22/01/2014

Alternativas para crianças com PHDA

(revisto em novembro 2016)

A perturbação de hiperatividade e défice de atenção em crianças é provavelmente a desordem do foro psiquiátrico mais comum, mais estudada e mais controversa. Há quem diga que esta perturbação não existe e é verdade que há muitos casos mal diagnosticados de PHDA (mas também muitos por diagnosticar). Há também uma sobremedicação das crianças com sintomas de PHDA, sobretudo no Estados Unidos. 

A PHDA caracteriza-se por um padrão crónico de níveis elevados de falta de atenção, hiperactividade e impulsividade. Estima-se que mais de 5% das crianças em todo o mundo sofram de PHDA Resumidamente, o cérebro destas crianças não produz as ondas cerebrais que deveria produzir. Por exemplo, as crianças com PHDA têm um maior rácio de ondas teta para ondas beta do que as outras crianças. Já há diagnósticos de PHDA que se fazem através de electroencefalogramas, se bem que o método mais comum é a observação do comportamento da criança pelos pais, educadores e médicos. Há vários subtipos de PHDA; umas crianças são mais desatentas, outras são mais hiperactivas e outras têm uma combinação de desantenção e hiperactividade.

Um dos meus filhos tem PHDA, o subtipo da desatenção. É medicado há pouco mais de 1 ano e não há dúvida que o metilfenidato resulta. Mas se há coisa que me perturba é dar-lhe estes medicamentos, se bem que ele nem apresenta os efeitos secundários mais comuns, como perturbações de sono ou falta de apetite.

Há uma série de outras terapias alternativas e alterações na rotina e na educação das crianças que ajuda imenso a diminuir os sintomas de PHDA. Eu, como cientista, apaixonei-me por este tópico do PHDA em crianças e tenho lido imenso sobre a investigação que se faz nesta área.

Tenho feito ajustes à rotina do meu filho, à sua alimentação e outras coisas, e realmente há coisas que ajudam. Ele só toma o comprimido em dias de escola e às vezes já nem lho dou e ele consegue à mesma estar com atenção nas aulas e fazer os trabalhos. De acordo com o que li e com a minha experiência, os passos seguintes podem fazer toda a diferença na vida de uma criança com PHDA:


1 || Ter a certeza que a criança tem PHDA

Há outras perturbações com sintomas semelhantes e há médicos que são rápidos demais a fazer o diagnóstico e a receitar psicoestimulantes... No caso do meu filho não há qualquer dúvida, aliás, eu percebi que ele tinha PHDA antes de o levar a um neuropediatra, mas há casos mais difíceis de diagnosticar (por exemplo, há miúdos que parecem hiperactivos, mas são é malcriados... outros podem ter falta de atenção nas aulas porque dormem mal de noite, e não porque têm PHDA).


2 || Seguir rotinas diárias bem definidas

Qualquer criança sente-se mais segura com rotinas bem definidas. Já falei sobre isso neste post. As crianças com PHDA ainda mais - é importante não haver surpresas e saberem exactamente que quando chegam da escola lancham e a seguir fazem os trabalhos de casa, por exemplo. Quando, por algum motivo, a rotina do meu filho é quebrada (por exemplo, se formos a algum sítio depois da escola em vez de irmos logo para casa), noto logo diferenças nos trabalhos de casa. É importante estas crianças (e as outras...) terem rotinas diárias bem definidas e consistentes para saberem com o que podem contar; assim, sentem-se mais calmas e mais seguras.


3 || Alterações na dieta

Há alguma controvérsia em relação ao efeito de certos alimentos, como o gluten, em crianças com PHDA. É geralmente aceite que uma dieta mais natural, com menos comidas processadas, açúcar, corantes, conservantes e outros aditivos, ajuda a diminuir os sintomas de PHDA. Eu tento que os meus filhos comam o melhor possível, não por causa da PHDA, mas porque é mais saudável uma alimentação mais natural... Admito que sou um pouco paranóica com o gluten e ainda não o eliminei totalmente da nossa alimentação, por isso não posso garantir que tenha efeitos positivos, mas há quem diga que sim.


