11/04/2012

Abrandar

Adoro estes auto-retratos nos espelhos...


Li e reli estes últimos posts da Thais (este, este e este), que me fizeram pensar muito na vida.
Apercebi-me que, apesar de ter reduzido muitas coisas na minha vida e no trabalho, ainda continuo a fazer coisas que me custam fazer e coisas que não quero fazer.

Estou constantemente a tentar encontrar novas formas de fazer as coisas, novos hábitos para implementar, novas maneiras de crescer e melhorar. Recomecei a ir ao ginásio com mais regularidade, em vez de só jogar ténis duas vezes por semana (que por si só já é um grande exercício físico, mas não é suficiente para mim, que fiz desporto a vida toda). Por exemplo, esta semana fiz musculação seguida de uma aula de cycle às sete e meia da manhã na segunda-feira, e ontem tive ténis seguido de musculação. Estou a tentar fazer musculação (treino um grupo muscular por dia) e exercício cardiovascular cinco vezes por semana, além dos treinos de ténis e jogos ocasionais.
Mais exercício físico obriga a uma coisa muito boa: mais horas de sono. Ontem, por exemplo, deitei-me às 9 e meia da noite e hoje só me levantei às 7. Tentei levantar-me às 5 e depois às 6, mas o corpo suplicou por mais descanso... Quando tenho coisas planeadas para fazer às 5 ou às 6 da manhã, levanto-me sem problemas, mas quando não há nada específico na agenda... é muito mais difícil. De qualquer forma, a minha hora limite para levantar é às 8, e levanto-me sempre antes disso, mesmo ao fim de semana (7 e meia, para mim, já é tarde!).

Mas isto tudo para dizer que ando a implementar algumas alterações:

- Evito reuniões. Em 7 dias de trabalho já me escapei a 2 reuniões... Na sua maioria, as reuniões são uma perda de tempo. Ainda ontem disse às minhas colegas que temos que fazer uma reunião por causa de um projecto, mas só meia hora, para discutirmos as coisas rapidamente e não divagarmos...

- No fim do dia de trabalho, planeio o que vou fazer no dia seguinte. Abro o Toodledo e vejo o que é mais importante e prioritário.

- Faço uma coisa de cada vez. Nada de multitasking. Se estou a fazer uma coisa foco-me totalmente nela (seja trabalho ou ler blogs). Só abro o email quando é para o ler. Quando estou a fazer outras coisas, o email está fechado, sem notificações nem nada.

- Quero voltar a implementar um limite de 2 horas por dia de internet (excepto para coisas de trabalho, claro). Quando o fazia, usava um timer online, tipo este, mas não dá para quem trabalha com vários computadores. Também já usei o Toggl para registar as várias actividades e o tempo que gasto com cada uma. Mas acho que o melhor mesmo é uma folha de papel... Depois posso passar os dados para o Toggl e ele faz gráficos e estatísticas e coisas giras desse tipo...

- Cada vez acredito mais que o planeamento e a preparação antecipada das coisas é a chave do sucesso. Por exemplo, preparar as mochilas e a roupa na véspera demora menos de 15 minutos, mas faz uma diferença brutal não ter que o fazer de manhã.

- Tal como a Thais, já não uso relógio. No trabalho, ou estou ao computador, que tem relógio, ou estou no lab, onde ando sempre com o telemóvel no bolso da bata (apenas porque podem telefonar da escola... se não fosse isso, nem andava com o telemóvel atrás...).

- Raramente vou ao bar da faculdade. A maioria dos meus colegas fazem pausas de manhã e à tarde para o cafezinho no bar... e depois encontram lá alguém e é meia hora de conversa. Eu só bebo chá e faço-o no gabinete. Nisto, eu tenho muito a mentalidade do norte da Europa. Quando estive na Alemanha, não havia um único bar/cafetaria/cantina num instituto onde trabalham centenas de pessoas (aqui é um bar em cada edifício do campus da universidade). Lá, havia, em cada gabinete, uma chaleira eléctrica onde as pessoas aqueciam a água para fazer chá e café... e bebiam-no no gabinete, sentadas à secretária. 

- Mas faço pausas! Faço mais ou menos como a Thais explicou aqui, o que dá uma pausa a meio da manhã para ir à casa de banho e comer qualquer coisa, e outra a meio da tarde. Infelizmente, passo a maior parte dessas pausas ao computador, a ver coisas não relacionadas com trabalho, mas às vezes vou lá para fora apanhar Sol.

- Agendo tempo para ler e tempo para não fazer nada. Ando a ler pouco e isso chateia-me. Ao fim de semana quando faço a listinha de coisas para fazer, uma delas é ler!

- Aproveito tarefas que exigem menos concentração para fazer outras coisas. Por exemplo, só consigo passar a ferro a ver televisão - mas não um programa qualquer! Vejo séries que fui gravando ao longo da semana, como Grey's Anatomy, Desperate Housewifes e o Mayday, Desatres Aéreos. Quando estou a lavar a louça ou a fazer limpezas, ouço música. Durante o pequeno-almoço, ouço as notícias na rádio (já não tenho televisão na cozinha, felizmente!).

