O curso de Psicologia está a ser muito giro e interessante porque tem-me permitido explorar mais a fundo interesses que já tinha, como o yoga. No semestre passado, por exemplo, fizemos (eu e o meu colega Márcio Santos) uma recensão crítica a um artigo sobre emoções publicado na imprensa não científica, nomeadamente na revista Zen Energy. A ideia era verificar se o que o artigo diz tem fundamento científico. Nos próximos posts vou apresentar-vos algumas partes desse nosso trabalho, que aborda os efeitos a nível emocional de uma série de práticas - yoga, mindfulness, meditação, e por aí fora. O trabalho foi feito, como já referi, em parceria com o meu colega Márcio, e deu-nos imenso prazer pesquisar e aprender mais sobre este tema! Naturalmente que alterei um pouco o texto, mas o fundamental fica. E começa assim:
Esta
temática da alteração das emoções humanas através de novos comportamentos e
atitudes viu um enorme crescimento nos últimos anos, provavelmente devido à
crescente insatisfação com o clima político e financeiro. Este tipo de artigo
abunda na imprensa não-científica, tanto em revistas mais especializadas, como
a Zen Energy, onde foi publicado o artigo em análise, como em revistas mais
generalistas e de maior alcance, como a Visão ou a Sábado. A redescoberta desta
temática dita mais new-age, hippie ou até esotérica tem resultado no
desenvolvimento de inúmeros artigos, livros, blogues, e até cursos e workshops. Palavras como meditação, mindfulness, yoga, veganismo, reiki, terapias holísticas, entre
outras, já não são estranhas para a maioria das pessoas.
Do
ponto de vista científico, esta temática enquadra-se no âmbito da psicologia
positiva, uma área em grande expansão que se preocupa não tanto com a reparação
do que está na mal na vida dos indivíduos, mas sim com o que está bem, com as
características positivas, a satisfação, a alegria, o otimismo, a esperança – e
como estes traços positivos podem ajudar a aumentar o bem-estar (Seligman, 2002). A psicologia
positiva é, assim, norteada pelo interesse em compreender como é que as pessoas
ultrapassam as suas inclinações egoístas e, ao invés, procuram encontrar
significado e valor na vida, valorizando as características positivas da
natureza humana (Templeton, 2002).
Mas
a pergunta impõe-se: qual o grau de cientificidade destas e de outras propostas
que abundam na imprensa não científica? Estes “pequenos passos” que prometem
alterar emoções e sentimentos das pessoas, têm fundamento científico? Ou
baseiam-se apenas nas práticas e experiências pessoais dos seus autores?
No próximo post: a importância da compaixão.
Referências
Seligman, M. E. P. (2002). Positive Psychology,
Positive Prevention, and Positive Therapy. In C. R. Snyder & S. J. Lopez
(Eds.), Handbook of Positive Psychology. Oxford University Press.
Templeton, J. (2002). Foreword. In C. R. Snyder & S. J. Lopez (Eds.), Handbook
of Positive Psychology. Oxford University Press.
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eu vou gostar muito de acompanhar isto...
ResponderEliminarse por um lado acompanho algumas coisas porque já o fazia antes de ser moda, por outro estou fartinha da banha da cobra...porque há muita
Adoro estes temas :)
ResponderEliminarOlá Rita,
ResponderEliminarComo sempre é um ótimo texto. Obrigada por compartilhar :)
Escrevo também para dar uma sugestão na forma como é enviado a newsletter, pois é assim que acompanho seu blog: o assunto e remetente sempre estão como “The Busy Woman and the Stripy Cat”. Ficaria melhor se o assunto tivesse o título do post.
É apenas sugestão, nem sei como é feita a configuração de maling list e neswletter :)
Eu sempre guardo a maioria dos seus posts que recebo por e-mail, porque sempre vale a pena reler. Então, quando procuro na pasta já visualizo o assunto que gerou o post.
Oi Rita!
ResponderEliminarVou adorar a série. A psicologia positiva tem me interessado bastante e tenho buscado bastante leitura sobre isso.
Ler parte desse seu trabalho será incrível.
Parabéns!