4 || Fazer exercício físico

O exercício físico, modo geral, faz bem à saúde de crianças e adultos. Há imensos estudos que mostram que crianças e adolescentes que fazem desporto regularmente têm melhores notas e mais auto-estima que crianças que não praticam exercício físico regular. Para mim, fazer desporto é tão importante como ir à escola! E nos miúdos com PHDA, o exercício físico estimula o cérebro a produzir certos químicos de que necessita.


5 || Limitar o tempo passado à frente de ecrans

As actividades que os miúdos fazem em frente aos ecrans afecta a produção de químicos pelo cérebro, o que potencia os sintomas de PHDA. O tempo passado em frente a tablets, TVs, computadores, play stations e similares deve, portanto, ser limitado. Esta alteração é a mais complicada... eu disse aos meus filhos que nos dias de escola têm 1 hora para ecrans, mas a verdade é que muitas vezes não consigo controlar...


6 || Comunicar claramente

Às vezes falo com o meu filho e ele nem ouve - é típico da PHDA. Para dar instruções, dizer coisas importantes, seja o que for, deve-se ter a certeza que a criança está a tomar atenção ao que dizemos, de preferência com olhos nos olhos, e sem distrações como a televisão. 


7 || Respirar fundo e reforço positivo

Antes do diagnóstico do meu filho, eram muitas as vezes que eu me "passava" com a sua falta de atenção, sobretudo na hora de fazer os trabalhos de casa. Não adianta um pai "passar-se", nem gritar, nem ficar chateado com o filho. Quanto mais frustrados nós ficarmos, mais eles ficam também. É preciso muita paciência, muito auto-controlo por parte dos pais, mas a recompensa é uma criança mais calma, menos stressada e mais atenta. Eu, quando sinto que vou perder as estribeiras, dou um time-out a mim mesma - é melhor que pôr-me aos berros com o miúdo. E recompenso-o quando ele faz os trabalhos todos sem refilar e sem se distrair.


8 || Yoga, meditação, Ayurveda

Há vários estudos que se debruçam sobre os efeitos destas técnicas em crianças com PHDA. Infelizmente, os estudos são ainda poucos, a maioria vem da Índia e a investigação que se faz aí é às vezes ignorada pelos cientistas ocidentais. No entanto, esses estudos mostram que a prática de yoga e meditação tem efeitos muito positivos no desempenho escolar das crianças com PHDA, visto que ajuda a acalmar e a focar a mente. De acordo com a medicina tradicional indiana, o PHDA é um desequilíbrio Vata. Nas pessoas Vata (e o meu filho é, sem dúvida, Vata; o outro é Pitta, como a mãe) predomina o elemento ar e a elas associa-se movimento - e não costumamos dizer que uma pessoa distraída é um cabeça de vento ou cabeça no ar?


Se tens um filho com PHDA, adorava saber a tua história!




>>>>>
Gostaste deste post? Podes partilhá-lo usando os botões abaixo.
Não queres perder outros posts? Subscreve as actualizações do blog usando uma das opções da barra lateral.
Podes também {subscrever a newsletter} e receber de oferta dois ebooks sobre organização e simplificação!
Obrigada!!
{Blog}

32 comentários:

  1. Olá Rita

    O meu filho também tem TDAH, e como o teu, é do subtipo desatento.
    Esteve medicado com o Rubifen, mas houve uma altura que vomitava antes de ir para a escola, não gostava de ir e se soubesse que o podia ir buscar ia para o pbx para me chamarem.
    Ele próprio não quis mais medicação e por isso não lhe dei mais (mesmo contra a vontade da médica).

    Tenho quase a certeza que ele herdou o TDAH de mim (sou muito distraída) e lembrei-me de que no 6º ano tinha tirado negativa a matemática, fui colocada em aulas de compensação, no teste a seguir tirei 100%, ena!

