30/10/2019

Para outros académicos || #AcWriMo2019, o mês da escrita

No passado já aqui falei do mês de escrita académica #acwrimo. Resumidamente, cada participante estabelece objetivos de escrita e compromete-se a atingi-los ao longo do mês. Falei mais sobre as "regras" aqui e sobre o meu #acwrimo de 2012 aqui.

Este ano vou voltar a fazer um #acwrimo. Em novembro tenho apenas 13 horas de aulas para leccionar, tenho alguns alunos que vão iniciar os seus projetos no meu laboratório, tenho uma semana de saída de campo e experiências, mas penso que será um mês calmo e conseguirei escrever muito... porque são muitos os artigos que estão à minha espera...

Ao contrário de 2012, não vou trabalhar em casa. Como agora tenho um gabinete só para mim, consigo concentrar-me melhor e assim deixei de trabalhar em casa. É bem melhor, consigo separar as coisas: o trabalho fica no trabalho, e em casa não penso nisso.

Quando fiz o #acwrimo em 2012, cumpri metade dos objetivos: escrevi um artigo inteiro em duas semanas. O objetivo era escrever 2 artigos, mas já não me lembro o que é que aconteceu entretanto... provavelmente aborreceu-me estar sempre em casa...

Para o #acwrimo de 2019, são estes os meus objetivos:

> acabar o artigo A - falta só a discussão...
> acabar o artigo B - falta a introdução e a discussão

Para tal, tenho que proteger o meu tempo ao máximo...

> quero fazer no mínimo 6 pomodori por manhã (o que é a técnica Pomodoro?)
> vou desligar o telefone do gabinete (primeiro, informar os colegas para me contactarem só à tarde ou por email)
> vou marcar reuniões, atendimentos a alunos, seja o que for, sempre da parte da tarde

Vamos ver como corre! Aliás, devia estabelecer objetivos destes e proteger o meu tempo de maior concentração (as manhãs) todos os meses, e não apenas durante o #acwrimo...

Alguém se junta a mim no #acwrimo?

27/10/2019

O porquê da mudança

O Leo Babauta sempre disse que devemos mudar um hábito de cada vez - isto porque mudar hábitos não é fácil, requer muita vontade e disciplina. Assim, se concentrarmos toda a nossa energia numa só mudança, é mais fácil manter o foco e conseguirmos.

Nunca acreditei muito nisto (ou andava em negação), porque queria mudar tudo ao mesmo tempo. É verdade que hábitos associados podem ser mudados em conjunto, mas eu queria mudar tudo de uma vez só. Tive alguns sucessos no passado (por exemplo, com o hábito de levantar cedo), mas mesmo essas mudanças nunca foram consistentes. Relativamente ao levantar cedo, há alturas em que o faço, outras não; às vezes é dia sim, dia não, outras é semana sim, semana não.

Nos últimos anos, a minha vida tornou-se mais ocupada que nunca. Tenho a grande vantagem de ter um trabalho com isenção de horário, mas mesmo assim certas coisas descarrilaram e a inércia tomou conta de mim. 

A minha prática de yoga, por exemplo - perdi completamente o hábito de praticar yoga todas as manhãs, uma hora, hora e meia, por dia. Para quem conhece a prática de Ashtanga vinyasa, eu praticava toda a primeira série, e perdi-a... Esta prática matinal era um hábito que me fazia sentir tão bem, forte, saudável, e por isso decidi-me a recuperá-lo! Noutras alturas já tinha tentado recuperar o hábito, fazendo a prática completa num dia, mas como é demasiado para o corpo de quem está parado, no dia seguinte estava toda dorida e já não fazia nada...


Então, há umas semanas, comecei finalmente a dar ouvidos ao Leo Babauta. Uma coisa de cada vez. E fiz um plano para recuperar a minha prática de yoga matinal.

Em vez de recomeçar com uma prática de hora e meia, que neste momento seria fisicamente insustentável, vou começar com 15 minutos de cada vez, de segunda a sexta, e adicionar mais 15 minutos cada semana. E assim fiz.

Na primeira semana, pratiquei 15 minutos, de segunda a sexta. Fiquei maravilhada com a minha consistência! Há muito tempo que não praticava 5 manhãs seguidas...

Na segunda semana, adicionei mais 15 minutos, para um total de 30 minutos. Incrivelmente, consegui ir para o tapete e fazer os 30 minutos os 5 dias da semana!

