29/02/2012

Como vivo a vida

Auto-retrato ao espelho...

Adoro quando as leitoras me mandam emails a contar um pouco das suas vidas e com questões sobre vários assuntos. Fico sempre com ideias para posts!

Já recebi alguns emails a perguntar, basicamente, como é que consigo. Como é que faço as coisas, como é que me organizo, como é que consigo escrever, tratar da casa e da família e por aí fora...

Então, em primeiro lugar, eu falho. Sou um ser humano e falho. Nem sempre me levanto às 5 da manhã, nem sempre faço tudo o que planeei fazer, nem sempre tenho a casa limpa e arrumada, nem sempre tenho paciência para os miúdos, nem sempre ando bem disposta e sorridente. Mas sei que isso é normal e não me vou abaixo por causa de um mau dia.

Em segundo lugar, quando decidi conscientemente que queria ser minimalista, todo um novo mundo se abriu para mim. Perceber que não são as coisas nem as aparências que são importantes, mas sim os relacionamentos e aquilo que nos dá prazer, permitiu-me livrar-me não só de tralha física como também de preocupações inúteis que tinha. Os minimalistas são pessoas mesmo felizes!

Em terceiro lugar, acredito que o planeamento é o segredo para tudo. “Failure to plan is planning to fail”. Basicamente é isto: se planear as coisas, tudo corre bem, se não as planear, muito fica por fazer.

Em quarto lugar, acredito que para viver a vida que quero, tenho que ter disciplina e uma série de hábitos e rotinas bem definidas. É fácil ter disciplina? Claro que não! Mas torna-se mais fácil se visualizar duas situações: uma em que sou disciplinada e consigo fazer tudo o que quero e o dia corre-me quase na perfeição; outra em que sou preguiçosa e procrastinadora e chego ao fim do dia, não fiz quase nada e estou demasiado cansada para fazer seja o que for. A vida é feita de opções e esta escolha entre a disciplina e a preguiça nós é que controlamos. Portanto, é só escolher. E mantermo-nos fiel a essa escolha, como se a nossa vida dependesse disso... porque é tão mais fácil desligar o despertador e dormirmos mais um pouco... mas se estivesse em causa a nossa sobrevivência, saltávamos logo da cama, certo?

Mas falando de coisas mais práticas, eu tenho uma série de hábitos, formados ao longo dos anos (um hábito não se forma de um dia para o outro), que resultam comigo. Por exemplo, preparo a roupa e mochilas na véspera para perder menos tempo de manhã; levo comida para o trabalho (fruta, frutos secos, bolachas, água, etc.) para não gastar dinheiro; não começo a semana de trabalho com roupa por lavar ou por passar a ferro (geralmente passo a roupa que foi lavada ao longo da semana ao sábado de manhã); lavo a louça e arrumo a cozinha logo a seguir ao jantar (nem saio da cozinha antes disto tudo feito); quase não vejo televisão (mas vejo o How I met your mother todos os dias); limpo o caixote dos gatos de manhã e à noite; queimo incenso para a casa cheirar bem; faço sempre a cama de manhã antes de sair de casa (há uns anos nunca fazia a cama); passo 15 minutos (ou mais) todos os dias a arrumar o que estiver desarrumado; leio na cama antes de dormir; tento não perder muito tempo na internet a passar de site em site ou de blog em blog; estabeleço prazos para mim própria para completar projectos, etc... e tenho muitas destas coisas por escrito, afixadas na parede, para não me esquecer de fazê-las. Resulta! Devo dizer que o facto de ter um trabalho sem horários dá-me imensa margem de manobra para planear as coisas à minha maneira. Além disso, o trabalho fica a 5 minutos de casa (de carro). 


Cá em casa somos uma equipa. Eu não trato do marido (era o que faltava!). Trabalhamos os dois fora de casa, e em casa fazemos as coisas em conjunto e dividimos tarefas. Os dois tratamos dos nossos filhos e dos animais. Tenho empregada uma vez por semana para as limpezas maiores, mas com crianças e gatos, a casa tem que ser limpa com mais frequência, o que faço de bom grado, pois além de gostar de fazer limpezas, é um bom exercício físico (eu não gosto é de cozinhar...)! E devo dizer que os meus filhos já não dão assim tanto trabalho quanto isso. É uma das vantagens de serem dois rapazes quase da mesma idade (têm 10 meses e meio de diferença). Muitas vezes eu quero brincar com eles e eles não querem - estão demasiado envolvidos um com o outro e com as suas coisas (ou com a televisão que têm no quarto, que há-de desaparecer de lá um dia destes...).