    Como as aulas de compensação agora são aulas de apoio ao estudo (e a qualidade não me parece a mesma), pensei em coloca-lo numas explicações. Começou este período, vou ver se o ajuda.

    A rotina é uma palavra que cá em casa não existe, trabalho por turnos, o meu Hominho é vendedor, por isso os nossos horários são estranhos. Contamos muito com os avós, mas noto que o meu filho gosta muito de saber quem o vai buscar e o que vai fazer.

    Já li muita coisa acerca da alimentação e também sobre vitaminas. Ele toma Ômega 3, mas parece que o magnésio também tem muita importância, assim como as vitaminas do complexo B. Li também que a L-teanina tem um efeito semelhante ao da medicação e já lhe dei, mas foi naquela altura que o rapaz vomitava, fiquei a saber o mesmo.

    Vou estar atenta à caixa de comentários, pode ser que surjam outras coisas.

    Beijinhos e obrigada por abordares esse tema, muita gente pena que o TDAH é treta, mas eu sei que não.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu também ouço muitas vezes que isto é uma doença inventada... é triste...

      Eliminar
  2. Ola rita, a minha filha mais velha esta em diagnostico para tdah, do tipo desatento. Na verdade desde que começamos a intervenção que ela melhorou bastante, especialmente ao nivel dos tpc e comprtamento na escola. A unica medicaçao que faz é um suplemento a base de omegas (eukid) e noto que junto com alteracoes nas rotinas la em casa e na escola tiveram um efeito positivo. Apesar de a avaliaçao actual indicar que ela provavelmente se encontra no limiar da "normalidade", e nao tera verdadeira tdah, revejo-nos em muito do que descreves. Alteraçoes subitas a rotina diaria sao um pesadelo, os tpc temos de insistir com ela a toda a hora e se ela toma iniciativa de os fazer é caso para festejar. Na escola tem de se sentar na fila da frente perto da professora. A nataçao, apesar de se tornar cansativa pelo horario, faz-lhe imenso bem! É todo um trabalho conjunto que temos de ter e fazer. Mas vale a pena! :) desculpa a falta de acentos -estou com o telm- mas nao quis deixar de comentar!

    ResponderEliminar
  3. A chave é a alimentação. Sem dúvida!
    Vejam aqui: http://lowcarb-paleo.blogspot.pt/

    e já agora leiam o livro: Sem trigo, sem barriga! Não, mão é (só) um livro sobre dieta!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Já li esse livro e adorei! Vem daí a minha vontade de eliminar o gluten...

      Eliminar
  4. Olá Rita, não tenho filhos com esta perturbação, mas trabalho com eles. Quando comecei a trabalhar eram inúmeros os pais a pedir que o filho fosse avaliado por suspeita de hiperatividade. Na maioria das vezes a questão estava relacionada com falta de regras claras e consistentes. Mas sim, a PDAH existe e sou a primeira a indignar-me quando ouço a típica expressão "no meu tempo não havia meninos hiperativos, eram mal-criados". Sim, há os "mal-criados" e sim, há os hiperativos, os de tipo misto e os desatentos. Gostei do teu post e das sugestões que apresentas. Não creio que a medicação seja algo de fundamental mas, em alguns casos, especialmente no início da intervenção, é mesmo muito importante, para que a criança possa começar a adquirir competências de autocontrolo. Com o tempo (e de acordo com o médico), esta poderá ser reajustada, pois o que se pretende com a intervenção é que crianças (e pais) aprendam a gerir a perturbação adequadamente. Considero as sugestões 1,2,4,6 e 7 muito pertinentes e costumo recomendá-las aos pais.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Também trabalho com crianças que têm esta Perturbação e a verdade é que, na grande maioria dos casos, basta as regras, estrutura e rotina para eliminar a grande maioria dos problemas comportamentais. Exceptuando alguns casos, a estrutura e rotina ajudam também às crianças que só apresentam DA.

      Eliminar
    2. O meu irmão foi um desses "miúdos mal educados". E sei bem o que os meus pais sofreram! E o alívio que sentiram quando surgiu um diagnóstico já ele tinha 16 anos!!!