Na semana que está a entrar, são mais 15 minutos, ou seja, 45 minutos no total. Acredito que consigo, pois os 30 minutos já não custam nada fisicamente. Claro que tenho que ir acordando mais cedo em cada semana, mas como são mudanças pequenas e graduais, tem sido fácil. E como tenho que ir acordando mais cedo para praticar, estou a trabalhar esse hábito também, sem sequer dar conta!

Mas afinal, o que é que fez o click? Foi ter um porquê. Porque é que eu quero praticar yoga todas as manhãs durante hora e meia? Porquê? O que é ganho com isso? Qual o objetivo? Tenho de ter um motivo forte para me levantar cedo e fazer uma prática física exigente enquanto todos ainda dormem... 

Saber o porquê ajuda a ultrapassar o desconforto e a falta de vontade. Quando pensei no meu porquê, ir para o tapete todas as manhãs tornou-se mais fácil. Eu quero ter uma prática de ashtanga consistente porque com essa prática sinto-me mais saudável; com o yoga trabalho a força, a flexibilidade, a mobilidade, a concentração, a atenção plena, e isso reflete-se positivamente na minha qualidade de vida. E com isto, deu-se o click - e a mudança tornou-se muito mais fácil!


23/10/2019

O poder das manhãs

Que eu gosto de me levantar cedo não é segredo. Não é fácil construir esse hábito e tenho tido altos e baixos ao longo dos anos. Na minha fase mais madrugadora até criei um grupo de "accountability" no facebook, o Bom Dia Manhãs, que foi depois substituído pelo Madrugadores de Portugal. Atualmente sou muito pouco ativa no grupo, mas gosto de ver que o hábito de levantar cedo perdura em muitos membros!

Basicamente, gosto de me levantar cedo porque consigo fazer coisas que, se me levantasse mais tarde, não conseguiria fazer. Fica aqui o exemplo de um sábado de outubro.



Acordei, sem despertador, às 6h30.
Pus roupa a lavar na máquina.
Às 7h15 estava no ginásio para um treininho de musculação.
Ao sair do ginásio, fui encher o depósito do carro.
Cheguei a casa pouco depois das 8h e estendi a roupa.
Tomei o pequeno-almoço.
Fiz a lista de compras e fui ao supermercado com o J., que entretanto acordou.
Arrumámos as compras.
Fomos à praia com o cão para beber café e dar um passeio.

E com isto eram apenas 10h00! E o dia inteiro ainda pela frente! É tão bom ser early riser!! ;)

20/10/2019

O canto da tralha - versão 2019

Em julho de 2012 escrevi um post sobre o canto da tralha. Na altura tinha duas zonas em casa onde era possível acumular tralha - a arrecadação e um canto no escritório. Isto foi no início da minha vida minimalista e desde então o canto da tralha deixou de existir ou existe às vezes, mas temporariamente. 

Atualmente, tenho um canto da tralha na casa nova, além da arrecadação na cave (que tem alguma tralha que não devia ter, mas tem muito menos que a arrecadação da casa antiga, porque a nova arrecadação... tem metade do tamanho da antiga - menos espaço, menos tralha).


Este canto no corredor, à entrada do meu quarto, tem neste momento:

> Uma caixa de arrumação com roupa minha. Esta roupa não está a ser usada, nem sei se vou usar no futuro, e enquanto não me decidir, está na caixa. Resultou de um destralhamento recente ao roupeiro. Se a roupa não for usada ao longo do próximo ano, irá embora. A caixa, entretanto, deverá ir para a cave, para não atravancar o corredor. 

> Sacos de roupa e sapatos para dar. É só uma questão de levar os sacos para o carro e ir entregá-los, mas ainda não o fiz... 

> Um saco com livros escolares. Também quero dar, mas não sei onde...

> Aspirador. Desde que viemos para esta casa, que o aspirador está sempre aqui. O motivo é simples. Aspiramos a casa várias vezes por semana (3 gatos e 1 cão) e não vale a pena estar sempre a arrumar o aspirador... Poderia arranjar outro solução, como arrumá-lo no armário do hall (podes ver este "armário"no meu Instagram, no destaque Home sweet home, 4ª story - na verdade é um sistema de arrumação aberta Algot tapado com painéis), mas ainda não me deu para isso.

Hum, escrever este texto e tirar esta foto deu-me a motivação necessária para tratar deste canto da tralha!