Como já disse, uma coisa que o minimalismo me fez ver com clareza foi a importância de não perdermos tempo com coisas que não são importantes e fazermos apenas aquilo de que gostamos. Eu, há uns anos, metia-me em tudo, desde desporto, política, demasiados projectos no trabalho. Não sabia dizer não. E depois a vida familiar e o meu próprio tempo pessoal sofriam. Agora já não. Agora digo não. Agora sei identificar o essencial e eliminar o resto.

Por exemplo, acho que sabem que eu jogo ténis. Nunca competi, a não ser em torneios sociais, e andava a pensar começar a treinar mais a sério para começar a ir a competições. Mas depois pensei, para quê? Eu quero jogar ténis e jogar cada vez melhor, mas apenas porque isso me dá prazer. Não quero perder fins de semana em torneios nem fazer treinos intensos todos os dias. Já não tenho idade para me tornar uma das manas Williams nem uma Maria Sharapova... Então, para quê perder tempo com isso? Jogo porque gosto e porque me dá prazer jogar e é dos melhores exercícios físicos que há, mas não quero ter essa obrigação de jogar cada vez mais e melhor.
Outro exemplo. Há quase 10 anos atrás eu fazia musculação mesmo a sério. Cheguei a pesar mais 10 quilos do que peso agora e não estava gorda (era tudo músculo e água...). Treinava todos os dias e pesava toda a comida, como se deve fazer, para controlar bem o que ingeria. Mas para quê? Eu nunca quis ir a competições de culturismo nem de fitness... Para quê perder tanto tempo a pesar a comida e a treinar feita maluca?? Deixei-me disso, claro. Adoro fazer musculação e devia até levar os treinos um bocadinho mais a sério, mas nunca como fazia dantes.

E quem diz o ténis e a musculação, diz outras coisas. Envolvemo-nos sempre em muitas actividades, mas são elas assim tão importantes para nós? O que é que é de facto importante? É nisso que devemos reflectir e depois fazer as nossas escolhas. Foi o que fiz, e foi assim que disse não a muitas coisas na minha vida. E agora tenho mais tempo para o que é realmente importante. Mas, pensam vocês, o que é que é realmente importante para mim? É fácil: é aquilo que me faz realmente feliz. Mas que coisas são essas?

A minha família. Quero educar bem os meus filhos, fazê-los boas pessoas com os valores no sítio, e passar tempo de qualidade com o meu companheiro.

O meu trabalho. Apesar de ser um trabalho precário e mal pago, como é qualquer trabalho científico em Portugal, adoro o que faço.

Contribuir para a sociedade. Isto é uma coisa que o meu trabalho não permite, a curto ou médio prazo (os frutos da ciência não são imediatos). Sempre senti necessidade de contribuir de forma mais imediata para a sociedade, para colmatar essa falha do meu trabalho científico. Quero muito fazer voluntariado, mas ainda não comecei. Este blog é uma maneira de contribuir  e é por isso que fico imensamente feliz com os vossos emails e comentários!

Viver uma boa vida, do ponto de vista emocional e físico. Faço desporto, tenho cuidado com a alimentação, leio, ouço música, aprendo coisas novas. Tudo isto me faz feliz.

Para acabar, que este post já está enorme, o Leo Babauta tem uma capacidade de síntese fantástica. Ele escreveu um pequeno guia para a vida que traduzo em baixo. É basicamente assim que quero/tento viver:

