Busy woman, stripy cat – and me
Há dias, num e-mail
que troquei com a minha irmã, coloquei um link
para The busy woman and the stripy cat.
Comentário: “Destralhar? Mas qual tralha? Até não tens muita…”
Destralhar é um conceito que descobri aqui e me fez pensar o meu
espaço e objectos de forma diferente. Até aqui, tralha era apenas uma forma de expressão, uma espécie de insulto,
um desabafo contra os objectos quando tropeçava neles. Agora trato a minha
tralha por “tu”. Tenho-lhe até bastante respeito. Considero que tralha é um estado pelo qual as coisas
podem passar. A minha tralha pode ser
o objecto para outro alguém. Da mesma
forma que as coisas de hoje são em
potência a tralha do amanhã. Em suma,
passei a gostar mais da tralha. E aprendi também formas expeditas de me livrar
dela.
Não sou minimalista, ou nunca tinha pensado em sê-lo – nem
posso sequer dizer que procuro sê-lo. Digo apenas que, analisando a minha
realidade, assumir-me como minimalista implicaria uma mudança bem menos complexa
do que aquela que a Rita relata ter feito.
A vida acontece cheia de previstos, imprevistos, voltas e
reviravoltas. Muitas vezes planeamos e sai tudo ao contrário. Porque não
tirámos bem as medidas, ou não fizemos bem as contas, ou era de todo impossível
antever que ira acontecer daquela
maneira.
Mas é bom ter projectos. E a vida quotidiana, com todas as
tarefas necessárias, que fazem parte, que a compõem e que em grande medida não
escolhemos fazer, mas estão lá, essa vida quotidiana como um projecto em
construção, com objectivos e metodologias pensados, é talvez aquilo que mais me
atrai em The busy woman and the stripy
cat. Creio que esta é a forma como o blog
da Rita até agora mais influenciou a minha vida. Qualquer área da vida pode ser
objecto de um projecto. E qualquer projecto, quando não funciona, deve ser revisto.
Tão importante como os conceitos, é a filosofia do refazer, repensar o plano,
analisar o que não funcionou e reformular. Pesquisar novos modos, novas
ferramentas. E de seguida testar, analisar o resultado, e prosseguir – ou não. E
não desistir de um projecto sem antes o reavaliar. Encarar a vida quotidiana
como quem faz ciência.
Depois, há tudo aquilo que interessa à Rita, e que ela
pesquisa e partilha. The busy woman and
the stripy cat é também uma janela aberta, a partir da qual acabo por
descobrir muito mais, muito para além da dimensão do próprio blog. Muitas dessas coisas considero
interessantes, úteis, boas ideias. Muitas trago para mim. Outras são apenas
isso, ideias, que por algum motivo não fazem sentido na minha realidade.
E para além das ideias, na prática? Bem, na prática não é
fácil, do pensar ao fazer vai uma imensidão. O tempo é curto e a
disponibilidade também escasseia. Vivo em Faro e trabalho fora, pelo que saio
bem cedo e volto ao final da tarde. Ao horário full-time acresce 1 hora diária em deslocações, e quando chego a
casa procuro dilatar ao máximo o tempo de qualidade em família, reservando para
mim uma fracção ínfima das 24 horas diárias.
Mas mais organização e simplificação permitem mais tempo
livre – num projecto global que em última instância irá permitir gerar tempo e
espaço para… novos projectos.
Luísa Cunha
~
Queres participar? Envia-me um texto a contar a tua jornada em direcção a uma vida mais simples e de que forma este blog te influenciou, para o email rita (at) busywomanstripycat.com. Obrigada!
Lindo relato! Emocionei-me.
ResponderEliminarGostei! Obrigada pela partilha. Realmente cada pessoa tem a sua forma de ver e sentir o minimalismo :)
ResponderEliminarObrigada eu - pela publicação, e pelos comentários :)
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