E vocês? Andam a mil à hora ou já começaram a pôr o pé no travão? Contem-me tudo!

13 comentários:

  1. nem de proposito este teu post rita!ainda ontem à noite estive a desabafar com umas amigas sobre este tema...ando sempre a correr e mesmo com algum planeamento tenho a sensaçao de fazer tudo pela metade, o que é deveras frustrante.
    vou ler com atenção os posts que falar da thais e repensar um pouco sobre a minha vida, de forma a abrandar o ritmo e arranjar uma solução para me organizar melhor e aproveitar o pouco tempo livre para estar com as crias,que ultimamente me parece fugir por entre os dedos :(

    quanto às pausas no trabalho, concordo contigo há pessoas que abusam, mas por aqui bastam 5 minutos e um café, para regressar com mais energia á secretária.

    :)

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  2. Olá, Rita!
    Descobri este blogue a pouquíssimo tempo e estou a adorar! O meu caso é diametralmente oposto ao teu, é uma letargia completa, que acaba por redundar em tralha espalhada, e falta de motivação para fazer o que quer que seja. Resolvi ficar em casa com os meus filhos quando eles nasceram - e a mais velha está quase a fazer 21 anos! - e perdi-me. Ainda tentei uma incursão no mercado de trabalho quando uma tinha oito anos, e o outro três, mas recebi um ultimato de uma familiar: ou ficava com a avó em minha casa, ou ela ia para um lar de idosos.
    Ainda tentei com uma empregada a tempo-quase-inteiro em casa, mas como trabalhava ao fim-de-semana, e o meu marido não gostava de ter uma pessoa estranha em casa, acabei mesmo por me demitir, e voltar para casa. fim de (hipótese) de carreira.
    Fiz muita coisa, voluntariado, fui para o ISPA, onde acabei por congelar o mestrado, e agora ando por aqui, assim meio alma penada (eheheheh) sem saber muito bem o que fazer, nem o que pensar de mim.
    Por isso teu blogue, e a descoberta do da Thais, são uma lufada de ar fresco. Logo agora que estou a acabar um blogue com sete anos (http://donadecasa.blogs.sapo.pt), e a começar um novinho, com a intenção de da a volta em muita coisa, inclusive na minha forma de expor as coisas, e na seleção das mesmas partindo de outro parâmetro.
    Vou voltar todos os dias. Acho que me vais dar o empurrão extra de que necessito.
    Não te importas, pois não? =o)
    Bisous

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  3. Eu ando a mil à hora. E é impossível travar...principalmente desde que nasceram as gémeas e, depois disso, desde que comecei a fazer horário normal.
    Mas por enquanto sinto-me bem assim.

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  4. Olá Rita! Gosto muito de ler o teu blog, sinto-me em sintonia com as tuas ideias e projectos. Não me contive para comentar este post, por causa do ultimo paragrafo das alterações, pois passar a ferro para mim é igual a ver as minhas series :) . E na cozinha só tenho radio, onde também dá outra liberdade de movimentos. Concordo com os teus itens, com excepção do deixar de ir ao bar. Estipulei para mim que vou ao bar de manhã só 15 min, para conviver e trocar ideias com as pessoas com quem trabalho, pois acho importante termos ligação e empatia para além da relação só de trabalho.
    Obrigada pela tua partilha!

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  5. Obrigada pela citação. =) Eu estou pegando bem leve por aqui. Muito provavelmente ficarei até afastada por licença médica por conta da tendinite fortíssima (mesmo diminuindo o ritmo e fazendo alongamentos, persiste). Isso é resultado do ritmo intenso, e me surpreendo que tenha acontecido só agora, pois meu último ano foi uma loucura. Mas a verdade é que temos que fazer o mínimo MESMO, focando no que é importante e precisa ser feito, uma coisa de cada vez, e deixando para lá o que não for relevante. Parece óbvio, mas no dia-a-dia nos pegamos fazendo tais coisas.

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  6. Olá Rita,

    eu bem teno organizar me mas arranjo sempre desculpas e depois vem o peso na consciência. Tenho os dois miudos um de 15 meses e uma de 4 anos que ajudam a desarrumar a casa mas como ando cansada por nao conseguir dormir as minhas 7/8 horas necessárias, depois perco a paciencia para tudo. Queria de uma vez por todas conseguir por as desculpas para o lado e fazer tudo o que me deixe de consciencia tranquila quando me deitar. Nao quero fazer tudo de uma vez mas fazer o necessário.
    Já penso de maneira diferente desde que comecei a seguir algumas das dicas que escreves e outras que vou lendo em blogs que me interessam. Mas tenho de me "aprefeiçoar" mais.
    Obrigada pelas dicas e acredita que sempre que me sinto mal comigo por não ter conseguido afastar as desculpas e fazer alguma coisa de útil venho aqui ler.