menos televisão, mais leitura
menos compras, mais ar livre
menos tralha, mais espaço
menos pressa, mais calma
menos consumo, mais criação
menos lixo, mais comida a sério
menos ocupações, mais impacto
menos condução, mais andar a pé
menos ruído, mais solidão
menos foco no futuro, mais no presente
menos trabalho, mais recreação
menos preocupações, mais sorrisos
respire




~~~~~~


Não se esqueçam do sorteio da mala feita por mim que está a decorrer até Domingo! Participem - é só deixar um comentário no post.

27/02/2012

Ser ou não ser... minimalista - parte II

Continuando com o post da semana passada, ser ou não ser minimalista...

Como saber se somos minimalistas? Era basicamente esta a questão que a leitora que me enviou o email que deu origem a este post me fazia. Como saber se uma pessoa é ou não minimalista?

As pessoas com quem lido diariamente, aquelas mais próximas de mim, sabem que sou minimalista apenas porque já lhes falei acerca disso (se bem que a maior parte não compreende o que é o minimalismo e outras até gozam...). Quem não me conhece tão bem, não faz ideia nenhuma acerca das minhas opções. Quem vem a minha casa percebe que realmente eu tenho pouca tralha e tem tudo um ar muito clean, mas isso pode ser apenas na decoração e até posso ter a cabeça e outras áreas da minha vida cheias de coisas desnecessárias. O minimalismo não é uma coisa que esteja assim à vista!

A verdade é que não há uma lista de critérios para avaliar o grau de minimalismo de alguém. Isso é uma coisa muito pessoal e cada um é que pode avaliar-se da melhor forma.

O princípio básico do minimalismo é este: identificar o essencial e eliminar o resto.

Uma pessoa que tem apenas aquilo que para ela é essencial, não tem coisas que não usa e que não fazem falta, não compra coisas desnecessárias, não se envolve em coisas que não lhe interessam, e dedica-se às coisas que realmente são importantes para si - sim, em princípio será minimalista.
O minimalismo de uma pessoa acaba por reflectir-se em tudo o que a pessoa faz, no seu espaço físico e até na sua maneira de vestir. Uma pessoa que tem tralha em casa não é minimalista (a não ser que a tralha seja de outros membros da família, claro). Uma pessoa que se veste tipo árvore de Natal não é minimalista. Uma pessoa que guarda tudo o que lhe oferecem não é minimalista. Uma pessoa que se mete em mil e uma actividades não é minimalista.

É difícil definir o conceito melhor que isto... Cada um sabe de si, mas uma coisa comum a todos os minimalistas é que eles gostam de se auto-intitular minimalistas (eu gosto!).

A Courtney Carver, do blog Be more with less, tem um post fantástico intitulado 25 reasons you might be a minimalist, ou seja, 25 razões pelas quais você pode ser um minimalista. Vou aqui traduzir algumas:

- se tem um sótão ou despensa vazios
- se não tem dívidas ou está a pagá-las a grande velocidade
- se andar em centros comerciais fá-lo sentir-se desconfortável
- se os seus filhos estão zangados consigo porque cancelou a TV cabo
- se não consegue parar de dar coisas, e o seu cão estão preocupado em ser o seguinte a ir
- se um amigo quer ir consigo às compras, mas você prefere ir ao dentista
- se não tem uma gaveta da tralha
- se nunca teve tanto tempo livre como agora
- se a tralha o deixa maluco
- se tem menos de 100 amigos no facebook ou segue menos de 100 pessoas no twitter
- se calendariza tempo para fazer nada
- se faz sestas
- se lê um livro e depois dá-o a alguém

e a melhor de todas:

- se preferia passar um dia com o Leo Babauta em vez da Oprah Winfrey!

Para terminar, deixo aqui algumas fotos de bloggers minimalistas famosos. Não têm todos um ar clean e feliz?



Leo Babauta, Zen Habits

Francine Jay, Miss Minimalist

Ryan Nicodemus e Joshua Fields Millburn, The Minimalists

Tammy Strobel, Rowdy Kittens

26/02/2012

Sorteio!!!

Então, como prometido, vou sortear uma peça feita por mim para comemorar e agradecer os +500 seguidores do blog, os +770 subscritores no reader, os +780 fãs da página no facebook e as mais de 1000 visitas diárias!

A peça é esta:




Um saco feito em chita portuguesa! Padrão floral, ideal para a Primavera!