16/10/2019

Construindo um armário-cápsula || As minhas regras

Ultimamente tenho lido muito (e visto muitos videos no youtube, sobretudo este canal) sobre roupa, sobre guarda-roupa minimalista e, claro, sobre o armário-cápsula. Quem acompanha o blog há muito tempo sabe que destralhar e minimizar a roupa foi sempre um grande desafio para mim. Ao contrário de coisas como livros, bibelots, louça, etc., ando constantemente a destralhar a roupa, porque continuo a comprar roupa que acabo por não gostar e/ou não usar (mas muito, muito menos que antigamente!!).

Outro problema é ter passado por vários estilos até encontrar o estilo que realmente é a minha cara. Aqui e aqui falei um pouco sobre a evolução do meus estilo (mas são textos já antigos... e a evolução continuou). Há já alguns anos que voltei para o preto, cinzento e branco. São as cores com que me sinto eu. Gosto de ser discreta e gosto de estar confortável - e com a idade vem a constatação de que cada vez me importo menos com regras e com o que os outros pensam ou com o que achamos que é esperado de nós. E fui desenvolvendo as minhas regras (ou seja, podes não concordar com nenhuma delas, nem tens de concordar com elas - é o que funciona, neste momento, para mim):

> Poucas cores. A maioria da minha roupa é preta, branca e cinzenta, e tenho algumas coisas em vermelho e azul, que combinam com o resto. Para que um armário-cápsula ou um guarda-roupa minimalista resultem, as várias peças de roupa devem combinar entre si; se tiver peças de cores muito variadas, isso é mais difícil...

Parece aborrecido... mas eu gosto!

Só uso jeans de cintura baixa - não gosto de medium-rise e muito menos high-rise. Acho horrível e desconfortável, e o rabo fica do dobro do tamanho. Low-rise only. Só consigo encontrar cintura baixa na Salsa. É caro, sim, mas de excelente qualidade. Neste momento tenho 3 calças de ganga (duas azuis, umas pretas) e quero adicionar umas brancas.
Low-rise jeans only!

> Poucos acessórios. Gosto da máxima da Coco Chanel "Before you leave the house, look in the mirror and take one thing off." Por exemplo, sempre foi impensável para mim usar brincos e colar (uma coisa ou outra), ou um colar comprido e um cinto, ou pulseiras nos dois braços, ou anéis nas duas mãos, ou brincos compridos com echarpes, ou echarpe com colar. Estão a ver a ideia? Menos é mais.

Num evento "bem vestido" com a magnífica Mafalda Ribeiro. Vestido preto, casaquinho preto porque foi em março e estava frio, sapatos de salto alto pretos, e um colar de pérolas. Nada de brincos, pulseiras, relógios, nada.

> Os sapatos devem combinar com a mala - exceto com roupa de cocktail/cerimónia, aí os sapatos devem combinar com o resto da roupa. Não cumpro sempre esta regra, mas geralmente, sim, se os sapatos são pretos, a mala é preta, se os sapatos são castanhos, a mala é castanha. Com sapatos de verão é mais difícil (por exemplo, tenho sandálias brancas, mas nenhuma mala branca), mas tento que as coisas sejam harmoniosas.

Uso duas cores no máximo. Preto e branco, preto e cinzento, branco e cinzento, e por aí fora. Custa-me muito usar mais que duas cores, a não ser que a terceira seja ganga (não conta), ou o castanho da mala e dos sapatos, ou ainda se as cores estiverem numa peça só (por exemplo, uma camisola ou sapatilhas estampadas, como na foto), ou se uma das cores for branco (como na foto). Mas usar qualquer coisa como calças pretas, blusa cinzenta e casaco azul, para mim não dá. Demasiada mistura. 

Calças pretas, top vermelho, sapatilhas de várias cores, incluindo preto e vermelho. A mala era preta e tinha também um blusão de ganga.


> Uso só um estampado de cada vez. Nem consigo conceber a ideia de usar, por exemplo, uma parte de baixo às riscas e uma parte de cima às bolinhas, ou misturar um estampado leopardo com um de tigre, nem que seja em peças mais afastadas, como umas calças e uma echarpe estampadas. É coisa que em 40 anos de vida nunca fiz nem me vejo a fazer. O que gosto e uso muito é, por exemplo, calças, blusa, sapatos e mala (e casaco, se houver) da mesma cor (geralmente preto) e uma echarpe estampada colorida para quebrar todo o preto.

