Este post já devia ter sido escrito há 2 meses atrás. Foi no fim de Setembro que finalmente conheci, pessoalmente, a Magda, a nossa guru da parentalidade positiva. Participei no seu workshop A Arte e a Ciência de Educar Crianças Felizes, aqui em Faro.
Foi bom. Saí de lá feliz e satisfeita comigo própria por verificar que muitas das sugestões da Magda eu já ponho em prática.
Fiquei contente por ela ser da mesma opinião que eu - primeiro estou eu, primeiro está a minha felicidade. Se eu não for feliz, não posso fazer os meus filhos felizes. Este é o erro em que caem muitos pais e, especialmente, muitas mães - porem-se em segundo plano, viverem em função dos filhos e esquecerem-se delas próprias. Quem é a criança que gosta de ver os pais infelizes?
Do ponto de vista de investigadora que sou, gostei muito da área da psicologia a que se dá o nome de psicologia positiva - que se foca no que está bem, no que funciona, nos comportamentos que trazem felicidade.
Falámos muito no workshop sobre a nossa cultura judaico-cristã, que está tão enraizada em nós e é responsável por muitos dos nossos comportamentos que se focam no negativo. Eu nunca tinha pensado nisto, mas é mesmo verdade! Quando nos perguntam como estamos, parece mal responder "Estou óptima! A minha vida corre super bem, os meus filhos são fantásticos e somos muito felizes!". Invariavelmente, damos respostas mais negativas, mesmo que não correspondam à verdade: "Vai-se andando... Está tudo na mesma... É a vida...". A Magda até contou exemplos que se passaram com ela e serviu, de facto, para abrir os nossos olhos - às vezes falamos de forma tão negativa e sem motivos para tal! É cultural, é certo, mas se andarmos mais atentos (mais presentes no momento, como nos ensinam as filosofias orientais) conseguimos alterar esses padrões de negatividade que estão cá tão enraizados - e deixamos de ter medo ou vergonha de dizer que sim, somos felizes!
Adorei também a parte dos castigos versus consequências. Uma pequena mudança na palavra e tudo faz mais sentido. Castigos parecem coisas demasiado más, castradoras. Fazemos coisas boas que terão consequências positivas; coisas más terão consequências negativas! Desde esse dia que não se ouve mais a palavra castigo cá em casa. Expliquei aos meus filhos que tudo o que eles fazem tem consequências - é o karma! Quando se portam bem, haverá consequências positivas (e não estou a referir-me a coisas materiais... não lhes compro prendas de cada vez que se portam bem); quando se portam mal, haverá consequências... menos boas...
É educar pela positiva. Não ameaçar, não assustar, não meter medo - o oposto daquilo com que a maioria de nós cresceu. A maioria de nós foi educado pelo medo e pela negativa: se não fizeres isto, não tens aquilo; se cometeres pecados, vais para o inferno. A proposta agora é outra: dar o exemplo, educar pela positiva, sem ameaças e referências às coisas terríveis que nos acontecerão se não cumprirmos as regras.
Falámos também sobre a importância de ouvir os nossos filhos - dar-lhes toda a nossa atenção quando eles nos contam alguma coisa e dar importância ao que eles estão a dizer, em vez de rematarmos a conversa com um "deixa lá, isso não foi nada". Se o meu filho me está a contar algo que lhe aconteceu, alguma preocupação que ele tem, devo ouvir e tentar compreendê-lo, mesmo que para mim seja uma coisa insignificante ou ridícula. Se os miúdos em pequenos percebem logo que os pais não os ouvem, quando chegarem à adolescência, essa idade tão complicada, não vão de certeza querer sentar-se com os pais e falar dos seus problemas...
Enfim... Gostei e aconselho os workshops da Magda - aliás, eles estão sempre cheios, por isso muitas mais pessoas partilham da minha opinião!
Só para terminar, no fim do workshop tivemos uma surpresa muito boa! Um salame de chocolate (vários, na verdade, de vários sabores)! A Box me a Salame são duas irmãs que pegaram na receita de salame da avó e fazem salames de chocolate deliciosos (mesmo muito bons, e eu sou especialista em comer salames de chocolate) - e vêm numas caixas muito giras! Oh, agora fiquei com água na boca...
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Muitomuitomuito obrigada, Rita por este feedback tão espectacular. Fico muito feliz por te ter conhecido. É um privilégio ter-te como amiga e falares de mim no teu blogue.
ResponderEliminarUm grande beijinho!
Olá Rita, podias fazer um post de posições Yoga para grávidas;) era giro!
ResponderEliminarOs Açores estarão algum dia na rota destes Workshops da Magda?! :)
ResponderEliminarVoltei a agarrar-me aos livros de parentalidade positiva porque tenho de enraizar bem a informação e praticar muito para que saia sempre naturalmente. Às vezes só me lembro de como podia fazer melhor depois de já estar a ir por um caminho errado... E os salames eram deliciosos, confirmo!
ResponderEliminarFoi um dia muito bem passado. E vale sempre a pena recordar as coisas boas! :)
ResponderEliminarConcordo com tudo neste teu post Rita. A psicologia positiva é realmente um caminho muito interessante a seguir na educação das crianças, sei disso pois sou pedagoga. Mas equiparar psicologia com crenças religiosas, sejam elas orientais ou judaico-cristãs é um equívoco, elas não justificam uma a outra nem são a causa uma da outra. Cada uma tem seu papel na existência e formação das pessoas e seu fim último é a felicidade. Qualquer religião e qualquer linha psicológica. Se todas elas resultam em felicidade efetivamente, é outra história. Uma pena vc perceber que os cristão parecem pessoas tristes e desanimadas, com um peso de culpa. Eles não devem saber que Cristo se tornou homem e morreu justamente para que nossos pecados fossem perdoados. Pra sempre. Mas cada um deve buscar a felicidade da maneira que achar que faz mais sentido, não?
ResponderEliminarOlá Diana. Eu não falei de crenças ou religiões. Falei em cultura. Eu não sou religiosa, não acredito em Deus, mas é óbvio que a cultura cristã está presente em mim (e na maioria dos portugueses), por viver num país maioritariamente católico. E eu não disse que os cristãos são pessoas tristes e desanimadas - onde é que leu isso? Concordo que cada um deve encontrar o seu caminho, seja ele a religião, o ateísmo, a espiritualidade... Cada um sabe de si. E se há coisa que não vou discutir neste blog é religião.
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