      Eliminar
  5. olá.
    obrigada pelo teu post, porque para mim veio numa altura essencial. o meu filho tem 5 anos e sempre foi uma criança irrequieta, com muita energia e com alguma desatenção. Porque a professora do pré escolar me chamou a atenção que ele andava mais agitado, fui com ele a um pediatra, de renome aqui na minha cidade, mais para procurar orientações de como lidar com o miúdo. eu sou da opinião que o meu filho não tem TDHA mas é fruto de problemas da sociedade - casa pequena, poucos jardins, horário de trabalho da mãe muito alargado, muitas horas em contexto de sala.....
    eu disse logo ao pediatra que não ia la por medicamentos nem à procura de soluções milagrosas. mas sai dela com uma receita que, quando a levantei na farmácia, fiquei de morrer. Receitou logo Rubifen e um antidepressivo (porque ele faz ainda muito xixi durante a noite). os dois medicamentos para serem tomados ao mesmo tempo. O meu filho raramente toma medicamentos, raramente está constipado ou doente.
    Fiquei de morrer. Como é que assim, sem mais, se receitam logo medicamentos desta natureza???? Claro que nao dei nenhum. o meu pensamento foi que ele nao é cronico, nem diagnosticado com TDHA, por isso nao vou estar a dar-lhe medicamentos tao fortes.

    Eu sei que o meu problema é o oposto do vosso. Mas depois compreendo as estatísticas em como somos um país em que se consomem tantos antidepressivos e como sao logo mal diagnosticados casos!

    Andei à procura de informação e de "medicamentos" alternativos. Consultei ervanarias/homeopatas... e conclui que existem uma serie de outras coisas que podem ser feitas. Começou esta semana a tomar o ansioplast junior para ficar menos agitado e um outro xarope com base em oleo de peixes para a concentração. Obviamente que o resultado nao é imediato, nem eu estava a contar com isso.

    A rotina sempre tivemos. Agora introduzi os banhos calmantes com sais de banho (tem mais efeito psicológico nele porque ele acha que fica muito mais calminho, porque os sais são daqueles que eu comprei para mim). Não sei se existem alguns específicos para acalmar. E estou a tentar introduzir meditação antes de deitar -também não sei se é a hora certa- mas com o intuito de ele ficar mais relaxado e aprender a estar quieto durante uns minutos. Ate agora aguenta cerca de 2 m, mas a ideia é ir aumentando o tempo. Tambem não sei se o que estou a fazer é o correcto.

    Desculpem o comentário. Obrigada

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá! Mas a médica fez algum teste, tipo o de Connors, ou achou logo que o teu filho precisava de medicamentos e pronto??!!
      Para os miúdos, a meditação é mais visualização. Conta-lhe histórias que ele possa visualizar. Falei um pouco sobre isso aqui
      http://busywomanstripycat.blogspot.pt/2013/03/meditacao-e-yoga-para-criancas.html
      e aqui
      http://busywomanstripycat.blogspot.pt/2013/05/relaxamento-para-criancas.html

      Eliminar
    2. Nao fez teste nenhum. Eu fui no sentido de começar a ter umas "luzes" sobre o assunto. Eu acho que ele não tem TDHA, mas nao fosse eu estar numa fase de negação ou qualquer coisa. E caso tenha alguma coisa, a minha ideia era resolver/ajustar antes de entrar na escola primaria.
      Foi logo medicamentos.

      Acho que existe demasiada banalização dos medicamentos e dos diagnósticos feitos.

      Eliminar
    3. O problema é que foi a um médico e nem sequer a um psiquiatra mas sim a um pediatra (que, nestes casos, sabe tanto como os de medicina geral) - e nota-se a ignorância do senhor ao passar medicamentos sem qualquer exame.
      Aconselho-a ir a um bom psiquiatra (que não receite somente medicação mas que analise os casos) ou então um bom psicólogo que, nestes casos, estão muito mais aptos, do que os médicos.

