O meu escritório é provavelmente a divisão da casa que já passou por mais mudanças. Já esteve pintado de várias cores (branco, amarelo torrado, verde claro) e já por lá passaram várias mobílias e acessórios (várias secretárias, várias estantes, vários sofás e maples, e muitos, muitos cortinados). O escritório era a divisão da casa onde se acumulava mais tralha (toda minha), sobretudo papeladas de trabalho.
Estas fotos mostram várias versões do escritório há uns anos atrás.
Como vêem, eu tinha muita papelada - a maior parte era tralha. E ainda tinha mais papelada do trabalho na cave. Foi por aí que comecei.
Primeiro, joguei fora todos os dossiers das disciplinas da licenciatura e mestrado, por três motivos: 1) desde que acabei o curso nunca precisei de nenhum dossier e mesmo que precisasse, 2) muita da informação já estaria provavelmente desactualizada (que a ciência está sempre a avançar) e, de qualquer modo, 3) se precisar de informação sobre algum assunto, sei como procurá-la, sem recorrer a dossiers antigos. Portanto, aconselho todos os leitores que têm as coisas dos cursos guardadas a fazerem o mesmo que eu fiz. É uma sensação de alívio indescritível.
Depois vi os dossiers e pastas um a um. Tive que ser muito fria e esquecer o vir a precisar das coisas algum dia (mais uma vez, se precisar, sei onde procurar, não preciso de papeladas em casa a ocupar espaço e a ganhar pó). Joguei fora quase tudo. Alguns dossiers importantes levei para o meu gabinete na Universidade, mas a maior parte foi para a reciclagem.
Também tinha pastas com recortes de revistas de decoração, moda, musculação e fitness e muitas outras coisas. O que me interessava digitalizei. O resto, foi fora.
Dei também uma grande volta aos meus tecidos. Restos de tecidos foram fora. Fiquei só com peças de que realmente gosto.
Isto foi um processo que demorou algum tempo. Não foi feito tudo num dia nem numa semana. E ainda hoje continuo a deitar coisas fora.
Claro que a jogar tanta coisa fora, as estantes foram ficando vazias... Substitui as várias estantes que tinha por uma só - onde cabe tudo.
Então o que tenho agora no escritório, além do piano e do terrário da iguana, é uma estante, uma secretária feita a partir de um tampo de mesa de jantar, o qual pintámos de branco e adicionámos pernas
Vika Curry, um bloco de gavetas
Vika Alex e duas cadeiras, uma para o computador, outra para a máquina de costura.
Em relação aos papéis, não tenho praticamente nada do trabalho em casa, a não ser os livros que se vêem na foto e uma cópia de cada uma das minhas três teses que estão no arquivador Flyt ao lado da aparelhagem.
Já não tenho os dossiers de arquivo que mostrei
aqui. Deixou de fazer sentido ter papéis importantes que não uso mas não posso deitar fora, como certificados dos graus académicos e assim, junto com extractos do banco que mais cedo ou mais tarde vão fora. Alterei toda a minha maneira de organizar os papéis.
Comprei as pastas de arquivo brancas que se vêem na foto para guardar papéis importantes que não são usados com frequência. Uma das pastas tem os meus livros de piano e outra tem as minhas papeladas de musculação e fitness, e também moldes e tutoriais de costura. A última pasta, que se vê na foto abaixo, tem as declarações de IRS e uma pastinha de plástico para cada um de nós (e outra para a casa) com papéis importantes usados com pouca frequência (diplomas, contratos de trabalho, avaliações da escola, exames médicos, etc.).
Agora, em vez dos tais quatro dossiers de arquivo que tinha, tenho um, o preto que se vê na prateleira abaixo dos livros. Aí sim, guardo papéis mais usados, como contas, informações da escola, recibos de ordenado, correspondência vária, extractos do banco (os poucos que ainda recebo em papel), seguros, etc. Esta pasta, que está devidamente organizada com separadores, é constantemente destralhada. Por exemplo, em relação aos seguros dos carros, guardo só o último que paguei. Papéis da escola, horários, informações variadas, guardo só os do ano lectivo que está a decorrer. Se quiser guardar algum papel que pode ser importante ou necessário, mas se não for preciso o original em papel, digitalizo. As contas que recebo por email ficam guardadas no gmail e de vez em quando apago as mais antigas. Não imprimo nada a não ser que seja mesmo, mas mesmo necessário. E por aí fora... Cada vez digo mais não a papeladas que não preciso. Além de ser bom para a minha saúde mental e visual, é bom para o ambiente!
Tudo o que é material de escritório (lápis, borrachas, agrafador, clips, cola, e por aí fora) está guardado nas gavetinhas de madeira. Entre as gavetas e o dossier estão papéis que estou a usar no momento (são as coisas do trabalho que faço entre as 5 e as 7 da manhã...).
Na prateleira seguinte tenho a multifunções prestes a morrer e a ser substituída por uma mais pequenina e uma caixa com fotos ainda por digitalizar (quando estiver tudo digitalizado, ficará aí mais um espaço vazio!).
Por fim, na prateleira debaixo estão duas caixas de arrumação de plástico, uma com tecidos, outra com peças prontas.
No bloco de gavetas debaixo da secretária a tralha não é muita, a saber:
1ª inbox e tickler file, como mostrei
aqui2ª cabos, carregadores e demais parafernália
3ª papel (envelopes, blocos, folhas soltas, etc.)
4ª guilhotina de papel, esquadro, CDs e DVDs virgens
5ª acessórios de costura (linhas, agulhas, botões, elásticos, etc.)
E pronto, é isto o meu escritório minimalista - não tão minimalista como os exemplos abaixo (de bloggers minimalistas famosos), mas para lá caminho...