Para participar no sorteio, basta deixar um comentário a este post e dizer por que é que lê o blog! Fácil!

Vou sortear o vencedor da mala no próximo domingo, dia 4 de Março, às 22h00.

Já agora, aproveito para anunciar algumas novidades aqui no blog. Coloquei lá em cima um separador para downloads, onde vou pôr ficheiros pdf feitos por mim que poderão ser úteis. Vou pôr também o meu livro para download mais fácil. Também adicionei um gadget na barra lateral para subscrições por email, se por acaso der mais jeito a alguém, e vou abrir um espaço para publicidade/patrocínios no blog (mais info aqui).

Por fim, depois de ler este post do Leo Babauta e visto que tenho andado a experimentar novos hábitos e a testar novas formas de me organizar, repensei o que escrevi aqui acerca do calendário editorial e dos 5 posts por semana. Novidades nesta área talvez estejam a chegar...

E pronto, por hoje é tudo! Fico à espera da vossa participação no sorteio, mesmo daqueles leitores que me lêem sempre mas nunca se pronunciam!


24/02/2012

Supermercados e preços

Depois das recentes idas à televisão da Mónica e da Orquídea por causa do uso dos talões e vales de desconto, promoções e coisas do género, fiquei novamente a pensar no assunto das compras de supermercado e na melhor maneira de poupar dinheiro sem me chatear muito.

Apesar de admirar imenso pessoas como elas que têm paciência para fazer compras da maneira que fazem e poupar imenso dinheiro, eu, infelizmente, não tenho paciência para isso (pelo menos por enquanto). Mas também não quero gastar dinheiro podendo poupar...

Basicamente, estou chateada... Chateada com o Pingo Doce por não terem sistema de compras online. Como se devem lembrar, no início deste mês fiz muitas compras no Continente online e adorei a experiência! Não ter que sair de casa e não ter que carregar as compras escadas acima!... Mas eu sempre tive a sensação que o Pingo Doce, onde geralmente faço as compras, era mais barato que o Continente, pelo menos para o meu cabaz... No outro dia andei com a minha mãe pelo Pingo Doce a apontar preços das coisas que geralmente compro e depois comparei com os preços do Continente online... e de facto, o Pingo Doce é bem mais barato, pelo menos para as coisas que geralmente compro.

Ficam aqui alguns exemplos:

Marcas brancas (Pingo Doce - Continente)

bolacha maria 0,74 (pack de 4) - 1,19 (pack de 3)
chocolate culinária 200 g 0,75 - 1,29
salsichas frankfurt 0,42 (8 unids.) - 0,73 (10 unids)
manteiga com sal dos açores 1,09 - 1,26
ovos classe M 0,75 - 0,79
leite meio gordo 1 L 0,49 - 0,52
feijão preto 420 g 0,42 - 0,55
polpa tomate 0,25 (210 g)- 0,26 (200 g)
arroz carolino 1 kg 0,74 - 0,94
azeite virgem extra litro 2,65 - 3,19
farinha com fermento 1 kg 0,35 - 0,72
farinha sem fermento 1 kg 0,33 - 0,72

Outros produtos, como a sílica para os gatos, o vinagre, o esparguete ou o arroz agulha, é ao mesmo preço nos dois sítios. Outros produtos, sejam eles mais baratos ou não, gosto mais dos do Pingo Doce (água, néctares). No geral, gosto muito dos produtos de marca branca do Pingo Doce. Os produtos da marca É do Continente aproximam-se mais dos do Pingo Doce em termos de preço, mas em qualidade não sei...
Portanto... acho que se acabaram as compras online no Continente... Irei ao Continente apenas para aproveitar os descontos em cartão...

Em relação à fruta, legumes e peixe, o mercado de Olhão ao sábado é o sítio para ir! Fruta e legumes de produtores locais, super baratos (e bons) e peixe muito mais barato que no mercado de Faro (ou em qualquer supermercado). A carne oscilo entre o Pingo Doce e o Algartalhos aqui ao pé de casa...

Quanto a produtos de limpeza e beleza, compro muito poucos. A maior parte faço eu em casa, portanto nisto poupo bastante.

E vocês, fazem como a Mónica e a Orquídea (quem me dera!)? Que estratégias usam para poupar dinheiro no supermercado?

23/02/2012

Criar uma rotina matinal

Todas as quintas-feiras falo um pouco de cada um dos projectos do e-book da Tsh Oxenreider, One Bite at a Time, e de como os implemento na minha vida.


Hoje é o projecto nº 3 - Criar uma rotina matinal.

