os produtos de limpeza caseiros, além de serem muito mais baratos, não são tóxicos, e portanto qualquer membro da família pode usá-los sem problemas. É óptimo para incluir as crianças na rotina de limpeza. Lá em cima é um dos meus filhos a lavar o chão com água e vinagre.

Para acabar, tenho que confessar que compro um produto terrível, mal cheiroso, com ácido fosfórico, que a a minha empregada usa para limpar as juntas dos mosaicos do chão da cozinha, quando começam a ficar pretos. Aquilo é corrosivo e cheira mais mal que mal, mas as juntas ficam mais brancas que os próprios mosaicos brancos. Se souberem de alternativas para tirar o preto das juntas, digam-me, por favor! (a lixívia não resulta...)

E vocês, que produtos usam para limpar a casa?

18/04/2012

Speed cleaning

Li pela primeira sobre o conceito de speed cleaning no "Simplify your life" da Elaine St. James, o livro seminal sobre simplicidade voluntária. Fiquei imediatamente intrigada, pois ela diz que podemos limpar a casa toda em pouco mais de 1 hora usando este método. Apesar de ter empregada que vem uma vez por semana limpar bem a casa, uma limpeza semanal não é suficiente numa casa com crianças e animais. Costumo fazer uma limpeza mais rápida à sexta-feira ou ao sábado, e aspiro sempre que necessário, por causa dos pêlos dos gatos. Fui investigar essa coisa do speed cleaning e apliquei o método cá em casa - e não é que resulta mesmo?

Então, segui estes passos para limpar a casa usando o speed cleaning: 

1. reuni os materiais necessários: detergente multi-usos de vinagre (para a mobília branca), pano de pó seco de microfibras, pano húmido de microfibras, saco de lixo, cesto;

2. comecei na sala, depois os quartos, um a um, depois as casas de banho e por fim a cozinha;

3. em cada divisão, comecei do lado direito e desloquei-me no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio (mas também pode ser no outro sentido, claro);

4. limpei primeiro as coisas mais altas e depois as mais baixas, por causa da força da gravidade;

5. limpei só as superfícies horizontais, que obviamente sujam-se muito mais que as superfícies verticais;

6. passei primeiro o pano seco para tirar o pó e partículas e depois o pano húmido com o multiusos;

7. todo o lixo que fui encontrando foi para o saco do lixo; coisas desarrumados foram para o cesto para serem colocadas no devido lugar;

8. quando acabei uma divisão, passei para outra, levando o material comigo;

9. em cada divisão, fui arrumando as coisas que estavam no cesto;

10. depois de estarem todas as divisões limpas, aspirei a casa (ligo o aspirador a uma tomada central com uma extensão grande, e assim consigo aspirar a casa toda sem ter que ligar o aspirador a tomadas diferentes);

11. depois de aspirar, enchi o balde com água morna e um pouco de vinagre e detergente da louça e lavei o chão da casa toda.

E assim limpei um apartamento de 130 m2 em menos de uma hora e meia! Ficou impecável, a cheirar a limpo, e até queimei umas quantas calorias.

Incorporei o speed cleaning na minha rotina de sexta-feira à tarde. Neste dia gosto de sair do trabalho mais cedo, à la norte da Europa, para ir às compras semanais e agora aproveito também para speed cleanar a casa!

E vocês, como fazem a limpeza da vossa casa? Um bocadinho todos os dias ou uma grande limpeza de vez em quando?

16/04/2012

Como eu uso o Toodledo

Há já alguns meses que larguei a agenda de papel e comecei a usar apenas a agenda do Google para compromissos e o Toodledo para organizar os meus projectos e acções. 

O Toodledo tem imensas opções que tenho andado a explorar para ver o que mais se adequa à minha vida. Gosto tanto daquilo que acho que não me vejo a organizar as minhas tarefas de outra forma. Mal aderi ao Toodledo comprei logo a opção Pro Plus, que permite dividir as tarefas em sub-tarefas e tem outras funcionalidades não disponíveis na versão grátis. Existe também a versão Pro, que é quase igual à Pro Plus, mas mais barata, e é essa que vou comprar quando terminar a minha subscrição anual (acho que a grande diferença entre as duas é que a Pro Plus permite fazer upload de ficheiro e associá-los a tarefas específicas).

