07/06/2013

A vida simples de pessoas reais - Tânia


Já sei que o minimalismo é uma corrente de pensamento e estilo de vida muito na moda por estes dias. Supreendente? Não. A crise, esta palavra que já não tem significado de tantas vezes proferida, é mãe de muitas desgraças, mas inovadora em muitos aspectos.

Como a minha mãe dizia há uns dias atrás, a crise é um mal necessário, porque os bens materiais estavam a ser idolatrados demais, a correria aos empréstimos para mostrar que se pode ter um carro, um apartamento ou casa num local em que os preços fossem exorbitantes... Enfim, não se pode negar que é uma verdade este stress todos apenas por coisas, coisas essas que devem ser úteis e não a razão de ser de cada um.

Não concordo totalmente com a minha mãe. A crise nunca é necessária, mas quando estamos apertados e com medo, ou quando algo não corre tão bem, recorre-se aos neurónios para processar a informação e aí então pensar nos traços que queremos desenhar na nossa vida. Pensa-se umas vezes que a vida é curta, outras vezes que a vida é longa demais e que a partir dos 30 é complicado, com os filhos, com a pressa de amealhar para ter uma vida sossegada quando as rugas minarem os nossos rostos.

O minimalismo é uma tentaiva de acalmar a vida, de nos livrarmos das coisas que não nos fazem falta, se possível através da doação desses mesmos artigos a quem mais precisa ou da reciclagem de materiais já sem vida. O minimalismo é meu amigo há muito tempo, sem que eu o percebesse. Ter coisas para mim é um stress. Arrumar, limpar. Depois acresce aquela sede de viajar e ter a noção que quando viajo, fica tudo para trás, indo apenas o essencial.

Vai comigo a roupa mais confortável, os livros mais úteis e interessantes, o computador, o calçado mais confortável e mais adequado para o local de destino. No fundo, vão connosco os objectos que nos servem da melhor forma, física e espiritualmente. E são esses objectos que devemos ter na nossa casa. Felizmente os bibelôs estão a sair de cena. Já não se usam naperons para ganhar pó. As molduras com fotos? Essas ainda estão na moda, mas eu prefiro colar na parede de forma a não danificar. De vez em quando limpo as paredes, colando essas imagens num caderno preto simples de supermercado, ficando aí a tralha organizada, mas de forma mais compacta que as molduras que, com o tempo, se fundem com a fotografia, impossibilitando a sua reutilização, sob pena de rasgar tal memória tão querida. Livros? Uso o kindle, mas não compro livros. Ainda. Porquê? Ainda tenho tantos para ler! Não compro mais literatura de entretenimento até acabar de ler todos os livros físicos que tenho. Depois de os ler, ficam apenas os muito bons e os clássicos. Os livros que não ficam cá no coração, seguem caminho. Trocas, doações, etc.

O minimalismo é simplificar. E há muito que sigo pelas receitas mais simples (muita soja e legumes), pelas roupas mais simples, pelas tardes de domingo mais simples como pegar numa bicicleta ou caminhar ou, quando chove, ver um filme, escrever ou fazer malha ou tricot! É bom para o stress e poupa-se no guarda-roupa. Barato e personalizado.

O minimalismo é libertar tempo e espaço e está aliado à ecologia. Libertar tempo e espaço para o que mais gostamos. E é uma caminhada contínua. 

Como conclusão, a minha vida mudou quando racionalizei e tomei consciência desta forma de vida: quando encontrei o blogue da Rita. Todos os dias o visito para me inspirar e não saberia escrever este texto se não fosse por o ter lido desenfreadamente e aplicado o melhor que pude à minha vida. Aperfeiçoei a minha organização e tornei-me mais produtiva. Destralhei mais e arrastei comigo alguns amigos para a mesma corrente. Obrigada Rita! Que recebas a dobrar tudo o que de bom tens partilhado.

Tânia


~

Queres participar? Envia-me um texto a contar a tua jornada em direcção a uma vida mais simples para o email rita (at) busywomanstripycat.com, com o assunto "guest post". Obrigada!

5 comentários:

  1. Junto-me ao coro: Que receba de volta todo o bem que tens espalhado, Rita!
    E grata por colocar tais palavras, Tânia!
    Abraço,
    Bia.

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  2. Gostei muito do texto! Sente-se que saiu mesmo do coração...

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  3. Ja agora podem deixar o link do blogue da Rita? :)
    Obrigada!
    E gostei muito das tuas palavras!

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    Respostas
    1. Andreia, o blog da Rita é este, o The Busy Woman and the Stripy Cat...

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  4. Faz alguns meses que busquei uma resposta na internet para minhas aflições e assim cheguei no Blog da Rita. Ainda sou uma aprendiz em exercício constante, mas me conscientizo e me identifico cada vez mais com essa filosofia. Tenho certeza que meu caminho é esse daqui para frente. Quero ter tempo para o que é realmente importante e ter forças para vencer o consumismo. Márcia, Brasília-DF.

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Obrigada pelo comentário!

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