Já aqui falei das vantagens de ter rotinas bem definidas. As rotinas simplificam a minha vida, aumentam a minha produtividade e dão-me mais tempo.

A minha rotina matinal é simples mas talvez um pouco radical; no entanto, quando a sigo à risca, o dia corre muito melhor, sou mais produtiva e mantenho níveis elevados de energia até à hora de deitar.

Resumidamente, a minha rotina matinal é a seguinte:

5h - levantar
- fazer chá preto
- trabalhar ao computador
6h45 - pequeno-almoço
7h-8h - ginásio, banho, vestir
8h-9h - preparar miúdos, levá-los à escola
9h - trabalho

O levantar às 5 da manhã nem sempre consigo, sobretudo no Inverno porque está frio e ainda é noite cerrada a esta hora.

Mas como é que criei esta rotina? Foi basicamente por necessidade. Eu sou uma pessoa matinal, gosto de me levantar cedo e a minha cabeça funciona muito melhor de manhã... Mas 5 da manhã? Pura necessidade. O meu trabalho é exigente e não consigo fazer tudo o que tenho para fazer nas 8h que passo na universidade. Quem trabalha em ciência sabe do que falo. Estamos sempre envolvidos em demasiados projectos e um horário de trabalho normal não é suficiente para tudo. Como passo muito tempo no laboratório, fica-me a faltar tempo para estar ao computador a tratar dados e a escrever artigos. É isso que faço em casa de manhã. Podia fazê-lo à noite e deitar-me mais tarde, mas eu funciono melhor de manhã. E sabe tão bem ver o nascer do Sol e ouvir o silêncio da manhã!...

O segredo para as manhãs correrem bem é só um: planear tudo na noite anterior.
Por exemplo, se eu não tiver coisas bem definidas para fazer ao computador logo de manhã, não me levanto. Se não tiver a roupa do ginásio pronta para vestir e o saco preparado, não vou ao ginásio. Se não tiver a chávena de chá pronta ao lado do fogão, com o pacotinho de chá lá dentro, o mais provável é não fazer chá.
Tenho que ter tudo planeado para que de manhã quando o despertador toca, não arranjar desculpas para ficar na cama. A verdade é que tem sido cada vez mais fácil levantar-me cedo. No outro dia esqueci-me de pôr o despertador para as 5 e acordei às 6 sozinha. Aos fins-de-semana tenho acordado naturalmente às 7h.

Claro que não precisam ser tão radicais como eu. Um dos objectivos da rotina matinal é fazer as coisas com calma para não começar o dia logo com stress. Se as suas manhãs são uma correria, por que não levantar-se 15 minutos mais cedo? Ou meia hora?
Imagine como seria o seu dia ideal (de forma realista, claro). Agora, é só ter força de vontade suficiente para fazer algumas pequenas mudanças que vão melhorar bastante a sua vida!

22/02/2012

Como organizo e giro este blog

Há quase 3 anos criei o meu primeiro blog, no dia em que descobri A Dona de Casa Perfeita. A partir daí não parei. Já tive vários, mas é com este que sinto que encontrei o meu lugar na blogosfera. Neste post vou falar um pouco sobre como organizo e giro o blog.


Ideias para os posts
As ideias vêm de vários sítios: experiências minhas e coisas que me passam pela cabeça, coisas que leio noutros sitios, perguntas que as leitoras me fazem nos comentários ou por email, etc. Quando tenho uma ideia para um post faço logo um documento no google docs com essa ideia e depois é nesse documento que escrevo o post (não escrevo directamente no blogger). Se não tiver o computador, aponto a ideia no Moleskine.



Planear os posts
Sou uma grande fã da máxima do Winston Churchill, popularizada pela Jillian Michaels do Biggest Loser, “Failure to plan is planning to fail”. Os posts planeados e escritos com calma são muito mais ricos e interessantes. Estabeleci um calendário editorial (usando o google calendar) com os títulos dos posts para cada dia. Estabeleci também assuntos diferentes para cada dia da semana (2ª minimalismo; 3ª DIY e decoração; 4ª simplificar e organizar; 5ª one bite at a time; 6ª tema livre), para me ajudar a ter ideias para os posts e não me focar demasiado num só assunto.

Investigação para os posts