O Toodledo está pensado para os utilizadores do GTD e permite dividir os projectos em acções, assim como estabelecer contextos e até objectivos de curto, médio e longo prazo. 
Então, em primeiro lugar, o Toodledo tem vários campos/funções que podemos escolher para caracterizar as nossas tarefas:


Em primeiro lugar, defini o campo Folder (pasta). Tenho 4 pastas, que têm a ver com as minhas áreas de responsabilidade ou áreas de actuação:

work - tudo o que seja relacionado com trabalho
home & family - tudo o que seja relacionado com a família, os miúdos e a casa
blog - coisas para fazer no blog, posts para escrever
moi - tarefas que têm a ver só comigo, tipo ir à depilação, cabeleireiro, etc.

De seguida, o Context, ou seja, o contexto da tarefa. Os meus contextos, auto-explicativos, são:


computer
home
lab 
microscope
out
phone

O campo seguinte é um que comecei a usar há dias mas que se tem revelado extremamente útil para perceber se os projectos em que estou envolvida contribuem para os meus objectivos de vida (os tais que finalmente pus por escrito). É o campo Goal (objectivo). O Toodledo diferencia objectivos de longo, médio e curto prazo, mais ou menos equivalente aos níveis 50.000, 40.000 e 30.000 pés do David Allen. Escrevemos os nossos objectivos e o seu tipo e depois, para cada tarefa ou sub-tarefa, podemos escolher o objectivo para o qual essa tarefa vai contribuir. Comecei a fazer isto com as minhas tarefas todas e percebi que tinha lá tarefas que não interessam para nada, que não contribuem para nenhum dos meus objectivos de curto, médio ou longo prazo... Umas simplesmente apaguei; outras, que envolvem outras pessoas, tenho que as fazer porque já me comprometi, mas a partir de agora vai ser mais fácil perceber se a tarefa é ou não importante e lá terei que praticar o dizer não mais vezes.

De seguida, tenho dois campos: start date e due date. No início usava só o due date, ou seja, a data limite para completar a tarefa, mas agora uso o start date para estabelecer o período em que vou começar e terminar cada tarefa.

Uso também o Length, ou seja, a duração estimada de cada tarefa. Faço sempre uma estimativa para mais, pois acontecem sempre imprevistos que prolongam a duração da tarefa... Este campo também é útil quando usamos a função Scheduler: dizemos ao Toodledo quanto tempo temos disponível para trabalhar, por exemplo, ao computador, e ele sugere-nos que tarefas devemos fazer nesse período de tempo.

Tenho também o Timer, mas devo dizer que raramente o uso, se bem que deve ser muito prático para ver quanto tempo gasto em cada tarefa ou sub-tarefa, e depois posso usar a função Statistics para ver em que tipo de tarefas gasto mais tempo e assim perceber se o meu tempo está a ser bem direccionado.

Finalmente, tenho o campo Status que também está direccionado para o GTD. Está dividido em tarefas activas (next action, active, planning) e tarefas diferidas (as 7 seguintes):

Geralmente tenho só 3 tarefas classificadas como Active. O Leo Babauta no seu livro Focus diz que devemos trabalhar apenas em 3 projectos ao mesmo tempo (o ideal é trabalhar num só projecto de cada vez e não fazer mais nada enquanto esse não for terminado, mas é difícil quando as coisas não dependem só de nós). Assim, estas 3 tarefas activas são os 3 grandes projectos em que estou a trabalhar no momento. Os projectos seguintes estão classificados como Next action. O Someday corresponde às coisas que quero fazer no futuro, mas não agora, como explicado aqui (o someday/maybe do GTD). O Waiting é também o Waiting for do GTD - o Toodledo foi mesmo pensado para os utilizadores do GTD!