> Sair da zona de conforto, às vezes. Às vezes meto-me em aventuras com alguma peça ou alguma cor. Para este outono-inverno, o que me fez sair da minha zona de conforto foi ter finalmente comprado uma peça que queria há muito - um trench coat (ou gabardine, em Português). Primeiro, achava que os trench coats eram só para mulheres mais bem vestidas (que não é o meu caso), mas depois percebi que também ficam muito bem com calças de ganga e sapatilhas. Segundo, saí mesmo da minha zona com a cor. Inicialmente queria um cinzento, para combinar com o resto, depois em bege, porque os trench coats são tipicamente beges, mas acabei por encontrar um maravilhoso em... verde azeitona! É este. Ao vivo é mais bonito que nestas fotos. Estou desejosa de o usar!

Fiquei muito feliz quando vi este video com 10 dicas de estilo das mulheres francesas, e muitas dessas dicas são iguais às minhas - terei uma costela francesa?? Resumidamente, as dicas são:

1. Não misturar preto e castanho - ou um ou outro. Check! Eu só uso castanho e preto se for roupa preta e acessórios castanhos (sapatos e mala, ou casaco de cabedal castanho), mas, por exemplo, umas calças pretas e uma blusa castanha, nem pensar.

2. Não usar mais de duas cores ao mesmo tempo. Exceção - ganga azul. Se usar uma peça estampada, o resto deve ser em cores sólidas.  Check!

3. Não usar roupa de ginásio na rua. Nunca! Check! Esta é mais recente para mim, mas já não me sinto bem a usar leggings, sapatilhas, roupa de ginásio no geral para ir às compras ou para andar por aí ao fim de semana. 

4. Não usar demasiados acessórios, nem misturar ouro e prata. Menos é mais! Check! Como escrevi acima, geralmente só uso brincos ou um colar, e prefiro a prata e pérolas ao ouro.

5. Não andar sempre a mudar de estilo. Quase check! Os últimos anos foram de aprendizagem e descoberta do meu estilo, mas cada vez mais prefiro ter menos coisas, mas ter coisas de boa qualidade, caras, com design intemporal, que nunca saem de moda e ficam sempre bem. 

6. Os sapatos devem combinar com a mala: sapatos pretos com mala preta, sapatos castanhos com mala castanha. Exceção: vestidos de cocktail e de noite; aqui os sapatos devem combinar com o vestido. Check!

7. O guarda-roupa das mulheres francesas é constituído sobretudo por cores neutras, às quais adicionam uma cor forte para quebrar a monotonia, que pode ser uma echarpe à volta do pescoço, um chapéu, uns brincos grandes, um colar vistoso, ou uma grande pulseira num dos braços. Ou um look totalmente preto com um baton vermelho! Check! Tal e qual como eu gosto!

8. Unhas e lábios vermelhos. A Justine diz que as marcas internacionais há anos que tentam lançar em França vernizes e batons de várias cores (como se usa cá), mas a moda não pega. As francesas só usam vermelho, tanto nas unhas como nos lábios. Quase check! Quando pinto as unhas, é só vermelho, e tem de ser um vermelho escuro. Já usei outras cores, mas not anymore... Nos lábios, gosto de rosas escuros e suaves. Vermelho parece-me demais, mas a verdade é que nunca experimentei.

9. Meias pretas com sapatos pretos ou escuros, meias brancas com sapatos brancos ou claros. Não há mais cores de meias. Check! Só tenho meias pretas.

10. A roupa deve assentar bem. Nem demasiado curto nem demasiado comprido, nem demasiado largo nem demasiado apertado. Se necessário, levar a roupa à costureira para ajustar. Check! Faço isto várias vezes, ou ajusto eu a roupa, ou levo à costureira, de forma a que a peça me assente bem. Não faço com todas as peças, mas sobretudo com calças. 

E vocês, têm regras destas??

13/10/2019

O meu quarto minimalista

Tenho um post antigo que mostra a evolução na decoração do meu quarto na minha antiga casa. Na casa nova, onde estou há cerca de ano e meio, o quarto ainda não está perfeito, mas lá chegaremos!
Vejamos o que tenho no quarto:

A cama tem apenas um lençol-capa e a capa de edredão, que agora serve como lençol. Quando tem o edredão posto, a cama fica com um ar muito mais confortável... E, claro, gatos e cão em cima da cama = cama desarrumada (real life!)