Alguns posts exigem alguma investigação prévia sobre o assunto. Gosto de fazer isso ao serão, depois da casa arrumada e os miúdos na cama, sentada no sofá da sala, com o J. ao meu lado a ver televisão. Os posts interessantes que leio noutros blogs costumo guardar no Evernote e agora comecei a partilhá-los mais activamente nas redes sociais (facebook, twitter e google+).

Escrever os posts
A escrita tem que ser feita de manhã. É quando a minha cabeça funciona melhor. Desde que implementei o calendário editorial, tento publicar 5 posts por semana e tento escrever os 5 ao fim-de-semana, para durante a semana ficar com as manhãs (entre o acordar às 5h e o ginásio às 7h) para escrever coisas do trabalho. Tento ter os posts escritos com uma semana de antecedência, mas o ideal, dizem os entendidos, é ter um mês inteiro de posts preparados. Muitos posts implicam também tirar fotografias e já aconteceu não publicar posts porque não consegui boas fotografias. Por exemplo, as fotos deste post foram tiradas de manhã antes de sair de casa, quando o quarto, virado a Este, está inundado de luz.

Redes sociais
Além da página do blog no facebook, que já criei há alguns meses e continua a crescer todos os dias (OBRIGADA!), aderi finalmente ao google+ e reactivei a minha conta no twitter. Uso estas redes sociais não só para publicitar os posts do blog (que é automático, usando o NetworkedBlogs), mas também para partilhar coisas interessantes que vou descobrindo na internet. Isto pode parecer uma enorme perda de tempo, mas graças aos botões de partilha do Chrome ou aos botões que já vêm nas páginas, é muito rápido (se tivesse que entrar em cada uma das minhas contas para partilhar links, então não o faria...). Quando quero publicar alguma coisa minha no facebook e twitter, uso o Hootsuite, que permite agendar os posts e tweets. É assim que faço com as dicas diárias no facebook - escrevo-as ao fim-de-semana e ficam agendadas, sendo publicadas diariamente às 9h30. O Hootsuite ainda não permite publicar no google+, por isso aí tenho mesmo que entrar no meu perfil para escrever alguma coisa.

Eu gosto de ter o computador bem organizado e livre de tralha digital. O browser que uso é o Google Chrome (como sabem, sou fã dos produtos google) e nos meus 3 computadores tenho alguns marcadores e extensões que me facilitam bastante a vida. Aqui está uma imagem do meu chrome:

Os botões de partilha são os que estão no canto direito: o elefante é a extensão que permite capturar coisas para o Evernote, a seguir está o botão do Google+, do Twitter, do Facebook e finalmente o P para capturar imagens para o Pinterest.
Nos marcadores do Chrome tenho aquilo que mais uso: Gmail, Toodledo, Google Calendar, Google Docs, Google Reader, Blogger, Evernote, Pinterest, Flickr, Facebook, Google+, Twitter e HootSuite (no computador do trabalho tenho mais uns quantos marcadores).

Comentários e e-mails
Esta é das melhores partes dos blogs - o feedback dos leitores. Leio todos os comentários aos posts e todos os comentários e likes no facebook. Quando me fazem perguntas nos comentários, tento responder logo... às vezes não o faço porque estou concentrada noutra coisa e depois acabo por esquecer... Os e-mails também leio mal os recebo, mas geralmente só respondo ao fim-de-semana, com calma. Gosto sobretudo quando os leitores me fazem perguntas que dão origem a posts ou quando fazem comentários pertinentes que me deixam a pensar! E também adoro que partilhem comigo um pouco da vossa vida nos comentários!

Para terminar, se quiserem ler mais sobre o processo de criar e gerir um blog, este post da Thais está muito bom (em português)!

E vocês? Como gerem e organizam os vossos blogs?

21/02/2012

A costura e eu



Desde pequena, sempre tive o sonho de fazer a minha própria roupa. Nunca quis ser estilista nem costureira, queria apenas saber o suficiente para costurar roupa para mim a partir de moldes e assim ter peças únicas e diferentes das das outras pessoas.
Nunca me aventurei nessa área, pois sempre achei que não tinha jeito nenhum para tal...
Até ao dia em que descobri o blog Saídos da Concha. A Constança partilha no seu blog os seus primeiros passos no mundo dos crafts e podemos observar a evolução das suas capacidades e do seu trabalho ao longo dos anos. É verdadeiramente inspirador e no dia em que descobri o seu blog, graças a um link da Benita, fui comprar um máquina de costura. Isto foi em Dezembro de 2009.