    Quanto às reunioes concordo contigo, aqui no trabalho tenho em média 2 a 3 reuniões diárias quando sou eu a conduzir a reunião elas são mais rápidas quando são alguns dos colegas (nem todos tenho de ser justa)parece que se arrastam e não se tira nada de conclusivo!!!!!

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  7. Eu tenho dias mais complicados do que outros, mas todos os dias dou por mim a fazer uma tarefa já a pensar na(s) próxima(s). E isto torna-se complicado de gerir pois sinto-me mais cansada.Hei-de conseguir mudar a situação.
    Eu também só consigo passar a ferro a ver as séries que gosto ou um documentário interessante.
    Bjs

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  8. Boa noite,

    Gosto imenso do seu blog, descobri há mt pouco tempo e identifico-me com muitas coisas que aqui coloca, tais como minimalismo, mais tempo em famílía, menos tempo ao computador, etc,..Gostaria apenas de sugerir que para tornar as runiões ainda maís céleres, experimente reunir-se sem sem sentarem, TODOS DE PÉ, preferencialmente ao final do dia quando todos se querem despachar..vai ver que resulta!

    Felicidades!

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  9. OlÁ Rita,
    Acho que o que me levou a abrandar foi o NÂO USAR relógio.
    Era viciada, estava sempre a olhar para ele e a correr, desde que deixei de usar(já lá vão 2 ou 3 anos)as coisas fazem-se na mesma, chego a horas ás reuniões (vejo telemóvel ou no automóvel).
    Ao fim de semana faço listas para o que quero fazer durante esses dias, durante a semana a lista é feita na véspera, para não me esquecer do que quero fazer no dia seguinte sem falta.
    É pouquinho....é sim senhora! Mas lentamente está a tornar-se um hábito que devagarinho vou melhorando com ajustamentos.
    Comigo pelo menos está a resultar.
    Obrigada pela existência do blog!
    Bjs,
    Teresa C.

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  10. eu estou no inicio do processo-tenho imenso para organizar na vida-mas neste momento ando a prioritar as coisas e deixar o que é realmente importante -os teus posts ajudam-me bastante ,obrigada!!!

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  11. Também eu sou uma mulher de listas e de tarefas programadas, no entanto, acredito que o imprevisto faz parte da vida e è essencial para o equilíbrio. Não dispenso o coffee break com os colegas, faz parte... é o sangue portuga nas veias. Não sou de todo minimalista, mas inspiram-me os teus métodos de organização e fazem pensar as tuas sensatas considerações. A diferença está em que não me custa viver com um certo desalinho.
    "Ai que prazer não cumprir um dever, ter um livro para ler e não o fazer!"

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  12. Olá Rita

    Descobri o teu blog à uns dias e tenho lido post atrás de post.
    Identifico-me contigo em muitos aspetos. Também eu sou bióloga marinha e mãe. Divido o meu tempo entre casa, filho, gabinete, laboratório e trabalho de campo.
    Nos últimos meses tenho imensa dificuldade em focar-me nas tarefas mais importantes e, foi na procura de ferramentas que me pudessem ajudar, que encontrei o teu blog.
    Apesar de admirar imenso a maneira como consegues organizar o teu tempo, temo não conseguir ser tão organizada. Mas estou determinada a melhorar.
    Continua a escrever estes textos fantásticos!
    Um beijinho.
    Susana

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  13. Rita, antes de mais, muitos parabéns por este blogue! Há algum tempo que ando a pensar em abrandar, em ser mais feliz no meu dia-a-dia e ter lido a reportagem na revista do JN (e parte deste blogue) foi a melhor parte do dia de hoje!

    Eu não tenho filhos (ainda), moro com os meus pais (ainda, mas em breve mudarei de país) e trabalho a 45 min de carro (também sou cientista). E como deve imaginar, 1h30 de carro, todos os dias, consegue "sugar" grande parte da minha energia diária.

    Considero-me uma pessoa organizada (e faço ToDoLists todos os dias - há alguns anos, e a minha segunda memória também se chama Google calendar) mas tenho o grande defeito de querer fazer muito em tudo, todos os dias. Ou seja, o que planeio nem sempre é cumprido e acabo muitas vezes por dizer não à minha vida, ao tempo para cuidar de mim (incluindo estar com a família e amigos, ou fazer desporto). E isso, deixa-me bastante triste, ainda mais cansada e dia-após-dia, mais apática.

    Pois bem, nem tudo acontece por acaso e, desde há algum tempo que ando a tentar mudar pequenas coisas nas rotinas diárias, porque eu sei que "deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer". Hoje, ter encontrado o seu blogue, e ver o seu caso real de como é possível abrandar, deu-me uma força extra para continuar a acreditar que vou conseguir ser melhor pessoa, cuidar mais de mim e viver melhor.

    Com isto, fica então o meu "obrigada" e fica também mais uma leitora ;)

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Obrigada pelo comentário!

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