Eu gosto de tudo arrumado, tudo no sítio, tudo limpo. Não gosto de ver brinquedos espalhados pela casa, nem roupa suja fora do cesto da roupa suja, nem copos ou pratos esquecidos na sala ou no quarto. Cá em casa todas as coisas têm um sítio - e eu gosto de ver tudo no seu sítio, sempre.
Isto é impossível no quarto dos miúdos. Eu bem tento. Obrigo-os a arrumar o quarto, a arrumar a roupa, a fazer as camas. Dou voltas aos brinquedos deles, aos papéis, aos desenhos, para tentar jogar coisas fora, mas as coisas acumulam-se a uma velocidade que eu não consigo acompanhar. Ganho algumas batalhas, mas não consigo ganhar a guerra contra a desorganização e a tralha no quarto dos meus filhos. E isto é um motivo de stress para mim - muitas vezes, quando eles não estão, simplesmente fecho a porta do quarto deles para não ter que ver a confusão...
Mas a certa altura comecei a pensar de forma diferente. Eles são crianças. Eu também era mais desarrumada do que sou agora na idade deles. Será que vale a pena stressar-me tanto por causa da desarrumação e da tralha no quarto deles? Então estabeleci umas regras simples:
1. Não me interessa a quantidade de tralha que eles têm, desde que esteja tudo devidamente contido (escondido da vista) nestas caixas:
2. No fim do dia, ou quando mandamos, eles têm que arrumar os brinquedos que estão espalhados pela casa. Se não o fizerem, os brinquedos vão fora (isto resulta, porque eles arrumam).
3. No fim do dia, o chão do quarto deles têm que estar livre de tralhas - o que eu lá apanhar, vai fora (resulta mesmo).
4. Quando fizer destralhamentos a sério ao quarto, eles ajudam, mas têm que ser realistas. Se não brincam com um brinquedo ou se está partido ou faltam peças - vai fora! A última palavra é minha! (é que eles às vezes querem guardar coisas que já não servem mesmo para nada!)
5. Volta e meio faço-lhes umas lavagens cerebrais... tento incutir-lhe os princípios do minimalismo, do menos é mais, explico que para sermos felizes não precisamos de ter muitos brinquedos, mas sim uma família que nos ama, e esse tipo de coisas... resposta do mais novo de 6 anos: "O que eu queria mesmo para ser feliz era uns brincos" (com esta idade já quer furar a orelha...)
Mas enfim... a coisa vai melhorando aos poucos. E se tu também tens uma divisão da casa dominada por outros membros da família que não consegues controlar... resiste ao impulso de destralhar e arrumar e, simplesmente, fecha a porta!
lindoooo.... tenho um materialista de 3,5 anos a quem eu bem canto a canção do bandido, dizendo que vem ai o natal e ele precisa de espaço p os novos brinquedos. Se os q tem estiverem partidos consigo q os deite fora agora só pq já não brinca, ainda não é uma boa justificação. Resultado, de vez em qnd "somem-se" algumas coisas... mas não consigo ganhar a guerra entre o q entra e o q sai.. ainda!!
ResponderEliminarCá por casa também há a ameaça do "carro vassoura", que sou eu mais o caixote do lixo!
ResponderEliminarVai funcionando...
Olá, Rita!
ResponderEliminarDescobri o teu blog meses atrás e, desde então, tenho aprendido um monte de coisas legais contigo.
Não acreditei quando vi o tema do post de hoje! Estava mesmo pensando em te escrever e perguntar sobre a aplicação do modo de vida minimalista na vida em família.
(Ainda) não tenho filhos, mas tenho um marido que dificulta muito a vida "sem tralhas". Como você, gosto de casa limpa e arrumada - e de ter cada coisa em seu lugar. Meu marido, em contrapartida, é um adorável juntador e empilhador de tralha (sobretudo papéis, jornais e revistas). Como também é muito teimoso, na minha casa, infelizmente, destralhar acaba sendo sinônimo de atrito. Como convencer alguém de que aquela revista intacta do ano de 2001 jamais será lida?
É uma luta diária. Haja paciência.
Um forte abraço!
M.