      Eliminar
    4. Eu fui a neuropediatra recomendado pelo pediatra. Gostei dele, diagnosticou o problema com o conners, receitou rubifen e depois concerta, mas nada de dicas, recomendações, terapias complementares... tudo o que fui aprendendo foi com pesquisas minhas.

      Eliminar
  6. Olá Rita!

    Desde já aproveito para dar os parabéns ao seu blog, que acompanho há já algum tempo, e que adoro.

    Faço aqui apenas um pequeno reparo - se é que interessa alguma coisa, pois na essência o problema é o mesmo. Em português de Portugal, é mais correcto designar-se por PHDA - Perturbação da Hiperactividade e Défice de Atenção.

    Em algumas crianças - dependendo da idade e na generalidade, não apenas naquelas que têm algum tipo de PHDA - pode ser difícil apreender palavras "soltas", podendo ainda criar-se condições geradoras de alguma ansiedade para as crianças e para os pais - as crianças por saberem que "deviam" estar atentas e não conseguem, e os pais por perceberem que a criança não está a cumprir ordens podendo mesmo colocar em causa o seu papel enquanto pais. Assim, poderá ser benéfico para os pais, procurarem associar a sua linguagem verbal a algum elemento não verbal relacionado com o tema da informação que querem transmitir, por exemplo, uma imagem, uma canção, um som, etc.. Não se podem esperar soluções milagrosas, e claro que este tipo de experiência pode dar mais trabalho aos pais, puxando pela sua criatividade. Mas tem as suas vantagens para além de uma melhor apreensão da mensagem pelas crianças, como o envolvimento entre pais e filhos. Fica a sugestão.

    Gostaria de felicitar, igualmente, o seu filho por ter uma mãe tão atenta e interessada, não só nos problemas, mas principalmente em encontrar alternativas que possam melhorar a sua qualidade de vida.

    Os melhores cumprimentos,
    Inês

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Inês, obrigada. Pois, eu tenho visto tanto transtorno, como perturbação e até distúrbio (é o que dá o português ser uma língua tão rica...) o que eu prefiro mesmo é ADHD, pois a maioria da informação que existe, incluindo artigos científicos, está em inglês...

      Eliminar
  7. Comecei a ler o post e pensei: porque será que está a Rita a escrever sobre TDAH? Depois percebi. Quando temos um filho com uma perturbação deste género, e somos biólogos, indagamos tudo! Falo assim porque tenho a mesma formação de base (BMP na UAl) e (parece-me) a mesma curiosidade inata. O défice de atenção do meu filho mais velho (tenho 4 filhos) foi diagnosticado em simultâneo à dislexia (essa sim, evidente aos meus olhos de mãe embora oculta aos olhos da sua professora do 1º ciclo...), quando ele tinha 7 anos. Ele hoje tem 11 anos. Tudo o que sei foi à minha custa. Nunca fui bem orientada sobre esta matéria (nem pelo neuropediatra, nem por professores, nem pelo ensino especial - tudo isso foi uma grande desilusão para mim). Só encontrei quem realmente ajudasse, em Lisboa, na clínica de dislexia da Dra. Paula Teles. Mediquei o meu filho durante 3 anos, este ano (lectivo) já não estou a medicá-lo. Neste momento acho, que não são apenas estas crianças que têm de arranjar forma de se adaptarem à escola. É também a escola que tem de arranjar uma forma de se adaptar a estas crianças. Elas são muito inteligentes e criativas. Fazem a diferença num grupo. São vitais à mudança que se quer no Ensino. Há imensas coisas que tenho aprendido neste meu percurso, de mãe de uma criança com dislexia e défice de atenção, que ao mesmo tempo é mãe de outra criança (com diferença apenas de 2 anos) com um desempenho escolar perfeitamente normal, que, tenciono, em breve, criar um espaço (provavelmente um blog) onde partilharei toda a minha experiência (e preocupações) sobre estes temas. Acho que temos muito a ganhar com estas partilhas de informação. Obrigada Rita!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eh eh, é verdade, somos muito curiosos! Eu tenho pesquisado e lido artigos científicos sobre o assunto e acho apaixonante aprender mais sobre isto... lá por sermos biólogos, não quer dizer que seja esse o nosso único interesse, certo?
      Eu tenho 2 filhos e o mais novo é normalíssimo... vejo bem as diferenças entre eles... Bem diferentes, mas cada um com as suas características boas e menos boas...

