04/03/2013

Sozinha em casa

Eu gosto de estar sozinha em casa. Enquanto escrevo estas linhas, um dos miúdos está com o pai num torneio de futebol e o outro está em casa da avó. E eu fiquei o dia inteiro sozinha em casa.
Em tempos idos aproveitava estes momentos sozinha em casa para fazer coisas... limpar, arrumar, tratar da roupa... Não descansava, não tirava um bocadinho para mim, pois queria aproveitar o tempo ao máximo para fazer coisas que eram precisas para o bom funcionamento da casa. Quando os miúdos eram bebés e estavam no infantário, eu muitas vezes vinha a casa antes de os ir buscar para relaxar um pouco... e ficava sempre com uma sensação de estar a agir mal... se já saí do trabalho, então é para andar a correr, ir buscar os miúdos e fazer todas essas tarefas que as mães devem fazer! 

Agora não. 

Agora valorizo muito o meu tempo. Aquele tempo só para mim. Quem se levanta cedo, mais cedo que o necessário para se despachar e ir trabalhar, sabe bem ao que me refiro.
Aquelas horas da manhã (ou este domingo chuvoso), sozinha, são essenciais para a minha sanidade mental.

Hoje já fiz yoga, fiz o meu almoço (e os restos serão o almoço de amanhã - ervilhas com ovos deliciosas), li, escrevi, ouvi música, vi um filme (Radio Days do Woody Allen) e daqui a pouco vou fazer mais yoga e meditar um pouco. Também fiz algumas tarefas domésticas necessárias... fiz as camas, estendi roupa, passei a ferro (uns 15 minutos enquanto via o filme), dei um jeito à casa... Mas a maior parte deste tempo já não é passado nestas tarefas. E que diferença que faz ter umas horas para fazer aquilo que me dá prazer, que me relaxa, que me sabe bem...

Por isso, o que te proponho é o seguinte: da próxima vez que tiveres uma hora ou um dia inteiro sozinha, não passes esse tempo valioso a fazer coisas que não queres. Por um dia ou por umas horas apenas, pensa só em ti. Esquece o marido e os filhos. Esquece a casa que está suja e a roupa por passar. Esquece o trabalho que trouxeste para acabar. 
O mundo não acaba se fizeres uma pausa da vida agitada que levas. Mas essa pausa, a ti, poderá fazer ver-te novos mundos! Medita, faz exercício físico, lê, vê um filme, faz qualquer coisa que te dê prazer durante umas horas, sem pensar em mais nada, e verás que te sentirás uma pessoa nova! São as maravilhas de uma vida lenta.

11 comentários:

  1. Bárbara Roseira04/03/13, 09:37

    Olá Rita!
    Como eu concordo contigo!!
    Adoro ter tempo para estar sozinha e só fazer o que me apetece ao meu ritmo. Tenho no entanto algumas dificuldades em fazer as pessoas que me rodeiam entender isso, às vezes ficam a olhar para mim como se eu fosse maluca só por dizer que gosto de estar sozinha.
    beijinhos

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  2. "O mundo não acaba se fizeres uma pausa da vida agitada que levas. Mas essa pausa, a ti, poderá fazer ver-te novos mundos!"

    Adorei a frase. Beijo!

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  3. Oi Rita,
    tenho gostado muito dos seus novos posts, que parecem relatar um período mais sereno que você está passando. Gostaria de saber a influência de tais mudanças no seu trabalho. Sei que o meio científico muitas vezes nos sufoca cobrando-nos produtividade e rapidez. Sou também cientista (também trabalho com fitoplâncton, porém de água doce - reservatórios brasileiros)e fico curiosa para saber como você lida com essas demandas, se mantendo calma.
    Abraço,

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  4. Sem dúvida Rita. Aliás, até seremos melhores mães, pais, esposos, etc., se não estivermos sempre estoirados, mas antes relaxados. O tempo para nós, a meu ver, acaba por beneficiar os outros.

    Beijinho

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  5. Rita, gostei imenso deste post e destas palavras!
    Que dia fantástico e tão bem passado!
    Obrigado, uma vez mais, pela partilha!

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  6. Concordo completamente, Rita!
    Se dedicarmos algum tempo ao que nos dá prazer, também "estaremos" melhor para as pessoas à nossa volta!
    Beijinhos

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  7. Adorei a dica, Rita. Adoro ficar sozinha, mas normalmente me pego colocando em dia tarefas dessas que poderiam muito bem ser feitas em outro momento (arrumar alguma coisa, lavar sapatos, louça etc). Bjs do Rio de Janeiro, Rafaela

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  8. Ola boa tarde,
    Entendo perfeitamente o que diz, mas infelizmente não tenho essa paz de espirito necessária, vivo constantemente stressada e não consigo ter a cabeça limpa, sempre a pensar no que poderia/deveria estar a fazer.
    Provavelmente sempre fui assim, mas agravou-se com a chegada do 1º filho, agora quase com 2 anos.
    Tenho lido o seu blog e procuro centralizar a minha atenção no que realmente me faz feliz, mas é muito difícil abstrair-me.
    Na maior parte das vezes, não sei o que quero, sei apenas que não estou bem, mas a minha passividade não me deixa reagir, não chego a resolução nenhuma...
    Por vezes acho que um horário das 9h às 18:30h, também não ajuda muito, chegar a casa às 19h, prepara jantar, dar banho à bebé e às 20:45 tê-la na cama é muito complicado, mesmo com a ajuda do marido. Às 9h estou cansadíssima, mas mesmo assim ainda tenho que tratar da roupa e da cozinha, o tempo que me resta é mesmo só para a minha higiene e dormir, porque mesmo para a leitura, estou demasiado cansada.
    Fico feliz por saber que há quem o consiga, assim resta-me a esperança de que algum dia, também o vou conseguir, apesar de ainda não saber como.
    Obrigada pela partilha e parabéns pelo blog.

    Felicidades.

    M. Carla

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  9. isso e uma facilidade para mim (mas talvez pq ainda nao tenho filhos). se tenho aquele bocadinho da casa silenciosa so pra mim, e especialmente se for um sabado de manha e dormir ate me apetecer, acordar tomar um banho longo, tratar de mim, fazer o meu pequeno almoco ao som de boa musica, abrir as janelas e deixar entrar o sol, espreguicar-me no sofa, ver ou editar fotos q tenha tirado, ler alguns blogs, se tiver tempo a tarde ver um filme daqueles q mais ng quer ver a nao ser eu. esses bocadinhos sao preciosos. o resto do trabalho tem de se fazer na mesma mais cedo ou mais tarde, ptto 100% de acordo q temos de aproveitar o q temos e como queremos :)

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  10. Adorei o texto e concordo plenamente quando diz que precisa de um tempo sozinha pra manter a sanidade mental. As vezes me sinto culpada em querer ficar umas horinhas sem minha filha (de 2 anos!) mas se não fizer isso de vez em quando enlouqueço, a muito tempo já não tenho hobbie ou faço as coisas que realmente gosto... Adoro seu blog!

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Obrigada pelo comentário!

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