Aqui é em casa as coisas acabam sempre por ser radical, como temos espaço, vivemos em uma vivenda grande, acabamos por acumular tudo, desde que nasceram tinham ainda os brinquedos todos, após as férias quando houve o minha mudança e a vontade de destralhar, empaquei nos brinquedos cada vez que separava alguns brinquedos lá vinham elas e metiam tudo nas prateleiras novamente. Em um sábado apanhei as duas e fomos ao Refugio Aboim Ascenção e passamos lá uma tarde, expliquei a cada uma delas o que aquelas crianças tinham e o que não tinham, desde então foi criado uma caixa com o nome do Refugio e vamos metendo tudo lá pra dentro, roupa, brinquedos no fim do mês mantimentos e assim que a caixa fica cheia vamos lá levar... Até agora as coisas tem resultado, consegui livrar-me de muita coisa que já não usavam e consigo também meter ordem no quarto, pois elas já se aperceberam que quando vai pra lá já não volta...
ResponderEliminarO que eu sinto: o mesmo...´
ResponderEliminarA minha mais nova, de 9 anos, é doida por blocos de notas: tem um monte deles e pouco duram (bem tento apelar à questão ambiental, que até resulta em tudo menos nisto) mas é um desenho, uma anotação, uma história em cada página (e pouco cheias...). De vez em quando, lá vai bloco para o papelão, quando dou conta, já trouxe mais de casa das avós, ou o pai trouxe da propaganda...
Cá em casa há uma divisão assim. Os brinquedos são proibidos fora daquela divisão. E faço muitos vezes o que dizes no fim: fecho a porta.
ResponderEliminarClaro que volta e meia não resisto e lá vou eu. Mas ir com elas não resulta muito, pois quase nunca querem deitar nada fora e eu também não. Mas como estou numa fase de destralhar, vou voltar a tentar outra investida.
Olá Rita,
ResponderEliminarÉ das coisas que mais me dá a volta à cabeça, como consguir mater os brinquedos arrumados... Uso às vezes essa dica do não arrumam vai fora e resulta mesmo, mesmo. Mas deste otimas dicas para o dia-a-dia consguir manter pelo menos o resto da casa arrumado :)
Obrigada e Beijinhos
Rsrsrsrs....Não quero desanimar ninguém, mas tenho uma filha de 15 anos, e não notei progressos nessa área! É muito bagunceira, e daquele tipo que desconhece a finalidade de uma lata de lixo... Faço o que você disse: fecho a porta do quarto, para não me estressar. Mas uma vez por semana dou uma boa organizada nesse quarto (tenho uma ajudante que cuida da limpeza). E desde que minha filha era pequenina, adoto o seguinte método: prefiro organizar e fazer o destralhamento quando ela não está, senão as negociações são infindáveis. Mas deixo tudo o que acho que deve sair numa caixa, e mostro para ela. Dessa caixa, ela pode "salvar" 3 objetos. Esses 3 eu não questiono, seja lá o que for. E o resto se vai... Tem dado resultado!
ResponderEliminarahahhahah... adorei a dos brincos!! :))
ResponderEliminarRita,
ResponderEliminarPara mim o pior é convencer a família que o Fernando não precisa de mais do que ele tem. Ele acabou de fazer de fazer um ano e já ganhou brinquedo até para os três. O garoto tem carrinhos de Hot Wheels de colocar inveja em adulto.
Vou colocar ele na escola montessoriana, e a filosofia de lá menos é mais, rodízio de brinquedos, essas coisas.
Para piorar o menino é alérgico e tenho que guardar tudo dele.
Está chegando o Natal e vou pedir roupa, já que nunca é demais e ele está perdendo as dele.
Amei a dica, Rita. Minha filha tem 4 anos e é bagunceira demais!
ResponderEliminarbeijo.
Ainda há pouco tempo fiz isso mesmo. Enchi-me de ter a sala povoada por brinquedos e recambiei tudo para o quarto. Tudo o que não foi arrumado foi fora. Tive direito a uma valente choradeira, mas nos dias seguintes foram os rapazinhos mais arrumados do mundo (e só têm 3 e 6 anos). Passado pouco tempo vim para a Noruega trabalhar e agora, passadas 6 semanas, tenho a certeza que já tenho a minha casa virada do avesso novamente! Não faz mal, começo de novo e ainda deito mais umas tralhas fora!