      Eliminar
  8. Olá Rita,
    O meu filho mais velho esteve quatro anos (do 2º ao 5º) diagnosticado com deficit de atenção por um psicólogo com base no Connors.
    Resolvi no 5º levá-lo ao Dr Nuno Lobo Antunes (PIN em Carcavelos) que rapidamente percebeu que o que o meu filho tem é sindroma de asperger, O deficit de atenção, deriva daqui. Ele não apresenta todas as características típicas do asperger mas isso é perfeitamente possível. Fez toda a diferença para mim ter este novo diagnostico pois percebi o porquê de muitos aspectos da sua personalidade que me faziam confusão, como por exemplo a importância das rotinas. Agora também me estou a tornar uma expert em Aspies e acredita á por aí muitos miúdos não diagnosticados.

    ResponderEliminar
  9. Ola a todas! soluções eu não tenho, mas tenho um filme de sorrisos e lagrimas, um animação que gostava de partilhar. http://www.maryandmax.com
    um beijinho para todas as super mães :)

    ResponderEliminar
  10. Olá Rita. Não tenho um filho com esse problema, felizmente, mas lido com uma menina que o tem e vou receber outro menino bem pior que ela.

    Tudo são experiências e tive que as ganhar porque não conseguia resultados com os meus métodos habituais. Adorei as tuas sugestões. Simples mas que provavelmente têm um grande impacto na vida destas crianças. Tenho agendado um post que me lembrei de fazer sobre algumas actividades que faço com a minha menina e que têm dado resultado. Pode ser que te ajude a ti e a outros pais.

    Beijinhos e obrigada pela partilha
    Anabela

    ResponderEliminar
  11. Olá Rita!
    Partilho aqui o Clube PHDA ( http://www.clubephda.pt/ ), onde pode encontrar informação e sugestões práticas, em português.
    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  12. Heloísa Leitão28/01/14, 15:00

    Olá Rita. Boa tarde.
    Gostei mto de ler o seu post e senti tb uma necessidade de partilhar as minhas experiências. Sou mãe de 2 filhos: a minha mais velha sp foi um exemplo de calma, serenidade e com bom comportamento social e escolar. quanto ao meu rapazinho de 9 anos, desde os 4 q eu tento perceber, explicar, entender (nem consigo traduzi-lo em palavras) o ser especial q ele é.
    Tal como mtos pais, eu tb tentei estudar o meu filho na psicologia entre os 4 e os 6 anos, mas sp q saía da consulta sentia no meu coração q por mais questionários e testes q lhe realizassem, não dava para conhecer o meu filho. Estas consultas terminaram com uma avaliação que revelou um desenvolvimento cognitivo muito acima da média, uma consulta de pedopsiquiatria q não serviu de nada e um pequeno relatório para a escola...não sabia o q pensar, por isso "parei" o meu cerebro e esperei pelos 1ºs anos da primária. Infelizmente, tivemos a infelicidade da professora 1ºe 2º ano ter desenvolvido um cancro cerebral e pelo facto ter desenvolvido comportamentos agressivos... conclusão, mais uma vez o meu filho continuou sem q o percebessem.
    O meu filho continua a apresentar falta de concentração na escola e isso nota-se no seu rendimento escolar, por isso este ano resolvi investigar por mim própria e levei o miúdo a fazer sessões de Reiki. Descobri aqui um novo conceito q entretanto explorei (muito ao de leve ainda). A Rita nas suas pesquisas encontrou alguma vezo conceito "crianças Indigo"?. Eu sou uma pessoa mto céptica em relação a estes assuntos, mas, e até trabalho na área da saúde cuidados primários, sinto q a ciencia só tem olhado de forma medicamentosa para estas crianças, e estamos a retirar, senão a anular, toda a criatividade, imaginação, sensibilidade e energia destas crianças. Tenho um longo trabalho como mãe pela frente, mas não desisto pq, sinto q o meu filho é vítima de um sistema escolar e social q não se adapta, q impõe as suas normas e q não compreende q o mundo está em plena mudança talvez de Era.