Este post serve no fundo para vos dizer só isto: arrisquem! Não tenham medo de experimentar coisas novas. Quem quer mesmo seguir um sonho, só precisa de duas coisas:
- ter a certeza que quer seguir esse sonho e que está realmente apaixonado por isso;
- tornar o sonho uma prioridade e estruturar o dia de maneira a ter tempo que possa ser dedicado ao sonho (uma maneira de ter mais tempo é levantando-se mais cedo e não pensem que sou a única pessoa que faz isso; a Adriana, por exemplo, fá-lo para costurar).










20/02/2012

Ser ou não ser... minimalista - parte I

Antes de nada, quero dizer que adorei os vossos comentários ao post dos gatos! Fico mesmo feliz por ver que há por aí tanta gente que adora estes bichanos e que abriu as portas das suas casas para receber um (ou vários) gatos como membros da família!


O post de hoje deve-se a um email de uma leitora, que queria saber se é ou não minimalista.


O minimalismo pode resumir-se numa frase: minimalismo é identificar o essencial e eliminar o resto.
O busílis da questão tem a ver com a definição de essencial. O que é essencial para uns é supérfluo para outros, ou seja, cada pessoa tem a sua definição muito pessoal daquilo que é ou não essencial para si.
Outro problema da definição de minimalismo é saber distinguir o conceito de minimalismo de outros conceitos como vida simples, downshifting e frugalidade.

Então, vamos por partes: vamos tentar definir estes conceitos que são comummente permutáveis e confundidos. Este post da Everyday Minimalist dá uma ideia da diferença entre os conceitos com o exemplo da mesa de cozinha. Vou tentar fazer o mesmo dando como exemplo uma mala. Isto é um exemplo real. Diminui bastante a minha colecção de malas e tenho uma cinzenta que uso muito. A mala tem o fecho partido e uma das asas está prestes a romper. Vamos ver a abordagem usando os vários conceitos:

O minimalista (eu!)
A mala cinzenta vai para o lixo e aquela era a única mala cinzenta que o minimalista tinha. O minimalista precisa mesmo de uma mala cinzenta (só tem 2 malas de inverno e a outra é preta). Como a mala é, para o minimalista, uma necessidade, vai investir numa mala nova de qualidade que possa durar muito tempo e que seja versátil, que possa ser usada com vários tipos de roupa e ao longo do ano todo. Mas até pode acontecer que, ao fim de uns dias sem a mala, o minimalista se aperceba que afinal uma mala cinzenta não lhe faz assim tanta falta e acaba por não a comprar... ou seja, o minimalista pode não comprar a mala, não para poupar dinheiro, mas sim porque a mala não lhe faz falta. Mas se de facto a comprar, não se importa de gastar dinheiro para comprar uma peça de qualidade.

O frugal
A mala cinzenta vai para o lixo e, das duas uma, o frugal ou compra uma mala barata mas de qualidade, aproveitando saldos, promoções ou talões, ou não compra nenhuma para não gastar dinheiro numa coisa que não é propriamente um bem de primeira necessidade, ou seja, o frugal não compra a mala para não gastar dinheiro.

O simple liver (como é que se diz em português??? o que vive a vida simples??)
A mala cinzenta vai para o lixo, mas a pessoa que vive uma vida simples não gosta de complicar e pode perfeitamente viver a sua vida sem uma mala cinzenta... Não compra nenhuma mala, não para não gastar dinheiro, mas porque a mala não lhe faz falta. A diferença entre o minimalista e o simple liver é ténue... A diferença é que o minimalista, se realmente precisar da mala, compra-a e compra uma de qualidade que dure muito tempo.


A diferença entre minimalistas e simple livers é, como já referi, subtil. Penso que existe uma diferença fundamental, que foi vivida pela Sara Rauch:

A Sara, quando começou a simplificar a sua vida, pensou que passaria mais tempo na sua pequena horta a gozar os prazeres de fazer crescer os seus próprios vegetais (isto é vida simples). No entanto, apercebeu-se que ao passar mais tempo na horta, tinha menos tempo para a sua verdadeira paixão, a escrita. Assim, a Sara deixou a horta para se focar na sua prioridade, a escrita (isto é minimalismo).