O Toodledo permite também adicionar notas a cada tarefa. Por exemplo, na pasta do blog tenho uma tarefa "blog posts", cujo status é Reference, que se usa para tarefas que não são bem tarefas, mas sim informação de referência. Nas notas dessa tarefa tenho as ideias para posts. Se decido escrever um post específico, faço disso uma tarefa.

Há mais alguns campos que se podem adicionar, como o Priority, que já tive, mas tirei. Nesse campo podia definir as tarefas em termos de prioridades: 3 (top), 2 (high), 1 (medium), 0 (low) e -1 (negative). Ajustei estes números para o método ABCDE do livro "Eat that frog" do Brian Tracy:
3 = A - Muito importante. Algo que tenho mesmo que fazer. Os meus "sapos".
2 = B - Algo que devo fazer, mas se não o fizer, as consequências não são assim tão más...
1 = C - Algo que seria bom fazer.
0 = D - Algo que posso delegar.
-1 = E - Algo que posso eliminar
O ideal, claro, é só ter tarefas do tipo 3 e 2... Por isso, deixei de usar o campo, porque todas as minhas tarefas são desse tipo, então não fazia muito sentido...

Quando abro o Toodledo posso ver as tarefas da maneira que quiser. Posso vê-las todas organizadas por pastas, posso vê-las por ordem de prioridade, de due date, de status, posso vê-las da maneira que me der mais jeito, o que é muito bom, pois abrir o programa e ver dezenas de tarefas é um completamente avassalador. Eu gosto de vê-las por status e depois por due date.

Por fim, como paguei a versão Pro Plus, posso fazer upload de ficheiros e associá-los a determinadas tarefas. Não uso muito, pois tenho todos os ficheiros no Dropbox, mas às vezes dá jeito quando recebo ficheiros por email que exigem alguma acção.  Também dá para enviar uma tarefa via email para o Toodledo. Por exemplo, às vezes recebo emails com ficheiros com dados que tenho que passar para os meus ficheiros. Envio esse email para o Toodledo, que o transforma numa tarefa! 

O Toddledo é bom, muito bom mesmo!

E como diz o GTD, a revisão semanal é essencial para que tudo isto funcione. Eu estou mais do lado do Zen to Done, o sistema desenvolvido pelo Leo Babauta, baseado no GTD, mas que se foca mais nos hábitos e no fazer, do que no sistema e nas ferramentas. Mas isto fica para um próximo post... 

13/04/2012

Estabelecer objectivos anuais



O projecto nº 45 do e-book da Tsh Oxenreider, One Bite at a Time, estabelecer objectivos anuais, fez-me pensar no que escrevi a semana passada sobre ter ou não ter objectivos. A Tsh sugere uma série de questões para as várias áreas da nossa vida (crescimento pessoal, saúde, crianças, dinheiro, etc.) para que possamos perceber se a nossa vida está encaminhada para o sítio certo.

Depois de ter lido e relido o que escrevi neste post, apercebi-me que de facto tenho objectivos a longo prazo para mim e para a minha família... a diferença é que nunca os passei para o papel. Custa-me um pouco diferenciar objectivos de longo e médio prazo, pois uns têm que conduzir aos outros, ou seja, é mais ou menos a mesma coisa, mas andei a ler melhor o que diz o senhor David Allen (o criador do método GTD - Getting Things Done) acerca de estabelecer objectivos. E agarrei numa caneta e num papel. E escrevi.

O David Allen define os seguintes horizontes de foco:

50 mil pés - Longo prazo
Objectivos de vida, de carreira, de estilo de vida. Devem ser revistos anualmente. Por exemplo, um dos meus objectivos de vida, pensado mas nunca antes escrito, é dizerem de mim o que o avaliador de um projecto escreveu acerca do meu orientador de doutoramento: "one of the foremost experimental plankton ecologists in Europe".

40 mil pés - Médio prazo (3 a 5 anos)
Objectivos a médio prazo. Onde me vejo daqui a 5 anos (aquela pergunta típica das entrevistas de emprego). Rever anualmente. Por exemplo, quero conseguir um emprego a sério como professora e/ou investigadora no norte da Europa e poupar o suficiente para ter um fundo de emergência confortável.