    ResponderEliminar
  13. Oi Rita !
    Meu filho, aos 10 anos, foi diagnosticado por um neuropediatra com TDAH,
    Eu mesmo fui notando as diferenças, tentando entender o que estava acontecendo, pois ele ficava "viajando" em sala de aula, se distraía com um lápis ! Quase perdeu o ano na escola. Pesquisei bastante e os sintomas e testes que encontrava pareciam estar falando dele.
    Está tomando Ritalina LA 20mg só em dias de aula também, faz acompanhamento com uma psicopedagoga e ela que também é sua professora de Ciências, me disse que a medicação está sendo super eficaz no caso dele, só teve ganhos no aprendizado e não teve efeitos colaterais (a única coisa foi a perda de apetite:( ) socializa super bem, enfim...
    Fico apreensiva sempre que ouço:
    -"Nossa ! Ele toma esse remédio ?"
    -"Será que precisa mesmo ?"
    -"A não, deve ter outro jeito de tratar sem ser com remédios de TARJA PRETA !"
    e também com blogs super radicais que são contra a medicalização de crianças, às vezes me sinto perdida...
    Ele diz que não gosta de tomar a medicação porque "presta atenção até em matéria que ele não quer" hahaha
    Enfim, desculpe o desabafo, mas às vezes me sinto no limite entre o certo e o errado, o que é bom e o que é ruim pra ele, em compensação sinto que se não fizer algo por ele hoje, quando for adolescente ou adulto vai ser tudo mais complicado.
    Fico agradecida por ler minhas palavras e gostaria de saber sua opinião sobre a medicação.

    Beijos,

    Ednice

    ResponderEliminar
  14. Tenho um filho com 13 anos diagnosticado com PHDA há 2 anos. O primeiro alerto veio dos professores, e a partir daí fez várias sessoes de testes com uma psicóloga até chegar ao diagnóstico. Além da medicação, (Concerta), e da importância de observar rotinas diárias, pouco mais recomendações recebi.
    Gostei muito deste post, da Rita; deixo aqui em baixo um link para um outro post de um pediatra com indicações (e links para outras fontes) que me pareceram úteis, sobretudo um texto do Dr Nuno Lobo Antunes que corrobora muito do que a Rira aqui refere.
    http://eosfilhosdosoutros.blogspot.pt/2013/01/hiperactividade-nao-e-ma-educacao.html

    ResponderEliminar
  15. Bom dia, suspeito também que o meu filho sofre de TDAH o alerta vem da professora e também de uma psicologa da escola, gostava de o levar a alguém mais entendido que realmente lhe pudesse traçar um diagnóstico correcto pois em muitos casos os erros começam logo por aí, estou um pouco assustado com a ideia de ele ser medicado sem antes ter um certeza exacta daquilo que o meu filho tem, conhecem alguem entendido nesta matéria que me possam aconselhar que seja de confiança? Vivo no conselho de Cascais.

    Obrigado a todos:

    Carlos Duarte

    ResponderEliminar
  16. Sabes que o pai desse sindrome revelou antes de morrer que isso não existe, que foi apenas uma forma de ele e uma empresa farmaceutica fazerem dinheiro?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sei, mas também sei que os resultados de electroencefalogramas indicam que há de facto diferenças nas ondas cerebrais de crianças com este distúrbio e crianças "normais". E nem todos pais de crianças com ADHD "drogam" os filhos, não dando, portanto, dinheiro às farmaceuticas...