> Cama - é um estrado metálico de 160 cm por 200 cm com um bom colchão da Molaflex. Fiz a saia da cama, não para esconder tralha que esteja debaixo da cama (porque não tenho lá nada!), mas sim para tapar o próprio estrado, que é feio. Gostava de arranjar um outro estrado, de madeira, que pudesse estar à vista, para livrar-me da saia - a saia da cama é mais uma coisa para lavar, passar a ferro, tratar...

> Mesa de cabeceira - é uma mesa rebatível do Ikea que uso como mesa de cabeceira (já não tenho os bed pockets) para colocar livros, lenços, coisas dessas, e às vezes abro para trabalhar no computador. Tem um candeeiro para ler na cama. Do lado do J., não há nada. Durante a noite, geralmente deixamos os telemóveis, que usamos como despertador, na casa de banho do quarto.

Na verdade, acho demasiado uma cadeira e um cabide. Quero chegar ao ponto em que arrumo logo a roupa quando a dispo, e assim não ter necessidade de um cabide para a colocar... Já o J.... precisa mesmo da cadeira para por a roupa... Ao lado da cadeira está a porta do quarto.

> Cómoda - é a mesma cómoda Malm do Ikea que já tinha na outra casa. Das 6 gavetas, 5 têm coisas minhas, e a outra tem os lençóis da cama.

> Cadeira - cadeira velha renovada, que veio da casa das Caldas da Rainha. É para o J. por a sua roupa.

> Cabide - ainda está para ser lixado e pintado de branco. É para a minha roupa.

> Roupeiro embutido - Toda a roupa do J. cabe lá, o resto da minha roupa também, o cesto com a roupa para passar a ferro, e na prateleira superior, tudo o que é mantas e edredões que não estão a ser usados.

> Decoração - Dois quadros a óleo grandes em cima da cómoda. Um cortinado na janela. Uma orquídea no parapeito da janela. Duas almofadas grandes na cama que fazem de cabeceira quando a cama está feita (ai o feng shui!!). Um candeeiro de teto em papel que gostava de substituir por um deste estilo (cada vez mais aprecio a qualidade, mesmo que custe mais - mas também dura mais) e um candeeiro de mesa para ler na cama.

> Espaço - Não se vê nas fotos, mas tenho bastante espaço do lado esquerdo da cama. Em vez de colocarmos a cama no centro do quarto, como era suposto, chegámo-la mais para a direita, para o lado da janela, para ficar muito espaço livre entre a cama e a parede oposta à janela (onde está a porta da casa de banho). Uso esse espaço para fazer yoga ou simplesmente para descansar os olhos. Olhar e ver só chão e paredes brancas, nenhuma mobília, nenhuns bibelots, nenhuma tralha, aahh!

> Simetria - Eu tenho uns traços obsessivo-compulsivos, e a mobília tem que estar perfeitamente alinhada, nomeadamente a cama, a cómoda e o quadros. Daria-me uma coisa má se o centro da cómoda não estivesse alinhado com o centro da cama, e se os quadros não estivessem perfeitamente centrados com a cómoda.

> Cores - As cores são o branco e o cinzento, o castanho da madeira do chão e do roupeiro, e alguns detalhes coloridos nos quadros. Cada vez gosto mais de pouca cor, tanto na decoração como na roupa, pois relaxa-me; muitas cores stressam-me. 

O que não tenho no quarto:

> mesas de cabeceira "a sério"
> espelhos
> tapetes
> tralha debaixo da cama
> tralha dentro do roupeiro
> televisão
> rádio-despertador
> montes de almofadas decorativas em cima da cama
> bibelots

08/10/2019

Ainda sou minimalista?


Há algum tempo, alguém perguntou no Instagram se eu ainda sou minimalista. A resposta é afirmativa. Sim, os princípios do minimalismo ainda norteam a minha vida.

Quais são esses princípios e como os aplico na minha vida?

> os minimalistas identificam o essencial e eliminam o resto

"Uma vida minimalista é despojada do desnecessário, de modo a ter espaço para o que nos dá alegria. O minimalismo é uma ferramenta para nos livrarmos do excesso e focarmo-nos naquilo que é importante, de modo a encontrarmos felicidade, realização, liberdade, paz e leveza."