30 mil pés - Curto prazo (até 2 anos)
Objectivos mais imediatos que conduzem ao cumprimento dos objectivos de médio e longo prazo. Rever várias vezes por ano. Por exemplo, quero publicar mais um e-book e aprender a trabalhar com o R.

20 mil pés - Responsabilidades actuais
Quais são as minhas responsabilidades actuais como profissional, mãe, companheira, cidadã? Rever mensalmente se essas responsabilidades me conduzem aos meus objectivos a curto e médio prazo. Por exemplo, neste momento sou pos-doc e tenho todas as responsabilidades que vêm com o cargo (investigar, investigar, investigar, orientar, orientar, publicar, publicar, publicar, publicar).

10 mil pés - Projectos actuais
Projectos em andamento que requerem várias acções para serem finalizados. Rever semanalmente (os projectos em que estou envolvida estão relacionados com as minhas responsabilidades actuais?). Como pos-doc, tenho vários projectos de investigação em andamento, trabalho de laboratório para fazer e artigos para escrever.

Na pista - Acções em andamento
Acções diárias, a to-do list. Rever diariamente se as acções que estou a fazer estão relacionadas com os projectos em andamento. Hoje, por exemplo, tinha análises de fosfatos para fazer e dados para introduzir no computador, tudo incluindo num dos projectos de investigação em que estou envolvida.

Tenho que admitir que fiquei feliz e mais descansada por ver as coisas no papel!

Se quiserem saber mais sobre o GTD, já escrevi vários posts sobre o assunto. A Thais também tem muita informação que vale a pena ler.

11/04/2012

Abrandar

Adoro estes auto-retratos nos espelhos...


Li e reli estes últimos posts da Thais (este, este e este), que me fizeram pensar muito na vida.
Apercebi-me que, apesar de ter reduzido muitas coisas na minha vida e no trabalho, ainda continuo a fazer coisas que me custam fazer e coisas que não quero fazer.

Estou constantemente a tentar encontrar novas formas de fazer as coisas, novos hábitos para implementar, novas maneiras de crescer e melhorar. Recomecei a ir ao ginásio com mais regularidade, em vez de só jogar ténis duas vezes por semana (que por si só já é um grande exercício físico, mas não é suficiente para mim, que fiz desporto a vida toda). Por exemplo, esta semana fiz musculação seguida de uma aula de cycle às sete e meia da manhã na segunda-feira, e ontem tive ténis seguido de musculação. Estou a tentar fazer musculação (treino um grupo muscular por dia) e exercício cardiovascular cinco vezes por semana, além dos treinos de ténis e jogos ocasionais.
Mais exercício físico obriga a uma coisa muito boa: mais horas de sono. Ontem, por exemplo, deitei-me às 9 e meia da noite e hoje só me levantei às 7. Tentei levantar-me às 5 e depois às 6, mas o corpo suplicou por mais descanso... Quando tenho coisas planeadas para fazer às 5 ou às 6 da manhã, levanto-me sem problemas, mas quando não há nada específico na agenda... é muito mais difícil. De qualquer forma, a minha hora limite para levantar é às 8, e levanto-me sempre antes disso, mesmo ao fim de semana (7 e meia, para mim, já é tarde!).

Mas isto tudo para dizer que ando a implementar algumas alterações:

- Evito reuniões. Em 7 dias de trabalho já me escapei a 2 reuniões... Na sua maioria, as reuniões são uma perda de tempo. Ainda ontem disse às minhas colegas que temos que fazer uma reunião por causa de um projecto, mas só meia hora, para discutirmos as coisas rapidamente e não divagarmos...

- No fim do dia de trabalho, planeio o que vou fazer no dia seguinte. Abro o Toodledo e vejo o que é mais importante e prioritário.

- Faço uma coisa de cada vez. Nada de multitasking. Se estou a fazer uma coisa foco-me totalmente nela (seja trabalho ou ler blogs). Só abro o email quando é para o ler. Quando estou a fazer outras coisas, o email está fechado, sem notificações nem nada.