Outra diferença divertida referida pela Sara: os minimalistas gostam de se auto-intitular minimalistas e usam o termo como parte da sua identidade; as pessoas que vivem uma vida simples não se chamam simple livers a si próprios...

Por fim, a vida simples tem mais a ver com um regresso aos básicos, enquanto o minimalismo é mais “de ponta”. Enquanto os simple livers tentam eliminar das suas vidas o excesso de tecnologia, não estou a ver um minimalista a viver sem uma série de gadgets que lhe tornam a vida mais simples... Por exemplo, um simple liver pode comprar, ler e acumular livros em casa, enquanto um minimalista doa os livros que já leu e passa a ler livros da biblioteca ou compra apenas e-books...

Este post já está muito longo, por isso teremos a parte II para a semana!

17/02/2012

A minha vida com gatos

Esta foi outra questão que já me fizeram - como é viver com gatos.
Como sabem, tenho três: duas fêmeas europeias de pêlo curto e um macho persa puro.

A fêmea mais velha, a Smartie, tem 11 anos e era de uma amiga que já não a queria. Deu-me pena e fiquei com ela, tinha ela 1 ano e pouco.

Smartie

Depois veio o persa, que se chama Persa. Tem 3 anos e meio e é super meigo. É claramente menos inteligente que os "gatos de telhado" e é o único gato que conheço que não gosta de colo. Mas é mesmo muito mansinho. Sendo puro, é muito mais sensível que os outros e exige mais cuidados, sobretudo com o pêlo. E sim, uma vez por ano vai à tosquia...


O Persa bebé

A mais novinha é a Joana, que tem 7 meses. Foi abandonada na universidade e eu adoptei-a. É um amor e adora a iguana (e a iguana tolera-a mais que aos outros gatos).

Joana e iguana

Em relação à higiene, tenho 2 caixotes. Desde que descobri a sílica nunca mais usei areia. A sílica não larga tanto pó e  absorve muito melhor os odores. É mais cara que a areia, mas vale a pena.
O Persa toma banho de vez em quando, mas os outros não. Os gatos são super asseados e nunca cheiram mal, a não ser que descurem os seus auto-banhos por algum motivo, como doença. O Persa tem que ser escovado com regularidade, mas os outros só quando nos lembramos disso ou quando estão a largar mais pêlo. Limpo os olhos e as orelhas quando é preciso, e claro, corto as unhas com regularidade, com um corta-unhas normal (eles deixam!).

Os meus gatos comem sobretudo ração. De vez em quando lá vai uma lata de comida húmida, um bife de perú ou uns bocados de fiambre, mas basicamente é ração. Tenho um tabuleiro no chão da cozinha com uma tigela grande com água e pratinhos com comida. 

Como os meus gatos não vão à rua, não são precisos muitos cuidados. Vão ao veterinário levar as vacinas anuais, mas confesso que me perco com as desparasitações... Felizmente não sofrem com as bolas de pêlo, mas tenho uma pasta que lhes dou de vez em quando para isso. 

Os dois mais velhos estão esterilizados e a Joana será esterilizada em breve. Nem pensar em ter machos não castrados em casa, com as manias deles de marcar o território com xixi... e fêmeas com o cio são insuportáveis... Gatos em casa são mais felizes se forem esterilizados (os meus, pelo menos, não têm razão de queixa!).

E basicamente é isto... Os gatos não precisam de muitos cuidados... só amor! Os nossos 3 gatos dormem na nossa cama e agora no inverno é óptimo para nos aquecerem...

Só para terminar, o Stripy Cat não é nenhum destes 3. O Stripy Cat chamava-se João Tiago, era O MEU gato, que estava comigo desde 1999 e morreu no Domingo de Páscoa de 2009 com uma cardiomiopatia hipertrófica (sei porque mandei fazer autópsia). Acho que nunca tinha chorado tanto como nesse dia em que cheguei a casa e o encontrei morto. Mas isto só quem sente este tipo de amor pelos animais é que compreende...

 João Tiago e Persa

João Tiago, o gato tigrado

Além dos gatos e da iguana, tenho também um aquário com peixes tropicais (do J.) e duas tartarugas verdes de água doce (dos miúdos)...



Iguana e tartarugas lá ao fundo (não tenho nenhuma foto delas e agora estão a hibernar...)
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