      Eliminar
  17. Bom dia Rita. O meu filho tem 10 anos e doi diagnosticado desde os 4 anos com ADHD, e recentemente com dislexia. Gostava de saber se fosse possivel, que escolas existem em Portugal, apoios, e suporte existente em Portugal. Estou neste momento a viver na Holanda, e aqui existe todo um sistema de apoios, desde psicologos, escolas especiais (cada aula tem apenas 10 criancas com 3 professores) e terapias na propria escola.Para alem disso tem tambem um programa escolar especial para criancas com dislxia. Como vu ter de voltar para Portugal, preicsava de saber quais as possibilidades tenho para o meu filho, quem tenho de contactar e o que tenho de fazer. Um muito obrigada desde. Isabel

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Isabel,

      No ensino normal não há possibilidades como aí na Holanda... Quanto muito, é pedir o estatuto de crianças com necessidades educativas especiais (NEE), mas fica à mesma numa turma grande com um professor e quanto muito um professor de apoio que está na sala às vezes. De resto, também não sei, porque o caso do meu filho não é tão grave quanto isso, não tem NEE, tem apenas algum apoio do professor de apoio na sala de aula...

      Eliminar
    2. Cristina Veiga.14/10/15, 03:25

      No sistema de ensino português existem medidas de apoio que se podem implementar, do regime educativo especial ou não, mas não como na Holanda ( isso seria o ideal!). As terapias complementares não existem nas Escolas e terão que ser os pais, aconselhados pelos professores e por outros técnicos, a encontrar a resposta terapêutica e educatica para os seus filhos, a nível particular ou comparticipados pelo seu sistema de saúde. Infelizmente, esta é a resposta existente em Portugal...
      Nos casos em que os recursos familiares são escassos, sobretudo no âmbito económico e social, torna-se difícil encontrar respostas para casos de Défice de Atenção, com hiperatividade ou não ou com outras alterações/ perturbações associadas.
      Falo com conhecimento de causa, como mãe de uma menina com DA e como professora de Educação Especial...

      Eliminar
  18. Olá, sei que este post já tem uns anos, mas sempre atual. O meu filho fez agora 8 anos e está no segundo ano. O primeiro ano foi complicado, devido à desatenção,comportamentos... terminou o primeiro periodo com insuficiente a matemática, coisa que ele até arranjou um esquema para fazer as contas. Mas com muito trabalho conseguimos que terminasse o 1º ano com bons às principais. Este ano, o inicio está a ser semelhante ao do ano passado, só que além da desatenção, está desinteressado, nao quer saber, está a fazer as coisas mas sempre a pensar noutras. Mais uma fez chegaram as primeiras fichas e temos suficiente a portugues, nao acabou a ficha, insuficiente a matemática, tb nao acabou embora a professora tenha facilitado com mais 30 min e bom a estudo do meio. Fazer os tpcs em casa ou estudar é um martirio, começa a fazer, mas nestá sempre a fazer perguntas sobre outros assuntos. Faz as coisas sem pensar, por mais que lhe peça para se concentrar acho que ele não consegue mesmo. Não lhe foi nada diagnosticado, pois dizem que apenas agora no 2ª ano será possivel perceber se algo se passa. Mas acredito que por vezes ele nao se concentre porque nao consegue, então estava a ler sobre os produtos naturais, vitaminas e queria a opinião de quem já passou/passa e os resultados.
    Obrigada

    ResponderEliminar
  19. Tenho um filho com a mesma idade do seu e no 1°ano era exatamente assim como descreveu. Não conseguia acabar as fichas ou nem sequer as começava!Fazer os TPC era um tormento! Perdia todos os dias alguma coisa. Chegou a inclusivé perder a mochila da escola!Começou nesse ano a ser medicado com omega 3 e 6 e terapia comportamental. De pouco serviu. No ano seguinte foi medicado com Ritalina e aí sim, já se começaram a ver resultados! Efeitos secundários da Ritalina: zero

    ResponderEliminar

Obrigada pelo comentário!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...