- Quero voltar a implementar um limite de 2 horas por dia de internet (excepto para coisas de trabalho, claro). Quando o fazia, usava um timer online, tipo este, mas não dá para quem trabalha com vários computadores. Também já usei o Toggl para registar as várias actividades e o tempo que gasto com cada uma. Mas acho que o melhor mesmo é uma folha de papel... Depois posso passar os dados para o Toggl e ele faz gráficos e estatísticas e coisas giras desse tipo...

- Cada vez acredito mais que o planeamento e a preparação antecipada das coisas é a chave do sucesso. Por exemplo, preparar as mochilas e a roupa na véspera demora menos de 15 minutos, mas faz uma diferença brutal não ter que o fazer de manhã.

- Tal como a Thais, já não uso relógio. No trabalho, ou estou ao computador, que tem relógio, ou estou no lab, onde ando sempre com o telemóvel no bolso da bata (apenas porque podem telefonar da escola... se não fosse isso, nem andava com o telemóvel atrás...).

- Raramente vou ao bar da faculdade. A maioria dos meus colegas fazem pausas de manhã e à tarde para o cafezinho no bar... e depois encontram lá alguém e é meia hora de conversa. Eu só bebo chá e faço-o no gabinete. Nisto, eu tenho muito a mentalidade do norte da Europa. Quando estive na Alemanha, não havia um único bar/cafetaria/cantina num instituto onde trabalham centenas de pessoas (aqui é um bar em cada edifício do campus da universidade). Lá, havia, em cada gabinete, uma chaleira eléctrica onde as pessoas aqueciam a água para fazer chá e café... e bebiam-no no gabinete, sentadas à secretária. 

- Mas faço pausas! Faço mais ou menos como a Thais explicou aqui, o que dá uma pausa a meio da manhã para ir à casa de banho e comer qualquer coisa, e outra a meio da tarde. Infelizmente, passo a maior parte dessas pausas ao computador, a ver coisas não relacionadas com trabalho, mas às vezes vou lá para fora apanhar Sol.

- Agendo tempo para ler e tempo para não fazer nada. Ando a ler pouco e isso chateia-me. Ao fim de semana quando faço a listinha de coisas para fazer, uma delas é ler!

- Aproveito tarefas que exigem menos concentração para fazer outras coisas. Por exemplo, só consigo passar a ferro a ver televisão - mas não um programa qualquer! Vejo séries que fui gravando ao longo da semana, como Grey's Anatomy, Desperate Housewifes e o Mayday, Desatres Aéreos. Quando estou a lavar a louça ou a fazer limpezas, ouço música. Durante o pequeno-almoço, ouço as notícias na rádio (já não tenho televisão na cozinha, felizmente!).

E vocês? Andam a mil à hora ou já começaram a pôr o pé no travão? Contem-me tudo!

10/04/2012

Como transformar calças em mini-saia

O resultado - a minha nova mini-saia!

Reduzir, reutilizar, reciclar - e assim diminuir a pegada ecológica e contribuir para um planeta Terra mais saudável!
Já que o nosso papel, metal, plástico e vidro são reciclados e reutilizados, por que não fazer o mesmo com outras coisas que já não queremos, não servem ou não gostamos?

Eu tinha estes corsários de ganga da Salsa que me faziam o rabo ainda maior. Já não os usava há imenso tempo, mas também estava a custar dar uma peça de roupa boa e em perfeitas condições. Decidi transformar os corsários... numa mini-saia!


Inspirei-me na Frugal Girl, que tem imenso jeito para estas coisas e fiz o seguinte:

1. Cortei logo um bocado das pernas e descosi as costuras com um abre-casas.


2. Cortei mais um bocado, de maneira a ficar um pouco mais comprido que a altura pretendida (para ter tecido para fazer a bainha).


3. Dobrei a saia e marquei uma linha a direito, na parte da frente da saia, para eliminar aquela parte bicuda das calças (epá, coisa difícil de explicar, mas entende-se pela foto)... Fiz essa costura a direito, seguindo a linha marcada.