Nunca isto foi tão importante para mim como agora. A verdade é que este ano fiz... 40 anos... e cada vez tenho menos vontade de fazer coisas que não quero ou ter coisas que não me interessam. Já não me preocupo com coisas que não consigo controlar e o que faço, tem de me dar prazer, tem de ser uma fonte de felicidade.

Um exemplo: aquela conversa dos ginásios e de muitos PTs, tem que doer, ou no pain, no gain, para mim é um monte de bullshit. Mas eu vou lá perder tempo a fazer coisas que me fazem sofrer??? Nem pensar!

O que faço, e sobretudo quando não são obrigações, tem de me dar prazer! Caso contrário, é uma perda de tempo. E assim, desisti de vez de tentar correr (não gosto), de fazer aulas de grupo no ginásio (não tenho paciência), de fazer o que dizem os PTs (prefiro ouvir o meu corpo). Em vez destas coisas, foco-me no que gosto: yoga, natação, treinar em casa (desculpem os exemplos com o exercício físico, mas é uma área muito importante na minha vida).

Outro exemplo, a roupa - cada vez tenho menos e cada vez gosto mais do que tenho (mas vou deixar este tópico para outro post).



> os minimalistas estabelecem limites

"Uma estratégia para impedir, não digo a entrada, mas a instalação da tralha em casa é estabelecer limitesEstabelecer, por exemplo, que os livros não podem ocupar mais que 4 prateleiras, a roupa interior não pode ocupar mais que 1 gaveta, os lápis e canetas não podem ocupar mais que 1 copo na secretária, e por aí fora..."

Sim, ainda tenho limites cá em casa. Os livros têm de caber todos em sete prateleiras (na foto), a roupa tem de caber no roupeiro embutido e na cómoda Malm de seis gavetas, e por aí fora... Ao estabelecer limites às coisas que entram em casa, conseguimos manter apenas o essencial. E como sabem, mudei de casa há pouco mais de ano e meio para um apartamento maior, mas com uma cozinha mais pequena -  foi a oportunidade perfeita para destralhar ainda mais!


> os minimalistas poupam dinheiro

"As pessoas gastam dinheiro que não têm, para comprar coisas de que não precisam, para impressionar pessoas de quem não gostam."

Quando penso no dinheiro que gastava em coisas, sobretudo em roupa e sapatos, mas também em livros, ebooks, decoração, cursos online, coisas que, na sua maioria, não aproveitei como devia ser, até me dá arrepios!! Mas isso acabou, ou pelo menos, melhorou bastante!

Em relação à roupa, sapatos e malas, por exemplo, prefiro ter menos, mas de melhor qualidade. Prefiro ter duas malas, uma preta e uma castanha, de boa qualidade, clássicas, com um design intemporal, e, sim, caras, do que ter dez malas de várias cores e feitios que ao fim de alguns meses de uso começam a romper e a descolar. Aliás, tenho andado à procura de duas malas, uma preta e uma castanha, boas, caras, intemporais, que me durem muitos e muitos anos, mas ainda não encontrei nada suficientemente bom. A longo prazo, sim, poupa-se dinheiro optando pela qualidade em vez da quantidade.

> os minimalistas gostam de rotinas

"Geralmente ouvimos que as rotinas são restritivas e que devemos viver cada momento da vida à medida que a vida acontece, em vez de a planearmos. Não concordo. Estabelecer rotinas diárias e semanais ajuda-me imenso. As rotinas são de facto um dos aspectos fundamentais de uma vida simples e produtiva."

Há uns dias estive com motards que falavam do fugir às rotinas, como isso é importante, sair do trabalho, fim-de-semana a entrar, pegar na mota e ir por aí; pessoas que mudaram de vida, deixaram as rotinas que tinham e agora só fazem o que querem. Muitas pessoas falam das rotinas como se fosse uma coisa má. Eu discordo e acabo por me sentir um extraterrestre quando digo que adoro as minhas rotinas.

As rotinas criadas por mim, ajustadas à minha vida, aos meus objetivos, dão-me um conforto imenso. Saber que tenho o dia planeado de maneira a ter tempo para fazer tudo o que quero, saber que vou chegar a casa (no inverno) e tenho a lareira acesa, saber o que vai ser o jantar em cada dia... estas coisas, estas certezas tornam a vida mais fácil. Eu gosto das minhas rotinas. Fugir às rotinas para fazer coisas diferentes de vez em quando, sim, mas querer escapar às rotinas porque são tediosas - nunca!