ResponderEliminarEu sou adepta do "vai fora".
ResponderEliminarOu para o lixo, ou para dar!
E gostei da ideia das caixas!!
Olá Rita vim ter ao teu blog, pela indicação da Ema no blog das 365 coisas.... :) bem verdinhas.
ResponderEliminarEste é 1º post que leio no teu blog.
Senti uma grande vontade em comentar da seguinte forma:
As crianças fazem parte da nossa vida, elas são também vida com vontade própria, a "organização" e metódica minimalista são eles! Para eles não existe tralha, nem desarrumação e tudo é local de brincadeira, fechá-los num quarto para eles não contaminarem a casa toda com brinquedos... é isolá-los e isso não me parece muito feliz. Mas se todos partilhamos um espaço tem de haver pelo menos respeito pelos outros né!? As casas atuais isolam as pessoas, cada um na sua divisão, isso para mim é anti-natural, saber estar num espaço comum e respeitar cada presente, sem que a TV faça silenciar toda a gente ou o PC ou o ruido dos brinquedos, é algo que para mim não faz sentido. As crianças são liberdade e as nossas imposições vão contra isso, estão grande parte do dia sem os país e é natural que queiram trazer as brincadeiras para junto de nós.
Fazê-las entender que a bagunça não é agradável não é tarefa fácil, mas daí a isolar as crianças para poderem brincar em casa... acho que é demasiado drástico!
Eu tenho 3 filhas, embora a mais pequena (com 3 meses) ainda não faça bagunça, as outras com 2 e 10 anos tem e vão ter fases bem bagunceiras!
A minha solução para não andar sempre a tropeçar em brinquedos, é fazer da arrumação uma brincadeira, sem muitas imposições e nas divisões comuns existe um espaço para bonecada e tralha, definindo um espaço por uma caixa grande e um tapete delimitando a área de bagunça mas que eles aprendem a gerir. Se tiverem um espaço grande espalham, se for pequeno pouco a pouco aprendem a gerir. Ou então guardam se parte dos brinquedos num baú ou armário, e vai se rodando o seu acesso, quantos mais tem à mão mais espalham.... :)
E faz todo o sentido desfazer-se de uma forma ou de outra dos que já estão só a encher, seja reciclando, dando a outros meninos, ou porque estão partidos e aí vão fora sim!
Lembrem se que as crianças precisam de crescer tanto nas brincadeiras como na organização da mesma, mas brincadeira é brincadeira, e com muitas regras deixa de ser brincadeira e passa a ser ocupação e distração...
Eles são alvos de tantas regras ao longo do dia e da vida, penso que em casa eles precisam de sentir que são livres para brincar :)
Parabéns pelo blog e pela naturalidade ;) minimalista :D
Olá e obrigada pela visita. Depois de ler o seu comentário, fiquei com a sensação que não percebeu o meu texto (ou eu expliquei-me mal). Eu não isolo os meus filhos no quarto. Eles podem brincar onde quiserem, até brincam no meu escritório quando eu estou a tentar trabalhar. Quando acabam de brincar, aí sim, devem arrumar o que desarrumaram. Não vou ser eu que vou estar a arrumar o que eles desarrumaram, sobretudo fora do quarto deles. Não quero educar os meus filhos a pensarem que a mãe faz tudo, porque um dia quando forem adultos e se juntarem com uma namorada, vai ser isso que vão estar à espera - e eu não suporto homens desses, que ainda acham que a mulher é que deve fazer tudo em casa. Ele brincam onde e como quiserem, mas no fim da brincadeira, arrumam o que desarrumaram. É simples e funciona a maior parte das vezes.
EliminarO problema da desarrumação a que eu me refiro é no quarto deles; aí é mais difícil, pois é o quarto deles e claro que não quero impor-me tanto no espaço deles. Em relação às regras, não é por não terem regras em casa que vão ser mais livres para brincar. Tem que haver regras para funcionarmos em sociedade e em casa também. Mas as minhas regras, pelo menos, nunca os impediram de brincar à vontade em casa. Eles brincam, desarrumam, desorganizam, até já riscaram paredes! Mas depois da brincadeira terminada, arrumam, organizam e limpam se tiver que ser.