4. Ficou assim (parte da frente):


5. Na parte de trás fiz o mesmo. Ficou a acabar em triângulo, mas pode tapar-se esse triângulo usando um pedaço do tecido das calças que foi cortado.


6. Dobrei o tecido para dentro à altura desejada e marquei a bainha (aqui vê-se o triângulo que ficou na parte de trás).


7. Marquei a bainha, alinhavei e cosi!


Fácil! Da próxima vez que pensarem em mandar umas calças fora, que tal transformá-las numa saia?

09/04/2012

Os espelhos da simplicidade


Estes espelhos do Ikea estavam no meu quarto, mas tirei-os no início do ano, quando pintámos o quarto de branco. Foi mais por motivos de Feng Shui, pois não se deve ter espelhos no quarto, muito menos quando reflectem a cama (vejam este post da Hazel).
Queria ter um espelho na sala que reflectisse a mesa - pois, mais uma vez, é bom, segundo o Feng Shui. Aproveitei-os para esse fim.
Inspirada pela Iro e pelos seus Love Mirrors, escrevi as doze pequenas frases do Brief Guide to Life do Leo Babauta (falei disso aqui) com uma caneta permanente prateada.
Adorei o resultado e a forma como os espelhos reflectem a sala! E assim posso ler e relembrar o pequeno guia para a vida do Leo Babauta, que tanto significado tem para mim!...



05/04/2012

Minimizar livros e revistas

Todas as quintas-feiras falo um pouco de cada um dos projectos do e-book da Tsh Oxenreider, One Bite at a Time, e de como os implemento na minha vida. 
Hoje é o projecto n.º 7 - Minimizar livros e revistas.

A Tsh também é apologista de mantermos apenas os nossos livros preferidos e as revistas que gostamos mesmo muito. Quando há uns meses fiz uma grande limpeza aos meus livros, CDs, DVDs e revistas, dei à biblioteca municipal os livros de que não gostei ou aqueles que não tenciono voltar a ler. Podia ter dado mais, mas estabeleci uma regra para não deixar acumular livros cá em casa: não posso comprar mais prateleiras ou estantes para guardar os livros. Os livros têm que caber no espaço disponível; se chegar a um ponto em que já não cabem, alguns têm que ir embora... e faço o mesmo com os livros dos miúdos. Livros que já não são para a idade deles, vão para a biblioteca ou para instituições de solidariedade.

O espaço que tenho para livros são estas quatro prateleiras Lack, onde os livros estão organizados por cores (já estiveram organizados por assunto e ordem alfabética de autor), e a estante Expedit, que alberga também discos de vinil à espera de serem digitalizados e um cesto com jogos (Trivial Pursuit, xadrez, batalha naval, vários baralhos de cartas, Uno, etc.). No escritório, os livros técnicos ocupam uma prateleira da estante. No quarto dos miúdos o espaço para livros (e jogos e brinquedos e tudo o resto) é também limitado. A minha regra é: se as coisas não cabem no espaço disponível, algo tem que ir fora.



Além de ebooks, nos quais sou totalmente viciada (tenho mais de 60), tento não comprar livros em papel, a não ser que seja um que quero mesmo muito, muito, muito. Dois dos últimos livros que comprei, "The Power of Less" do Leo Babauta e "The Joy of Less: a minimalist living guide" da Francine Jay, têm lugar cativo na minha mesa de cabeceira, pois folheio-os regularmente para me sentir inspirada.

Em relação às revistas, já lá vai o tempo em que comprava a Cosmopolitan todos os meses (e já foram todas fora). Sempre tive a mania de guardar recortes de revistas numa pasta; o ano passado acabei por digitalizá-los todos e joguei os recortes fora. Actualmente, as revistas que tenho em casa são: a La Redoute Primavera-Verão 2012; uma edição da Ikea Family Live; o catálogo Ikea 2012; a Visão em que apareci; uma edição da Zen Energy.