> os minimalistas vêem as coisas pelo que elas são

"As coisas que temos são úteis, são bonitas ou são emocionais. 
As coisas úteis são, como é óbvio, coisas que utilizamos no dia a dia, coisas que nos fazem falta e coisas que, de facto, tornam a nossa vida mais simples.
As coisas bonitas são aquelas que não são necessárias, mas que mantemos porque são bonitas e gostamos de olhar para elas, ou porque a sua presença faz-nos mais felizes.
As coisas emocionais são aquelas que mantemos porque nos trazem recordações, como lembranças de viagens ou coisas herdadas de familiares."

É como diz a Marie Kondo. Se não é útil e se não me traz alegria, porquê manter essa coisa? Continuo a trabalhar o desapego, a tirar fotos a coisas que deito fora, a esforçar-me por não ter coisas de que não preciso. É um processo e às vezes não é fácil, porque está sempre aquela vozinha cá dentro a perguntar "e se um dia precisar disto??"

> os minimalistas não criam ligações emocionais às coisas

"Os nossos relacionamentos são com as pessoas e é em relação às pessoas que devemos criar ligações. Claro que podemos gostar muito de algum objecto, alguma peça de mobília, alguma peça de roupa, mas daí a criar uma ligação emocional com a coisa que depois será demasiado tentar quebrar... a mim parece-me é que ligações emocionais às coisas são um sinal de problemas mais profundos. As pessoas que se ligam desta maneira aos objectos fazem-no para se sentir seguras (o falso conceito que ter coisas traz felicidade) ou para se agarrarem ao passado e às memórias (as memórias estão dentro de nós, não nas coisas; acho que se uma pessoa precisa de um objecto para se lembrar de alguém que lhe é querido, é muito mau sinal)."

Quando escrevi este texto sobre as ligações emocionais não imaginava sequer que iria estudar psicologia, mas agora que passei por isso, podia discorrer ainda mais sobre este assunto... Não o vou fazer e continuo convicta que o apego é uma fonte de sofrimento. Não sou perfeita nisto. Há coisas que se estragam, que se partem, e eu fico mesmo chateada - mas depois penso, são só coisas, são substituíveis... E as memórias estão cá dentro, não nas coisas.

Ah, o maravilhoso mundo do minimalismo!! ;)

07/10/2019

O estado das coisas

Ultimamente tenho pensado muito acerca do futuro deste blog. Não escrever mais mas deixá-lo online, encerrá-lo de vez, ou voltar a escrever...

Desabafei na página do blog no facebook que não sei se volte a escrever ou se deixe de escrever de vez... não estava à espera de tantas respostas, de tanta vontade vossa de me voltar a ler! Obrigada!!

A verdade é que gosto de escrever aqui - mas nos últimos 5 anos, o tempo livre que usava para escrever foi ocupado com fazer trabalhos e estudar para frequências... Desde que ingressei, em 2014, na licenciatura em Psicologia, o meu tempo livre reduziu exponencialmente!!

Terminei a licenciatura em 2017, entrei no mestrado em Psicologia Clínica e, ao mesmo tempo, no doutoramento em Psicologia. Para quem não sabe, já tenho um conjunto de 3 graus académicos na área da biologia marinha... Bom, pois fui fazer mais 3, noutra área! A licenciatura está feita, o mestrado só falta a defesa da tese, e a tese de doutoramento vou entregar em breve...

Tenho mais tempo agora. Trabalho o dia todo, a fazer investigação, preparar e dar aulas, orientar alunos no laboratório, mas tenho mais tempo. Chego a casa, faço yoga, faço tarefas domésticas, e depois do jantar já não tenho que estudar. Voltei a ter esse tempo e, na verdade, prefiro aproveitá-lo para ler ou escrever do que ver Netflix (que é o que tenho feito nos últimos tempos - as duas últimas séries que devorei - La Casa de Papel e Elite). Mas adiante...

Quero voltar a escrever? Sim, tenho vontade. Tenho assuntos? Bem, para publicar posts todos os dias, não, mas de vez em quando, 1 ou 2 por semana, acho que se arranja tema... Que temas me interessam? Os de sempre - minimalismo, yoga, vida simples e saudável.

Vamos ver se isto vai para a frente! E obrigada por continuarem desse lado!


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