Ter a colecção de livros e revistas sob controlo tem várias vantagens. Além de diminuir a pegada ecológica ao consumir menos papel, gasto menos dinheiro em livros, revistas e mobília para os guardar, e limpar o pó que se vai acumulando é muito mais fácil (e para quem tem alergias como eu, isto é uma grande vantagem!). Por outro lado, as bibliotecas públicas têm muitas potencialidades que as pessoas nem sempre aproveitam. Não me chateou nada dar sacos e sacos de livros à biblioteca - se algum dia quiser voltar a lê-los, sei onde estão!

03/04/2012

Ter ou não ter... objectivos



Estabelecer objectivos a curto prazo é fácil, mas a longo prazo é coisa que sempre me fez alguma confusão. Eu costumava fazer resoluções de Ano Novo, a maior parte das quais não cumpria... 
quem viva sem objectivos e consiga ser muito mais feliz e produtivo, sem o stress diário de ter que cumprir, ter que fazer coisas pré-definidas. Ainda não consegui compreender bem como é que isso funciona... Mas também não consigo estabelecer grandes objectivos de vida.

Em criança, o grande objectivo que tinha era ser cientista (esse cumpri!). Hoje em dia, quero ser feliz. É só isso. É esse o meu grande objectivo a curto, médio e longo prazo.
Mas para lá chegar (ou para continuar a ser feliz), tenho que fazer por isso. Então, tenho que pensar nas coisas que me trazem felicidade. Essas coisas que me trazem felicidade devem ser as minhas áreas de actuação, se quisermos usar a terminologia do GTD (vejam este post da Thais que explica isso). São elas: a família, o trabalho, moi (desporto, piano, costura, ler e pouco mais) e o blog. 

Dentro de cada uma destas áreas, quero coisas mais específicas, sobretudo no trabalho. O ano passado comecei a ver o que era realmente importante em cada área e aprendi a dizer não a muitas coisas para ter mais tempo para o que é realmente importante. Por exemplo, digo não à maioria das reuniões de trabalho pois já sei que não levam a lado nenhum... ainda esta segunda-feira tinha uma reunião de um projecto e tinha trabalho de laboratório para fazer. Escolhi o trabalho de laboratório e tive uma tarde bem produtiva. Também disse não a várias actividades pessoais que tinha. Deixei de fazer to-dos lists enormes. E disse não a actividades em casa que não me deixavam passar mais tempo com os miúdos.  

Resumidamente, simplifiquei a minha vida e comecei a pensar mais no presente. Eu tenho uma ideia na minha cabeça de como seria a minha vida (quase) perfeita e direcciono os meus projectos nesse sentido. Mas não faço listas de objectivos a atingir a curto, médio e longo prazo. Faço, simplesmente, aquilo de que gosto.

E vocês, estabelecem objectivos de vida ou vão vivendo a vida à medida que ela passa?

02/04/2012

Sobre a viagem

Eu viajo com frequência em trabalho. É normal na minha área, pois andamos sempre em congressos, reuniões internacionais e coisas assim...
Mas a semana passada foi diferente. Fui a um sítio onde queria ir há muito tempo. Apesar de incrivelmente perto (menos de 400 km de Faro), nunca lá tinha estado - Gibraltar! Ah, os macacos!

Ficam aqui algumas (poucas) fotos. Ainda não voltei à minha rotina, pois cheguei na quinta à noite depois de 12 horas de viagem (eu a conduzir), desde Málaga até Faro, com paragens turísticas pelo caminho. Sexta fiquei em casa a descansar, sábado festa de anos e domingo Zoomarine... Hoje de manhã ainda estava cansada e só me levantei às 7h30 (que horror!!). Só comi porcarias em Espanha, não fiz desporto nenhum, e engordei... Preciso desesperadamente voltar à rotina. O incrível é que quando faço viagens a sério, de avião, não me custa tanto voltar ao normal após o regresso... enfim...


 Vista do rochedo de Gibraltar para a pista do aeroporto, um dos mais perigosos do mundo, porque a estrada de acesso a Gibraltar passa pelo meio da pista...


 Um macaco de Gibraltar (este veio atrás de mim...)

 Ronda, uma povoação espanhola perdida no meio da montanha

 Ronda

Os meus pés em Málaga
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